Adiado por inúmeras vezes devido a razões técnicas, o voo inaugural do pequeno foguetão de combustível sólido, Super Strypi, teve lugar às 0345UTC do dia 4 de Novembro de 2015. Porém, uma falha no controlo do lançador antes do final da queima do primeiro estágio, nomeadamente aos 58 segundos de voo, levou à perda de estabilização e posterior colapso da estrutura do veículo. O lançamento teve lugar a partir do Pacific Missile Range Facility (Kokole Pointe) 41, localizado em Barking Sands, Kauai, Havai, sendo este o primeiro lançamento orbital a ter lugar desde esta localização.
Também designado como SPARK (Space-borne Payload Assist Rocket – Kauai), o Super Strypi foi desenvolvido pelos Laboratórios Nacionais Sandia, pela Universidade do Havai e pela Aerojet, ao abrigo do programa LEONIDAS (Low Earth Orbiting Nanosatellite Integrated Defense Autonomous System) e é baseado numa versão do foguetão-sonda Strypi desenvolvido pela Sandia.
O Super Strypi tem um comprimento de 17 metros e um diâmetro de 1,5 metros, tendo uma massa total de 28.240 kg no lançamento. O primeiro estágio é composto por um motor de propelentes sólidos LEO-46 (com 12,2 metros de comprimento), enquanto que o segundo estágio é um motor LEO-7 (com 2,7 metros de comprimento) e o terceiro estágio é composto por um motor LEO-1 / Spark-30 (com 1,5 metros de comprimento). As grandes aletas do primeiro estágio permitem uma estabilização por rotação do lançador.
Os três estágios consomem uma mistura de nitrato de amónio (ANB) com o primeiro estágio a utilizar 20.582 kg (numa combinação designada ANB-3745), enquanto que o segundo estágio consome 3.232 kg e o terceiro estágio 651 kg (ANB-3790).
O Super Strypi é capaz de colocar uma carga de 250 kg numa órbita a uma altitude de 400 km. Para o lançamento, o novo foguetão utiliza uma rampa inclinada.
Após esta primeira missão, o Super Strypi deverá realizar um segundo lançamento em 2016. Porém, e terminada esta fase experimental, não existem outras missões agendadas para este lançador.
No seu voo inaugural, o Super Strypi colocaria em órbita treze pequenos satélites, numa missão designada Operationally Responsive Space-4 (ORS-4). A carga principal foi o HiakaSat-1 (HawaiiSat-1). O HiakaSat (Hyperspectral Imaging, Aeronautical Kinematic Analysis Satellite), com uma massa de 55 kg, foi desenvolvido por estudantes da Universidade do Havai e tinha como objectivo demonstrar a fiabilidade dos instrumentos e da plataforma, levar a cabo observações de detecção remota utilizando o sistema de observação hiperespectral SUCHI (Space Ultra compact Hyperspectral Imager), levar a cabo observações com duas câmaras hiperespectrais HSFL que estão co-alinhadas com o SUCHI, proporcionar uma oportunidade de desenvolvimento aos estudantes universitários, e desenvolver uma estrutura para operações e construção de futuros veículos.
Outros satélites a bordo eram o Supernova-Beta, o STACEM, o Argus, o PrintSat e oito satélites EDSN, que foram transportados no Nanosatellite Launch Adapter System (NLAS).
O Supernova-Beta (também designado TechSat-1) era um CubeSat-6U da Pumpkin Inc. que iria fazer demonstrações tecnológicas. A sua missão seria a de levar a cabo um voo de teste de múltiplos subsistemas a bordo da plataforma 6U, incluindo a sua estrutura e subsistemas EPS, GPS, CDH, ADACS e sistemas de obtenção de imagens. O satélite estava equipado com três sistemas de comunicações, sendo um de transmissão e dois de recepção, além disso estava equipado com um sistema de controlo de atitude. No lançamento a sua massa era de cerca de 6 kg.
Financiado pelo NRO, o STACEM era um CubeSat-3U desenvolvido pela Space Dynamics Laboratory e pela Fundação de Investigação da Universidade Estatal do Utah. O satélite tinha como objectivo a obtenção de imagens em vários comprimentos de onda para monitorização e análise ambiental. As imagens seriam obtidas em comprimentos de onda visível, infravermelho próximo e hiperespectral.
O CubeSat-2U, Argus (ou SLU-02) foi desenvolvido pela Universidade de St. Louis para demonstração tecnológica e resultou de um projecto de colaboração entre o SSRL e o Instituto para a Defesa e sistemas Electrónicos Espaciais (ISDE) da Universidade de Vanderbilt. Utilizando a plataforma SCARAB, a sua missão era a de melhorar a capacidade de modelar os efeitos da radiação espacial nos sistemas electrónicos modernos ao comparar os níveis dos eventos de radiação orbitais em relação aos modelos de previsão desenvolvidos pelo ISDE. No lançamento a sua massa era de 2,5 kg e as suas dimensões eram 0,10 x 0,10 x 0,20 metros. O Argus fazia parte do programa Educational Launch of Nanosatellites (ELaNa) da NASA.
O Printsat foi desenvolvido por estudantes da Universidade Estatal do Montana e iria medir as características do material Windform XT2.0 com o qual foi fabricado através de impressão 3D. Baseado na plataforma CubeSat-1U, o PrintSat tinha uma massa de 1 kg. O PrintSat fazia parte do programa Educational Launch of Nanosatellites (ELaNa) da NASA.
Os oito satélites EDSN (Edison Demonstration of Smallsat Networks) eram CubeSats-1.5U desenvolvidos pelo Centro Espacial Ames, da NASA, para demonstrar novas capacidades de comunicação. As suas dimensões eram 0,10 x 0,10 x 0,17 metros e tinham uma massa de 1,7 kg. Os satélites utilizavam componentes de baixo custo e herdaram muitos elementos do desenho dos PhoneSat-2.0. Os satélites utilizavam um smartphone Nuxus-S como processador primário. A bordo transportavam um Energetic Particle Integrating Space Environment Monitor (EPISEM), desenvolvido pela Universidade do Montana, para contabilizar os eventos de partículas carregadas na órbita terrestre baixa. A missão teria uma duração de 60 dias.
Os satélites seriam separados do terceiro estágio do Super Strypi cerca de 13 minutos após o lançamento. A ignição do primeiro estágio teria uma duração de cerca de 1 minutos e 16segundos, colocando o lançador numa trajectória sub-orbital. Após o final da sua queima, o lançador iria entrar numa fase de voo não propulsiva até atingir o apogeu da sua trajectória, entretanto descartando o primeiro estágio e a carenagem de protecção dos satélites e do terceiro estágio. Ao atingir o apogeu, o segundo estágio entraria em ignição durante cerca de 1 minuto e 2 segundos. No final desta queima, seguir-se-ia outro período de fase não propulsiva, dando-se também a separação entre o segundo e terceiro estágio que entraria em ignição durante 51 segundos para atingir a velocidade orbital. O terceiro estágio seria colocado numa órbita com um apogeu a 489 km de altitude, perigeu a 413 km de altitude e inclinação orbital de 97,4º.
Dados Estatísticos e próximos lançamentos
– Lançamento orbital: 5492
– Lançamento orbital sem sucesso: 352
– Lançamento orbital EUA: 1593
– Lançamento orbital EUA sem sucesso: 130
– Lançamento orbital desde Kauai TF: 1
– Lançamento orbital desde Kauai TF com (sem) sucesso: 0 (1)
– Lançamento orbital desde Kauai TF em 2015: 1
Ao se referir a ‘lançamentos com sucesso’ significa um lançamento no qual algo atingiu a órbita terrestre, o que por si só pode não implicar o sucesso do lançamento ou da missão em causa (como foi o caso do lançamento do Progress M-27M).
A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono à data deste lançamento (os valores referentes aos lançamentos por parte da China não são precisos).
Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo: 29,2% foram realizados pela Rússia; 24,6% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 20,0% pela China; 13,8% pela Arianespace; 4,6% pelo Japão; 6,2% pela Índia e 1,5% pelo Irão.
Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):
7 Nov (????:??) – CZ-4C Chang Zheng-4C – Taiyuan, LC9 – YG-28 Yaogan Weixing-28 (?)
10 Nov (2134:07) – Ariane-5ECA (L581/VA227) – CSG Kourou, ELA3 – Badr-7 (Arabsat-6B), GSAT-15
21 Nov (????:??) – CZ-3B Chang Zheng-3B/G2 – Xichang, LC2- LaoSat-1
24 Nov (0623:00) – H-2A/204 (F29) – Tanegashima, Yoshinobu LP1 – Telstar 12 VANTAGE
1 Dez (0415:00) – Vega (VV06) – CSG Kourou, ZLV – LISA Pathfinder