Após cinco lançamentos bem sucedidos, marcando a diferença entre as empresas chinesas de lançamentos orbitais, a empresa chinesa CAS Space (Beijing Zhongke Aerospace Exploration Technology Co.) falhou o sexto lançamento do seu foguetão Lijian-1 que transportava onze satélites a bordo.
O lançamento do Lijian-1 (Y6) teve lugar às 0103:31,131UTC e foi realizado a partir do Complexo de Lançamento LC43/130 da Área de Teste de Inovação Espacial Comercial de Dongfeng localizada no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, Mongólia Interior.
Num comunicado onde expressa as desculpas aos seus clientes pela perda dos seus satélites, a empresa CAS Space refere que “o primeiro e o segundo estágios do foguetão voaram normalmente, mas a atitude do lançador tornou-se instável cerca de 3 segundos após a ignição do motor do terceiro estágio.” Com o veículo a desviar-se da trajectória prevista, “o sistema autónomo de controlo de segurança do foguetão autodestruiu-se e a missão de lançamento falhou.”
Por seu lado, a agência oficial de notícias, Xinhua, refere que “Às 9h03 do dia 27 de Dezembro, o foguetão lançador comercial privado Lijian-1 Y6 foi acionado e levantou voo na Área de Teste de Inovação Espacial Comercial de Dongfeng. O foguetão voou de forma anormal e a missão de teste de voo falhou. A causa específica está a ser analisada e investigada posteriormente.”
A bordo foram transportados os satélites B300-L01 Dier-3, Yinglong-1, Yangwang-2, Yixian-A, CASAA-Sat e seis satélites Yunyao-1.
Também designado “Wangxingji” (“王兴记号”), o satélite B300-L01 Dier-3 (迪迩三号) transportava várias experiências vários campos da tecnologia no interior da sua cápsula recuperável, nomeadamente experiências na área da microgravidade, exploração do ambiente espacial, demonstrações tecnológicas, biologia espacial, crescimento de plantas, ciências dos materiais e um mini laboratório espacial.
O satélite tinha um comprimento de 2,o metros, 1,4 metros de diâmetro e um volume de carga de 1,2 m3, tendo uma capacidade de carga de 300 kg. A envergadura dos seus painéis solares era de 6,0 metros.
O satélite Yinglong-1 (应龙一号) foi o primeiro satélite da Jiangsu Yinglong Satellite Technology Co., Ltd., que irá conceber e operar uma constelação de pequenos satélites meteorológicos. O satélite Yinglong-1 utilizaria uma sonda atmosférica de micro-ondas integrada de design independente CMAS, que pela primeira vez na China integrou termómetros e higrómetros numa carga útil. O satélite iria medir a temperatura atmosférica global em alta precisão, humidade atmosférica e outros alvos de deteção de revisita horária.
O satélite Yangwang-2 (仰望二号) seria uma versão melhorada do satélite Yangwang-1, sendo este um satélite comercial de observação astronómica na banda óptica, sendo desenvolvido pela Shenzhen Aerospace Dongfanghong Satellite Co., Ltd. para a empresa Origin Space Co., Ltd.
O Yangwang-2 tinha uma melhoria média de uma ordem de grandeza nos seus principais indicadores de desempenho, como o número de pixéis efetivos, ruído de leitura, corrente escura, resolução, precisão de apontamento de atitude, estabilidade de atitude, capacidade de armazenamento, taxa de transmissão, etc. O Yangwang-2 teria capacidades de observação mais elevadas para alvos escuros e fracos, melhor qualidade de observação, maior tempo de observação e volume de dados mais rico.
O satélite Yixian-A (逸仙-A星), também denominado “Zhongshan Daxue XueSheng Lifang” (“中山大学学生立方星”), foi um projecto dirigido pela Escola de Aeronautica e Astronáutica da Universidade Sun Yat-sen University, sendo desenvolvido em conjunto pela Escola de Manufactura Avançada e pela Escola de Materiais, e implementado pela Associação de Estudantes de Micro-Nano satélites da Universidade Sun Yat-sen. O satélite tinha como objectivo realizar várias verificações técnicas em voo: obter uma imagem de si próprio e detecção de satélites, teste em órbita e medição do stress dos seus painéis exteriores de madeira, além de verificar o desenpenho do software de bordo. O satélite assinalava o 100.º aniversário da universidade.
O projeto CASAA-Sat do Laboratório de Astrofísica de Marselha (LAM), apoiado pelo CNES (Centro Nacional de Estudos Espaciais), teve início em 2013. Envolveu mais de 200 alunos de mestrado do IUT da Universidade de Aix-Marseille e de escolas de engenharia (ISAE, ESEO, etc.).
O CASAA-Sat era baseado no formato de forma CubeSat-2U e as suas dimensões eram de 10 x 10 x 20 cm, tendo uma massa de 2,7 kg. A bordo transportava vários instrumentos: um dosímetro para medir o fluxo de partículas carregadas; um magnetómetro de precisão, e uma câmara de alta resolução. Estes instrumentos pretendiam mapear com uma precisão sem precedentes a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (SAA), uma área onde o campo magnético terrestre é particularmente fraco.
Para além da missão de radioamador, a missão visava três3 objetivos: medir as doses depositadas por estas radiações, principalmente nos polos e na Anomalia do Atlântico Sul (SAA) onde se prevê um maior fluxo (dispunha de seis dosímetros, dois em cada eixo, capazes de registar a irradiação que recebem ao longo do tempo); para a parte do radioamadorismo, a AMSAT-Francófona ajudou Bernard Repetti na missão do radioamadorismo, sendo lançada uma convocatória para a comunidade de radioamadores de Bouches-du-Rhône, com Jean-François IOSCA (F1LVO) e Fabien PELLET (F4CTZ) a aceitar o desafio. Com a AMSAT-Francófona, contribuíram para a submissão do pedido de coordenação de frequências de satélite. O seu forte empenho permitiu uma evolução do modo de funcionamento em benefício dos rádios amadores. Jean-François e Fabien, pela proximidade, fizeram melhorias na estação terrestre e também ajudaram no desenvolvimento do satélite graças à sua experiência.
Os satélites Yunyao-1 são pequenos satélites desenvolvidos em conjunto pela Changguang Satellite Technology Co., Ltd., pela Tianjin Yunyao Aerospace Technology Co., Ltd. e pela Lianxin Yingda Co., Ltd. Estes satélites têm a característica de possuírem um curto ciclo de desenvolvimento, alta integração, baixa massa, pequeno tamanho, e um desempenho de baixo custo.
Os satélites são usados principalmente para fornecer serviços comerciais de dados meteorológicos espaciais, tendo amplas perspectivas de aplicação e potencial no campo da observação meteorológica espacial.
O foguetão Lijian-1
Também denominado “Zhongke-1” (ou “Kinetica-1” para o mercado Ocidental), o Lijian-1 (力箭一号) foi desenvolvido pela CAS Space (Beijing Zhongke Aerospace Exploration Technology Co.), parte da Academia de Ciências da China, tendo também investimentos privados. É um lançador de combustível sólido composto por quatro estágios.
O Lijian-1 tem um comprimento de 29,668 metros e no lançamento tem uma massa de 134.900 kg. É capaz de colocar uma carga total de 1.500 kg numa órbita a 500 km, 2.000 kg numa órbita a 200 km de altitude com uma inclinação de 40.º ou 500 kg para uma órbita sincronizada com o Sol. No lançamento desenvolve uma força de 200.000 kg.
O seu diâmetro é de 2,65 metros e está equipado com duas carenagens de 2,65 metros e 3,35 metros de diâmetro.
O Lijian-1 utiliza os mesmos motores de combustível sólido utilizados no foguetão Jielong-1. O primeiro estágio desenvolve uma força de 200.ooo kg (1.960 kN) e um tempo de queima de cerca de 80 segundos, com o segundo estágio a desenvolver 100.000 kg (1.078 kN) e tendo um tempo de queima de cerca de 90 segundos. Tanto o primeiro como o segundo estágio têm um diâmetro de 2,65 metros. O terceiro estágio desenvolve 50.000 kg (441 kN) com um tempo de queima de cerca de 75 segundos, tendo um diâmetro de 2,0 metros, e o quarto estágio desenvolve 10.000 kg (98 kN) e um tempo de queima de cerca de 135 segundos, tendo um diâmetro de 1,32 metros.
O lançador foi desenvolvido para reduzir de forma significativa o custo por massa em órbita, antecipando o aumento da economia espacial que incluí uma capacidade de carga competitiva e custo, uma precisão de inserção orbital robusta, alta fiabilidade, disponibilidade num curto espaço de tempo e versatilidade logística.
Lançamento | Veículo | Data
Hora (UTC) |
Carga |
2022-087 | Y1 | 27/Jul/22
04:12 |
Kongjian Xinjishu Shiyan ‘SATech-01’
Guidao Daqimidu Tance Shiyan Diguidao Liangzi Mishifenfa Shiyan ‘Jinan-1’ Dianci zuzhuang Shiyan A Dianci zuzhuang Shiyan B Huawan-Nanyue Kexue |
2023-081 | Y2 | 07/Jun/23
04:10:02,102 |
Shiyan-24A
Shiyan-24B Xi’an Hangtou-8 Fucheng-1 X Shexian Pianzheng Lifang Tianyi-26 (26 satélites) |
2024-016 | Y3 | 23/Jan/24
04:01 |
Taijing-1 03
Taijing-2 02 Taijing-2 04 Taijing-3 02 Taijing-4 03 |
2024-174 | Y4 | 24/Set/24
23:33 |
Zhongke-1 01
Zhongke-1 02 Jilin-1 SAR01A Yunyao-1 21 Yunyao-1 22 |
2024-205 | Y5 | 11/Nov/24
04:03 |
Shiyan-26A
Shiyan-26B Shiyan-26C Jilin-1 Gaofen 05B Jilin-1 Pingtai 02A03 Yunyao-1 31 a Yunyao-1 36 Xiguang-1 04 Xiguang-1 05 Aman Zhineng Yaogan 1 Tianyan-24 |
2024-F05 | Y6 | 01:03:31,131 | B300-L01 Dier-3
Yinglong-1 Yangwang-2 Yixian-A CASAA-Sat Yunyao-1 (x6) |
O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan
Criado em 1960, no alvorecer da Era Espacial, o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (酒泉卫星发射中心 – Jiǔquán Wèixīng Fāshè Zhōngxīn) está localizado no noroeste da China, a cerca de 150 km a Sul da fronteira entre a China e a Mongólia.
O centro foi construído para apoiar o teste de mísseis balísticos da China e em Abril de 1970, um míssil balístico de alcance intermediário modificado lançado a partir de Jiuquan colocou em órbita o primeiro satélite artificial da China, o Dongfanghong-1. Desde então, Jiuquan tem sido usado para lançamentos orbitais da China para a órbita terrestre baixa, principalmente para satélites de observação da Terra e de reconhecimento militar.
O centro consiste numa série de plataformas de lançamento na Mongólia Interior e várias zonas de impacto alvo nas províncias vizinhas de Gansu e Xinjiang, cobrindo uma área total de 2.800 km2. A área de lançamentos, localizada no Condado de Ejin-Banner, parte da Liga de Alashan da Região Autónoma da Mongólia Interior, inclui uma base residencial principal (Zona 10), vários complexos de lançamento, áreas técnicas e instalações de instrumentação espalhadas por de 50 km ao longo do rio Ruoshui, na borda ocidental do deserto de Badain Jaran. A região tem um clima tipicamente interior, principalmente seco e ensolarado, mas frio no Inverno, com uma temperatura média anual de 8,7 ° C. Existem cerca de 260 a 300 dias por ano adequados para actividades de lançamento espacial.
Durante a Guerra Fria, a Base 20 foi identificada pelos serviços secretos Ocidentais como o “Centro Espacial e de Testes de Mísseis Shuang Cheng Tzu”. Nos anos 80, o centro foi parcialmente desclassificado e abriu sua porta para visitantes estrangeiros. Como resultado, tornou-se oficialmente conhecido como o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, em homenagem a uma pequena cidade a 200 km de distância, na vizinha Província de Gansu. Isto, e tal como aconteceu com Baikonur, causou alguma confusão, já que o centro de lançamento não está realmente situado dentro da jurisdição da cidade de Jiuquan. É possível que esse engano tenha sido uma tentativa deliberada de disfarçar sua verdadeira localização. O centro continua a ser uma instalação militar, conhecida como a 20.ª Base de Testes e Treino na sua designação militar.
O centro de lançamento operou um único local de lançamento conhecido como “Complexo de Lançamento 3” até 1966, quando o novo “Complexo de Lançamento 2” (Zona de Lançamentos Norte) ficou operacional. O local de lançamento tornou-se o principal centro de lançamento de mísseis e espaciais da China desde o início dos anos 70, tendo levado a cabo uma série de testes de mísseis balísticos intercontinentais e actividades de lançamento de satélites. Este local de lançamento foi desactivado em 1996 após 30 anos de serviço e três anos depois, um novo local de lançamento (Zona de Lançamentos Sul) foi comissionado em 1999 para apoiar os lançamentos dos veículos tripulados Shenzhou. Uma segunda plataforma de lançamento para missões de lançamento de satélites não tripulados foi adicionada em 2003. Mais instalações de lançamento para lançadores de combustível sólido foram adicionadas por volta de 2012.
O Complexo de Lançamento 3 (三号 发射 阵地) foi a primeira instalação de lançamento permanente em Jiuquan. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento de betão armado, com uma escala no solo para medir a quantidade de propulsor adicionado ao míssil. Não havia torre umbilical nas plataformas de lançamento. Os mísseis eram transportados para a sua posição de lançamento em veículos rebocados por camiões, que também servia como suporte de lançamento. O complexo de lançamento tornou-se operacional em 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de curto e médio alcance, e foi desactivado no final dos anos 1960.
A Zona de Lançamentos Norte, também conhecida como Complexo de Lançamento 2 (二号发射 阵地), foi construída na década de 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de alcance intermédio a intercontinental e lançamento de satélites. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento (“5020” e “138”), uma torre de serviço móvel e uma sala de controlo subterrânea. O processamento de veículos e a sua verificação eram levados a cabo na área técnica norte (Zona 7) localizada a 22 quilómetros a Sul do complexo de lançamento. O local de lançamento foi desactivado em 1996 e desde então tornou-se uma atracção turística.
A Plataforma de Lançamento 5020 (também designada LC2A) foi activada em Dezembro de 1966 para ser utilizada pelo míssil balístico de alcance intermédio DF-4 Dongfeng-4 e pelo foguetão CZ-1 Chang Zheng-1. A plataforma tem uma torre umbilical fixa com seis pares de braços oscilantes, que serviram como plataformas operacionais para permitir o acesso ao veículo lançador, e também forneciam energia, gases e propelentes para o veículo e para a carga útil. Os braços oscilantes eram recolhidos segundos antes do lançamento. O lançador era montado numa mesa de lançamento de aço, abaixo da qual existia buraco de terra arredondado que levava ao deflector de chamas de cimento armado. Durante o lançamento, a exaustão dos gases do veículo de lançamento era conduzida para o deflector que se encontrava cheio de água e era direccionada para longe do veículo para o ar livre. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 26 de Dezembro de 1966 e o último lançamento em 21 de Maio de 1980.
A Plataforma de Lançamento 138 (LC2B) foi adicionada ao Complexo e Lançamento 2 em 1970 para suportar os veículos de lançamento mais pesados DF-5 Dongfang-5, CZ-2C Chang Zheng-2C e CZ-2D Chang Zheng-2. A torre umbilical tinha 45 metros de altura e 7,8 metros de largura. A torre era equipada com um elevador com capacidade de carga de 1 tonelada e possuía 5 andares de plataformas rotativas, além de 2 andares de plataformas móveis que permitiam o acesso ao lançador. Estava equipada com um sistema de verificação do lançador semiautomático e um sistema de abastecimento de propelente totalmente automatizado. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 10 de Setembro de 1971 e o último lançamento em 20 de Outubro de 1996.
A torre de serviço móvel fornece uma plataforma operacional para montagem de foguetões e integração dos satélites. O corpo da torre é uma estrutura de aço de 11 andares com 55,23 metros de altura, 30,52 metros de comprimento e 20,9 metros de largura. A torre está equipada com uma ponte rolante com capacidade de elevação de 15 toneladas no gancho primário e 5 toneladas no gancho secundário. Existiam dois elevadores com capacidade de elevação de 500 kg nos dois lados da torre. Existiam seis andares na plataforma operacional no corpo da torre. O processamento de satélites era feito numa “sala limpa” localizada de 29 metros a 42 metros dentro do corpo da torre.
O centro de controle de lançamento subterrâneo era responsável por monitorizar e controlar remotamente a montagem do veículo de lançamento e dos satélites, coordenando as comunicações entre o complexo de lançamento e a área técnica, a previsão do tempo e a assistência médica. Consistia numa sala de tiro, três salas de teste de satélites e duas salas de teste de veículos lançadores, apoiadas por fonte de alimentação, sistema de ar condicionado e sistema de comunicação.
O Centro Técnico Norte (Zona 7), localizado a 22 quilómetros a Sul do local de lançamento, era a área de lançamento e processamento de foguetes e satélites. Os veículos lançadores e satélites eram transportados a partir dos seus locais de fabrico para o centro técnico via caminho-de-ferro. Depois de concluído o processamento inicial, os diferentes estágios dos lançadores eram transportadas em reboques rebocados por camião até à plataforma de lançamento, onde eram içadas para a posição na plataforma de lançamento, verificados e abastecidas.
A estrutura central do centro técnico era o complexo de processamento de veículos de lançamento e de cargas espaciais. O edifício consistia numa sala de processamento de 90 x 8 metros para preparação dos foguetões e satélites e uma sala de processamento de 24 x 8 metros para abastecimento de satélites. Havia também uma sala limpa para testes dos satélites. Os estágios dos lançadores e os satélites eram transportados para o edifício através de uma linha férrea dedicada. Um segundo edifício no centro era o Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propulsão Sólida, onde os motores de prepolente sólido nos satélites eram preparados.
A Zona de Lançamentos Sul é actualmente o único complexo de lançamento activo em Jiuquan. É composto por duas plataformas de lançamento (“921” e “603”) no Complexo de Lançamento LC43 e um centro técnico para processamento e verificação.
A Plataforma de Lançamento 91 (SLS-1), também conhecida como “Plataforma Shenzhou”, ou Plataforma 921, (Longitude: 100 ° 17.4’E; Latitude: 40 ° 57.4’N; Elevação acima do nível do mar: 1.073 m) é a principal plataforma de lançamento. A plataforma de lançamento é dedicada ao lançamento das missões do programa espacial tripulado utilizando o veículo de lançamento CZ-2F Chang Zheng-2F. As instalações da plataforma de lançamento incluem uma torre umbilical, uma plataforma de lançamento móvel, um par de condutas de chamas, uma sala de equipamentos subterrâneos, armazéns de propulsores e oxidantes, sistema de abastecimento de foguetes, fonte de alimentação, fornecimento de gás e sistema de comunicação.
A torre umbilical é uma estrutura de aço com 11 andares e 75 metros de altura, projectada para fornecer a carga de propelente e drenagem, gás, energia e ligações de comunicação para o veículo lançador e para a sua carga. Na torre existem instalações para verificações antes do lançamento, entrada da tripulação e saída de emergência. A torre está equipada com um guindaste de carga, um elevador de carga e um elevador à prova de explosão para a tripulação em caso de emergência. Em caso de emergência, um sistema de escape de lona está disponível para os astronautas saírem da plataforma de lançamento. A fonte de alimentação e outros equipamentos de suporte estão localizados dentro de uma sala subterrânea por debaixo da torre umbilical.
A torre umbilical é composta por uma estrutura fixa e um par de plataformas giratórias de seis andares. Uma vez chegado à plataforma de lançamento, as plataformas giratórias são deslocadas para “abraçar” o foguetão e assim permitir que os procedimentos de abastecimento e verificações finais sejam conduzidas. A torre também contém uma área ambientalmente controlada e protegida para os astronautas entrarem na cápsula espacial. As plataformas rotativas são abertas uma hora antes do lançamento. Quatro braços oscilantes fornecem conexões para electricidade, gases e fluidos ao lançador e são recolhidos alguns minutos antes do lançamento.
Durante o lançamento, as chamas e a exaustão de alta temperatura dos motores do foguetão são direccionadas para a vala de chamas de betão armado através de um grande buraco redondo sob a plataforma de lançamento móvel. As chamas e gases são então desviados do veículo de lançamento através de dois canais de chama rectangulares localizados em ambos os lados da plataforma de lançamento.
A plataforma de lançamento móvel transporta o foguetão desde o edifício de integração e montagem de veículos situado na área técnica até a torre umbilical. A plataforma tem 24,4 metros de comprimento, 21,7 metros de largura e 8,34 metros de altura, e pesa 750 t. Move-se em carris de 20 metros de largura a uma velocidade máxima de 25 m/min, com uma taxa de aceleração inferior a 0,2 m/s. A plataforma demora 60 minutos para completar a viagem de 1.500 metros entre o edifício de montagem e a plataforma de lançamento.
A Plataforma de Lançamento 94 (SLS-2), também conhecido como “Plataforma Jianbing” (ou Plataforma 603), foi comissionada em 2003 para suportar lançamentos de satélites não tripulados para a órbita terrestre baixa usando os veículos de lançamento CZ-2C, CZ-2D e CZ-4B Chang Zheng-4B. As instalações da plataforma incluem uma torre umbilical de betão armado e um único canal de chamas. A plataforma adoptou um método de lançamento tradicional, onde o veículo de lançamento é montado verticalmente usando um guindaste para içar cada estágio. O veículo de lançamento é verificado na vertical, abastecido e, posteriormente, lançado.
As instalações de apoio da Zona de Lançamentos Sul, colectivamente conhecidas como Centro Técnico Sul, incluem o Edifício de Processamento Horizontal de Veículos de Lançamento (BL1), o Edifício de Montagem Vertical de Veículos de Lançamento (BLS), o Edifício de Operações Não Perigosas (BS2), o Edifício de Operações Perigosas de Veículos Tripulados (BS3) , Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propelente Sólido (BM), o Edifício de Processamento e Armazenamento de Pirotecnia (BP1, BP2) e o Centro de Controle de Lançamento (LCC). A instalação foi projectada para receber o foguetão lançador e a sua carga útil para montagem e testes, antes de serem movidos para a plataforma de lançamento.
Para uma missão dos veículos tripulados Shenzhou, a campanha de lançamento geralmente começa aproximadamente dois meses antes do lançamento. O veículo de lançamento CZ-2F é transportado em segmentos separados desde as Instalações 211 em Pequim até o Centro Técnico Sul via caminho-de-ferro. Após a sua chegada, o veículo é mantido no Edifício de Processamento Horizontal do Veículo de Lançamento para testes iniciais e preparação. O núcleo do veículo e os propulsores laterais são então montados dentro do BLS (o Edifício de Montagem Vertical).
A cápsula Shenzhou é transportada de Pequim para a Base Aérea de Dingxin por um avião de carga, e depois transportada por estrada até o local de lançamento, a 76 km de distância. A cápsula espacial é então integrada e testada no Edifício de Operação Não Perigosa de Naves Espaciais (BS2) e, em seguida, movida para o Edifício de Operação Perigosa de Veículos Tripulados (BS3) para abastecimento de combustível. O próximo passo é integrar a cápsula com a carenagem de carga e instalar a torre de escape emergência. A cápsula é então transportada para o BLS, onde é integrada no seu foguetão.
O edifício de integração vertical, oficialmente conhecido como o Edifício de Montagem Vertical do Veículo de Lançamento (BLS) serve como uma plataforma para a integração e montagem dos lançadores e da sua carga útil. O edifício é composto por duas salas de processamento vertical de 26,8 x 28 x 81,6 metros, cada uma equipada com uma plataforma móvel de 13 andares e uma grua de carga de 50 t. As duas salas permitem o processamento simultâneo de dois veículos lançadores. Na época da construção, dizia-se ser o edifício de betão armado de piso único mais alto do mundo, com o tecto de betão armado mais alto do mundo (86,1 metros acima do solo) e mais pesado (13.000 t).
O Centro de Controle de Lançamento (LCC) localizado ao lado do BLS monitoriza e coordena a campanha de lançamento. O centro é dividido em quatro salas funcionais: a Sala de Controle do Veículo de Lançamento, a Sala de Controle da Cápsula Espacial, a Sala de Comando de Exame e Lançamento e o Centro de Comunicações.
Lançamento | Veículo | Plataforma | Data | Hora (UTC) | Carga |
2024-174 | Lijian-1 (Y4) | LC43/130 | 24/Set/24 | 23:33 | Zhongke-1 01
Zhongke-1 02 Jilin-1 SAR01A Yunyao-1 21 Yunyao-1 22 |
2024-177 | Chang Zheng-2D (Y44) | LC43/94 | 27/Set/24 | 10:30 | Shijian-19 |
2024-186 | Chang Zheng-4C (Y59) | LC43/94 | 15/Out/24 | 23:45 | Gaofen-12 05 |
2024-194 | Chang Zheng-2F/G (Y19) | LC43/91 | 29/Out/24 | 20:27:34,469 | Shenzhou-19 |
2024-203 | Chang Zheng-2C | LC43/95 | 09/Nov/24 | 03:39 | Hongtu-2 01
Hongtu-2 02 Hongtu-2 03 Hongtu-2 04 |
2024-205 | Lijian-1 (Y5) | LC43/130 | 11/Nov/24 | 04:03 | Shiyan-26A
Shiyan-26B Shiyan-26C Jilin-1 Gaofen 05B Jilin-1 Pingtai 02A03 Yunyao-1 31 a Yunyao-1 36 Xiguang-1 04 Xiguang-1 05 Aman Zhineng Yaogan 1 Tianyan-24 |
2024-218 | Chang Zheng-2C | LC43/94 | 24/Nov/24 | 23:39 | Siwei Gaojing-2 03
Siwei Gaojing-2 04 |
2024-221 | Zhuque-2E (Y1) | LC43/96A | 27/Nov/24 | 02:00:03,304 | Guangchuan-01
Guangchuan-02 |
2024-238 |
Chang Zheng-2D/YZ-3 (Y60/Y5) | LC43/94 | 12/Dez/24 | 07:17 | Gaosu Jiguang Zuanshi 01
Gaosu Jiguang Zuanshi 02 Gaosu Jiguang Zuanshi 03 Gaosu Jiguang Zuanshi 04 Gaosu Jiguang Zuanshi 05 |
2024-F05 | Lijian-1 (Y6) | LC43/130 | 27/Dez/24 | 01:03:31,131 | B300-L01 Dier-3
Yinglong-1 Yangwang-2 Yixian-A CASAA-Sat Yunyao-1 (x6) |
Imagens: Internet Chinesa e arquivo fotográfico do autor (quando não assinaladas)