Rússia lança CAS500-1 e mais 37 satélites

O satélite Sul-coreano CAS500-1 foi colocado em órbita a partir de Baikonur no dia 22 de Março de 2021. Juntamente com o CAS500-1 foram lançados mais 37 satélites.

O lançamento teve lugar às 0607UTC e foi levado a cabo pelo foguetão 14A14-1A Soyuz-2.1a/Fregat (V15000-044/122-05) a partir da Plataforma de Lançamento PU-4 do Complexo de Lançamento LC-31 (17P32-6 ‘Vostok’).

Este lançamento foi gerido pela Glavkosmos. Durante mais de trinta anos, a Glavkosmos evoluiu de um departamento ministerial para uma empresa global que tem agora um papel importante nas actividades da industria espacial Russa. A Galvkosmos é uma operadora dos lançadores Soyuz a partir do território da Federação Russa.

O lançamento estava originalmente previsto para ter lugar a 20 de Março, mas um problema com o sistem a de fornecimento de energia do complexo de lançamento, que foi detectado durante a fase de verificação do estágio Fregat antes do lançamento.

Lançamento

Com os preparativos finais para o lançamento a decorrerem sem problemas, bem como a contagem decrescente, o lançamento desta missão decorreu sem incidentes.

O final da queima e separação do primeiro estágio (constituído pelos quatro propulsores laterais) teve lugar a T+1m 57,8s. O final da queima do estágio central (Blok-A) ocorria a T+4m 37,4s, com a separação entre o segundo e o terceiro estágio a ter lugar a T+4m 47,5s. A separação das duas metades da carenagem de protecção, agora desnecessária, ocorria a T+4m 50,2s. O terceiro estágio a entra em ignição logo de seguida. O terceiro estágio (Blok-I) coloca o veículo em órbita terrestre com a sua queima a terminar a T+8m 48,7s e a separação do conjunto Fregat a ter lugar a T+9m 22,5s.

 

O satélite CAS500-1

O CAS500-1 é o primeiro de dois satélites, juntamente com o CAS500-2 (Compact Advanced Satellite 500), para a observação da Terra em modos pancromático e multiespectral utilizando o sistema AEISS-C (Advanced Earth Imaging Sensor System). Ambos os satélites serão capazes de obter imagens com resoluções de 0,5 metros (pancromático) e 2 metros (miltiespectral).

O propósito dos dois satélites é o de atender à demanda de imagens de satélite por parte do sector público, expandindo assim as fundações da industria de satélites doméstica Sul-coreana. A série inicial de satélites CAS500 tem como objectivo aplicar a plataforma desenvolvida para o CAS500-1 à série de satélites subsequente e transportar várias cargas localizadas.

Na Fase 1 do programa, o plano inclui o desenvolvimento da plataforma standard de 500 kg para a série CAS500. A agência espacial Sul-coreana KARI e a industria desenvolveram em conjunto estes satélites e a tecnologia será transferida para as restantes empresas industriais do sector. Assim, a industria será responsável pelo desenvolvimento geral, com a KARI a levar a cabo as auditorias técnicas e a ser responsável pelo suporte técnico.

Na Fase 2, a industria planeia o desenvolvimento de três satélites para a verificação de tecnologia e ciências espaciais, observação da agricultura e condições florestais, e controlo dos recursos aquáticos e monitorização de desastres. A KARI irá levar a cabo a gestão técnica e supervisão do programa.

O CAS500-1 terá um tempo de vida útil de 4 anos em órbita.

Os pequenos satélites a bordo

Sendo o CAS500-1 a carga principal a bordo, este lançamento orbitou também os satélites DMSat-1, ELSA-d (Chaser), ELSA-d (Target), GRUS-1B, GRUS-1C, GRUS-1D (FSTRA Fukui Prefectural Satellite), GRUS-1E, UniSat-7, BCCSAT-1, DIY-1 (Arduiqube), FEES, SMOG-1, STECCO, ChallengeOne, WildTrackCube-SIMBA (IKUNS 3), LacunaSat-2b, Hiber-3, CubeSX-Sirius-HSE (SiriusSat 3U, Sirius-DZZ), CubeSX-HSE (MIEM 3U, NRU HSE-DZZ), Orbicraft-Zorky, Najm-1, SAMSOM-1, SAMSOM-2, SAMSOM-3, Kepler-6, Kepler-7, KSU-Cubesat, BeeSat-5, BeeSat-6, BeeSat-7, BeeSat-8, GRBAlpha (CAMELOT Demo), 3B5GSAT, NanoSatC-Br 2, KMSL, CANYVAL-C 1 (Pumbaa) e CANYVAL-C 2 (Timon).

O satélite DMSat-1 tem uma massa de 15 kg e é baseado na plataforma Nemo-V1. Foi desenvolvido pelo Laboratório de Voo Espacial (Space Flight Laboratory – SFL) para o Centro Espacial Mohammend Bin Rashid (Mohammend Bin Rashid Space Centre – MBRSC), Dubai.

A plataforma NEMO (Next-generation Earth Monitoring and Observation) que incorpora um rastreio a partir do solo de alto desempenho, é a chave principal da missão. O DMSat-1 nivela os anteriores desenvolvimentos no SFL para uma missão de desenvolvimento rápido que irá incorporar duas cargas. Assim, o DMSat-1 tem por base o satélite NEMO-AM. A carga principal a bordo é um polarímetro multiespectral que será utilizado para monitorizar os aerossóis na alta atmosfera e que são criados por fontes humanas, correlacionando-os com fenómenos naturais tais como tempestades de areia. A carga secundária é um par de espectrómetros que irá permitir ao MBRSC detectar gases de efeito de estufa, tais como dióxido de carbono e metano sobre os Emiratos Árabes Unidos.

A missão ELSA-d (End-of-Life Service by Astroscale – demonstration) foi desenvolvida pela SSTL e pela Astroscale para proporcionar serviços aos satélites em órbita, sendo o seu objectivo demonstrar as tecnologias necessárias que serão utilizadas no programa ELSA. A missão é composta por dois satélites: ELSA-d Chaser e ELSA-d Target, estando o primeiro equipado com instrumentos de sensoriamento óptico e um mecanismo redundante de captura, enquanto que o segundo está equipado com uma placa de acoplagem DP (Docking Plate) e irá funcionar como o ‘artigo de salvamento’. O DP irá permitor ao satélite Chaser fixar o satélite Target e proporciona referências ópticas para o Chaser identificar e estimar a atitude do Target.

Ambos os satélites estarão juntos no lançamento e nas operações de remoção orbital. Os veículos vão-se separar quando atingirem a órbita terrestre, levando a cabo uma série complexa de manobras de separação e captura utilizando algoritmos de encontro e acoplagem.

O satélite Target está equipado com comunicações em banda-S, posicionamento via GPS, um sistema de controlo espacial de três eixos e um retro-reflector laser.

Inicialmente, os satélites GRUS iriam constituir uma constelação de três micro-satélites de observação terrestre de 80 kg desenvolvidos pela Axelspace. Estão equipados com telescópios ópticos de alto desempenho, que permitem a obtenção de imagens com resolução de 2,5 m no solo e mais de 50 km de faixa de largura.

O GRUS pode obter imagens pancromáticas (com sensibilidade em todas as bandas do visível ao infravermelho próximo e normalmente expressas em formato de escala de cinza) e imagens multi-espectrais (tendo sensibilidade apenas numa banda específica; azul, verde, vermelho, vermelho e infravermelho próximo respectivamente). A resolução do solo é de 2,5 m para imagens pancromáticas e 5,0 m para imagens multi-espectrais.

Os satélites GRUS são equipados com telescópios de alto desempenho com sensores de imagem de última geração e a faixa de sua imagem estende-se por mais de 50 km para obter cobertura eficiente de todo o globo. Ao lançar vários satélites GRUS, é possível actualizar todas as informações ao redor do planeta todos os dias e aplicar esses dados a vários sectores, incluindo agricultura, silvicultura, pesca, mapeamento, GIS e monitorização de desastres.

Os três satélites GRUS de primeira geração estavam previstos para serem lançados em 2018, com mais satélites planeados a seguir para formar a constelação AxelGlobe. Os satélites foram inicialmente previstos para serem lançados com os satélites de detecção remota Kanopus-V n.º 3 e Kanopus-V n.º 4 a 1 de Fevereiro de 2018, mas foram substituídos por modelos de massa no lançamento.

O satélite Fukui Prefectural Satellite – GRUS-1D, é identico aos restantes satélites e irá operar em conjunto com os três satélites da Axelspace.

O satélite UniSat-7 é um satélite tecnológico projectado e construído pela GAUSS Srl. Com uma massa de 32 kg (incluindo os satélites que transporta no seu interior) tem como objectivo testar equipamentos de clientes em condições espaciais e de colocar Cubesats e PocketQubes em órbita. É baseado numa plataforma prismática octagonal construída em alumínio reforçado e painéis de fibra de carbono, sendo estabilizado nos seus três eixos espaciais.

O satélite será utilizado para testar e verificar equipamentos da GAUSS em astrodinâmica, RF, Óptica, ADCS, AOCS e detecção de detritos espaciais. A bordo transporta uma carga de radio-amador e a sua telemetria será aberta para quem desejar descarregar e descodificar. Transporta também uma câmara para obter imagens da sequência de separação dos pequenos satélites e uma câmara nadir para obter imagens da Terra. Está também equipado com um pequeno sistema de propulsão REGULUS.

O satélite pode ser equipado com quatro sistemas de transporte para CubeSat-3U e quatro sistemas para PocketQubes. Nesta missão transportou os satélites CubeSats BCCSAT-1 e FEES (0.3 U), além dos PocketQubes DIY-1 (Arduiqube), SMOG-1 e STECCO.

O pequeno satélite Tailandês BCCSAT-1 (Bangkok Christian College Satellite) é um CubeSat-1U educacional com uma massa de 1 kg. O satélite multi-espectral foi desenvolvido através de uma cooperação entre o Bangkok Christian College e a Universidade de Tecnologia Rei Mongkut, Bangcoque.

É um satélite de demonstração tecnológica com o objectivo de adquirir conhecimentos em engenharia de sistemas, educação espacial e tecnologias de comunicações por rádio entre os estudantes do ensino superior e do ensino secundário. As principais missões do BCCSAT-1 são o teste do transdutor do satélite e sua antena em órbita, ensaiar a transmissão de Slow-Scan Digital Video (SSDV) a partiur do satélite, obter imagens da Terra utilizando quatro câmaras em diferentes comprimentos de onda, nomeadamente vermelho,verde, azul infravermelho próximo.

O FEES (Flexible Experimental Embedded Satellite) é um projecto autofinanciado e colaborativo da empresa Italiana GP Advanced Projects. O projecto tem como objectivo desenvolver uma plataforma de baixo custo para o teste e validação em órbita de componentes electrónicos.

O satélite, incluindo as placas electrónicas, é inteiramente projectado e fabricado no projecto. A missão do FEES-1 irá também servir de validação da sua plataforma e dos seus componentes.

O FEES-1 tem uma massa de 0,3 kg e é baseado no factor CubeSat-0.3U, sendo as suas dimensões 10 × 10 × 3 cm.

O pequeno DIY-1 (Arduiqube) é um satélite Argentino que irá levar a cabo testes de um mecanismo de remoção orbital e levar a cabo a qualificação em voo de equipamento de rádio e painéis solares. O satélite foi desenvolvido pelo Diysatellite Group.

O SMOG-P é um pequeno satélite Hungaro desenvolvido pela Universidade BME tendo por base o factor PocketQube-1P. O satélite transporta um analizador de espectro para a medição da poluição electromagnética artificial a partir do espaço, além de mapear globalmente a utilização do diferente espectro. Irá também monitorizar o espectro de banda DVB-T.

O STECCO é um satélite PocketQube-1P educacional e de demonstração tecnológica desenvolvido em Itália. O satélite irá testar um sistema de orientação de atitude utilizando gradiente de gravidade.

O Space Traveling Egg-Controlled Catadioptric Object (STECCO) é um PocketQube com dimensões 30 x 5 x 5 cm. O seu formato e a presença de um amortecedor viscoso passivo permitirão a estabilização do gradiente gravitacional do satélite, com uma das duas faces menores apontando para o nadir. Cada uma das duas faces menores será equipada com um Corner Cube Reflector (CCR), de forma que será possível seguir o satélite e determinar a sua órbita por meio de laser. Um dos dois CCR terá as faces posteriores revestidas enquanto o outro será não revestido, permitindo assim distinguir qual é a face que está apontando para o solo, devido à sensibilidade diferente à polarização dos impulsos do laser usados ​​para a detecção. Os CCR para o STECCO não são unidades personalizadas, mas unidades comerciais COTS.

Com uma massa de 2,9 kg, o satélite Tunisino ChallengeOne é um CubeSat-3U desenvolvido e operado pela TELNET. É um satélite de demonstração tecnológica para a Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), estando equipado com um receptor LoRa, SDR e porta LoRa para garantir uma cobertura completa de uplink e downlink para os nodos terrestres. O satélite está equipado com serviços e tecnologia inovadores, sendo estabilizado nos seus três eixos espaciais com giroscópios. As suas necessidades energéticas são providenciadas por células solares na sua fuselagem. O satélite transporta uma câmara

equipped with LoRa transceiver, SDR and LoRa gateway to ensure complete cover of uplink and downlink capabilities to terrestrial nodes. Uma câmara de grande angular irá fornecer imagens da Terra e da interface atmosférica. O ChallengeOne estará operacional entre 12 a 24 meses.

O satélite WildTrackCube-SIMBA (também designado IKUNS-3) é um CubeSat-1U desenvolvido pela Universidade de Roma ‘La Sapienza’ e será utilizado para monitorizar o comportamento dos animais selvagens. Este é o terceiro de uma série de satélites feitos para o Quénia pela Universidade de Roma, após o lançamento do URSA-MAIOR, lançado em Junho de 2017, e do 1KUNS-PF, lançado em Maio de 2018.

O WildTrackCube SIMBA – System for Improved Monitoring of the Behavior of Animals – foi desenvolvido por alunos e pesquisadores do S5Lab – Laboratório de Sistemas Espaciais e Vigilância Espacial da Sapienza, coordenado por Fabrizio Piergentili do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial, e Fabio Santoni do Departamento de Engenharia Astronáutica, Eléctrica e de Energia na Sapienza, em colaboração com a Universidade Machakos University e a Universidade de Nairobi, no Quénia.

As três universidades conceberam o satélite como um sistema de seguimento inovador que lhes permitirá monitorizar a vida selvagem nos parques nacionais do Quénia e estudar o comportamento animal. O objetivo final é identificar soluções para limitar os perigos associados à sua invasão, como danos graves às plantações. Em particular, o dispositivo será capaz de receber dados sobre a posição geográfica e estado de saúde dos animais, munidos de uma coleira, e transmiti-los de volta às estações terrestres, onde serão processados com a colaboração das universidades quenianas participantes.

Os satélites LacunaSat são um projecto desenvolvido pela empresa Lituana, NanoAvionics, como protótipos da plataforma de CubeSat M6P. Tal como o LacunaSat-3 já em órbita, o LacunaSat-2b é um CubeSat-3U que irá demonstrar a recepção dos sinais LoRaWAN (Long Range Wide Area Network) a partir de dispositivos IoT terrestres para retransmissão através da rede Lacuna. Os satélites são operados pela Lacuna Space.

A série de satélites Hiber são baseados no modelo CubeSat-3U e serão operados pela Hiber Global (anteriormente designada Magnitude Space) numa constelação de satélites de comunicações. A constelação será inicialmente constituída entre 18 a 14 veículos e posteriormente expandida para 50 satélites.

Os satélites são projectados para fornecer conectividade para os sensores e dispositivos IoT que funcionam com uma grande limitação de energia e não são sensíveis aos tempos de latência.

Esta segunda geração de satélites CubeSat-3U da Hiber têm metade do tamanho dos protótipos Hiber-1 e Hiber-2. A carga a bordo é construída pela Hiber Global e integrada nos satélites na ISIS.

A Hiber está a planear iniciar os seus serviços com os satélites protótipos iniciais e tem como objectivo colocar em órbita mais satélites em 2020 para aumentar a qualidade dos seus serviços.

O satélite Hiber-1 (HiberOne) foi colocado em órbita a bordo de um foguetão PSLV-CA a 29 de Novembro de 2018, enquanto que o segundo protótipo, Hiber-2 (HiberTwo) foi colocado em órbita a 3 de Dezembro de 2018 a bordo de um foguetão Falcon-9, com o Hiber-4 a ser lançado a 21 de Janeiro de 2021.

O CubeSat-3U,  CubeSX-Sirius-HSE (também designado ‘SiriusSat-3U’ ou Sirius-DZZ), é um pequeno satélite equipado com um instrumento destinado a monitorizar as rápidas mudanças nos fluxos de radiação espacial. O satélite foi desenvolvido pela Universidade Sirius e pelo Instituto de Física Nuclear da Universidade Estatal de Moscovo.

O primeiro satélite da Escola Superior de Economia “NRU HSE – DZZ”, o CubeSX-HSE (MIEM 3U, NRU HSE-DZZ) é um CubeSat-3U desenvolvido em conjunto com o Instituto de Electrónica e Matemática de Moscovo ‘A. Tikhonov’ (MIEM NRU HSE) e pela SPUTNIX. O satélite está equipado com uma câmara experimental de lente Fresnel desenvolvida pela Universidade de Samara e com um transmissor de banda-X de alta velocidade. Os alunos do MIEM estiveram envolvidos no desenvolvimento de sistemas de controlo do satélite.

O satélite OrbiKraft-Zorkiy da empresa “SPUTNIX” é um CubeSat.6U que está equipado com uma câmara telescópica NPO Lepton de alta resolução que permite uma resolução de até vários metros por pixel, colocando-a num alto nível técnico entre dispositivos deste tamanho.

O satélite Najm-1 é um veículo de observação da Terra e que será também utilizado para comunicações. É um projecto da Arábia Saudita, mas desenvolvido pela empresa Norte-americana LinaSpace. É um sdatélite experimental e educacional que será utilizado para a observação da Terra e para comunicações a partir da órbita terrestre baixa.

A missão SAMSON (Space Autonomous Mission for Swarming and Geolocation with Nanosatellites) é uma missão experimental da Technion, apoiada pelas indústrias espaciais Israelitas, para demonstrar o vôo em formação a longo prazo. O projecto é apoiado pela Fundação Adelis e pela Agência Espacial de Israel. A missão é composta por três nano-satélites CubeSat-6U, tendo dois objetivos principais: a demonstração de voo autônomo de um grupo (cluster) a longo prazo de vários satélites, com algoritmos baseados no estudo FADER financiado pela ERC da DSSL; e a determinação sa posição de um emissor terrestre cooperativo com base na diferença de tempo de chegada (TDOA) e / ou diferença de frequência de chegada (FDOA).

Nesta missão foram colocados em órbita os dois satélites Kepler pertencentes à Kepler Communications.

A Kepler Communications está a desenvolver uma constelação de CubeSats para a Internet das Coisas (Internet of Things IOT), máquina a máquina (M2M) e serviços de comunicação inter-satélite.

Os satélites oferecem dois serviços principais de comunicação. O primeiro é um serviço global de transferência de dados que retransmitirá com segurança gigabytes de dados numa solução de armazenamento e encaminhamento de banda larga por meio de um sistema de comunicações de banda Ku de alta taxa de dados a bordo de cada satélite. O segundo serviço fornecerá conexões padronizadas IoT com qualidade celular, conectando sensores e dispositivos em qualquer lugar da Terra com seu provedor de serviços.

Após os primeiros protótipos iniciais, KIPP e CASE e TARS, o Kepler precisava de um projeto de produção em massa para a constelação operacional. Assim, o Space Flight Laboratory (SFL) e a Kepler Communications assinaram um acordo de desenvolvimento e fabrico de satélites que pode servir como um modelo para colaboração futura entre organizações. A SFL projetou e construiu o primeiro nanosatélite Gen1 totalmente operacional na constelação de satélites de comunicações comerciais da Kepler. O projeto deste satélite será usado pela Kepler na produção em massa de 140 satélites. A SFL está a  ajudar no início da produção numa unidade de fabrico pertencente e operada pela Kepler, onde satélites duplicados serão produzidos em massa.

A plataforma 6U-XL CubeSat da SFL, denominada Spartan, apresenta painéis solares implantáveis, rádios definidos por software (SDR), uma carga útil de comunicação de banda estreita e antenas de alto ganho.

Nesta missão foram colocados em órbita os satélites Kepler-6 e Kepler-7.

O pequeno KSU CubeSat foi desenvolvido pela Faculdade Técnica da Universidade Rei Saud, Arábia Saudita. O satélite irá transmitir dados de telemetria e fotografias do espaço para uma estação terrestre.

Os satélites BEESAT-5 a BEESAT-8 fazem parte de um projecto de constelação de satélites da Universidade Técnica de Berlim para o desenvolvimento e verificação de componentes miniaturizados para sistemas de pico e nanossatélites distribuídos no âmbito do programa PiNaSys II.

As funções essenciais de um sistema distribuído são a comunicação e a navegação relativa entre os satélites. A Universidade Técnica de Berlim desenvolveu uma missão de enxames de picosatélites que consiste em quatro CubeSats-0,25U com uma massa de 330 gramas cada. Os picosatélites foram projectados totalmente redundantes e quase completos com tolerância a uma única falha.

O principal objetivo da missão é demonstrar um subsistema de comunicação recém-desenvolvido na banda UHF e um receptor GNSS experimental. Além disso, os satélites contêm um sensor de determinação de atitude óptica multi funcional e estão equipados com reflectores de cubo de canto em todos os lados para determinação de distância via laser a partir do solo.

O GRBAlpha é um CubeSat-1U com uma massa de 1 kg que tem como objectivo demonstrar a tecnologia e sistemas electrónicos de detecção para futuros CubeSat designada “Cubesats Applied for MEasuring and LOcalising Transients” (CAMELOT). Esta é uma constelação de nanosatélites que irá fornecer uma cobertura global do céu com uma precisão de alta precisão e sensibilidade para a detecção de raios gama.

O satélite GRBAlpha (CAMELOT Demo) é um projecto conjunto da Eslováquia e Hungria e foi desenvolvido pela Universidade de Košice.

O NanoSatC-Br 2 é um CubeSat-2U do Brasil, desenvolvido no Centro Regional de Pesquisas Espaciais Sul (CRS / CCR / INPE-MCT). O satélite tem como missão científica a monitorização da ionosfera, do Campo Magnético da Terra e a precipitação de partículas. O satélite irá também estudar a perturbação da composição da ionosfera na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (SAMA). Transporta um transceptor U / V com opções de modulação BPSK 1k2 e 9k6, além de um farol CW. A intenção é ter um transponder de rádio amador FM para DSB. O satélite tem uma massa de 2 kg.

O satélite KMSL é um pequeno satélite científico para a realização de experiências em microgravidade, tendo sido desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Universidade Chosan Gwangju, Coreia do Sul.

A missão CANYVAL-C (CubeSat Astronomy by NASA and Yonsei using Vision ALignment Coronagraph) é composta por dois CubeSati (1U e 2U) desenvolvida na Universidade de Yonsei, Coreia do Sul, em colaboração com a NASA. A missão tem como objectivo validar cientificamente o processo fotografico da coroa solar. A missão é a aplicação da tecnologia do Telescópio Virtual que usa satélites discretos como um telescópio espacial. A missão necessitou do desenvolvimento de tecnologia de alinhamento inercial fixo, tecnologia GNC para voo em formação de satélites e tecnologia de ligação inter-satélite.

O sistema CANYVAL-C consite em dois CubeSats, Pumbaa e Timon. Pumbaa, o ocultador, é um CubeSat-2U que cobre o Sol para a observação da coroa. Timon, o detector, é um CubeSat-1U que obtem a coronografia com uma câmara óptica.

O foguetão 14A14 Soyuz-2

O foguetão 14A14 Soyuz-2 representa a mais recente evolução do épico míssil balístico intercontinental R-7 desenvolvido por Sergei Korolev nos anos 50 do século passado. O novo lançador apresenta motores melhorados, modernosSoyuz-2_2014-03-23_14-08-06 sistemas aviónicos digitais e uma reduzida participação de componentes de fabrico não russo.

O lançador é também conhecido pela designação Soyuz-ST (quando lançado desde o CSG Kourou) e foi especialmente desenhado para uma utilização comercial aumentando a sua performance geral apesar de o desenho básico do veículo permanecer o mesmo. As alterações foram realizadas ao nível de uma melhoria da performance dos motores do primeiro e do segundo estágio com novos injectores e alteração da mistura dos propelentes; aumento na performance do terceiro estágio; introdução de um novo sistema de controlo permitindo uma alteração do plano orbital já durante o voo ; introdução de um novo sistema de telemetria digital para a monitorização do lançador e a introdução de uma nova ogiva de protecção de carga com um diâmetro de 3,6 metros.

O foguetão 14A14 Soyuz-2 pode ser equipado com um quarto estágio, nomeadamente o estágio Fregat, utilizando as carenagens de protecção do tipo ST e SF.

Este lançador é capaz de colocar uma carga de 7.800 kg numa órbita terrestre a 240 km de altitude com uma inclinação de 51,80.º. No lançamento desenvolve uma força de 4.144.700 kN. A sua massa total é de 310.000 kg, o seu diâmetro no estágio principal é de 2,95 metros e o seu comprimento total é de 43,40 metros.

O primeiro estágio do 14A14 Soyuz-2 é composto pelos quatro propulsores laterais (Blok B, V, G e D) com uma massa bruta de 44.400 kg, tendo uma massa de 3.810 kg sem combustível. Cada propulsor tem um motor RD-107A (14D22) que desenvolve uma força de 1.021.097 kN (vácuo), com um Ies 310 s e um Tq de 120 s. Têm um comprimento de 19,60 metros, um diâmetro de 2,69 metros e consomem LOX e querosene.

O segundo estágio (Blok-A) tem um comprimento de 27,80 metros, um diâmetro de 2,95 metros, um peso bruto de 105400 kg e um peso sem combustível de 6.975 kg. Está equipado com um motor RD-108A que no lançamento desenvolve 999.601 kgf (vácuo), com um Ies de 311 s e um Tq de 286 s. Consome LOX e querosene.

O terceiro estágio (Blok-I) tem um comprimento de 6,74 metros, um diâmetro de 2,66 metros, um peso bruto de 25.200 kg e um peso sem combustível de 2.355 kg. Está equipado com um motor RD-0110 que no lançamento desenvolve 294.000 kgf (vácuo), com um Ies de 359 s e um Tq de 300 s. Consome LOX e querosene.

As modificações introduzidas no novo lançador foram sendo testadas em duas versões do mesmo veículo o 14A14-1A Soyuz-2.1a e o 14A14-1B Soyuz-2.1b. Este último veículo é um lançador a três estágios no qual o motor RD-0124 é já empregado no último estágio.

Soyuz-2-1a 1

Com dimensões semelhantes ao motor RD-0110 utilizado nas versões anteriores dos lançadores Soyuz, o motor RD-0124 apresenta como principal diferença a introdução de um sistema de ciclo fechado no qual o gás do oxidante que é utilizado para propulsionar as bombas do motor é então direccionado para a câmara de combustão onde é queimado com restante propolente em vez de ser descartado. Esta melhoria no motor aumenta o desempenho do sistema e, como consequência, aumenta a capacidade de carga do lançador em 950 kg. Um propolente especial de ignição é utilizado para activar a combustão do motor e são utilizados dispositivos pirotécnicos para controlar o funcionamento do motor. Cada uma das quatro câmaras de combustão pode ser movimentada ao longo de eixos para manobrar o veículo.

Lançamento Data de Lançamento

Hora (UTC)

Lançador Local de Lançamento Carga
2012-049 17/Set/12

16:28:39,955

L15000-012/1037 Baikonur

LC31 PU-6

MetOp-B
2012-063 14/Nov/12

11:42:46,291

77046267/1034 GIK-1 Plesetsk

LC43/3

Meridian-6
2013-005 06/Fev/13

16:04:24,128

I15000-011/1029 Baikonur

LC31 PU-6

Globalstar-M078
Globalstar-M093
Globalstar-M094
Globalstar-M095
Globalstar-M096
Globalstar-M097
2014-069 30/Out/14

01:42:52,121

76058174/1026 GIK-1 Plesetsk

LC43/4

Meridian-7
2017-042 14/Jul/17

06:36:49,399

Т15000-018/122-02 Baikonur

LC-31 Pu-6

Kanopus-V-IK n.º 2
Flying Laptop
WNISAT-1R
TechnoSat
NORSAT-1
NORSAT-2
CICERO-1
CICERO-2
CICERO-3
Corvus-BC 1
Corvus-BC 2
Perseus-O 1
Perseus-O 2
Perseus-O 3
Perseus-O 4
MKA-N 1
MKA-N 2
Flock-2k (1)
Flock-2k (2)
Flock-2k (3)
Flock-2k (4)
Flock-2k (5)
Flock-2k (6)
Flock-2k (7)
Flock-2k (8)
Flock-2k (9)
Flock-2k (10)
Flock-2k (11)
Flock-2k (12)
Flock-2k (13)
Flock-2k (14)
Flock-2k (15)
Flock-2k (16)
Flock-2k (17)
Flock-2k (18)
Flock-2k (19)
Flock-2k (20)
Flock-2k (21)
Flock-2k (22)
Flock-2k (23)
Flock-2k (24)
Flock-2k (25)
Flock-2k (26)
Flock-2k (27)
Flock-2k (28)
Flock-2k (29)
Flock-2k (30)
Flock-2k (31)
Flock-2k (32)
Flock-2k (33)
Flock-2k (34)
Flock-2k (35)
Flock-2k (36)
Flock-2k (37)
Flock-2k (38)
Flock-2k (39)
Flock-2k (40)
Flock-2k (41)
Flock-2k (42)
Flock-2k (43)
Flock-2k (44)
Flock-2k (45)
Flock-2k (46)
Flock-2k (47)
Flock-2k (48)
Lemur-2 (42) (Lemur-2 Greenberg)
Lemur-2 (43) (Lemur-2 ArtFischer)
Lemur-2 (44) (Lemur-2 Monson)
Lemur-2 (45) (Lemur-2 Furiaus)
Lemur-2 (46) (Lemur-2 Zachary)
Lemur-2 (47) (Lemur-2 AndiS)
Lemur-2 (48) (Lemur-2 PeterG)
Lemur-2 (49) (Lemur-2 Dembitz)
NanoACE
Mayak
Iskra-MAI-85
Ecuador UTE-YuZGU
2018-014 01/Fev/18

02:07:182130

N15000-002/122-03 Vostochniy

LC-1S

Kanopus-V n.º 3
Kanopus-V n.º 4
S-Net-1 (Tubsat-13)
S-Net-2 (Tubsat-14)
S-Net-3 (Tubsat-15)
S-Net-4 (Tubsat-16)
Lemur-2 (74) ‘Kadi’
Lemur-2 (75) ‘TheNickMolo’
Lemur-2 (76) ‘Jin-Luen’
Lemur-2 (77) ‘UramChamsol’
D-Star ONE v.1.1 Phoenix
2018-111 27/Dez/18

02:07:18,231

Ya15000-003/122-06 Vostochniy

LC-1S

Kanopus-V n.º 5
Kanopus-V n.º 6
GRUS
Flock-k (1)
Flock-k (2)
Flock-k (3)
Flock-k (4)
Flock-k (5)
Flock-k (6)
Flock-k (7)
Flock-k (8)
Flock-k (9)
Flock-k (10)
Flock-k (11)
Flock-k (12)
Lemur-2 (88) ‘Remy-Colton’
Lemur-2 (89) ‘Gustavo’
Lemur-2 (90) ‘ChristinaHolt’
Lemur-2 (91) ‘Zo’
Lemur-2 (92) ‘Tinykev’
Lemur-2 (93) ‘SarahBettyBoo’
Lemur-2 (94) ‘NatalieMurray’
Lemur-2 (95) ‘Daisy-Harper’
UWE-4
ZACUBE 2 (ZA 004)
LUME-1
D-Star ONE iSat
D-Star ONE (Sparrow)
2019-046 30/Jul/19

05:55:36,191

78021117/1036 GIK-1 Plesetsk

LC43/3

Meridian-8
2020-015 20/Fev/20

08:24:54,291

78021118/111-303 GIK-1 Plesetsk

LC43/3

Meridian-9
2021-022 22/Mar/21

06:07:12

V15000-044/122-05 Baikonur

LC31 PU-6

CAS500-1
DMSat-1
ELSA-d (Chaser)
ELSA-d (Target)
GRUS-1B
GRUS-1C
GRUS-1D (FSTRA Fukui Prefectural Satellite)
GRUS-1E
UniSat-7
BCCSAT-1
DIY-1 (Arduiqube)
FEES
SMOG-1
STECCO
WormSail
ChallengeOne
WildTrackCube-SIMBA (IKUNS 3)
LacunaSat-2b
Hiber-3 CubeSX-Sirius-HSE (SiriusSat 3U, Sirius-DZZ)
CubeSX-HSE (MIEM 3U, NRU HSE-DZZ)
Orbicraft-Zorky
Najm-1
SAMSOM-1
SAMSOM-2
SAMSOM-3
Kepler-6
Kepler-7
KSU-Cubesat
BeeSat-5
BeeSat-6
BeeSat-7
BeeSat-8
GRBAlpha (CAMELOT Demo)
NanoSatC-Br 2 KMSL
Pumbaa
Timon

Em 1996 tiveram início os testes do motor RD-0124 e foram finalizados em Fevereiro de 2004 nas instalações da Khimavtomatika em Voronezh. Nesta altura previa-se que a produção em série do novo motor teria início em 2005. A 27 de Dezembro de 2005 teve lugar outro teste do motor, abrindo caminho para os ensaios em grupo de todo o terceiro estágio do lançador 14A14-B Soyuz-2.1b nas instalações da NIIKhimMash em Sergiev Posad.

No início de 2005 a Arianespace anunciava que a primeira missão de teste do foguetão 14A14-1B Soyuz-2.1b teria lugar desde o Cosmódromo GIK-5 Baikonur para colocar em órbita o satélite astronómico CoRoT. Este lançamento dependeria dos resultados de novos ensaios do motor RD-0124 que tiveram lugar em Março e Abril de 2006. Um último teste teve lugar a 20 de Outubro de 2006 e o satélite CoRoT acabaria por ser lançado a 21 de Dezembro desse ano.

Dados estatísticos e próximos lançamentos

– Lançamento orbital: 6044

– Lançamento orbital Rússia: 3275 (54,19%)

– Lançamento orbital desde Baikonur: 1510 (24,98% – 46,11%)

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

6045 – 22 Mar (2220:??) – Electron (F19 “They Go Up So Fast”) – Onenui (Màhia), LC-1A – BlackSky Global-9, Centauri-3, Myriota-7, RAAF-M2 A, RAAF-M2 B, Gunsmoke-J (Jacob’s Ladder), Veery Hatchling, Pathstone

6046 – 24 Mar (0858:??) – Falcon 9-112 (B1060.6) – Cabo Canaveral SFS, SLC-40 – Starlink F23 (x60) [v1.0 L22]

6047 – 25 Mar (1226:??) – 14A14-1B Soyuz-2.1b/Fregat-M (V15000-005/123-0x (ST30)) – Vostochniy, LC-1S – OneWeb (x36)

6048 – 28 Mar (????:??) – GSLV – Satish Dawan SHAR, SLP – EOS-03 (GISAT-1)

6049 – 09 Abr (0742:??) – 14A14-1A Soyuz-2.1a – Baikonur, LC-31 PU-6 – Soyuz MS-18

6050 – 20 Abr (0150:??) – Vega (VV18) – CSG Kourou, ZLV – Pleiades Neo 1, EIRSAT-1, ELO, Lemur-2, Myriota-1, Myriota-2, Myriota-3, NORSAT-3, NanoAvionics SAT