A ULA (United Launch Alliance) levou a cabo o lançamento da missão Juno da NASA tendo por destino o planeta Júpiter. O lançamento teve lugar às 1625:00,146UTC do dia 5 de Agosto de 2011 e foi levado a cabo por um foguetão Atlas-V/551 (AV-029) a partir do Complexo de Lançamento SLC-41 de Cabo Canaveral, AFS.
O lançamento foi adiado por 51 minutos devido a uma fuga registada no solo e devido à presença de uma pequena embarcação dentro da área restrita em torno da plataforma de lançamento e sobre a trajectória do foguetão.
Esta missão é a segunda no programa New Frontiers da agência espacial norte-americana e surge após o lançamento da sonda New Horizons para Plutão e para a Cintura de Kuiper.
A sonda foi baptizada com o nome da deusa Juno, a deusa do casamento e esposa de Júpiter. Segundo a mitologia romana, Júpiter escondia-se nas nuvens, no entanto Juno era capaz de ver através dessas nuvens e descobrir a verdade sobre Júpiter.
A Juno foi construída pela Lockheed Martin para o Jet Propulsion Laboratory. Tem uma massa de 3.625 kg e é estabilizada por rotação em torno do seu eixo longitudinal. A sonda utiliza três painéis solares para o fornecimento de energia, ao contrário das anteriores missões para o gigante do Sistema Solar que utilizavam geradores termoeléctricos de radioisótopos. A Juno está também equipada com um motor de manobra, o LEROS-1b, que será utilizado para correcções de trajectória e para a manobra de inserção orbital.
Orbitando os pólos do planeta, a Juno irá utilizar os seus nove instrumentos para a profundar o nosso conhecimento sobre Júpiter. O Microwave Radiometer (MWR) será utilizado para estudar o calor emitido pelo planeta de forma a estudar a sua dinâmica e composição da sua atmosfera. O Jovian Infrared Auroral Mapper (JIRAM) irá levar a cabo observações em infravermelhos e análise espectroscópica dos níveis superiores da atmosfera de Júpiter. Esta análise irá também ajudar a compreender a estrutura da atmosfera. O Flux Gate Magnetometer (FGM) será utilizado para criar um mapa do campo magnético de Júpiter e para estudar a forma como a magnetosfera está estruturada nas regiões polares do planeta. Estes estudos irão também auxiliar nas investigações da dinâmica interna de Júpiter. O Advanced Stellar Compass (ASC) irá auxiliar no desenho de um mapa para auxiliar a sonda a determinar a sua posição de forma precisa.
A Juno também transporta um conjunto de instrumentos destinados ao estudo da magnetosfera polar. O Juno Energetic Particle Detector (JEDI) irá estudar a energia e a distribuição de iões, de forma particular hidrogénio, hélio, oxigénio e enxofre, para verificar se existe alguma alteração temporal. O Jovian Auroral Distributions Experiment (JADE) irá estudar a energia e distribuição das partículas nas regiões polares da magnetosfera de Júpiter. O Ultraviolet Spectrometer (UVS) irá registar dados sobre a radiação ultravioleta incidente. O Radio and Plasma Waves Experiment (WAVES) irá tentar detectar correntes nas auroras e estabelecer uma comparação com as emissões de rádio de Júpiter para estabelecer a forma como as correntes afectam essas emissões. O Jupiter InfraRed Auroral Mapper (JIRAM) irá observar as camadas superiores da atmosfera de Júpiter em infravermelhos utilizando uma câmara e um espectrómetro.
A Juno transporta também a JunoCam (JCM) que irá produzir imagens de Júpiter em três cores e que serão utilizadas para estudos visuais do planeta dando contexto às outras observações.
Para além dos seus instrumentos, a Juno irá utilizar os seus sistemas de comunicações para estudar o campo gravitacional de Júpiter como parte da Gravity Science Experiment. Ao transmitir sinais para a Terra e estudando o seu efeito Doppler, espera-se que se seja capaz de estudar a forma como o campo gravítico de Júpiter afecta a sonda e assim aumentar o conhecimento da estrutura interna do planeta.
A sonda irá demorar cerca de cinco anos a chegar a Júpiter. Em Outubro de 2013 a sonda regressa às proximidades da Terra para um impulso gravitacional que a fará chegar a Júpiter em Agosto de 2016. Aqui, iniciará catorze meses de estudos em órbita polar.
Imagens / Vídeos: NASA