A SpaceX continua a trabalhar para determinar a causa que levou à explosão de um foguetão Falcon-9 na plataforma de lançamento no dia 1 de Setembro de 2016. A falha, que resultou na perda do satélite de comunicações AMOS-6, teve origem no sistema de pressurização de hélio do tanque de oxigénio líquido do segundo estágio, apesar de a causa específica da anomalia ainda não ser totalmente compreendida. A SpaceX tem esperança de poder retomar os seus lançamentos orbitais em Novembro.
Enquanto que a verdadeira causa permanece ilusória, a SpaceX e os seus parceiros envolvidos na investigação do acidente, parecem fazer progressos acerca do que falhou. A denominada Accident Investigation Team (AIT) é composta por elementos da SpaceX, da FAA (Federal Aviation Administration), da NASA, da Força Aérea dos Estados Unidos e por especialistas ligados à industria aeroespacial. A equipa está a avaliar os dados proveniente de cerca de 3.000 canais de dados de engenharia, juntamente com vídeo, áudio e imagens do acidente. A análise desta quantidade imensa de dados leva o seu tempo. A informação disponível somente refere o que o lançador registava antes da sua destruição.
Os especialistas estão também a juntar informação proveniente das imagens do acidente gravadas pela USLaunchReport, bem como pelas próprias câmaras da SpaceX presentes na plataforma de lançamento.
As evidências físicas do acidente são também uma parte importante da investigação, com os restos do Falcon-9 a serem examinados num hangar no Cabo Canaveral AFS após terem sido fotografados, registados e catalogados.
Esta foi a segunda falha com um foguetão Falcon-9, após a destruição de um foguetão Falcon-9 a 2 minutos e 19 segundos de voo durante o lançamento da missão logística CRS-7 para a estação espacial internacional. Na altura, a falha foi relacionada com um suporte que segurava um dos Composite Overwrapped Pressure Vessels (COPVs) no interior do segundo estágio. Enquanto que a SpaceX refere que não vê qualquer relação entre a falha registada na missão CRS-7 e a anomalia de 1 de Setembro de 2016, isto não põe de parte uma falha no COPV. A quase instantânea falha do lançador, como foi notado no tempo de 93 milissegundos nos dados, também aponta para uma falha que poderia resultar de um problema no COPV.
Porém, algumas fontes notam que estão extremamente cépticas com o facto de o COPV ser a causa do problema. Vários COPV foram recolhidos por entre os destroços do Falcon-9 e poderão ajudar na investigação.
No entanto, a SpaceX parece estar focada no sistema de pressurização do tanque de oxigénio líquido (LOX) do segundo estágio. Segundo a SpaceX, “Neste ponto da investigação, a revisão preliminar dos dados e dos destroços sugere que terá ocorrido uma grande brecha no sistema criogénico de hélio do tanque de LOX do segundo estágio.”
Outros items de interesse incluem o sistema de tubagem do sistema de hélio, tais como as condutas que fornecem o hélio ao próprio tanque de LOX.
Enquanto que a SpaceX avança na investigação e inicia o processo de regresso às suas missões orbitais, o Complexo de Lançamento SLC-40 não deverá estar pronto para ser utilizado na próxima missão. A plataforma de lançamento sofreu danos na explosão, apesar de aparentemente não serem tão severos como se esperava. Apesar de áreas substanciais terem sido afectadas, o edifício Falcon Support Building que está adjacente à plataforma não foi afectado. Da mesma forma, os tanques de oxigénio líquido e as condutas associadas a este sistema de abastecimento também não foram afectados e permanecem em condições de funcionamento. Por seu lado, o sistema de abastecimento de RP-1 também não sofreu danos, bem como o sistema de controlo da plataforma de lançamento.
Um análise inicial referiu que o complexo de lançamento deverá estar inactivo até ao Verão de 2017, podendo regressar à acção na Primavera de 2017 se os trabalhos de reparação decorrerem a bom ritmo.
Entretanto, a SpaceX deverá activar o Complexo de Lançamento LC-39A em Novembro com o lançamento da missão logística CRS-10 para a estação espacial internacional. Esta será a primeira utilização desta plataforma de lançamento desde a última missão do vaivém espacial.
Adaptado com autorização do artigo “SpaceX continuing to press toward Amos-6 failure root cause“, por Chris Bergin