Um guarda-sol irá proteger o observatório JWST do calor

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Mesmo com a protecção das camadas da atmosfera, o calor do sol pode parecer-nos por vezes insuportável. Este é também um problema para os telescópios espaciais, como o James Webb Space Telescope (JWST).

Quando estiver na sua órbita operacional, o JWST ficará directamente exposto ao brilho intenso do Sol – o que está longe do ideal já que a maior parte do JWST precisa de ser mantido fresco, protegido dos infravermelhos. Para que se consiga manter a temperatura certa, o observatório tem de ser equipado com um guarda-sol protector.

Esta peça que podemos ver na imagem é a unidade de teste para o JWST. Esta imagem mostra o momento em que o escudo foi testado com sucesso, numa sala limpa nas instalações de Northrop Grumman, em Redondo Beach, Califórnia, Estados Unidos, durante a primeira semana de julho de 2014.

Este escudo corresponde à parte maior do JWST e garante uma intensa proteção do Sol, deixando passar menos da milionésima parte do calor emitido pelo Sol! Este gigantesco guarda-sol é tão grande como um campo de ténis, mas incrivelmente leve. É composto por cinco membranas super finas, que se irão separar e desenrolar numa forma precisa, quando o telescópio estiver no espaço. Durante o lançamento, o escudo será dobrado como um guarda-chuva para que caiba direitinho à volta dos espelhos do telescópio e de outros instrumentos dentro do Ariane 5.

Quando for desenrolado, o guarda-sol irá proteger o lado ‘frio’ do JWST, onde estão instalados os instrumentos de infravermelhos que são muito sensíveis, dentro do Integrated Science Instruments Module, mantendo um ambiente térmico estável, à volta dos -233ºC.

Graças ao escudo, estas temperaturas baixas são atingidas sem ser preciso recorrer a um sistema de arrefecimento activo. Apenas o instrumento do JWST, Mid-Infrared Instrument (MIRI) precisa de um sistema de arrefecimento extra, sendo atingidas temperaturas de -266ºC. Apesar de algumas partes do JWST atingirem temperaturas tão baixas, o escudo irá criar uma barreira térmica permitindo que no lado ‘quente’ o equipamento electrónico funcione à temperatura ambiente.

Ao contrário do que acontecia no seu antecessor, o Hubble Space Telescope, o JWST não tem um deflector a proteger a sua óptica da luz indesejada. Isto torna ainda mais importante o papel do escudo solar porque além de proteger do calor, também protege da luz, permitindo ao JWST operar da melhor forma, no infravermelho próximo.

Notícia e imagem: ESA