Webb detecta cristais de quartzo nas nuvens do exoplaneta WASP-17b

A imagem é um espectro de transmissão do exoplaneta gigante de gás quente WASP-17 b capturado pelo inovador Mid-Infrared Instrument (MIRI) do Telescópio Espacial James Webb da NASA / ESA / CSA nos dias 12 e 13 de Março de 2023. A imagem revela a primeira evidência de quartzo (sílica cristalina, SiO2) nas nuvens de um exoplaneta.

Esta é a primeira vez que SiO2 foi identificado num exoplaneta, e a primeira vez que qualquer espécie específica de nuvem foi identificada num exoplaneta em trânsito.

O espectro foi feito medindo a mudança no brilho de 28 bandas de comprimento de onda da luz infravermelha média à medida que o planeta transitava pela estrela. O Webb observou o sistema WASP-17 usando o espectrógrafo de baixa resolução do MIRI durante quase 10 horas, recolhendo mais de 1.275 medições antes, durante e depois do trânsito.

Para cada comprimento de onda, a quantidade de luz bloqueada pela atmosfera do planeta (círculos brancos) foi calculada subtraindo a quantidade que atravessou a atmosfera da quantidade originalmente emitida pela estrela.

A linha roxa sólida é o modelo que melhor se ajusta aos dados do Webb (MIRI), Hubble e Spitzer (os dados do Hubble e do Spitzer cobrem comprimentos de onda de 0,34 a 4,5 micrómetros e não são mostrados no gráfico). O espectro mostra uma característica clara em torno de 8,6 micrómetros, que os astrónomos acreditam ser causada por partículas de sílica que absorvem parte da luz estelar que passa pela atmosfera.

A linha amarela tracejada mostra como seria aquela parte do espectro de transmissão se as nuvens na atmosfera do WASP-17 b não contivessem SiO2.

Notícia e imagem: ESA

Edição de texto: Rui C. Barbosa