Nas primeiras horas da manhã do dia 22 de Abril de 2017, a missão internacional Cassini-Huygens fez o seu último voo acercado à maior lua de Saturno, Titã, chegando a 1000 km deste astro revestido de atmosfera.
A fotografia aqui apresentada é uma imagem natural, enviada ontem à Terra, obtida no sábado às 18:42 GMT. É uma das muitas imagens que podem ser encontradas no Arquivo de imagens em bruto de Cassini.
A última aproximação de Cassini usou a gravidade de Titan para lançar o satélite na fase final da sua missão, configurando-o para a “Grande Final” que inclui uma série de 22 órbitas semanais, na qual o satélite mergulhará entre os anéis internos de Saturno e a atmosfera externa do planeta. O primeiro desses mergulhos no plano anelar ocorre na quarta-feira.
Cassini fará muitos outros voos aproximados não-direcionados a Titã e outras luas no sistema de Saturno nos próximos meses, em distâncias muito maiores. Voos aproximados não-direccionados não requerem manobras especiais, mas sim a lua encontrar-se, por acaso, relativamente perto da trajectória do satélite.
Um voo aproximado final e distante a Titã ocorrerá no dia 11 de setembro, o que foi apelidado de “beijo do adeus”, uma vez que dirigirá Cassini num curso de colisão com Saturno a 15 de setembro. Isto irá concluir a missão de uma forma que evita a possibilidade de uma futura colisão no potencialmente habitável oceano-lua Enceladus, protegendo esse mundo para exploração futura.
Uma conferência de imprensa foi realizada hoje, dia 25 de abril, às 13:30 GMT (15:30 CEST), na reunião da União Europeia de Geociências, em Viena, para pré-visualizar a “Grande Final”, além de celebrar os destaques científicos da incrível odisseia de 13 anos de Cassini em Saturno.
Precisamente hoje, um novo resultado foi publicado na Nature Astronomy que constata que, quando observada a partir da órbita de Cassini, o lado de Titã que se encontra na escuridão brilha 10-200 vezes mais do que o seu lado iluminado (que se encontra voltado para o Sol). Os cientistas pensam que isto é causado pela eficiente dispersão directa da luz solar pela sua extensa neblina atmosférica, um comportamento exclusivo de Titã no nosso Sistema Solar.
Cassini-Huygens é um projecto cooperativo da NASA, ESA e ASI, a agência espacial italiana.
Notícia e imagem: ESA
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