A China levou a cabo um novo lançamento orbital às 0413:04,760UTC do dia 7 de Outubro de 2015, colocando em órbita quatro satélites compondo a missão JL-1 Jilin-1.
O lançamento foi levado a cabo por um foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D a partir da Plataforma de Lançamento 603 do Complexo de Lançamento LC43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, situado em Ejin-Banner (região autónoma da Mongólia Interior).
A missão JL-1 Jilin-1 (também por vezes designada CG-1 Changguang-1 ‘长光一号’) foi desenvolvida da província Chinesa de Jilin e é o primeiro satélite de detecção remota desenvolvido na China para uso comercial. A missão é composta por quatro satélites, sendo um destinado a obter imagens de alta resolução da superfície terrestre, um satélite para testar novas tecnologias e dois satélites para a obtenção de imagens de vídeo da superfície do nosso planeta. Os dados obtidos durante a missão serão fornecidos a clientes comerciais para auxiliar a prever e mitigar desastres geológicos, bem como para reduzir a escala de tempo na exploração de recursos naturais.
Os satélites foram desenvolvidos pela Corporação de Tecnologia de Satélites de Chang Guang, uma subordinada do Instituto Changchun de Óptica, Mecânica e Física da Academia Chinesa de Ciências. A província de Jilin é uma das mais antigas bases industriais da China que actualmente está a desenvolver a industria de construção de satélites como um dos seus motores industriais. A província tem planos para o lançamento de 60 satélites até 2020 e de 138 satélites até 2030. A primeira fase deste plano consiste no lançamento dos quatro primeiros satélites da missão Jilin-1. Entre 2016 e 2019, existem planos para se colocar em órbita 16 satélites, finalizando uma rede de satélites de detecção remota que irá cobrir todo o globo terrestre e que será capaz de uma actualização de entre três a quatro horas nos dados fornecidos. A partir de 2020, os planos apontam para a constituição de uma rede de 60 satélites capaz de uma actualização de 30 minutos nos dados fornecidos. A partir de 2030, a constelação Jilin será constituída por 138 satélites em órbita, formando uma constelação capaz de fornecer dados 24 horas por dia e em quaisquer condições meteorológicas nos locais a observar, tendo a capacidade de cobertura em todo o espectro no segmento de aquisição de dados e a capacidade de observar qualquer parte do globo terrestre com uma capacidade de revisitação de 10 minutos, fornecendo assim os melhores produtos a nível mundial com a maior resolução espacial e resolução temporal.
As imagens seguintes mostram o satélite JL-1 Jilin-1 durante a sua preparação para o lançamento.
Os quatro satélites que compõem a missão JL-1 são: Jilin-1, Lingqiao-A, Lingqiao-B e LQSat. Os satélites podem também ser designados como Jilin-1 Optical-A (吉林一号光学A星), Jilin-1 Video Sat (吉林一号视频星, referindo-se aos dois satélites de obtenção de imagens de vídeo) e Jilin-1 Tech Sat (吉林一号技术验证星).
O Jilin-1 (吉林1号) é um satélite de observação óptica de alta resolução com uma massa de 420 kg. A sua resolução pan-cromática é de 0,72 metros e a resolução multi-espectral é de 4 metros. O satélite está equipado com quatro três solares para o fornecimento de energia que será armazenada em baterias internas. O Jilin-1 irá operar numa órbita sincronizada com o Sol a uma altitude média de 656 km.
Os satélites Lingqiao-A (灵巧验证卫星) e Lingqiao-B (灵巧视频卫星) foram projectados para a obtenção de imagens de vídeo com uma resolução de 1,13 metros em imagens de 4,3 km x 2,4 km. Com uma massa de 95 kg cada um,as suas dimensões são de 1,1 metros de diâmetro e 1,2 metros de comprimento. Os satélites estão equipados com painéis solares colocados nos respectivos corpos. Tal como o Jilin-1, os satélites Lingqiao-A e Lingqiao-B irão operar numa órbita sincronizada com o Sol a uma altitude média de 656 km.
O satélite LQSat é um micro-satélite para demonstração tecnológica projectado pelo CIOMP. A sua principal carga é uma câmara com uma resolução de 2 metros e está equipado com um painel solar fixo para o fornecimento de energia. O satélite irá operar numa órbita sincronizada com o Sol a uma altitude média de 656 km. As suas dimensões são 0,40 x 0,40 x 0,60 metros e tem uma massa de 65 kg. O LQSat deverá operar durante 1 ano.
O foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D
O foguetão lançador chinês CZ-2D Chang Zheng-2D (长征二号丁火箭), fabricado pela Academia de Tecnologia Espacial de Xangai, é um veículo a dois estágios destinado a colocar satélites em órbitas terrestres baixas. O seu primeiro estágio é semelhante ao do foguetão lançador CZ-4 Chang Zheg-4, bem como o seu segundo estágio exceptuando uma secção de equipamento melhorada em relação ao CZ-4.
O Chang Zheng-2D tem a capacidade de colocar uma carga de 3.500 kg numa órbita a uma altitude de 200 km com uma inclinação de 28,0º em relação ao equador terrestre ou uma carga de 1.300 kg para uma órbita sincronizada com o Sol a uma altitude de 645 km. No lançamento desenvolve 2.961,6 kN, tendo uma massa total de 232.250 kg, um comprimento de 41,056 metros e um diâmetro de 3,35 metros.
O CZ-2D é principalmente lançado desde o Complexo de Lançamento LC-43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (áreas LA-2B ‘138’, que se encontra desactivada, e LC43/603), mas pode também ser lançado desde Xichang e Taiyuan.
O primeiro lançamento do CZ-2D teve lugar a 9 de Agosto de 1992 (0800UTC) quando o veículo Y1 colocou em órbita o satélite recuperável FSW-2 (1) (22072 1992-051A).
O CZ-2D Chang Zheng-2D pode utilizar dois tipos de carenagens de protecção distintas dependendo do tipo de carga a colocar em órbita. A carenagem Tipo A tem um diâmetro de 2,90 metros (com esta carenagem o lançador tem um comprimento total de 37,728 metros) e a carenagem Tipo B tem um diâmetro de 3,35 metros (comprimento total de 41,056 metros).
Dados Estatísticos e próximos lançamentos
– Lançamento orbital: 5486
– Lançamento orbital com sucesso: 5135
– Lançamento orbital China: 226
– Lançamento orbital China com sucesso: 214
– Lançamento orbital desde Jiuquan: 80
– Lançamento orbital desde Jiuquan com sucesso: 74
– Lançamento orbital desde Jiuquan em 2015: 3
Ao se referir a ‘lançamentos com sucesso’ significa um lançamento no qual algo atingiu a órbita terrestre, o que por si só pode não implicar o sucesso do lançamento ou da missão em causa (como foi o caso do lançamento do Progress M-27M).
A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono à data deste lançamento (os valores referentes aos lançamentos por parte da China não são precisos).
Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo: 30,5% foram realizados pela Rússia; 23,7% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 16,9% pela China; 15,3% pela Arianespace; 5,1% pelo Japão, 6,8% pela Índia e 1,7% pelo Irão.
Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):
8 Out (1249:00) – Atlas-V/401 (AV-058) – Vandenberg AFB, SLC-3E – NROL-55 (Intruder-11A/NOSS-3 7A), NROL-55 (Intruder-11B/NOSS-3 7B), SNaP-3 ALICE, SNaP-3 EDDIE, SNaP-3 JIMI, LMRSTSat, AeroCube-5C, AeroCube-7A (OCSD-A), ARC-1, BisonSat (Nwist Q̓ʷiq̓ʷáy), Fox-1A, PropCube-1, PropCube-3, SINOD-D 1, SINOD-D 3
16 Out (2040:00) – 8K82KM Proton-M/Briz-M – Baikonur, LC200 PU-39 – Turksat-4B
17 Out (????:??) – CZ-3B Chang Zheng-3B/G2 – Xichang, LC2 – Apstar-9/MySat-1
29 Out (????:??) – SPARK/Super Strypi-2 – Kauai Test Facility (KTF), PMRF-41 – HiakaSat-1/HawaiiSat-1, STACEM, EDSN-1, EDSN-2, EDSN-3, EDSN-4, EDSN-5, EDSN-6, EDSN-7, EDSN-8, Argus (SLU-02), PrintSat, Supernova-Beta
30 Out (1617:00) – Atlas-V/401 (AV-060) – Cabo Canaveral AFS, SLC-41 – GPS-IIF-11 (SV-12) ‘Navstar-73’