China lança satélite de observação da Terra

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A China lançou um novo satélite de observação da Terra em alta-resolução. O satélite GF-2 Gaofen-2 foi lançado às 0315UTC do dia 19 de Agosto de 2014 pelo foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B (Y27) a partir do Complexo de Lançamento LC9 do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. A bordo encontrava-se também o pequeno satélite polaco BRITE-PL-2 “Heweliusz”.

Todas as fases do lançamento correram como previsto. Após a separação do satélite Gaofen-2, o terceiro estágio do foguetão lançador executou uma manobra no qual se inclinou -55º em relação à direcção da sua órbita para proceder à separação do satélite Heweliusz às 0329UTC.

Gaofen-2 02

Gaofen-2 03

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Os satélites Gaofen

Os satélites Gaofen são uma série de veículos de observação da Terra de alta-resolução da Administração Espacial Nacional Chinesa. Em português, ‘gao fen’ significa ‘alta-resolução’. O programa civil de satélites de observação da Terra em alta-resolução foi proposto em 2006, recebendo apoio governamental e sendo iniciado em 2010. O plano é o de lançar seis satélites entre 2013 e 2016. O primeiro satélite, o GF-1 Gaofen-1, foi lançado a 26 de Abril de 2013 pelo foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D (Y18) a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan.

O principal objectivo do programa Gaofen é o de proporcionar imagens em tempo quase real para a prevenção e ajuda em desastres, monitorização das alterações climáticas, mapeamento geográfico, detecção e rastreamento ambiental e de recursos, bem como proporcionar apoio na agricultura. Os principais utilizadores dos dados são o Ministério do Solo e dos Recursos, Ministério da Protecção Ambiental e o Ministério da Agricultura.

Em 2010 o governo chinês aprovou a implementação Sistema Chinês de Observação da Terra em Alta-resolução (SCOTA), que é uma extensão do programa civil de satélites de observação da Terra em alta-resolução. O SCOTA será composto por sete satélites ópticos / micro-ondas. O Sistema de Observação da Terra e o Centro de Dados da Administração Espacial Nacional Chinesa é o responsável pela organização da construção do programa SCOTA. Este programa é composto por elementos do sistema espacial, quasi-espacial, aéreo, sistema de solo e sistema de aplicações como um todo para a observação do planeta em alta-resolução espacial, temporal e espectral.

O plano de implementação do SCOTA tem um período de desenvolvimento entre 2010 e 2020. Com o lançamento do GF-2 em 2014, até 2016serão lançados três novos satélites. O sistema completo de satélites estará em órbita até 2020.

O Gaofen-2 é baseado na plataforma CS-L3000A e é capaz de produzir imagens com uma resolução de 0,80 metros em modo pancromático e uma resolução de 3,20 metros em multi-espectral. As suas imagens têm uma largura de 48 km e o satélite é capaz de orientar a câmara de observação em 35º para cada lado. O satélite deverá operar entre 4 a 8 anos.

Gaofen-2

O satélite estava originalmente previsto para ser colocado em órbita em Dezembro de 2013, mas o seu lançamento foi adiado devido ao acidente ocorrido com o foguetão Chang Zheng-4B que deveria colocar em órbita o satélite de detecção remota sino-brasileiro CBERS-3 a 9 de Dezembro de 2013.

Os satélites BRITE-Poland

Os primeiros satélites científicos polacos destinados a explorar as estrelas que são mais brilhantes e mais quentes do que o Sol foram desenvolvidos na Polónia entre 2010 e 2012. O projecto irá ajudar na compreensão da estrutura interna das estrelas mais brilhantes da nossa galáxia. A oscilação das estrelas será estudada com a ajuda da constelação de satélites BRITE, projectados no âmbito do projecto Bright Target Explorer (BRITE) e desenvolvidos como um projecto de cooperação entre o Canadá, a Áustria e a Polónia.

Os satélites obtêm imagens do céu com a ajuda de uma câmara de grande angular para medir com maior precisão o brilho das estrelas mais brilhantes. A medição precisa destas estrelas a partir da superfície da Terra é uma tarefa difícil, apesar de serem facilmente detectáveis numa noite sem nuvens. Durante o projecto serão observadas entre 500 a 800 estrelas da nossa galáxia.

Os cientistas polacos pretendem investigar os mecanismos de convexão, que é o mecanismo de transporte de energia que tem lugar nas estrelas mais quentes. Esta é uma ocorrência importante na natureza que os físicos conhecem à mais de 100 anos, porém ainda não tem uma descrição matemática. O projecto BRITE irá ajudar a explicar o fenómeno.

A 16 de Dezembro de 2009 o Ministério da Ciência e do Ensino Superior da Polónia assinou uma decisão para garantir os fundos para o projecto. O primeiro satélite, Lem, foi colocado em órbita a 21 de Novembro de 2013.

O BRITE-PL-2 “Heweliusz” (também designado CanX-3D) é um satélite cúbico com 0,20 metros de aresta e uma massa de 6 kg no lançamento. O pequeno satélite irá realizar observações fotométricas de algumas das estrelas mais brilhantes do céu para examinar a variabilidade dessas estrelas. As observações realizadas terão uma precisão de pelo menos 10 vezes superior às observações realizadas a partir do solo.

BRITE-PL-2 Heweliusz

O foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B

Desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai, a família de lançadores Chang Zheng-4 é utilizada para a colocação de satélites em órbitas polares e órbitas sincronizadas com o Sol. São lançadores a três estágios de propolentes líquidos cujas raízes se encontram no foguetão FB-1 Feng Bao-1. A família destes lançadores consiste em três variantes: CZ-4A Chang Zheng-4A, CZ-4B Chang Zheng-4B e Chang Zheng-4C. Após o desenvolvimento do Feng Bao-1, a Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai foi incumbida do desenvolvimento do CZ-4. Aparentemente, este lançador seria um veículo suplente para o CZ-3B Chang Zheng-3B, com os dois primeiros estágios do CZ-4 a serem basicamente idênticos aos do foguetão CZ-3 Chang Zheng-3. O terceiro estágio do CZ-4 Chang Zheng-4 foi inteiramente desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai.

Após o sucesso do CZ-3B, a versão CZ-4 foi abandonada em 1982 e baseado no seu desenho foi introduzido o CZ-4A Chang Zheng-4A que é geralmente idêntico à primeira versão mas tendo uma massa no lançamento ligeiramente inferior (O CZ-4 Chang Zheng-4 tinha uma massa de 248.962 kg enquanto que o CZ-4A Chang Zheng-4A tinha uma massa de 241.092 kg.). O desenvolvimento do foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B teve início em Fevereiro de 1989, com o primeiro lançamento previsto para ter lugar em 1997 mas acabando por só se realizar em 1999.

cz-4b_2014-08-18_18-26-05

O CZ-4B Chang Zheng-4B tem uma carenagem de protecção de maiores dimensões; o controlo electromecânico original foi substituído por um controlo electrónico; os sistemas de telemetria, seguimento, controlo e de auto-destruição foram melhorados e substituídos por dispositivos de menores dimensões; procedeu-se a uma revisão do desenho dos escapes dos motores do segundo estágio para melhor desempenho a elevada altitude; foi introduzido um sistema de gestão de consumo de propolente para o segundo estágio com o objectivo de reduzir o propolente residual e assim aumentar a capacidade de carga; e foi introduzido um sistema de ejecção de propolente para o terceiro estágio. É capaz de colocar uma carga de 4.200 kg numa órbita terrestre baixa, 2.800 kg numa órbita sincronizada com o Sol ou 1.500 kg para uma órbita de transferência para a órbita geossíncrona. O CZ-4B pode utilizar duas carenagens: uma com um comprimento de 7,12 metros, diâmetro de 2,90 metros e um peso de 800 kg, e outra com um comprimento de 8,48 metros, diâmetro de 3,35 metros e um peso de 800 kg.

Uma versão equipada com oito propulsores laterais de combustível sólido foi estudada pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai. O foguetão Chang Zheng-4B-8S teria uma massa de 270.000 kg no lançamento e seria capaz de colocar 2.600 kg numa órbita polar ou sincronizada com o Sol.

Dados estatísticos

– Lançamento orbital: 5384

– Lançamento orbital com sucesso: 5036

– Lançamento orbital China: 203

– Lançamento orbital China com sucesso: 191

– Lançamento orbital desde Taiyuan: 50

– Lançamento orbital desde Taiyuan com sucesso: 46

A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono à data deste lançamento: 1ª coluna – lançamentos efectuados (lançamentos fracassados); 2ª coluna – lançamentos previstos à data; 3ª coluna – satélites lançados:

Baikonur – 12 (1) / 22 / 20

Plesetsk – 5 / 11 / 9

Dombarovskiy – 1 / 4 / 37

Cabo Canaveral AFS – 11 / 20 / 23

Wallops Island MARS – 2 / 3 / 64

Vandenberg AFB – 3 / 5 / 3

Kauai TF – 0 / 2 / 0

Jiuquan – 2 / 3* / 4

Xichang – 0 / 5* / 0

Taiyuan – 1 / 2* / 2

Tanegashima – 2 / 4 / 13

Kourou – 6 / 12 / 11

Satish Dawan, SHAR – 2 / 5 / 2

Odyssey – 1 / 1 / 1

Palmachim – 1 / 1 / 1

* Valores não precisos

Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo: 34,7% foram realizados pela Rússia; 32,7% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 6,1% pela China; 12,2% pela Arianespace; 4,1% pelo Japão, 6,1 % pela Índia, 2,0% por Israel e 2,0% pela Sea Launch.

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

21 Ago (1231:04) – Soyuz-STB/Fregat-MT (006/1039/VS09) – Galileo-FOC FM01 (Doresa); Galileo-FOC FM02 (Milena)

26 Ago (0506:00) – Falcon-9 v1.1 (F-7) – Cabo Canaveral AFS, SLC-40 – AsiaSat-6 (Thaicom-7)

11 Set (????:??) – Ariane-5ECA (VA218) – CSG Kourou, ELA3 – Measat-3b/Jabiru-2; Optus-10

16 Set (2140:00) – Atlas-V – Cabo Canaveral AFS, SLC-41 – CLIO

19 Set (0638:00) – Falcon-9 v1.1 (F-8) – Cabo Canaveral AFS, SLC-40 – Dragon SpX-4 (CRS4); Spinsat; Arkyd-3