Par estéreo de Noctis Labyrinthus

A sonda ExoMars foi lançada num foguetão Proton-M a partir de Baikonur, no Cazaquistão, a 14 de Março de 2016. Cerca de sete meses depois, chegou a Marte.

Como parte dos preparativos para a sua missão científica principal de analisar a atmosfera de gases que podem estar relacionados com a actividade biológica ou geológica e fotografar locais que possam estar relacionados a essas fontes, o ‘Trace Gas Orbiter’ realizou duas campanhas para testar os seus instrumentos científicos – uma em Novembro passado e outra na semana passada.

Apresentado aqui, encontra-se um dos primeiros pares de imagens obtido pela câmara de alta resolução da sonda, a 22 de Novembro.

As imagens à esquerda e à direita juntas formam um par estéreo de parte da região Noctis Labyrinthus de Marte. A câmara capta uma fotografia olhando ligeiramente para a frente (imagem esquerda, neste caso) e, depois de ter voado sobre a área, gira para olhar para trás para obter a segunda parte da imagem (direita), de modo a obter uma imagem da mesma região da superfície, a partir de dois ângulos diferentes.

Ao combinar o par de imagens, pode-se construir uma imagem 3D e obter informações sobre as alturas relativas das características da superfície.

As imagens foram tiradas para testar o sincronismo das imagens à medida que a nave espacial se move sobre a superfície, a fim de reconstruir melhor as imagens estereofónicas. Testes adicionais foram realizados na semana passada para aperfeiçoar o processo.

Noctis Labyrinthus, ou “labirinto da noite”, encontra-se na borda ocidental de Valles Marineris, o grande desfiladeiro do Sistema Solar, e compreende uma vasta rede de planaltos e de trincheiras planas. Podem observar-se deslizamentos nos flancos das encostas íngremes.

Desde a chegada, a sonda realizou também uma série de manobras para alterar o seu período orbital e inclinação, pronto para começar, no final desta semana, a fase de aerotravagem que durará um ano. Este processo utilizará a atmosfera do planeta para diminuir gradualmente a velocidade da nave espacial e assim movê-la para uma órbita quase circular de 400 km, a partir da qual a sonda realizará a sua missão científica principal.

As imagens foram obtidas pela câmara CaSSIS; a escala é de 7,2 m/pixel e as imagens correspondem a uma área, em Marte, de cerca de 15 x 45 km.

Notícia e imagem: ESA

Texto corrigido para Língua Portuguesa pré-AO90