Como parte da estratégia da ESA para promover a competitividade comercial na Europa, e enquanto se concentra nos seus principais objetivos, a agência transferiu a propriedade de várias estações terrestres de monitorização, para reutilização por organizações externas.
No final de 2017, a ESA transferirá três estações para organizações nacionais em Espanha e em Portugal, que assumirão a prestação de serviços de monitorização por satélite, a uma grande variedade de clientes comerciais.
As três estações envolvidas na transferência estão todas equipadas com antenas parabólicas, de 15 m de diâmetro, adequadas para suportar missões próximas da Terra, e estão localizadas em Espanha, em Maspalomas, no centro de astronomia espacial da ESA, perto de Madrid, e em Perth, Austrália Ocidental.
Os novos operadores poderão usar as estações para oferecer serviços de monitorização, numa base comercial, para clientes em todo o mundo, o que também inclui a ESA, deixando a Agência livre para se concentrar em atingir os exigentes requisitos técnicos das suas estações de espaço profundo, em Espanha, Argentina e Austrália, e na operação de um selecto grupo de quatro outras estações.
“A transferência aumenta as capacidades e qualidades comerciais na Europa, não só para o benefício da ESA, mas também para parceiros comerciais”, diz Yves Doat, Chefe da Infraestrutura de Instalações Terrestres no centro de controlo de missão da ESA, Darmstadt, Alemanha.
“A ESA continuará a desenvolver as novas tecnologias necessárias para a comunicação futura, incluindo uma comunicação óptica de alta velocidade e uma rede com parceiros de exploração na Lua, Marte e outros destinos do espaço profundo.
“Esta abordagem mantém e consolida as futuras comunicações próximas da Terra da Agência através de suporte comercial.”
Do Oceano Índico ao Atlântico ventoso
A transferência da estação de Perth foi notável. A licença de frequência da estação foi retirada pelo regulador nacional de telecomunicações em 2015, e a estação já não podia operar onde estava. Após a desactivação, a ESA teria de enfrentar o custo, não insignificante, de desmantelar e descartar a estrutura e o equipamento técnico.
“Em vez disso, o governo de Portugal fez uma oferta para a estação e, após um acordo de partilha de custos para o desmantelamento e o transporte, foi enviada para a ilha de Santa Maria, nos Açores, onde será recolocada em funcionamento até 2018”, diz Yves.
Aproveitamento dos conhecimentos nacionais
Em contrapartida, as antenas existentes em Maspalomas, Ilhas Canárias e perto de Madrid serão assumidas nos seus locais actuais para serem operadas pelo Instituto Nacional de Tecnologia Aeroespacial (INTA) da Espanha.
A antena de Madrid será remodelada e reiniciará as operações em 2018 sob uma nova licença.
Desde Setembro de 2017, a estação de Maspalomas tem operado sob o seu novo proprietário e já foi utilizada para apoiar a missão Cluster da ESA, um dos seus primeiros clientes-base.
“Durante mais de três décadas de serviço, as três estações apoiaram algumas das mais importantes missões terrestres, científicas e humanas da Europa, bem como os lançadores que são lançados desde Kourou”, diz Lionel Hernández, ex-director da estação de Madrid.
“É apropriado que continuem a servir uma base de clientes ampla e activa, apoiando operadores de voos espaciais por toda a Europa.”
Notícia e imagens: ESA
Texto corrigido para Língua Portuguesa pré-AO90