Taurus-XL falha lançamento do Glory

O satélite Glory não atingiu a órbita terrestre devido a um problema com a separação da carenagem de protecção do foguetão Taurus-XL não conseguindo assim a velecidade necessária para atingir a órbita terrestre.

O lançamento teve lugar às 1009:45,246UTC do dia 4 de Março de 2011 e foi levado a cabo a partir do Complexo de Lançamento SLC-576E da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia.

Tal como havia ocorrido no lançamento do Orbiting Carbon Observatory em 2009, as fases iniciais do voo correram normalmente até ao momento da separação da carenagem. Os comandos para a pressurização do sistema foram enviados e este parece de facto ter-se pressurizado, no entanto a duas metades da carenagem de protecção não se separaram. Em resultado do peso excessivo, o foguetão não conseguiu atingir a velocidade orbital depositando a sua carga no Oceano Pacífico.O Glory iria investigar o clima e a atmosfera terrestre. O satélite utilizava o desenho do modelo LEOStar da Orbital Sciences Corporation, com painéis solares móveis, estabilização espacial nos seus três eixos e capacidades de comunicações em banda X e banda S.

A missão do Glory seria a recolha de dados sobre as propriedades e a distribuição dos aerossóis na atmosfera terrestre, e sobre a irradiância solar para os registos do clima a longo termo.

Para além do satélite Glory, considerado como a carga principal a bordo do foguetão Taurus-XL, seriam colocados em órbitas três pico-satélites que pequenas dimensões: o KySat-1, o Hermes e o Explorer-1 Prime.

O satélite KySat-1 foi o primeiro satélite construído pela Kentucky Space. Era um CubeSat com uma massa de 1 kg, alimentado a energia solar e mede 0,1 metros de aresta. Uma vez a sua colocação em órbita confirmada pelos computadores de bordo, os controladores em Terra deveriam operar o satélite durante 18 a 24 meses e estaria disponível para ser utilizado por estudantes não só do Kentucky mas também do mundo inteiro, permitindo-lhes enviar comandos seleccionados para o satélite e descarregarem os dados recebidos.

Desenvolvido pelo Colorado Space Grant Consortium (CoSGC), o pequeno Hermes era um CubeSat que tinha como objectivo melhorar as comunicações destes satélites através do teste em órbita de um sistema de comunicações em banda S de grande fluxo de dados que irá permitir a transmissão de grandes quantidades de dados, tornando assim possível as actividades científicas e a obtenção de imagens através deste tipo de satélites. O projecto também pretendia criar um modelo de satélite facilmente reprodutível e extensível para apoiar futuras missões, permitindo assim a futuras equipas do consórcio CoSGC focalizarem-se mais nos aspectos científicos dos veículos espaciais em órbitas terrestres baixas em vez da logística no desenho desses veículos. A missão pretendia também assim a caracterização dos ambientes típicos dos CubeSat através da obtenção de dados relacionados com a temperatura e campo magnético ao longo da missão.

O Explorer-1 PRIME era um CubeSat da Montana Space Grant Consortium desenvolvido pelo Space Science and Engineering Laboratory (SSEL) da Universidade Estadual do Montana. Com uma massa de 1 kg, o satélite tinha como missão detectar as cinturas de radiação de Van Allan em honra do 50º aniversário do satélite Explorer-1. O Explorer-1 PRIME transportava um contador Geiger doado por Van Allan que será utilizado para medir a intensidade e variabilidade das cinturas na órbita terrestre baixa. O satélite iria também demonstrar o software desenvolvido no SSEL e que utiliza um chip rádio para fechar uma ligação de dados com hardware de rádio amador standard, permitindo assim a todas as pessoas o contacto com o satélite e descarregar dados científicos e de manutenção.

 

Imagem: NASA