No centro de controlo sente-se um entusiasmo crescente: está tudo a postos para a viagem à Estação Espacial Internacional do astronauta da ESA Alexander Gerst, que descola na próxima quarta-feira.
O Centro de Controlo Columbus, em Oberpfaffenhofen, próximo de Munique, Alemanha, tem seguido muitos lançamentos desde a sua inauguração há 10 anos – mas nenhuma missão é rotineira.
Os centros em Baikonur, Cazaquistão e Korolev, Rússia, estão na linha da frente mas o sítio da ESA – designado “Munich” – é responsável pelo módulo Columbus e todas as experiências europeias.
«Cooperamos com os nossos parceiros internacionais para garantir que a Estação Espacial está preparada para receber a nave Soyuz e a sua tripulação,» diz o astronauta da ESA Pedro Duque, responsável actualmente pelo Gabinete de Operações de Voo.
Por exemplo, se a Estação precisar de rodar para permitir a acoplagem do Soyuz, pode ser necessário desligar algum hardware para evitar que haja interferência na manobra.
«A nossa equipa faz simulações algumas vezes por ano, incluindo cenários de emergência,» explica Pedro.
As operações também terão de estar preparadas para uma reconfiguração do laboratório europeu Columbus, se o voo de seis horas tiver de ser alterado para uma aproximação em dois dias, tal como aconteceu ao anterior voo Soyuz, que se seguiu a um problema menor.
Para isso, a experiência de Pedro Duque como astronauta vem dar muito jeito: “Posso relacionar-me com a tripulação e ajudar os controladores aéreos a compreender melhor a perspectiva dos astronautas”.
“Na verdade, está-se muito mais nervoso fora do foguetão do que dentro.”
“Sentimos a pressão e a excitação a crescer à nossa volta,” comenta Laura Zanardini, controladora do sistema de voo do Columbus. Sentados atrás de uma panóplia de ecrãs com dados de telemetria, os controladores garantem que o Columbus funciona na perfeição.
Dia e noite, sem parar, ‘Col-CC’ será a ligação directa com Alexander, em órbita. As equipas estão lá para o ajudar a cumprir a sua missão.
Alexander visitou a sala de controlo este ano e falou com as pessoas com quem estará a trabalhar a partir do espaço. “É muito bom trabalhar com os novos astronautas europeus – são novos, muito entusiásticos e preocupados com o que fazem -, ” diz Laura.
Alexander será o 11º cidadão alemão a voar para o espaço e o terceiro a visitar a Estação. Esta será, para Pedro Duque, “uma fantástica oportunidade para mostrar o trabalho que temos feito, com orgulho, durante anos. Queremos que o público perceba a importância do nosso papel.”
O lançamento é apenas o início. O trabalho mesmo começará quando Alexander começar as experiências da sua missão Blue Dot.
A missão está planeada de forma a que todas as actividades se encaixem no horário, enquanto os investigadores em terra poderão monitorizar as experiências que estão a ser feitas no Columbus, a partir dos seus gabinetes.
Passar a informação aos cientistas e astronautas, garantindo que os módulos europeus e as experiências no complexo orbital acontecem como planeado – este é o trabalho fascinante e sem fim do controlador de missão.
Notícia e imagem: ESA