O ano de 2010 termina com 70 lançamentos orbitais bem sucedidos para um total de 74 tentativas, ficando assim abaixo do valor registado em 2009 mas em linha da média de lançamentos registados nos últimos 15 anos (cerca de 68 lançamentos por ano).
AS perspectivas para 2011 não andarão muito longe do que se verificou nos últimos anos apesar de inicialmente se apontar para uma previsão de 125 lançamentos. A verdade é que muitos destes lançamentos serão sem dúvida adiados para 2012, fazendo assim baixar o número total de lançamentos em finais neste ano.
O ano de 2011 ficará marcado por três acontecimentos dentro da aventura espacial humana: o fim dos voos do vaivém espacial, adiado de 2010; a contínua ocupação da ISS com quatro lançamentos tripulados por parte da Rússia; e o lançamento do módulo TianGong-1 e da Shenzhou-8 por parte da China.
Pela primeira vez desde 1981 (e sem contar com as interrupções causadas pelos acidentes com os vaivéns espaciais Challenger e Columbia), os Estados Unidos ficarão sem um meio próprio para transportar os seus astronautas para o espaço. Com duas ou três missões previstas para 2011, o futuro da presença norte-americana no espaço não parece nada animador ainda por mais que não se vislumbra num futuro próximo o aparecimento de um meio própio para tapar esta lacuna. O abandono do programa lunar e a aposta na iniciativa privada para o desenvolvimento de um veículo tripulado, fará com que a próxima missão tripulada norte-americana após os vaivéns espaciais esteja ainda muito longínqua no futuro.
Por seu lado, a Rússia irá manter o nível actual de lançamentos tripulados ao ritmo de quatro missões por ano e havendo sempre a possibilidade de se encaixar uma quinta missão caso surjam fundos privados para financiar a construção de novos veículos Soyuz TMA-M. A Rússia aposta assim no contínuo melhoramento da venerável Soyuz tendo em vista os seus planos futuros de desenvolvimento espacial.
Finalmente a China irá dar mais um passo de gigante na sia longa marcha espacial. Ao bater o recorde de lançamentos orbitais em 2010, a China sublinha a sua posição no plano do voo espacial tripulado em 2011 com a colocação em órbita da TianGong-1, um pequeno módulo orbital que se enquandra dentro da classe Salyut e que permitirá aos taikonautas permanências mais prolongadas em órbita ao mesmo. Não havendo lançamentos tripulados em 2011 (eles terão lugar em 2012), o lançamento da Shenzhou-8 irá servir para testes os sistemas de encontro eacoplagem em órbita, abrindo assim as portas para as futuras missões tripuladas da China.
Imagem: Rui C. Barbosa