O mês de Novembro de 2019 termina com um total de 12 lançamentos orbitais, tendo sido colocados em órbita 107 satélites.
Até 30 de Novembro, foram realizados 438 lançamentos orbitais neste mês, o que corresponde a uma média de 7,1 lançamentos e a 8,0% do total de lançamentos bem sucedidos realizados desde 4 de Outubro de 1957 (o mês de Janeiro é o mês com menos lançamentos orbitais correspondendo a 6,1% dos lançamentos e a uma média de 5,3 lançamentos por mês de Janeiro e o mês de Dezembro é o mês com mais lançamentos orbitais, correspondendo a 10,4% dos lançamentos e a uma média de 9,1 lançamentos por mês de Dezembro desde 1957).
O número de lançamentos orbitais bem sucedidos levados a cabo em 2019 (82) corresponde a 1,50% do total de lançamentos orbitais realizados desde 4 de Outubro de 1957.
Nesta altura prevê-se que 2019 possa chegar aos 120 lançamentos. Para Dezembro de 2019 estão previstos 12 lançamentos orbitais com datas já definidas.
Previsto para 29 de Novembro, a 10.ª missão da RocketLab deverá ter lugar nos primeiros dias de Dezembro, não tendo no entanto (à data desta publicação) uma data estabelecida para o lançamento.
A missão ‘Running Out Of Fingers’ terá lugar a partir do Complexo de Lançamento LC-1 localizado em Onenui (Máhia) e será levado a cabo pelo foguetão Electron/Curie (F10). A bordo estarão os pequenos satélites ATL-1, FossaSat-1, NOOR-1A, NOOR-1B, SMOG-P, TRSI-Sat e ALE-2.
A SpaceX irá lançar uma nova missão logística para a estação espacial internacional às 1751UTC do dia 4 de Dezembro. O lançamento da cápsula não tripulada Dragon SpX-19 para a missão CRS-19, será levado a cabo pelo foguetão Falcon 9-077 (B1056.3) a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 do Cabo Canaveral AFS.
A bordo da Dragon SpX-19 seguem várias experiências, mantimentos e componentes para a estação espacial internacional, além de vários pequenos satélites que serão posteriormente colocados em órbita. Estes satélites são: CIRiS, SORTIE, CryoCube-1, QARMAN, AztechSat-1, EdgeCube e o MakerSat-1.
Dois dias depois do lançamento da Dragon SpX-19, a Roscosmos irá lançar uma outra missão logística a partir do Cosmódromo de Baikonur. A missão ISS-74P será lançada às 0934UTC e irá colocar em órbita o veículo de carga Progress MS-13. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão 14A14-1A Soyuz-2.1a (N15000-034) a partir da Plataforma de Lançamento PU-6 do Complexo de Lançamento LC31 (17P32-6).
O Progress MS-13 irá transportar a usual carga de mantimentos, ar, oxigénio, água, experiências científicas e itens pessoais para a tripulação permanente a bordo da estação espacial internacional, fornecendo à ISS um suprimento de propelentes e gases com uma massa total de 700 kg, além de 1.350 kg de vários equipamentos e cargas, incluindo hardware para sistemas de controlo a bordo e sistemas de suporte à vida, instrumentos para experiências científicas, materiais sanitários e higiénicos, e equipamentos de monitorização médica, além de 420 litros de água nos tanques do sistema Rodnik e rações alimentares padrão. Além disso, os cosmonautas e astronautas da ISS receberão uma nova passadeira de exercício físico destinada a manter a tripulação em boa forma física sob condições de gravidade zero.
Um novo satélite de navegação para a rede global Russa de geoposicionamento GLONASS será colocado em órbita a 10 de Dezembro.
O lançamento do satélite 11F654M Uragan-M nº 59L será levado a cabo pelo foguetão 14A14-1B Soyuz-2.1b/Fregat (N15000-046/???-??) a partir do Complexo de Lançamento LC43/3 do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk, região de Arkhangelsk. Este será o primeiro lançamento a ser realizado a partir do Complexo de Lançamento LC43/3 do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk desde Outubro de 2002, altura em que ocorreu um acidente que levou à perda do satélite Foton-M1.
A Organização de Investigação Espacial Indiana, ISRO, irá levar a cabo um novo lançamento orbital a 11 de Dezembro, pelas 0930UTC. O satélite de detecção remota RISAT-2BR1 será colocado em órbita por um foguetão PSLV-CA na missão PSLV-C48 lançada desde a Plataforma de Lançamento FLP (First Launch Pad) do Centro Espacial Satish Dawan SHAR, Ilha de Sriharikota.
Os satélites da série RISAT-2B usam um sistema de observação SAR (Synthetic Aperture Radar) activo para fornecer a continuidade deste tipo serviço iniciado pelo satélite RISAT-2. O objectivo da missão é usar a capacidade de observação SAR durante 24 horas em todas as condições meteorológicas em aplicações como agricultura, silvicultura, humidade do solo, geologia, gelo marinho, monitorização costeira, identificação de objectos e monitorização de inundações, além de ser empregue e, vigilância militar.
Juntamente com o RISAT-2BR1 serão colocados em órbita os satélites QPS-SAR 1 (Izanagi) e quatro satélites Lemur-2x.
A última missão comercial da SpaceX em 2019 deverá ter lugar a 16 de Dezembro com o foguetão Falcon 9-078 a ser lançado desde o Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy, Ilha de Merritt, para colocar em órbita o satélite de comunicações JCSat-18 / Kacific-1. O lançamento está previsto para as 0016UTC.
O JCSat-18 / Kacific-1 foi desenvolvido pela Boeing e é baseado na plataforma BSS-702MP, tendo uma massa de 6.800 kg. O satélite será operado em conjunto pela Kacific Broadband Satellites Pte Ltd e pela SKY Perfect JSAT Corporation. Está equipado com uma carga de comunicações de banda Ka HTP (56 feixes direccionáveis) e uma carga de banda Ku. Será utilizado para o fornecimento de serviços de comunicações móveis, dados e Internet para os utilizadores na região da Ásia-Pacífico.
A última missão da Arianespace em 2019 terá lugar a 17 de Dezembro, com o foguetão 372RN21A Soyuz-ST-A/Fregat-M (R15000-008/133-12) a ser lançado na missão VS23 às 0852:20UTC. O lançamento será levado a cabo a partir do Complexo de Lançamento ELS de Kourou (Sinnamary), transportando os satélites CSG-1, CHEOPS,
ANGELS, ELO, EyeSat, OPS-SAT e outros CubeSat.
O CSG-1 (COSMO-SkyMed second generation -Constellation of Small Satellites for Mediterranean basin observation) é o primeiro de uma série de satélites de observação da Terra da Agência Espacial Italiana para substituir a primeira geração de satélites do sistema COSMO-SkyMed. O satélite foi desenvolvido pela Tales Alenia Space e é baseado na plataforma Prima Bus, tendo uma massa de cerca de 2.230 kg. O satélite está equipado com o radar SAR CSG-SAR (COSMO-SkyMed Second Generation Synthetic Aperture Radar).
O satélite CHEOPS (CHaracterising ExOPlanet Satellite) é um pequeno satélite que irá observar as estrelas brilhantes mais próximas da Terra e que se sabe ter planetas em sua órbita. O satélite foi desenvolvido pela Airbus Defence and Space e é baseado na plataforma AstroBus-300 (AstroBus-S) / Myriade-Evolutions, tendo uma massa de cerca de 250 kg.O ANGELS (ARGOS Néo on a Generic Economical and Light Satellite) é o primeiro nanossatélite projectado e desenvolvido pela industria francesa com o apoio do CNES. Baseado no modelo CubeSat-12U e com uma massa de 20 kg, irá transportar o instrumento de comunicações Argos-Neo, dez vezes mais pequeno e consumindo três vezes menos energia do que a anterior geração de instrumentos Argus. O sistema Argus é o único sistema global por satélite para localização e recolha de dados, projectado especificamente para estudar e proteger o meio ambiente do nosso planeta.
O ELO (Eutelsat LEO for Objects) é um CubeSat-6U desenvolvido pela Tyvak International SRL, uma subsidiária da Terran Orbital Corporation, que será operado pela Eutelsat como protótipo para a constelação Internet of Things (IoT). Será usado para avaliar o desempenho de satélites na órbita terrestre baixa ao fornecer conectividade em banda estreita. A operadora irá basear-se na tecnologia da Sigfox, que administra uma rede global exclusiva de banda estreita dedicada à IoT.
O pequeno EyeSat é um CubeSat-3U com uma massa de 3 kg que foi desenvolvido e será operado pelo CNES. Esta é uma missão de estudos astronómicos da luz zodiacal e da Via Láctea e que foi desenvolvida por estudantes de escolas de engenharia trabalhando em conjunto com o CNES em Toulouse, juntamente com estudantes de um Instituto Tecnológico Universitário (IUT) em Cachan, França.
O OPS-SAT é um CubeSat-3U do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) da Agência Espacial Europeia (ESA) que permitirá a realização de testes em órbita e a demonstração de software experimental e inovador que pode ser usado em futuras missões e programas da ESA. O satélite tem uma massa de 6 kg.
A Boeing deverá testar a sua cápsula tripulada Starliner (CST-100 Crew Space Transportation 100) numa missão não tripulada prevista para as 1247UTC do dia 17 de Dezembro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Atlas-V/N22 (AV-080) a partir do Complexo de Lançamento SLC-41 do Cabo Canaveral AFS. Esta será a missão Starliner-F1 (CST-100 F1 ou Boe-OFT) que irá testar em voo todos os sistemas na Starliner, incluindo as operações de aproximação e acoplagem com a ISS e posterior reentrada e regresso à Terra.
Dois novos satélites de navegação serão colocados em órbita pela China a 17 de Dezembro. O lançamento deverá ser levado a cabo por um foguetão CZ-3B Chang Zheng-3BGZ/YZ-1 a partir do Complexo de Lançamento LC3 do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, província de Sichuan. O satélites a bordo deverão ser Beidou-3M19 (Beidou-52) e Beidou-3M20 (Beidou-53).
O satélite sino-brasileiro CBERS-4A será colocado em órbita a 20 de Dezembro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B (Y44) a partir do Complexo de Lançamento LC9 do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. O lançamento está previsto para as 0321UTC.
O CBERS-4A, também designado Ziyuan-1 (4A), é um satélite de detecção remota baseado na plataforma Phoenix-Eye-1, tendo uma massa de 1.980 kg. A bordo seguem quatro instrumentos de observação: a câmara pancromática PANMUX, a câmara multiespectral MUXCAM, o sistema de rastreio de média resolução IRSCAM e a câmara de observação de campo largo WFICAM. O seu tempo de vida útil em órbita é de 3 anos.
Juntamente com o CBERS-4A serão lançados os satélites ETRSS-1, FloripaSat-1, MN50-01, MN10-03 e MN10-04.
O satélite etíope ETRSS-1 (Ethiopian Remote Sensing Satellite) foi desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST) e tem uma massa de 70 kg. É um pequeno satélite de detecção remota e é o primeiro satélite da Etiópia, que fornecerá dados sobre mudanças nos fenómenos meteorológicos e climáticos que serão utilizados para benefício dos os principais factores de desenvolvimento do país, tais como agricultura, silvicultura e iniciativas de protecção de recursos naturais. O satélite está equipado com um sistema de detecção remota multi-espectral. Será operado pelo Instituto Etíope de Ciência e Tecnologia Espacial.
O pequeno FloripaSat é um CubeSat desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a Agência Espacial Brasileira. O FloripaSat-1 é uma missão de demonstração tecnológica totalmente desenvolvida por estudantes do SpaceLab da UFSC. É composto por 5 módulos para o controle da missão e carga útil. Os módulos principais desenvolvidos na UFSC são o On-Board Data Handling (OBDH); a telemetria, rastreio e controle (TT&C); o Electric Power System (EPS) e o Passive Attitude Control System (ACS). A carga útil é um repetidor de rádio amador, que pode ser usado em todo o mundo em situações de emergência e resgate.
Pouca informação está disponível sobre os satélites MN50-01, MN10-03 e MN10-04 que têm de massa 65 kg, 10 kg e 8 kg, respectivamente.
O satélite meteorológico geostacionário russo Elektro-L nº 3 será colocado em órbita a 24 de Dezembro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão 8K82KM Proton-M/DM-03(1.1) (93566/3L) a partir da Plataforma de Lançamento PU-39 do Complexo de Lançamento LC200 do Cosmódromo de Baikonur. O satélite foi desenvolvido pela Lavochkin e é baseado na plataforma Navigator. Tem uma massa de 1.740 kg e o seu tempo de vida útil é de 10 anos.
Um foguetão 14A05 Rokot/Briz-KM deverá ser lançado a 29 de Novembro transportando os satélites Gonets-M №24, Gonets-M №25 e Gonets-M №26. O lançamento terá lugar desde o Complexo de Lançamento LC133/3 do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk. Juntamente com estes três satélites será lançado um satélite Blits-M.
O foguetão Chinês CZ-5 Chang Zheng-5 deverá efectuar o seu regresso a 27 de Dezembro. Lançado a partir do Complexo de Lançamento LC101 do Centro de Lançamentos Espaciais de Wenchang, o CZ-5 Chang Zheng-5 (Y3) deverá colocar em órbita o satélite de comunicações experimental geostacionário SJ-20 Shijian-20.
O SJ-20 é baseado na plataforma DFH-5 e foi desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. Tem uma massa de 7.600 kg.
O satélite transporta uma carga de banda Ka de 70 Gbps para comunicações de alto rendimento. Também transporta um terminal óptico de comunicações a laser infravermelho para downlinks com taxas de dados de até 4,8 Gbit/s.
Um novo grupo de 60 satélites Starlink da SpaceX equipados com antenas Ku e Ka deverão ser colocados em órbita em Dezembro. O lançamento será realizado por um foguetão Falcon-9 a partir do Complexo de Lançamento SLC-41 do Cabo Canaveral, Florida.
A Virgin Orbit deverá levar a cabo o lançamento inaugural do seu foguetão LauncerOne no mês de Dezembro colocando em órbita uma carga de balastro
As Forças Militares Russas deverão levar a cabo o lançamento do primeiro satélite 14F01 Neitron a partir do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk. O lançamento será levado a cabo por um foguetão 14A14-1A Soyuz-2.1a/Fregat-M a partir do Complexo de Lançamento LC43/3. Os satélites Neitron são desenvolvidos pela NPO Mashinostroyeniya (NPOMash) e deverão tratar-se de satélites de reconhecimento por radar.
Os satélites Xingyun-2 01 e Xingyun-2 02 deverão ser lançados desde o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan pelo foguetão KZ-1A Kuaizhou-1A (Y9). Os satélites Xingyuan são satélites de comunicações de banda estreita.