A última missão do Atlantis

 

A 32ª e última missão do vaivém espacial OV-104 Atlantis terá início às 1820:08UTC do dia 14 de Maio. Esta será uma missão que incluí três actividades extraveículares para instalar um novo módulo russo á estação espacial internacional, além de uma antena de banda Ku suplente e seis baterias para um dos painéis solares do posto orbital. A bordo do Atlantis serão também transportados mantimentos e equipamentos para a tripulação permanente da ISS.

A tripulação da missão STS-132 é composta pelos astronautas veteranos Kenneth Todd Ham (Comandante – 2), Dominic Anthony Antonelli (Piloto – 2), Michael Timothy Good (Especialista de Missão – 2), Piers John Sellers (Especialista de Missão – 3), Stephen Gerard Bowen (Especialista de Missão – 2) e Garrett Erin Reisman (Especialista de Missão – 2).

Os astronautas que irão formar equipas de dois membros nas três actividades extraveículares são Stephen Bowen, Michael Good e Garrett Reisman, enquanto que Piers Sellers irá operar o Canadarm2 durante as três saídas para o espaço, assistindo Reisman durante a instalação do módulo de pesquisa MRM-1 Rassvet. O módulo será acoplado à ISS durante o quinto dia da missão. A bordo do Rassvet, com uma massa de 8.056 kg, encontram-se 1.400 kg, de equipamento da NASA e mantimentos. O módulo transporta também uma escotilha experimental e um braço robótico da ESA que será acoplado a outro módulo mais tarde. O novo módulo será acoplado ao porto de fixação do módulo Zarya que está voltado para a Terra e irá assim aumentar o volume pressurizado da ISS que é utilizado para investigação e armazenagem, proporcionando também um espaço necessário entre o módulo de acoplagem frontal russo e um novo módulo de armazenamento norte-americano que será acoplado á ISS no final do ano.

O sistema de acoplagem do novo módulo é identico aos sistemas de acoplagem que são utilizados pelos veículos Progress M e Soyuz TMA. A acoplagem destes veículos é feita com uma força mais elevada do que a que é originada na acoplagem dos veículos da NASA. O braço robot da ISS não é capaz de superar essa força, mas ao se proceder a uma centragem precisa dos mecanismos de acoplagem os engenheiros pensam que são capazes de proceder á junção dos veículos. De salientar que o MRM-1 foi desenhado para, tal como a maioria dos módulos russos, ser lançado de forma individual e de proceder a uma acoplagem automática.

A primeira actividade extraveícular será levada a cabo pelos astronautas Stephen Bowen (EV-1 envergando um fato extraveícular com listas vermelhas) e Garrett Reisman (EV-2). Logo após sairem da escotilha, os dois homens irão dirigir-se a um contentor de carga localizado no exterior e proceder á montagem de fixadores (um no próprio contentor e outro no Canadarm2). O bastão com um comprimento de 2,5 metros que irá servir para fixar a antena suplente será removido do contentor e Reisman, na extremidade do Canadarm2, irá transportá-lo para a estrutura Z1 no topo do módulo Unity. O bastão será então fixado com dois parafusos e enquanto Bowen procede a ligações eléctricas, Reisman irá mais uma vez ser deslocado na extremidade do Canadarm2 de volta ao contentor de carga para ir buscar a antena que tem um diâmetro de 1,8 metros. Reisman fará de novo a viagem até ao topo do Z1 onde Bowen irá auxilia-lo a colocar a antena em posição antes de introduzir quatro parafusos para a segurar no seu lugar, além de proceder à ligação de dois cabos eléctricos.

Após procederem á instalação de um isolador na base da antena, Reisman será transportado de volta ao contentor para ir buscar uma plataforma de armazenamento de equipamento que será fixada ao sistema de manipulação SPDM (Special Purpose Dextrous Manipulator), a extensão do Canadarm2. Esta plataforma será utilizada para segurar de forma temporaria alguns componentes que serão substituídos.

Logo após colocarem a plataforma no seu lugar, os astronautas irão levar a cabo tarefas de adiantamento caso o tempo disponível o permita, preparando assim a próxima saída para o espaço.

Finalizada a primeira actividade extraveícular, a tripulação do Atlantis e da ISS irá se concentrar nas actividades para a acoplagem do Rassvets que será um dos procedimentos de acoplagem mais complexos alguma vez levados a cabo na ISS.

A acoplagem do Rassvets irá levada a cabo a uma velocidade muito mais baixa do que é normal por parte dos veículos russos. Por outro lado, o envio de comandos para a parte activa do mecanismo de acoplagem será encaminhado a partir do segmento norte-americano da ISS para um computador central russo e depois através de uma ligação ethernet para o braço robot Canadarm2. Os sinais serão então encaminhados através do braço ao longo de um dispositivo eléctrico na fuselagem do novo módulo para um computador interno. O braço robot será operado por Reisman e Sellers a partir do novo posto de controlo na Cupola recentemente instalada na ISS. A Cupola irá permitir uma visão directa do módulo e do local onde será acoplado.

Caso não seja possível acoplar o Rassvets, este será trazido de volta para a Terra pelo Atlantis.

No sexto dia da missão será levada a cabo a segunda saída para o exterior da ISS. Nela irão participar Stephen Bowen e Michael Good (EV-3). Esta segunda saída para o espaço está destinada à substituição das baterias no painel solar P6. Good será responsável pela remoção das baterias do P6 e pela instalação das baterias substitutas, enquanto que Bowen irá proceder ao seu transporte de e para o contentor onde foram transportadas no Atlantis.

A terceira actividade extraveícular está também destinada à substituição das baterias no P6. A sua duração irá depender da forma como os trabalhos de substituição serão levados a cabo na segunda saída para o espaço.

O vaivém espacial Atlantis deverá regressar á Terra a 26 de maio com uma aterragem no Centro Espacial Kennedy.

Imagens: NASA/Cory Huston (as portas do porão de carga do vaivém espacial Atlantis são encerradas em mais um passo de preparação para o lançamento da missão STS-132)