Missão Transporter-12 lançada desde a Califórnia

A Space Exploration Technologies Corp. (SpaceX) realizou mais uma missão partilhada colocando em órbita mais de uma centena de satélites.

O lançamento da missão Transporter-12 teve lugar às 1909UTC a partir do Complexo de Lançamento SLC-4E da Base das Forças Espaciais de Vandenberg, Califórnia, e foi realizado pelo foguetão Falcon 9-424 (B1088.2) cujo primeiro estágio foi recuperado na zona de aterragem LZ-4, em Vandenberg.

Esta é a décima segunda missão partilhada transportando uma grande variedade de satélites que permitem o lançamento de pequenas cargas a preços mais baixos do que são usualmente praticados no mercado internacional do lançamento de satélites, acomodando dezenas de pequenos satélites que podem ser colocados em diferentes órbitas. As cargas lançadas incluem CubeSats, microsats, picosats, e veículos de transferência orbital que transportam cargas que serão separadas mais tarde.

As cargas desta missão são separadas em duas órbitas, com o primeiro conjunto a ficar colocado numa órbita com uma altitude média de cerca de 520km e o segundo conjunto a ficar colocado numa órbita com uma altitude média de cerca de 590 km.

A carga da missão Transporter-12

Por diversas razões, o manifesto de carga a bordo destas missões não é divulgado, tomando-se conhecimento das cargas apenas quando a SpaceX divulga o denominado press-kit ‘on-line’ da missão. Mesmo assim, muitas vezes estes surgem com erros ou omissões.

Na missão Transporter-12 podemos dividir as cargas dependendo das empresas que foram contratadas para as transportar nos seus veículos de transporte orbital ou que contrataram com a SpaceX para um lugar neste lançamento. Nestas empresas incluem-se a Exolaunch GmbH, Impulse Space, a ISISpace, a D-Orbit, a SEOPS Space, e a Maverick Space Systems, além de outras empresas com contratos directos com a SpaceX.

Na missão Transporter-12 os seguintes satélites são transportados por contrato com a Exolaunch: AlAinSat-1, Balkan-1, Connecta-IoT 5 a Connecta-IoT 8, EDISON-1 IOD, Forest-3, GESat GEN1, INNOCube, IRIS-F2 e IRIS-F3, SCOT (ORB-6), SkyBee A01, TROLL e Veery-0F.

A Impulse Space irá lançar os satélites Bluebon e FOSSASat TAT-O, transportando ainda as cargas não separáveis Triclops (da Starfish Space) e Holmes (HEO Robotics).

Os seguintes satélites são transportados por contrato com a ISISpace: ANSER Leader-S e Flock-4g 1 a Flock-4g 36.

Em contrato com a D-Orbit, foram lançados os veículos ION-SCV 014 “Amazing Antonius” e ION-SCV 016 “Eminent Emmanuel” (com os satélites Skylink-1, Skylink-2, HADES-R, HYDRA-T, HYPE-AGH, POQUITO e PROMETHEUS-1, contratados com a Alba Orbital).

Os satélites transportados por contrato com a SEOPS Space, foram o SAT-GUS e o OTTER.

A Maverick Space Systems lançou o satélite LIME.

A bordo seguiram ainda os satélites MBZ-SAT, W-Series 2 (W 2), GARAI-A, ICEYE X a ICEYE X, Pelican-2, SIGI, ÑuSat-45, Lyra Block 1 1, Ray-1, IRIDE-MS2-HEO 1, Firefly-1 a Firefly-3, NORSAT-4, Jay C, Jay D1 e Jay D2, Centauri-7 e Centauri-8, BRO-16, Elevation-1, PARUS-T1, HCT-Sat 1, TechEdSat-22 (TES-22), FossaSat 2E18 (TAT-A) e FossaSat 2E19 (TAT-E), AE1C e AE1D, BUZZZER-1, FGN-100 D1, LEMUR-2-ALISIA, LEMUR-2-ARIANNA, LEMUR-2-MYNAMEISJEFF, LEMUR-2-ROUNDTRIPPER, LEMUR-2-STAR-FOX, LEMUR-2-WILSON, PAUSAT-1 e SATURNIN-1.

O MBZ-SAT é um satélite de observação da Terra desenvolvido pelo Centro Espacial Mohammend Bin Rashid (MBRSC), Dubai. O satélite foi totalmente desenvolvido pelos engenheiros dos Emirados Árabes Unidos no MBRSC, representa um marco na exploração espacial dos Emirados Árabes Unidos, apresentando capacidades de ponta na observação da Terra. Com uma massa total de 750 kg e dimensões de 3 m x 5 m, este satélite tem o dobro da precisão de imagem dos seus antecessores, dez vezes mais imagens e entrega rápida de dados em duas horas.

Equipado com propulsão eléctrica avançada, navegação precisa e uma câmara de alta resolução, pode proporcionar precisão na obtenção de imagens, o que suporta aplicações como monitorização ambiental, gestão de infraestruturas e assistência em caso de catástrofe. O desenvolvimento do satélite, em colaboração com empresas sediadas nos EAU, também impulsionou o crescimento económico e a transferência de conhecimento, fortalecendo o ecossistema aeroespacial do país e a competitividade global na tecnologia espacial.

A “W-Series” (também chamada !Winnebago”) é uma série de naves espaciais concebidas pela Varda Space Industries, que passarão até três meses em órbita para testar tecnologias de fabrico espacial. No final desta missão, uma cápsula de reentrada fará regressar à Terra o material produzido em órbita.

A Varda contratou a Rocket Lab para fornecer naves espaciais Pioneer (anteriormente Photon) como base para os veículos da empresa de fabrico espacial Varda Space Industries, que se integrarão nas fábricas espaciais da Varda, permitindo que produtos de alto valor sejam fabricados no espaço e devolvidos à Terra.

Seguindo uma abordagem iterativa baseada nas lições de missões anteriores, os satélites têm uma massa de cerca de 300 kg.

A quinta missão a ser realizada utilizando a plataforma InnoSat é a missão GARAI. O GARAI é constituído por dois satélites EO submétricos de alta resolução com payloads da empresa espanhola SATLANTIS. Os satélites servirão para cobrir aplicações muito especializadas, como a deteção de emissões de metano e aplicações que exijam uma resolução multiespectral de 80 cm.

A OHB Sweden actua como fornecedor de plataforma, integrador de sistemas e prestará apoio durante as fases LEOP e IOC.

O GARAI-A é um microssatélite de observação da Terra de alto desempenho, concebido para fornecer resolução submétrica. Transporta a bordo dois instrumentos de canal duplo com capacidades multiespectrais, infravermelhos de ondas curtas, polarimetria e vídeo: cargas úteis ISIM-90 e ISIM-170 desenvolvidas pela SATLANTIS. As missões terão uma vida útil nominal de aproximadamente 5 anos e proporcionarão uma cobertura global com imagens multiespectrais de alta resolução em VNIR (5 bandas), SWIR (5 bandas), polarimetria, bem como vídeo e imagens em PAN.

Os satélites ICEYE X fazem parte de uma constelação de microssatélites equipados com radar SAR (Synthetic Aperture Radar), desenvolvidos pela empresa finlandesa de startups ICEYE. Os satélites foram projetados para fornecer imagens de SAR em tempo quase real. Os satélites são veículos operacionais baseados no desenho do ICEYE X2.

A empresa está a trabalhar para lançar e operar uma constelação de micro satélites que possuem a sua própria tecnologia de sensor de SAR compacta e eficiente. O instrumento de radar de imagem ICEYE pode fazer imagens através das nuvens, mau tempo e escuridão.

Nesta missão foram lançados os satélites ICEYE-X23, ICEYE-X25, ICEYE-X26 e ICEYE-X30.

Os satélites Pelican é uma constelação de satélites comerciais de observação desenvolvida pela Planet Labs para suceder a constelação SkySat.

Os satélites têm uma resolução no solo de 30 cm e são concebidos para uma elevada taxa de revisita.

Cada satélite Pelican transporta um único instrumento, o Pelican Imager, um instrumento óptico que irá recolher imagens de altíssima resolução da superfície terrestre. Devido ao seu tempo de revisita e resolução espacial melhorados em relação às constelações comerciais existentes, as imagens do Pelican serão altamente aplicáveis ​​a sectores como a agricultura, a silvicultura, o planeamento urbano e a gestão de emergências.

O Pelican Imager é um radiómetro de varrimento que deve gerar imagens em 5 bandas no espectro visível ao infravermelho próximo. O objetivo é atingir uma resolução espacial de 0,3 m.

Quando a constelação estiver operacional, será a constelação da próxima geração da Planet Labs para actualizar a constelação de 19 satélites SkySat em órbita.

Os satélites estão equipados com sistema de propulsão eléctrica para as manobras de manutenção orbital, operando a 500 km de altitude. Têm uma massa de 195 kg e as suas dimensões são 0.56 x 0.56 x 0.40 metros.

SIGI

O SkyBee A01 é o primeiro microssatélite da constelação HiVE da Constellr. Estes satélites farão leituras de alta precisão da temperatura da superfície terrestre para ajudar a monitorizar o stress hídrico na agricultura.

O satélite argentino ÑuSat-45, também designado “UzmaSAT 1”, colocado em órbita na missão Transporter-12, faz parte da constelação de Aleph-1 que está a ser desenvolvida e operada pela Satellogic S.A..

Os satélites dseta constelação são quase idênticos entre si e têm uma massa de 38,5 kg, com dimensões de 510 x 570 x 820 mm. O objectivo principal da missão é fornecer comercialmente imagens de observação da Terra ao público em geral nas partes visível e infravermelha do espectro.

A constelação Aleph-1 oferece acesso exclusivo aos produtos de que as empresas precisam, sem desembolso de capital e sem risco técnico, oferecendo cobertura ininterrupta, recuperação rápida de capacidade e actualizações transparentes de hardware e software por satélite.

Os satélites permitem a gestão de áreas florestais, gestão de activos e alocação de capital, permitindo o controlo sobre o uso da terra florestal e rastreando a evolução de qualquer área com frequência; impedir o roubo e a colheita ilegal ao receber alertas geográficos sobre áreas impactadas e seus tamanhos sempre que as alterações são detectadas; ajudarão a definir stocks e fluxos de carbono para relatórios do governo por meio de modelos empíricos que fornecem uma série temporal de fluxos de carbono em escala nacional; e ajudar a avaliar variáveis do suporte florestal, optimizando as operações de negócios da empresa e estimando dinamicamente variáveis do suporte florestal, como volume, rendimento, altura, área basal e DBH usando modelos de previsão.

Em termos de gestão agrícola, a constelação de Aleph-1 ajudará a gerir terras e activos agrícolas, rastreando o uso da terra, recursos e capital ao longo do tempo, enquanto gere a cadeia de suprimentos com eficiência e desbloqueia a inteligência de mercado para os negócios da empresa; evitará o roubo e a colheita ilegal por meio de alertas geográficos sobre áreas impactadas e seus tamanhos sempre que forem detectadas alterações; irá monitorizar a saúde das culturas, pragas e ervas daninhas usando as tecnologias de segmentação semântica da Satellogic, para ajudar os clientes a ver com o que eles se importam por meio de lentes de aumento que podem destacar tudo, desde o tipo e idade da cultura até a presença de pragas; racionalize a irrigação e o uso de produtos químicos e avalie as características das terras agrícolas com uma ferramenta adaptada especificamente às localizações, experiências e necessidades de expansão de uma empresa.

Nas indústrias de energia, os satélites ajudarão a reduzir custos operacionais e melhorar a eficiência com a gestão automatizada da integridade dos ductos, evitando actividades ilícitas, cumprindo as regulamentações ambientais e monitorizando a infraestrutura e os activos.

Nos campos de Finanças e Seguros, os satélites ajudarão a avaliar o impacto, monitorizar desastres naturais e determinar os principais indicadores socioeconómicos para inteligência competitiva.

Os satélites estão equipados com câmaras operando em luz visível e infravermelho, e operam em órbitas sincronizados com o Sol a uma altitude de 500 km com inclinação orbital de 97,5.º. A câmara multiespectral tem uma resolução de 1 metro e a câmara hiperespectral tem uma resolução de 30 metros.

ION-SCV 014 “Amazing Antonius” e ION-SCV 016 “Eminent Emmanuel”

A D-Orbit é uma empresa italiana que desenvolveu um veículo capaz de remover da órbita terrestres satélites inoperacionais ou inactivos. Mais tarde, passou para o negócio de transportadores de satélite, ou seja, rebocadores espaciais. Até hoje, a empresa lançou seus veículos em todas as missões anteriores do Transporter, bem como na missão Starlink G2-5.

Na missão Transporter-12 são transportados os veículos ION-SCV 014 “Amazing Antonius” e ION-SCV 016 “Eminent Emmanuel”, com os satélites Skylink-1, Skylink-2, HADES-R, HYDRA-T, HYPE-AGH, POQUITO e PROMETHEUS-1, fazendo parte da oitava missão da Alba Orbital.

Desenvolvido pela empresa italiana D-Orbit, o ION-SCV (In Orbit Now – Satellite Carrier Vehicle), é uma estrutura de transporte e de demonstração tecnológica de CubeSat de voo livre, transportando vários pequenos satélites para serem colocados em órbita após se separar do estágio superior do foguetão lançador.

Os pequenos satélites Skylink-1 e Skylink-2 são as mais recentes adições à série de satélites IoT da Hello Space. Ambos os satélites são baseados no factor de forma PocketQube-3p (com dimensões 5 x 5 x 15 cm), operandoe m conjunto como parte de uma frota de picosats mais alargada, transmitindo serviços de dados IoT globais através da rede LoRaWAN. 

O PocketQube-1.5p HADES-R (também designado “SmartSat”) tem como principal missão servir de repetidor FM. O satélite será operado pela AMSAT-EA e foi desenvolvido pela AIVT Hidra Space Systems. O satélite transporta também uma experiência desenvolvida pela Smart IR/Graphene Engineering Innovantion Centre, Universidade de Manchester, que é composta por um radiador activo de baixa potência para ser testado em condições espaciais. os dados desta experiência serão transmitidos num conjunto de dados específico na telemetria. O satélite irá também transmitir o seu estado, além de mensagens de voz e CW.

O satélite HYDRA-T é uma missão PocketQube-1.5p, desenvolvida e operada pela Hydra Space Systems, sediada em Madrid, e pela AMSAT-EA, que oferecerá capacidades de comunicação comercial. Isto será conseguido através da implementação de um repetidor FM e FSK baseado em SDR. As bandas UHF e VHF serão utilizadas para downlink e uplink, respectivamente. Uma carga educativa também está incluída a bordo.

O HYPE AGH é um PocketQube-1P do SatLab AGH, um clube de estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia AGH em Cracóvia, e o primeiro PocketQube da Polónia. Conta com um espectroscópio UV-VIS para analisar a poluição luminosa, cinzas vulcânicas e degradação florestal, bem como uma câmara e um ecrã OLED para “selfies espaciais” com a Terra em segundo plano. Este projeto oferece aos alunos uma experiência valiosa e serve como ferramenta científica e educativa.

O satélite “PocketQube for In Orbit Technology Operations” (POQUITO) é a primeira missão PocketQube do Centro Interdisciplinar de Segurança, Fiabilidade e Confiança (SnT) da Universidade do Luxemburgo. Este minúsculo satélite 1P de 5 cm3 acolhe um satélite ainda mais pequeno de 5 × 5 × 0,2 cm, do tamanho de um chip de computador. O POQUITO tem como objetivo testar as comunicações entre satélites entre um PocketQube e um ‘Chipsat’ via LED em luz visível e transmitir um farol CW para a Terra para promover atividades espaciais luxemburguesas para os radioamadores.

O PROMETHEUS-1 é um pequeno satélite baseado no factor de forma PocketQube-1P de código aberto desenvolvido pela Universidade do Minho, pelo Instituto Superior Técnico e pela Universidade Carnegie Mellon no âmbito do projeto “PROMETHEUS”.

O satélite resulta de um projeto científico homónimo que foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do Programa CMU Portugal, e que teve a parceria da Universidade de Carnegie Mellon (EUA) e do Instituto Superior Técnico. O objectivo era usar o satélite em diferentes disciplinas como caso de estudo com os estudantes do Curso de Engenharia Aeroespacial, desde a validação da plataforma ao licenciamento e à futura recolha de dados. O projeto insere-se igualmente na estratégia de investigação e ensino neste âmbito em curso na Universidade do Minho.

O Mira faz parte de uma série de veículos que a Impulse Space está a desenvolver, com futuros veículos capazes de colocar cargas úteis em órbitas de transferência geoestacionárias ou inserções diretas em órbitas geoestacionárias.

O desempenho do veículo Mira depende da quantidade de carga que transporta, estimando-se que o veículo pode fornecer cerca de 1.000 metros por segundo de delta-v, ou mudança de velocidade, com uma carga útil de 300 kg. O seu sistema de propulsão, que utiliza propelentes armazenáveis, foi exaustivamente testado, com mais de 1.000 segundos de autonomia, enquanto outros elementos do veículo estão em vários estágios de projeto e fabrico.

Na missão LEO Express-2, o Mira transporte os satélites Bluebon e FOSSASat TAT-O, transportando ainda as cargas não separáveis Triclops e Holmes.

O CubeSat-6U sul-coreano BlueBon foi desenvolvido pela TelePIX, tratando-se de um satélite comercial de observação da Terra com uma resolução de 3,8 metros. É o primeiro satélite com a missão de detectar, monitorizar e quantificar o carbono azul no oceano aberto e para projectos de carbono azul. O sistema de satélite inclui uma unidade de processamento de IA e um algoritmo proprietário a bordo do satélite, permitindo que as imagens de satélite sejam processadas e analisadas “no espaço” e enviadas para a Terra, reduzindo a emissão de carbono do processamento de dados “na Terra”. O BlueBon é uma solução de ponta para que os clientes obtenham imagens de satélite e análises de dados de forma ecologicamente correta.

O satélite irá monitorizar as emissões de carbono a partir da órbita terrestre, tendo uma reduzida latência na transmissão de dados, sendo esta significativamente melhorada ao se reduzir a quantidade de dados transmitidos através de processamento feito a bordo utilizando IA.

A análise de alta qualidade é melhorada ao se reduzir o ruído potencial criado a partir da transmissão de dados entre a carga óptica e a própria plataforma do satélite.

As cargas não separáveis Triclops e Holmes estarão a bordo do Impulse-2. Desenvolvida pela Starsfish Space, a carga Triclops é composta por uma câmara electro-óptica e um computador de bordo para garantir a segurança do Impulse-2 durante potenciais operações de proximidade com outros satélites. A carga Holmes, desenvolvida pela HEO Robotics, é composta por uma câmara electro-óptica de apoio à observação de objectos artificiais em órbita.

O FOSSASat TAT-O foi desenvolvido pela espanhola FOSSA Systems e é baseado no factor de forma CubeSat-3U. O satélite foi desenvolvido para o fornecimento de comunicações IoT.

O sistema de satélite de órbita não geostacionária planeado pela EchoStar Global (conhecido como “Sistema Lyra”) fornecerá conectividade global de Banda S para a Internet das Coisas (IoT) e outras comunicações de dados, de acordo com os registos da União Internacional de Telecomunicações (“UIT ”) da Austrália para a rede SIRION -1. O sistema Lyra irá servir os serviços comerciais de IoT e funcionará como uma plataforma para o desenvolvimento contínuo do portfólio de Banda S. O Lyra Block One cobre o lançamento de quatro naves espaciais, sendo o satélite Lyra Block 1 1, o primeiro destes satélites.

Após o satélite atingir o fim da sua vida útil, realizará uma queima de saída de órbita para reduzir a altitude, onde será passivada e poderá entrar numa trajetória de reentrada descontrolada.

A Inversion Space, uma startup fundada em 2021, está de olhos postos na revolução da logística militar com o seu conceito de “armazéns no espaço”. A empresa prevê implantar cápsulas de reentrada reutilizáveis ​​para armazenar carga em órbita e entregá-la em qualquer ponto da Terra no espaço de uma hora.

Para a missão Ray-1, a cápsula compacta permanecerá em órbita durante várias semanas, passando por verificações antes de iniciar uma queima de saída de órbita. Se tudo correr como planeado, reentrará na atmosfera a velocidades hipersónicas enquanto abre um par de paraquedas — desenvolvido internamente pela Inversion — para aterrar suavemente na costa da Califórnia.

O voo tem como objetivo validar tecnologias críticas de reentrada antes da construção do veículo de carga maior da Inversion, cujas especificações ainda não foram divulgadas.

O IRIDE-MS2-HEO-1 faz parte da constelação HEO (Hawk for Earth Observation) da Argotec, que por sua vez faz parte da constelação de observação da Terra IRIDE de Itália. Os satélites HEO possuem cargas úteis de imagens ópticas com processamento de imagens integrado.

Os satélites Firefly-1 a Firefly-3 têm uma massa de 53 kg cada e irão obter imagens hiperespectrais da superfície terrestre, em mais de 150 bandas espectrais atingindo uma resolução de 4 metros com uma largura de 40 km.

O Space Flight Laboratory (SFL) desenvolveu o microssatélite NORSAT-4 para o Norsk Romsenter (Centro Espacial Norueguês). Em 2021 foi assinado um contrato com a UTIAS (Universidade de Toronto, Instituto de Estudos Aeroespaciais) para a construção do microssatélite que transporta um receptor de seguimento de navios com Sistema de Identificação Automática (AIS) desenvolvido pela Kongsberg Seatex. Uma nova adição importante ao NORSAT-4 é uma câmara capaz de obter imagens em condições de baixa iluminação.

O satélite é baseado na plataforma Defiant, da UTIAS, enquanto a carga a bordo foi desenvolvida pelo Norsk Romsenter. Tem uma massa de 35 kg e será utilizado para demonstração tecnológica e monitorização do tráfico.

Os satélites Jay-C, Jay-D1 e Jay-D2, do Laboratório de Voo Espacial UTIAS, fazem parte da constelação Gray Jay construída pelo SFL para a Investigação e Desenvolvimento de Defesa do Canadá. Trata-se de um trio de microssatélites de 30 kg com múltiplos sensores que voarão em formação para detectar e identificar alvos de superfície e aéreos na região ártica do Canadá.

O satélite Balkan-1 foi desenvolvido pela EnduroSat e é baseado no factor de forma CubeSat-16U, estando equipado com uma câmara multiespectral de última geração. As suas capacidades de processamento de rede neural profunda integradas permitirão novos casos de utilização em análise de imagens.

A constelação de satélites Balkan será composta por 120 satélites e proporcionará à UE tempos de revisita sem precedentes, serviços de monitorização baseados na nuvem quase em tempo real e capacidades de deteção baseadas em IA. Os dados espaciais fornecidos por estes satélites irão acelerar o acesso à vigilância marítima, à ajuda humanitária, ao apoio ecológico e à monitorização ambiental.

O satélites são capazes de obter imagens com uma resolução espacial de 1,5 metros e um varrimento de 14 km, sendo utilizados para a detecção de embarcações, actividades suspeitas e monitorização do tráfego marítimo quase em tempo real com processamento de bordo habilitado por IA. Serão também utilizados em serviços de apoio à vigilância das fronteiras, ao planeamento marítimo e à monitorização global da cadeia de abastecimento.

A AAC Clyde Space lança a bordo o satélite Sedna-2, um CubeSat-4U com uma carga útil AIS para monitorização marítima

O GESat GEN1 é um satélite de 30 kg com uma câmara integrada de infravermelhos de comprimento de onda curto (SWIR) baseada num interferómetro Fizeau.

A câmara SWIR dará ao satélite a capacidade de captar luz na região infravermelha de ondas curtas do espectro eletromagnético. Isto é particularmente importante para detetar metano. O interferómetro de Fizeau é um dispositivo utilizado na câmara para medir padrões de interferência de luz. Deteta detalhes espectrais finos, ajudando a identificar as emissões de metano com elevada precisão.

O GESat GEN1 vai dar à Copernicus da União Europeia a primeira missão espacial europeia privada em órbita capaz de detetar e quantificar as emissões de metano em pontos críticos, com um limite de 100 kg/hora. Isto significa que os utilizadores poderão detetar emissões de metano ao nível da instalação com elevada precisão.

Estas quantificações são mais precisas do que as fornecidas pelo TROPOMI, o instrumento do Copernicus Sentinel-5P. Embora o TROPOMI forneça concentrações de coluna de metano com elevada sensibilidade, estas são medições mais regionais do que localizações precisas.

Os mapas de concentração de metano e de taxas de emissão de metano serão os principais produtos do GESat e serão entregues ao Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus.

Quando o PLUM estiver estabelecido e a constelação GESat estiver completa, os cientistas, decisores políticos e utilizadores de toda a Europa poderão utilizar o Copernicus para monitorizar as emissões de metano em locais precisos com dados de revisita diária.

Com informações detalhadas sobre os locais onde as emissões de metano são mais pronunciadas, a Absolut Sensing fornecerá as provas necessárias para que as empresas emissoras avaliem os seus processos e encontrem formas de libertar menos metano para a atmosfera. Ao mesmo tempo, os dados do GESat darão aos reguladores as ferramentas necessárias para garantir que as metas de emissões de gases com efeito de estufa são cumpridas.

O satélite SAT GUS é um CubeSat-12U concebido e construído pela Tyvak International, e tem como objetivo permitir que as pessoas tirem selfies no espaço, com a Terra como pano de fundo.

O projeto “Space Selfie”, lançado pela CrunchLabs, uma iniciativa fundada por Mark Rober, um antigo engenheiro da NASA e criador de conteúdos do YouTube, tem como objetivo enviar selfies dos participantes para o espaço, exibi-las num telefone montado num satélite e captar uma fotografia com Terra em segundo plano antes de a enviar de volta para o participante.

Os satélites BRO (Breizh Reconnaissance Orbiter), desenvolvidos pela UnseenLabs, são uma série de satélites que fornecem um serviço de monitorização de espectro e inteligência eletromagnética (SIGINT) para vigilância de tráfego marítimo e aéreo. Os satélites, construídos pela GOMSpace, são baseados nos factores de forma CubeSat-8U com uma carga útil de monitorização de espectro construída pela UnseenLabs. A massa do satélite é de 8 kg.

Este é o primeiro passo para uma futura constelação utilizando uma monitorização avançada do espectro dedicada a um serviço de vigilância marítima disruptivo.

Desenvolvidos pela Tyvak Nano-Satellite Systems, Inc. e com uma massa de 35 kg, os satélites Centauri-7 e Centauri-8 são o segundo e terceiros dos satélites anteriormente designados “Alpha” a serem colocados em órbita, sendo baseados no factor de forma CubeSat-12U. Estes são versões operacionais da constelação de 140 satélites da Fleet Space Technologies para uma rede global de conectividade para a Internet-of-Things (IoT) projectada para ser utilizada pelas industrias de energia, utilidades e recursos.

Os satélites operacionais são baseados na tecnologia testada nos anteriores satélites Centauri, tendo dimensões superiores às versões baseadas nos factores CubeSat e são construídos utilizando tecnologia de impressão 3D. Os satélites estão equipados com 64 elementos de antenas (em comparação com os 4 elementos utilizados nos anteriores satélites Centauri), aumentando a sua capacidade por um factor de 16, tendo somente uma massa quatro vezes superior aos satélites Centauri originais.

A missão EDISON-1 IOD, um CubeSat-8U, demonstrará a capacidade espacial das tecnologias espaciais de ponta desenvolvidas pela australiana Neumann Space Pty Ltd, pela francesa ION-X e pela francesa Infinite Orbits SAS. Financiada pela ESA no âmbito do inovador programa Pioneer, esta missão tem como objetivo avaliar e apoiar fornecedores qualificados de serviços pioneiros baseados no espaço.

Especialmente concebida pela Space Inventor para esta missão, o satélite EDISON irá realizar vários meses de manobras orbitais para validar as cargas úteis dos seus parceiros de missão. Para apoiar esta missão, a Space Inventor estabeleceu a sua própria rede de estações terrestres e tornou-se uma operadora de satélites licenciada pela Lei do Espaço Sideral. Esta notável conquista permite à Space Inventor oferecer actividades de missão em todas as fases do ciclo de vida de uma missão avançada; desde a definição inicial da missão até à Montagem, Integração e Testes (AIT), lançamento, operações em órbita pela equipa de operadores treinados da Space Inventor, até ao descomissionamento final e saída da órbita da nave espacial.

Este marco do FAR com a ESA não só sublinha o espírito colaborativo da missão, como também impulsiona as atividades comerciais de demonstração em órbita do Space Inventor no futuro.

O satélite FOREST 3 (Forest Observation and Recognition Experimental Smallsat Thermal Detector) é um protótipo de um satélite desenvolvido pela Orora Technologies (OroraTech) para a detecção de fogos florestais. Esta é uma missão percursora de uma constelação de satélites deste tipo. Sendo uma versão melhorada dos satélites FOREST-1 e FOREST-2, o FOREST-3 é baseado no factor de forma CubeSat-8U.

O FOREST-3 irá monitorizar três canais no espectro de infravermelhos térmicos (TIR) ​​e terá um instrumento de imagem óptica adicional e uma placa gráfica integrada. Isto permitirá não só a deteção de incêndios em órbita, mas também o empilhamento de várias imagens no satélite. A tecnologia será utilizada no futuro noutros sectores, como a agricultura, o aquecimento urbano e os seguros.

Os satélites Connecta-IoT constituem uma constelação desenvolvida pela Plan-S para o fornecimento de serviços de comunicações na Internet of Things (IoT), prevendo-se que venha a ser constituída por 200 satélites. Os satélites são baseados no factor de forma CubeSat-6U. Nesta missão foram lançados os satélites Connecta-IoT 5 a Connecta-IoT 8.

O satélite indiano Elevation-1 é um CubeSat-6U desenvolvido pela XDLINX Space Labs Pvt. Ltd. Como primeira missão comercial global a demonstrar comunicações em banda E com modulação digital, o Elevation-1 está a abrir caminho para futuras taxas de dados superiores a 10 Gbps.

As empresas Digantara e OrbAstro desenvolveram o SCOT (ORB-6), um CubeSat-6U que aloja o sensor Space Climate and Object Tracker da Digantara para monitorizar os detritos espaciais e o clima espacial.

Desenvolvido pela empresa chega TRL Space, o satélite TROLL é um CubeSat-6UXL que transporta uma câmara hiperespectral desenvolvida pela Simera Sense.

O AlainSat-1 é um projeto de colaboração entre o NSSTC e a IEEE Geoscience and Remote Sensing Society (GRSS) sob a forma do GRSS Student Grand Challenge para permitir que as equipas de estudantes desenvolvam cargas úteis de observação da Terra para um pequeno satélite no formato de forma CubeSat-3U.

No âmbito deste projecto, três equipas desenvolveran cargas úteis, nomeadamente a Universitat Politècnica de Catalunya, Espanha (radiómetro de banda L para monitorizar a humidade do solo, uma câmara multiespectral para monitorizar a vegetação e um rádio definido por software para monitorizar a interferência de radiofrequência, juntamente com um sistema de antena), a Universidade de Telkom, Indonésia (uma câmara e um espectrómetro em miniatura para deteção atmosférica) e o Instituto de Tecnologia de Kyushu, Japão (algoritmos para a classificação de imagens a bordo para detetar automaticamente as imagens de melhor qualidade para downlink)

A missão espanhola ANSER, conjunta do INTA e da ESA, para monitorizar a qualidade da água e as alterações climáticas, consistindo num trio de CubeSats-3U de voo em formação com um Lider e dois Follower, foi lançada num foguetão Vega em Uutubro de 2023, com o Líder a falhar na implantação em órbita. Desde então, os dois satélites Follower têm vindo a descer de 570 km em direção à sua órbita científica de 500 km, utilizando o arrasto diferencial para controlar a sua taxa de descida. Os dois satélites tentarão encontrar-se com um novo satélite Leader-S que é lançado na missão Transporter-12.

A constelação de satélites de observação da Terra, Flock, foi construída e operada pela Planet Labs (anteriormente designada Cosmogia Inc.), é composta por numerosos CubeSat-3U com uma massa de 5 kg. As constelações Flock-1 e Flock-1b são compostas por 28 satélites em órbitas inclinadas em altitudes médias. A constelação Flock-1c é composta por 11 satélites em órbitas polares.

Grande parte dos satélites contém um sistema de observação RGB standard, mas cinco satélites foram equipados com sistemas experimentais operando em diferentes bandas espectrais ópticas.

Cada satélite transporta um telescópio e uma câmara CCD equipada com um filtro Bayer. O sensor CCD converte os fotões filtrados em electrões, que são então ampliados de forma a produzir um número digital correspondente a cada pixel em cada banda. A Planet Labs lançou três gerações de instrumentos ópticos: Planet Scope 0 (PS0), Planet Scope 1 (PS1) e Planet Scope 2 (PS2). As imagens têm diferentes atributos dependendo da altitude do satélite e do tipo de instrumento.

O PS0 é composto por um Maksutov Cassegrain de dois elementos ópticos com um detector CCD de 11MP. Os elementos ópticos estão montados em relação à estrutura do satélite. O PS1 contém o mesmo sistema óptico do PS0 mas alinhado e montado num telescópio de fibra de carbono e titânio que se encontra isolado. Este telescópio é equipado com um detector CCD de 11MP. O PS2 é composto por um sistema óptico de cinco elementos que fornece imagens com um campo de vida largo e qualidade de imagem superior, sendo equipado com um sensor CCD de 29MP.

Nesta missão foram lançados os Flock-4g (1) a Flock-4g (36).

O projeto INNOCube (Innovative Cubesat for Education) é um projeto satélite realizado em cooperação entre a Universidade Técnica de Berlim e a Universidade Julius-Maximilians, de Würzburg.

O objetivo do projeto é a demonstração tecnológica de duas tecnologias inovadoras num pequeno satélite, um CubeSat-3U+. Para além da demonstração de tecnologia, a educação dos alunos em design e engenharia de sistemas, planeamento e operação é parte integrante do projeto. O satélite foi concebido para operar numa órbita de 500 a 600 km de altitude durante a sua vida útil de pelo menos um ano.

Os nanossatélites IRIS F (Intelligent Remote-Sensing and Internet Satellite) – IRIS F2 e IRIS F3 – são baseados no factor de forma CubeSat-3U, sendo satélites de demonstração de tecnologia desenvolvidos em conjunto pela Universidade Nacional Cheng Kung (NCKU) de Tainan, Taiwan, e pela SATORO. Os satélites têm uma massa de 4 kg.

O CubeSat-3U LIME (Low-latency Intelligence and Monitoring Experiment) tem como missão a caracterização da disponibilidade de ligações de dados de curta duração Iridium em órbita.

O satélite foi concebido pela NOVI ao abrigo de um contrato de Investigação de Inovação para Pequenas Empresas (SBIR). O lançamento e as operações no espaço são abrangidos por um subcontrato subsequente com o Laboratório de Dinâmica Espacial.

Os principais objectivos da missão são a criação de mapas geográficos e temporais combinados de cobertura de comunicações de uplink e downlink de dados de emissões curtas (SBD) do Iridium em órbita com a antena numa variedade de orientações; execução de um software de monitorização da integridade do sistema para experimentar a utilização da aprendizagem automática na previsão e deteção de falhas do sistema antes ou logo depois de estas ocorrerem; e quantificar o desempenho do hardware de aprendizagem automática utilizado e obtenha conhecimentos de voo para determinar a sua adequação para futuras missões LEO.

O satélite PARUS-T1 é um Cubesat-3U que segue o design anterior do NUTSAT CubeSat, estando dedicado a receber sinais APRS em três frequências globais principais: 144,640 MHz; 144,390 MHz e 144,800 MHz, registando os dados do Indicador de Intensidade do Sinal Recebido (RSSI) para cada pacote APRS recebido.

O satélite utiliza um receptor do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) para determinar a localização da órbita do CubeSat durante a recepção do sinal. Armazena os dados APRS recebidos, os valores RSSI e os dados de localização correspondentes na memória do computador de bordo (OBC), e transmite os dados armazenados para a estação terrestre. Os alunos também estarão amplamente envolvidos na análise dos dados da missão e ganharão experiência prática na compreensão da propagação ionosférica e do seu impacto nas comunicações rádio terrestres e por satélite. Os pacotes de beacon não devem ser encriptados e disponibilizados publicamente à comunidade através de sites.

O CubeSat-1U HCT-Sat 1 foi desenvolvido pelo Higher Colleges of Technology, Emirados Árabes Unidos em conjunto com o Centro Espacial Mohammend Bin Rashid (MBRSC). A bordo transporta uma carga de observação da Terra.

O TechEdSat-22 (TES-22) é um CubeSat-1U desenvolvido pelo Centro de Investigação Espacial Ames, da NASA, que irá realizar uma missão de demonstração tecnológica.

O CubeSat-1U Veery-0F (Veery v0.4, Fledgling Veery Barb) é um picossatélite desenvolvido pela Care Weather Technologies como demonstrador de tecnologia para os seus satélites de dispersão de vento Veery planeados.

Após o lançamento, irá implantar a sua antena e comissionar o seu rádio, sensores de apontamento e atuadores de apontamento, tendo como missão demonstrar a medição da velocidade do vento à superfície do oceano, um processador central Linux, software de controlo e determinação de atitude para apontar o nadir, implantação de painéis solares, atuadores de implantação de liga com memória de forma e atualizações através do ar e um rádio de alta taxa.

AE1C e AE1D

BUZZZER-1

O pequeno FGN-100-D1 é uma missão de demonstração de um microssatélite de 100 kg da empresa turca Fergani Space.

Os satélites Lemur-2 são baseados no modelo CubeSat-3U e têm uma massa de 4 kg.

Os satélites constituem a constelação inicial em órbita terrestre baixa construídos pela Spire, transportando duas cargas para meteorologia e seguimento do tráfego marítimo (a carga STRATOS – ocultação do sinal rádio de GPS – e a carga AIS SENSE, respectivamente). A STRATOS permite a detecção do sinal GPS que é afectado quando passa através da atmosfera terrestre. Posteriormente, e utilizando um processo designado ‘ocultação do sinal GPS’, o satélite mede a alteração do sinal GPS para calcular os perfis precisos para a temperatura, pressão e humidade na Terra.

A partir do 78.º Lemur-2, estes satélites transportam também a carga AirSafe ASD-B para seguimento de aviões.

A Escola de Pós-Graduação Naval, em colaboração com a Ciência e Tecnologia de Defesa da Nova Zelândia, tem um CubeSat-1U chamado Otter que testará as cargas de comunicação.

O satélite paquistanês PAUSAT-1 é um CubeSat-1U desenvolvido em comlaboração entre a Universidade Aérea do Paquistão e a empresa turca ITU SSDTL, transportando uma carga de observação hiperes+ectral.

SATURNIN-1

Desenvolvido pela LusoSpace, o PoSat-2 é o primeiro de uma constelação de 12 microssatélites projetados para monitorizar o tráfego marítimo. Este projeto presta homenagem ao PoSat-1, o primeiro satélite português lançado em 1993. Foi concebido para revolucionar as comunicações marítimas, oferecendo um sistema de mensagens curtas, apelidado de “Twitter dos oceanos”. A tecnologia permitirá, por exemplo, alertar embarcações sobre condições meteorológicas adversas, possíveis ameaças de pirataria e emergências no mar.

Os primeiros dados do PoSat-2 deverão estar disponíveis em novembro deste ano, marcando o início de uma nova era para as comunicações marítimas. O projeto, financiado em parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem um orçamento total de 20 milhões de euros e prevê o lançamento dos restantes 11 satélites até ao final de 2025.

Lançamento

A cerca de dez horas do lançamento procedeu-se à activação eléctrica do foguetão Falcon-9. Tanto o lançador como a sua carga são submetidos a uma série de verificações testes antes do início do abastecimento do querosene RP-1. O Director de Voo consulta os controladores a T-38m, determinando assim se tudo está pronto para o início do abastecimento do lançador. O processo de abastecimento de RP-1 inicia-se a T-35m no primeiro estágio, seguindo-se o início do abastecimento do oxigénio líquido (LOX) na mesma altura. O abastecimento de LOX ao segundo estágio inicia-se a T-16m.

A fase terminal da contagem decrescente inicia-se com os motores a serem condicionados termicamente para o lançamento a T-7m. A T-1m é enviado um comando para o computador de voo para iniciar as verificações pré-lançamento e o sistema de supressão sónica é activado na plataforma de lançamento inundada por milhões de litros de água. Por esta altura os tanques de propelente também são pressurizados. A T-45s o Director de Lançamento da SpaceX verifica se todos os parâmetros estão prontos para a missão, sendo também verificado que o espaço aéreo está pronto para o lançamento. A sequência de ignição é iniciada a T-3s. A T=0s o foguetão abandona a plataforma.

Abandonando a plataforma de lançamento, o Falcon-9 inicia uma série de manobras para se colocar na trajectória de voo correcta.

Tempo (h:m:s) Evento
00:01:04 Máxima pressão dinâmica (MaxQ)
00:02:13 Final da queima do 1.º estágio (MECO)
00:02:17 Separação entre o 1.º e o 2.º estágio
00:02:21 Manobra de posicionamento do 1.º estágio
00:02:25 Ignição do 2.º estágio (SES-1)
00:02:30 Início da queima de regresso do 1.º estágio
00:03:03 Separação da carenagem de protecção
00:03:25 Final da queima de regresso do 1.º estágio
00:06:12 Início da queima de reentrada do 1.º estágio
00:06:41 Final da queima de reentrada do 1.º estágio
00:07:15 Início da queima de aterragem do 1.º estágio
00:07:32 Aterragem do 1.º estágio
00:08:15 Final da primeira queima do 2.º estágio (SECO-1)
00:50:52 Início da segunda queima do 2.º estágio (SES-2)
00:50:56 Final da segunda queima do 2.º estágio (SES-2)
00:54:07 Início da separação dos satélites

 

 

 

 

O foguetão Falcon-9

Baptizado em nome da nave Millenium Falcon da saga cinematográfica “Guerra das Estrelas”, o foguetão Falcon-9 v1.1 foi um lançador a dois estágios projectado e fabricado pela SpaceX para o transporte seguro e fiável de satélites e do veículo Dragon para a órbita terrestre. Sendo o primeiro foguetão completamente desenvolvido no Século XXI, este lançador foi projectado desde o início para ter a máxima fiabilidade. A sua simples configuração de dois estágios minimiza o número de

Estatísticas de reutilização (a actualizar!)

Para esta missão, o estágio B1067 (na sua 25.ª missão) demorou 37 dias 8 horas e 57 minutos a ser processado (a sua missão anterior havia sido o lançamento da missão Starlink G6-70 a 4 de Dezembro de 2024. Com esta missão, o tempo médio de processamento do primeiro estágio dos Falcon-9 é de 28,41 dias (tendo por base os últimos 30 lançamentos e excluindo os primeiros voos de cada estágio).

Por seu lado, a Plataforma de Lançamento SLC-40 demorou 3 dias 22 horas e 27 minutos a ser processada para esta missão (a sua missão anterior havia sido o lançamento da missão Starlink G6-71 a 6 de Janeiro de 2025). Com esta missão, o tempo médio de processamento do complexo de lançamento é de 4,97 dias (tendo por base os últimos 30 lançamentos).

eventos de separação (staging) e com nove motores no primeiro estágio, pode completar a sua missão em segurança mesmo na possibilidade de perda de um motor.

O Falcon-9 fez história em 2012 quando colocou a cápsula Dragon na órbita correcta para uma manobra de encontro com a estação espacial internacional, fazendo da SpaceX a primeira companhia comercial a visitar a ISS. Desde então, a SpaceX realizou múltiplas missões para a ISS transportando e recolhendo carga para a NASA. O Falcon-9, bem como a cápsula Dragon, foram desenhados na base do desenvolvimento de um sistema de transporte de astronautas para o espaço.

O foguetão Falcon-9 Upgrade, ou Falcon-9 FT, (a seguir designado simplesmente como “Falcon-9”) representa a mais recente evolução deste lançador. De forma geral, o Falcon-9 tem 68,4 metros de comprimento, 3,7 metros de diâmetro e uma massa de 541.300 kg. O veículo é capaz de colocar uma carga de 13.150 kg numa órbita terrestre baixa ou 4.850 kg numa órbita de transferência geossíncrona.

O primeiro estágio do Falcon-9 está equipado com nove motores Merlin (Merlin-1D) e tanque de liga de alumínio e lítio que contêm oxigénio líquido e querosene RP-1. Após a ignição, um sistema de segurança fixa o veículo na plataforma de lançamento e garante que todos os motores são verificados como estando na força máxima antes de libertar o foguetão para o seu voo. Então, com uma força superior a cinco aviões Boeing 747 em potência máxima, os motores Merlin lançam o foguetão para o espaço. Ao contrário dos aviões, a força de um foguetão vai aumentando com a altitude – o Falcon-9 gera 6.806 kN ao nível do mar, mas atinge 7.426 kN no vácuo espacial. Os motores do primeiro estágio vão sendo aumentados em potência perto do final da queima do estágio para assim limitar a aceleração do veículo à medida que a massa do lançador diminui com a queima do combustível. O tempo total de queima do primeiro estágio é de 162 segundos.

Com os seus nove motores agrupados juntos na configuração ‘octaweb’, o Falcon-9 pode aguentar a falha de até dois motores durante o lançamento e mesmo assim conseguir atingir a órbita terrestre com sucesso. O Falcon-9 é o único lançador na sua classe com esta característica chave.

O motor Merlin foi desenvolvido internamente pela SpaceX, mas vai encontrar as suas raízes aos motores das missões Apollo, nomeadamente o sistema de injecção baseado no motor do módulo lunar. O propelente é alimentado por uma única conduta, com uma turbo bomba de dupla pá que opera num ciclo de gerador a gás. A turbo bomba também fornece o querosene a alta pressão para os actuadores hidráulicos, que depois recicla para a entrada a baixa pressão. Isto elimina a necessidade de um sistema hidráulico separado e significa que não é possível ocorrer uma falha no controlo de vector de força por falta de fluido hidráulico. Uma terceira utilização da turbo bomba é o fornecimento de controlo de rotação ao actuar no escape da turbina de exaustão (no segundo estágio). Combinando-se estas características num só dispositivo aumenta-se assim de forma significativa o nível de fiabilidade do sistema.

O motor é capaz de desenvolver uma força de 654 kN ao nível do mar, 716 kN no vácuo, com um impulso específico de 282 segundos (nível do mar) e 311 segundos (vácuo).

A secção interestágio é uma estrutura compósita que liga o primeiro e o segundo estágio e alberga os sistemas de libertação e separação. O Falcon-9 utiliza um sistema de separação totalmente pneumático para uma separação de baixo impacto e altamente fiável que pode ser testado no solo, ao contrário dos sistemas pirotécnicos utilizados na maior parte dos lançadores.

O segundo estágio é propulsionado por um único motor Merlin de vácuo e coloca a carga a transportar na órbita desejada. O motor do segundo estágio entra em ignição poucos segundos após a separação entre o segundo e o primeiro estágio, e pode ser reiniciado várias vezes para colocar múltiplas cargas em diferentes órbitas. Para máxima fiabilidade, o segundo estágio está equipado com sistemas de ignição redundantes. Tal como o primeiro estágio, o segundo estágio é feito a partir de uma liga de alumínio e lítio.

O motor Merlin de vácuo (Merlin-1D de vácuo) desenvolve uma força de 934 kN e o seu tempo de queima é de 397 segundos.

A carenagem compósita é utilizada para proteger a carga durante a passagem do Falcon-9 pelas camadas mais densas da atmosfera. Quando a missão do Falcon-9 é o lançamento do veículo de carga Dragon, a carenagem não é utilizada, pois a cápsula possui o seu próprio sistema de protecção.

A carenagem tem 13,1 metros de comprimento e 5,2 metros de diâmetro. Fabricada em fibra de carbono, separa-se em duas metades utilizando um sistema de separação de actuadores pneumáticos semelhantes aos que são utilizados para a separação entre o primeiro e o segundo estágio.

A sequência de lançamento para o Falcon-9 é um processo de precisão ditada pela janela de lançamento tendo em conta a posição orbital a ser ocupada pela carga a bordo. Se a janela de lançamento é perdida, a missão é então adiada para a próxima janela de lançamento disponível.

Cerca de quatro horas antes do lançamento, inicia-se o processo de abastecimento – primeiro oxigénio líquido seguindo-se o querosene altamente refinado (RP-1). O vapor observado a sair do lançador durante a contagem decrescente é na realidade oxigénio a ser liberto dos tanques, sendo esta a razão pela qual o abastecimento de oxigénio líquido se mantém até quase ao final da contagem decrescente.

Lançamento Veículo 1.º estágio Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga Recuperação
2024-251 415 B1075.16 VSFB, SLC-4E 29/Dez/24 01:58:30 Starlink G11-3 OCISLY
2024-252 416 B1083.7 CCSFS, SLC-40 29/Dez/24 05:00 Agila NuView Alpha NuView Bravo UtilitySat-1 ASOG
2024-254 417 B1078.16 KSC, LC-39A 31/Dez/24 05:39:10 Starlink G12-6 JRTI
2025-001 418 B1073.20 CCSFS, SLC-40 04/Jan/25 01:27 Thuraya-4 ASOG
2025-002 419 B1077.17 CCSFS, SLC-40 06/Jan/25 20:43:59 Starlink G6-71 JRTI
2025-003 420 B1086.3 KSC, LC-39A 08/Jan/25 15:27:00 Starlink G12-11 ASOG
2025-005 421 B1071.22 VSFB, SLC-4E 10/Jan/25 03:52:00 NROL-153 OCISLY
2025-006 422 B1067.25 CCSFS, SLC-40 10/Jan/25 19:11:20 Starlink G12-12 JRTI
2025-008 423 B1080.15 CCSFS, SLC-40 13/Jan/25 16:47:09 Starlink G12-4 ASOG
2025-009 424 B1088.2 VSFB, SLC-4E 13/Jan/25 18:49 Transporter-12 LZ-4

Imagens: SpaceX  



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