A Space Exploration Technologies Corp. (SpaceX) colocou em órbita 53 novos satélites Starlink com o lançamento da missão Starlink G4-18 a 18 de Maio de 2022. Esta foi a terceira missão Starlink em cinco dias.
O lançamento teve lugar às 1059:40UTC a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy, Ilha de Merritt – Florida, sendo realizado pelo foguetão Falcon 9-155 (B1052.5). O primeiro estágio foi recuperado na plataforma flutuante A Shortfall Of Gravitas no Oceano Atlântico.
Fotografias: Ben Cooper via SpaceX
Os satélites Starlink v1.5 incluem um sistema de comunicações ‘laser’ inter-satélites melhorados e que são necessários para alargar a cobertura nas latitudes mais elevadas e nas áreas oceânicas. Isto também ajuda os satélites na orientação das suas posições e permite a distância entre eles e outros satélites nas imediações evitando assim uma possível colisão.
Os satélites da Fase 1 estão divididos em diferentes «conchas» (shells) colocadas em diferentes inclinações orbitais, com a nomenclatura agora utilizada pela empresa a identificar a futura localização dos satélites. Assim, a nomenclatura Starlink Grupo X-Y representa o número da «concha» (‘X’ de 1 a 5) e o ‘Y’ representa o número da missão para essa «concha». De notar que os números da missão podem surgir em ordem não cronológica.
Os satélites Starlink
A SpaceX projectou a Starlink para conectar utilizadores de Internet com baixa latência, oferecer serviços de distribuição de elevada largura de banda fornecendo uma cobertura continua em todo o mundo usando uma rede de milhares de satélites na órbita baixa da terra especialmente em lugares onde a conectividade é baixa ou inexistente como, por exemplo, em lugares rurais. Os satélites Starlink também darão cobertura em locais onde os serviços existentes são instáveis ou de elevado custo.
Com um desenho de painel plano contendo múltiplas antenas de alto rendimento e um único painel solar, cada satélite Starlink pesa cerca de 260 kg, permitindo à SpaceX uma produção em massa e tirar todo o proveito da capacidade de lançamento do Falcon-9. Para ajustar a posição em órbita, manter a altitude pretendida e posterior remoção orbital, os satélites Starlink possuem propulsores do tipo Hall alimentados a krípton. Sendo injectados a uma altitude de 290 km usarão este mesmo sistema para elevar as suas orbitas assim que sejam concluídas as verificações. Antes de elevar a órbita, os engenheiros da SpaceX irão realizar uma revisão de dados para garantir que todos os satélites Starlink estão a operar como pretendido.
Desenhados e construídos usando a mesma tecnologia que as cápsulas Dragon, cada satélite está equipado com Startracker que permite apontar os satélites com precisão. Nesta iteração a SpaceX incrementou a capacidade de espectro para o utilizador final através de melhorias permitindo uma maximização na utilização das bandas Ka e Ku. Os satélites são também capazes de detectar lixo espacial em órbita e evitar a colisão de modo autónomo.
Os satélites Starlink estão na linha da frente na mitigação de detritos em órbita, atingindo ou excedendo todas as leis padronizadas da indústria aeroespacial. No fim do ciclo de vida, os satélites irão usar a própria propulsão que têm a bordo para procederem à remoção orbital no decurso de uns poucos meses. No improvável evento da propulsão falhar, estes satélites irão queimar na atmosfera terrestre no período compreendido entre 1 a 5 anos, tempo significativamente inferior que as centenas ou milhares de anos necessários para grandes altitudes. De notar que todos os componentes estão projectados para uma total desintegração.
A Starlink oferece um serviço de Internet em zonas dos Estados Unidos da América e no Canadá ao fim de seis lançamentos, rapidamente expandindo-se para uma cobertura global nas zonas populacionais após vinte e quatro lançamentos.
Estando ainda na fase inicial de injecção orbital os painéis solares encontram-se numa posição de baixo atrito e o conjunto dos próprios Starlinks estando ainda muito próximos uns dos outros faz com sejam muito visíveis a olho nu a partir do solo aquando da sua passagem. Quando os satélites atingem a altitude operacional as suas orientações mudam e os satélites começam a ficar significativamente menos visíveis a partir do solo.
Durante todas as operações de voo, a SpaceX partilha dados de monitorização de alta fidelidade com outras operadoras de satélites através do 18.º esquadrão do controlo espacial da Força Aérea Americana. Adicionalmente a SpaceX irá disponibilizar aos grupos de astronomia com informação de previsão do tipo TLE’s (two-line elements) antes de qualquer lançamento para que os astrónomos possam coordenar as observações com a passagem dos satélites.
Lançamento | Veículo | 1.º estágio | Local Lançamento | Data Hora (UTC) | Carga |
2022-017 | 142 | B1063.4 | VSFB SLC-4E |
25/Fev/22 17:12:10 |
Starlink G4-11 (x50) F38 [v1.5 L09] |
2022-022 | 143 | B1060.11 | KSC LC39A |
03/Mar/22 14:25:00 |
Starlink G4-9 (x47) F39 [v1.5 L10] |
2022-025 | 144 | B1052.4 | CCSFS SLC-40 |
09/Mar/22 13:45:10 |
Starlink G4-10 (x48) F40 [v1.5 L11] |
2022-029 | 145 | B1051.12 | CCASFS SLC-40 |
19/Mar/22 04:42:30 |
Starlink G4-12 (x53) F41 [v1.5 L12] |
2022-041 | 149 | B1060.12 | CCASFS SLC-40 |
21/Mar/22 17:51:40 |
Starlink G4-14 (x53) F42 [v1.5 L13] |
2022-044 | 151 | B1062.6 | CCASFS SLC-40 |
29/Abr/22 21:27:10 |
Starlink G4-16 (x53) F43 [v1.5 L14] |
2022-049 | 152 | B1058.12 | KSC LC-39A |
06/Mai/22 09:46:00 |
Starlink G4-17 (x53) F44 [v1.5 L15] |
2022-051 | 153 | B1063.5 | VSFB SLC-4E |
13/Mai/22 22:07:50 |
Starlink G4-13 (x53) F45 [v1.5 L16] |
2022-052 | 154 | B1071.1 | CCSFS SLC-40 |
14/Mai/22 20:40:50 |
Starlink G4-15 (x53) F46 [v1.5 L17] |
2022-053 | 155 | B1052.5 | KSC LC-39A |
18/Mai/22 10:59:40 |
Starlink G4-18 (x53) F47 [v1.5 L17] |
Lançamento
A cerca de dez horas do lançamento procede-se à activação eléctrica do foguetão Falcon-9. Tanto o lançador como a sua carga são submetidos a uma série de verificações testes antes do início do abastecimento do querosene RP-1. O Director de Voo consulta os controladores a T-38m, determinando assim se tudo está pronto para o início do abastecimento do lançador. O processo de abastecimento de RP-1 inicia-se a T-35m no primeiro estagio, seguindo-se o início do abastecimento do oxigénio líquido (LOX) na mesma altura. O abastecimento de LOX ao segundo estagio inicia-se a T-16m.
A fase terminal da contagem decrescente inicia-se com os motores a serem condicionados termicamente para o lançamento a T-7m. A T-1m é enviado um comando para o computador de voo para iniciar as verificações pré-lançamento e o sistema de supressão sónica é activado na plataforma de lançamento que é inundada por milhões de litros de água. Por esta altura os tanques de propelente também são pressurizados. A T-45s o Director de Lançamento da SpaceX verifica se todos os parâmetros estão prontos para a missão, sendo também verificado que o espaço aéreo está pronto para o lançamento. A sequência de ignição é iniciada a T-3s. A T=0s o foguetão abandona a plataforma.
Abandonando a plataforma de lançamento, o Falcon-9 inicia uma série de manobras para se colocar na trajectória de voo correcta. A fase MaxQ, de máxima pressão dinâmica, é atingida a T+1m 2s. É nesta altura que o lançador atinge o ponto mais elevado de ‘stress’ mecânico na sua estrutura.
O final da queima do primeiro estágio (MECO – Main Engine Cut-Off) ocorre a T+2m 30s, dando-se três segundos depois a separação entre o primeiro e o segundo estágio, com este a entrar em ignição a T+2m 40s. A ejecção das duas metades da carenagem de protecção ocorre a T+2m 47s. A queima de reentrada do primeiro estágio ocorre entre T+6m 15s e T+6m 34s, enquanto a queima de aterragem ocorre entre T+8m 1s e T+8m 23s, aterrando na plataforma flutuante A Shortfall of Gravitas.
O final da primeira queima do segundo estágio ocorre a T+8m 45s. O segundo estágio inicia uma segunda queima a T+45m 23s, terminando a T+45m 25s. Após uma fase não propulsionada de cerca de 14 minutos, a separação dos satélites Starlink ocorre a T+59m 17s.
O foguetão Falcon-9
Baptizado em nome da nave Millenium Falcon da saga cinematográfica “Guerra das Estrelas”, o foguetão Falcon-9 v1.1 é um lançador a dois estágios projectado e fabricado pela SpaceX para o transporte seguro e fiável de satélites e do veículo Dragon para a órbita terrestre. Sendo o primeiro foguetão completamente desenvolvido no Século XXI, este lançador foi projectado desde o início para ter a máxima fiabilidade. A sua simples configuração de dois estágios minimiza o número de eventos de separação (staging) e com nove motores no primeiro estágio, pode completar a sua missão em segurança mesmo na possibilidade de perda de um motor.
O Falcon-9 fez história em 2012 quando colocou a cápsula Dragon na órbita correcta para uma manobra de encontro com a estação espacial internacional, fazendo da SpaceX a primeira companhia comercial a visitar a ISS. Desde então, a SpaceX realizou múltiplas missões para a ISS transportando e recolhendo carga para a NASA. O Falcon-9, bem como a cápsula Dragon, foram desenhados na base do desenvolvimento de um sistema de transporte de astronautas para o espaço e num acordo com a NASA, a SpaceX está activamente a trabalhar para atingir esse objectivo.
O foguetão Falcon-9 Upgrade, ou Falcon-9 FT, (a seguir designado simplesmente como ‘Falcon-9’) representa a mais recente evolução deste lançador. De forma geral o Falcon-9 tem 68,4 metros de comprimento, 3,7 metros de diâmetro e uma massa de 541.300 kg. O veículo é capaz de colocar uma carga de 13.150 kg numa órbita terrestre baixa ou 4.850 kg numa órbita de transferência geossíncrona.
O primeiro estágio do Falcon-9 está equipado com nove motores Merlin (Merlin-1D) e tanque de liga de alumínio e lítio que contêm oxigénio líquido e querosene RP-1. Após a ignição, um sistema de segurança fixa o veículo na plataforma de lançamento e garante que todos os motores são verificados como estando na força máxima antes de libertar o foguetão para o seu voo. Então, com uma força superior a cinco aviões Boeing 747 em potência máxima, os motores Merlin lançam o foguetão para o espaço. Ao contrário dos aviões, a força de um foguetão vai aumentando com a altitude – o Falcon-9 gera 6.806 kN ao nível do mar mas atinge 7.426 kN no vácuo espacial. Os motores do primeiro estágio vão sendo aumentados em potência perto do final da queima do estágio para assim limitar a aceleração do veículo à medida que a massa do lançador vai diminuindo com a queima do combustível. O tempo total de queima do primeiro estágio é de 162 segundos.
O estágio B1052 Para esta missão a SpaceX utilizou o foguetão Falcon-9 (B1052.5), o que significa que esta é a 5.ª missão do primeiro estágio B1052. A sua primeira utilização teve lugar a 11 de Abril de 2019 quando às 2235:00,526UTC foi lançado a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy. Nesta missão, o foguetão Falcon Heavy-02 (B1052.1, B1053.1, B1055.1) colocou em órbita o satélite de comunicações Arabsat-6A, sendo então recuperado na LZ-1 do Cabo Canaveral. A sua segunda utilização teve lugar a 25 de Junho de 2019 quando às 0630UTC foi lançado a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy. Nesta missão, o foguetão Falcon Heavy-03 (B1052.2, B1057.1, B1053.2) colocou em órbita a missão STP-2 com vários satélites, sendo então recuperado na LZ-1 do Cabo Canaveral. O terceiro voo do B1052 ocorreu a 31 de Janeiro de 2022 quando foi utilizado para colocar em órbita o satélite CSG-2 às 2311:14UTC a partir do Cabo Canaveral SFS, tendo sido recuperado na plataforma flutuante A Shortfall of Gravitas (ASOG). A sua quarta missão ocorre a 4 de Março, sendo utilizado para colocar em órbita 47 satélites Starlink na missão Starlink G4-10 lançada às 1345:10UTC a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 do Cabo Canaveral SFS e sendo recuperado na plataforma flutuante ASOG. |
Com os seus nove motores agrupados juntos na configuração ‘octaweb’, o Falcon-9 pode aguentar a falha de até dois motores durante o lançamento e mesmo assim conseguir atingir a órbita terrestre com sucesso. O Falcon-9 é o único lançador na sua classe com esta característica chave.
O motor Merlin foi desenvolvido internamente pela SpaceX mas vai encontrar as suas raízes aos motores das missões Apollo, nomeadamente o sistema de injecção baseado no motor do módulo lunar. O propolente é alimentado através de uma única conduta, com uma turbo-bomba de dupla pá que opera num ciclo de gerador a gás. A turbo-bomba também fornece o querosene a alta pressão para os actuadores hidráulicos, que depois recicla para a entrada a baixa pressão. Isto elimina a necessidade de um sistema hidráulico separado e significa que não é possível ocorrer uma falha no controlo de vector de força por falta de fluido hidráulico. Uma terceira utilização da turbo-bomba é o fornecimento de controlo de rotação ao actuar no escape da turbina de exaustão (no segundo estágio). Combinando-se estas características num só dispositivo aumenta-se assim de forma significativa o nível de fiabilidade do sistema.
O motor é capaz de desenvolver uma força de 654 kN ao nível do mar, 716 kN no vácuo, com um impulso específico de 282 segundos (nível do mar) e 311 segundos (vácuo).
A secção interestágio é uma estrutura compósita que liga o primeiro e o segundo estágio e alberga os sistemas de libertação e separação. O Falcon-9 utiliza um sistema de separação totalmente pneumático para uma separação de baixo impacto e altamente fiável que pode ser testado no solo, ao contrário dos sistemas pirotécnicos utilizados na maior parte dos lançadores.
O segundo estágio é propulsionado por um único motor Merlin de vácuo e coloca a carga a transportar na órbita desejada. O motor do segundo estágio entra em ignição poucos segundos após a separação entre o segundo e o primeiro estágio, e pode ser reiniciado várias vezes para colocar múltiplas cargas em diferentes órbitas. Para máxima fiabilidade, o segundo estágio está equipado com sistemas de ignição redundantes. Tal como o primeiro estágio, o segundo estágio é feito a partir de uma liga de alumínio e lítio.
O motor Merlin de vácuo (Merlin-1D de vácuo) desenvolve uma força de 934 kN e o seu tempo de queima é de 397 segundos.
A carenagem compósita é utilizada para proteger a carga durante a passagem do Falcon-9 pelas camadas mais densas da atmosfera. Quando a missão do Falcon-9 é o lançamento do veículo de carga Dragon, a carenagem não é utilizada pois a cápsula possui o seu próprio sistema de protecção.
A carenagem tem 13,1 metros de comprimento e 5,2 metros de diâmetro. Fabricada em fibra de carbono, separa-se em duas metades utilizando um sistema de separação de actuadores pneumáticos semelhantes aos que são utilizados para a separação entre o primeiro e o segundo estágio.
A sequência de lançamento para o Falcon-9 é um processo de precisão ditada pela janela de lançamento tendo em conta a posição orbital a ser ocupada pela carga a bordo. Se a janela de lançamento é perdida, a missão é então adiada para a próxima janela de lançamento disponível.
Cerca de quatro horas antes do lançamento, inicia-se o processo de abastecimento – primeiro oxigénio líquido seguindo-se o querosene altamente refinado (RP-1). O vapor que se observa a sair do lançador durante a contagem decrescente é na realidade oxigénio a ser libertado dos tanques, sendo esta a razão pela qual o abastecimento de oxigénio líquido se mantém até quase ao final da contagem decrescente.
Lançamento | Veículo | 1.º estágio | Local Lançamento | Data Hora (UTC) | Carga | Recuperação |
2022-033 | 146 | B1061.7 | CCSFS, SLC-40 | 01/Abr/22 16:24:17 | Transporter-4 | JRTI (Oc. Atlântico) |
2022-037 | 147 | B1062.5 | KSC, LC-39A | 08/Abr/22 15:17:12 | Axiom-1 | ASOG (Oc. Atlântico) |
2022-040 | 148 | B1071.2 | VSFB, SLC-4E | 17/Abr/22 13:13:12 | NROL-85 | LZ-4 |
2022-041 | 149 | B1060.12 | CCSFS, SLC-40 | 21/Abr/22 17:51:40 | Starlink 4-14 | JRTI (Oc. Atlântico) |
2022-042 | 150 | B1067.4 | KSC, LC-39A | 27/Abr/22 07:52:55 | Crew Dragon Freedom | ASOG (Oc. Atlântico) |
2022-044 | 151 | B1062.6 | CCSFS, SLC-40 | 29/Abr/22 21:27:10 | Starlink 4-16 | JRTI (Oc. Atlântico) |
2022-049 | 152 | B1058.12 | KSC, LC-39A | 06/Mai/22 09:46:00 | Starlink 4-17 | ASOG (Oc. Atlântico) |
2022-051 | 153 | B1063.5 | VSFB, SLC-4E | 13/Mai/22 22:07:50 | Starlink 4-13 | OCISLY (Oc. Pacífico) |
2022-052 | 154 | B1073.1 | CCSFS, SLC-40 | 14/Mai/22 20:40:50 | Starlink 4-15 | JRTI (Oc. Atlântico) |
2022-053 | 155 | B1052.5 | KSC, LC-39A | 18/Mai/22 10:59:40 | Starlink 4-18 | ASOG (Oc. Atlântico) |
Dados estatísticos e próximos lançamentos
– Lançamento orbital: 6220
– Lançamento orbital EUA: 1802 (28,97%)
– Lançamento orbital desde CE Kennedy: 201 (3,23% – 11,15%)
Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):
6221 – 19 Mai (07:30:??) – GIK-1 Plesetsk, LC43 PU-? – 14A14-1A Soyuz-2.1a (78021117 (?)) – 14F 148 Bars-M n.º 603
6222 – 19 Mai (2254:36) – Cabo Canaveral SFS, SLC-41 – Atlas-V/N22 (AV-082) – CST-100 Starliner (Boe-OFT 2)
6220 – 20 Mai (????:??) – Jiuquan, LC?? – ?? – ??
6221 – 25 Mai (1835:??) – Cabo Canaveral SFS, SLC-40 – Falcon 9-156 (1061.8) Transporter-5 – Capella-9, Umbra-03, Umbra-04, ÑuSat-28, ÑuSat-?, GHOSt-01, GHOSt-02, GHGSat-C3, GHGSat-C4, GHGSat-C5, Sherpa-AC1 (KSF-3a, KSF-3b, KSF-3c, KSF-3d), Vigoride-3 (ION-SCV 006, SELFIESAT, FossaSat-2E7, FossaSat-2E8, FossaSat-2E9, FossaSat-2E10, FossaSat-2E11, FossaSat-2E12, FossaSat-2E13, Veery FS-1), Reliant-1 (SharedSat-3, Foresail-1, Planetum-1), CICERO-2 1, CICERO-2 2, Varisat-1A, Varisat-1B, Varisat-1C, PTD-3 (Tyvak-0125), ???, Mars Outpost Demo
6222 – 31 Mai (????:??) – Onenui (Máhia), LC-1A – Electron/Photon (F27 ‘CAPSTONE’) – CAPSTONE, Lunar Photon