SpaceX lança missão Transporter-9 com 113 de satélites a bordo

A Space Exploration Technologies Corp. (SpaceX) colocou em órbita 113 satélites em mais uma missão partilhada.

O lançamento da missão Transporter-9 teve lugar às 1849UTC a partir do Complexo de Lançamento SLC-4E da Base das Forças Espaciais de Vandenberg, Califórnia, e foi realizado pelo foguetão Falcon 9-270 (B1071.12) cujo primeiro estágio foi recuperado na zona de aterragem LZ-4, em Vandenberg. 

Esta é a nona a missão partilhada transportando uma grande variedade de satélites que permitem o lançamento de pequenas cargas a preços mais baixos do que são usualmente praticados no mercado internacional do lançamento de satélites, acomodando dezenas de pequenos satélites que podem ser colocados em diferentes órbitas. As cargas lançadas incluem CubeSats, microsats, picosats, e veículos de transferência orbital que transportam cargas que serão separadas mais tarde.

A carga da missão Transporter-9

Por diversas razões, por vezes o manifesto de carga a bordo destas missões não é divulgado, tomando-se conhecimento das cargas apenas na altura em que a SpaceX divulga o denominado press-kit on-line da missão. Mesmo assim, muitas vezes estes surge com erros ou omissões.

Assim, a seguinte lista de cargas pode ser alterada mesmo após o lançamento à medida que os respectivos clientes emitem informações ou declarações sobre o lançamento do(s) seus(s) respectivo(s) satélite(s) ou carga(s). A lista de satélites será actualizada à medida que as cargas forem sendo divulgadas.

Na missão Transporter-9 podemos dividir as cargas dependendo das empresas que foram contratadas para as transportar nos seus veículos de transporte orbital ou que contraram com a SpaceX para um lugar neste lançamento. Destas empresas teremos então a Momentus Inc. (com o seu Vigorade OTV), a D-Orbit (com o ION-SCV) e a Exolaunch (com vários sistemas de transporte e colocação em órbita).

A empresa norte-americana Momentus Inc. oferece veículos capazes de transportar satélites entre órbitas, ou seja, rebocadores espaciais ou veículos de transferência orbital, tendo projectado três veículos distintos: Vigoride, Ardoride e Fervoride. De momento, somente o veículo Vigoride foi anteriormente utilizado (nas missões Transporter-5 (Vigoride-3), na missão Transporter-6 (Vigoride-5) e na missão Transporter-7 (Vigorade-6).

Na missão Transporter-9, a Momentus Inc. transporta os satélites AMAN-1(R), Hello Test 1 e Hello Test 2, JINJUSat-1 e

AMAN-1(R)

O CubeSat-3U AMAN-1(R) é um satélite de observação da Terra cujo objectivo era demonstrar a futura fiabilidade de uma constelação de satélites. Foi desenvolvido após a assinatura de um memorando de entendimento entre Omã, a empresa polaca de fabrico e de operação de satélites SatRevolution, os especialistas de análise de dados de AI TUATARA, e a empresa tecnológica ETCO de Omã.

​O AMAN-1(R) está equipado com a carga óptica Vision-300, que foi testada no espaço e projectada para aplicações de nano e microssatélites. O Vision-300 é adequado para aplicações de imagens de média distância de amostragem do solo, como agricultura de precisão, silvicultura e uso da terra, bem como energia, infraestrutura e monitorização costeira. A resolução terrestre é de 5,8 km.

Hello Test 1 e Hello Test 2

Os picossatélites Hello Test 1 e Hello Test 2 são lançados para a Hello Space da Turquia como parte de sua missão “Hello for IoT”. Os dois PocketQubes fazem parte da missão mais ampla da Hello Space de habilitar ecossistemas IoT em todo o mundo e serviços de dados completos para vários setores. Estes satélites são o segundo e terceiro satélites da Hello Space lançados para a órbita terrestre.

JINJUSat-1

O satélite JINJUSat-1 é um CubeSat-2U desenvolvido pelo Centro de Teste Espacial do Laboratório de Teste da Coreia, sendo apoiado por três entidades: a cidade de Jinju, o Laboratório de Testes da Coreia e a Universidade Nacional de Gyeongsang. O satélite será utilizado para uma missão de observação da Terra.

Picacho

O satélite Picacho é um CubeSat-1U e será operado pela Lunasonde – uma empresa norte-americana de imagens subterrâneas com o objetivo de tornar mais fácil encontrar recursos subterrâneos – como água e minerais.

O Picacho é um satélite de demonstração tecnológica dos sensores da Lunasonde, com o objectivo de medir a densidade espectral de potência dos sinais de rádio de baixa frequência na ionosfera, o que ajudará a informar os projectos dos futuros satélites da empresa.

ION-SCV 013 “Ultimate Hugo” (Cosmic Wander)

A D-Orbit é uma empresa italiana que desenvolveu um veículo capaz de remover da órbita terrestres satélites inoperacionais ou inactivos. Mais tarde, passou para o negócio de transportadores de satélite, ou seja, rebocadores espaciais. Até hoje, a empresa lançou seus veículos em todas as missões anteriores do Transporter, bem como na missão Starlink G2-5.

Na missão Transporter-9 é transportado o veículo ION-SCV 013 “Ultimate Hugo” na missão “Cosmic Wander”, com os satélites EPICHyper-3, Intuition-1, Crypto3, Lemur-2 NanaZ, OSW Cazorla, Ymir-1, PiCo-IoT 1 a PiCo-IoT 9, Unicorn-2J e Unicorn-2K, Hydra-1 (HADES-D), ROM-3, Space ANT-D e Tartan Artibeus 2.

Desenvolvido pela empresa italiana D-Orbit, o ION-SCV (In Orbit Now – Satellite Carrier Vehicle), é uma estrutura de transporte e de demonstração tecnológica de CubeSat de voo livre, transportando vários pequenos satélites para serem colocados em órbita após se separar do estágio superior do foguetão lançador.

EPICHyper-3

A empresa AAC Clyde Space projectou e construiu o CubeSat-6U EPIC conhecido como “EPICHyper”. Estes satélites fornecem dados hiperespectrais de observação da Terra exclusivamente para os seus parceiros canadianos, Wyvern Inc., sendo os satélites denominados “Dragonette” por esta empresa. Assim, o EPICHyper-3 é também conhecido como “Dragonette 003” ou ainda “ACC-HSI-SAT 3”.

Os satélites 6U EPIC VIEW dedicados à Wyvern têm um design de ‘aplicação específica’, apresentam maior downlink de dados e recursos de controlo melhorados, e fornecem dados hiperespectrais – uma técnica para tirar fotos da Terra em múltiplas bandas que fornece muito mais informações do que as três faixas de cores primárias que o olho humano captura.

A AAC Clyde Space fabrica, opera e possui satélites 6U EPIC com cargas hiperespectrais sob seu contrato “Space Data as a Service”, enquanto a Wyvern Inc. concorda em utilizar os serviços de dados. A Wyvern, empresa especializada em observação da Terra, disponibilizará primeiro os dados para a indústria agrícola, onde auxiliará na optimização da produção e na identificação de pragas, plantas invasoras e alterações na composição do solo.

Intuition-1

O CubeSat-6U Intuition-1 é um satélite experimental polaco para realizar a demonstração de observação hiperespectral da Terra e novo método de processamento a bordo.

A missão tem como objetivo demonstrar um gerador de imagens hiperespectral avançado e um novo processador integrado desenvolvido pela KP Labs. Possui Unidade de Processamento de Dados (Leopard) e Software OBC (Oryx) desenvolvidos pela KP Labs. A AAC Clyde Space foi responsável pelo projecto e fabrico da plataforma CubeSat-6U.

Utilizando técnicas de redes neurais, a missão pretende tornar-se no primeiro satélite com capacidade de processamento para segmentar imagens hiperespectrais em órbita. Tradicionalmente utilizada na indústria mineira, a imagem hiperespectral é cada vez mais utilizada numa variedade de aplicações e a KP Labs prevê a utilização futura da sua tecnologia em aplicações que vão desde a agricultura, silvicultura e mineração, até à protecção e defesa ambiental.

O Intuition-1 terá uma missão de três meses em órbita terrestre, sendo operado pela KP Labs.

Ymir-1

O Ymir-1, é um CubeSat-3U construído pela AAC Clyde Space, e parcialmente financiado pela Administração de Transportes Sueca. Sendo o primeiro satélite montado nas novas instalações de integração da AAC Clyde Space em Uppsala, Suécia, o satélite transporta uma carga útil VDES (VHF Data Exchange System) da Saab para comunicação bidirecional entre o satélite e o solo. A ORBCOMM integrou os dados em seu centro de distribuição de comunicações marítimas.

Espera-se que o primeiro satélite de demonstração seja seguido por uma constelação maior de satélites que formarão uma nova parte da infra-estrutura de comunicações marítimas. A adição de uma capacidade baseada no espaço aumentará o alcance do VDES desde a costa até qualquer ponto do oceano, convertendo o que é actualmente um sistema predominantemente costeiro num sistema marítimo global.

O uso do VDES fornece melhorias muito necessárias aos actuais serviços de tráfego de navios (VTS) baseados em AIS. Com até 32 vezes mais largura de banda que o AIS, o VDES permitirá uma gama mais ampla de aplicações em vigilância marítima, comunicações criptografadas, pesca, logística, busca e salvamento e aplicações marítimas integradas. Ao adicionar capacidade espacial ao VDES, o uso do sistema é estendido da costa para qualquer lugar do oceano.

Crypto3

O satélite Crypto3 é um CubeSat-3U desenvolvido pela CryptoSat. Os satélites Cryptosat são usados para tecnologias criptográficas que atendem aplicações blockchain, como esquemas de preservação de privacidade, gestão de chaves, segurança de dados e outras tecnologias de segurança. O Crypto3 atenderá a uma infinidade de aplicações blockchain, incluindo MPC, gestão de chaves e segurança de dados, bem como uma plataforma de protótipo para computação de ponta no espaço.

OSW Cazorla

O CubeSat-3U OSW Cazorla açberga um sensor de imagem interno para registar e monitorizar os resultados de experiências dentro dos limites de um módulo de laboratório fechado e um sensor de imagem externo para fins de orientação e garantia de missão. O satélite também transporta dois módulos de laboratório completos, cada um executando uma experiência científica separado enquanto estiver na órbita terrestre.

O Módulo Laboratorial 1 alberga uma experiência da Universidade de Tufts cujo objetivo é monitorizar e medir o crescimento e a eficácia das células proteicas de insetos na gravidade da órbita terrestre baixa em comparação com uma experiência idêntica baseada na Terra. Ajudará a determinar a viabilidade da produção de culturas celulares no espaço e poderá servir como um ponto de prova para a I&D e comercialização farmacêutica.

O Módulo Laboratorial 2 alberga uma experiência da Physical Synthesis, com uma demonstração que tem como objectivo consciencializar e tornar o espaço mais acessível e divertido com música. O objextivo é testar a eficácia dos componentes electrónicos no espaço e a capacidade de transferir dados de volta para servidores no planeta. Este módulo alberga um sintetizador digital que reagirá e converterá as condições físicas da órbita terrestre baixa em sons produzidos digitalmente que o satélite poderá transmitir para a Terra. Os pacotes de dados podem então tornar-se sons audíveis ou música que o satélite produziu originalmente no espaço.

Os satélites da Apogeo Space – PiCo-IoT

A italiana Apogeo Space pretende desenvolver uma constelação de picossatélites para o fornecimento de serviços IoT. Os satélites são baseados no factor de forma CubeSat-0.3U e utilizam o espectro VHF, constituindo uma constelação de vinte satélites que serrão suficientes para obter dados a partir de dispositivos em qualquer parte do globo com um tempo máximo de espera de 30 minutos.

Graças às suas capacidades de comunicação IoT, a sua constelação Apogeo pode ser facilmente organizada em missões dedicadas para recuperação de dados na banda VHF, fornecendo informações importantes, especialmente nas indústrias de agricultura, petróleo e gás e vida selvagem.

A constelação será constituída em blocos de 9 satélites. Até ao final de 2023, mais de 20 satélites estarão operacionais a partir do espaço. Já com o primeiro conjunto de satélites, os dados podem ser recuperados de dispositivos IoT em qualquer lugar do globo com tempos de espera máximos de 30 minutos. A cobertura contínua será alcançada até 2027 com cerca de 100 satélites.

Cada picosatélite do Apogeo Space é baseado em uma plataforma proprietária com formato de 10 x 10 x 3 cm em configuração armazenada para o lançamento (equivalente a 0,3U do padrão CubeSat). Em cada lançamento, um lote de 9 picossatélites, equivalente a um CubeSat-3U, é colocado em órbita. A missão da empresa é permitir um futuro onde todos possam beneficiar das infinitas possibilidades oferecidas por estas tecnologias avançadas, impulsionando mudanças positivas na qualidade de vida. A ambição do PiCo IoT não se limita a uma demonstração de tecnologia. PiCo Io T representa a vontade de concretizar o primeiro alicerce de uma infraestrutura escalável que permitirá a expansão das oportunidades atuais para o desenvolvimento da conectividade IoT na Europa e no resto do mundo, por um lado, e de enfrentar conscientemente os problemas relacionados com detritos espaciais. a proliferação, potencialmente associada ao lançamento de centenas de satélites para tais constelações, por outro.

Hydra-1

O picosatéçite Hydra-1 (também designado “HADES-D”) é a mais recente iteração da plataforma de picossatélites GENESIS utilizada pelas missões AMSAT-EA com o apoio de engenharia da Hydra Space, empresa também sediada em Madrid. HADES-D oferecerá aos radioamadores licenciados em todo o mundo a oportunidade de retransmitir voz FM e comunicações AX.25/APRS 300/1200 bps. O satélite também transmitirá telemetria com o seu estado e mensagens de voz e CW.

Os satélites Unicor-2J e Unicorn-2K

Os satélites Unicor-2J e Unicorn-2K fazem parte da principal constelação de picossatélites de observação da Terra da Alba Orbital, dedicada à monitorização da luz artificial à noite (ALAN) em todo o mundo. Os satélites 3P PocketQube fornecerão imagens de alta resolução da Terra à noite, permitindo o rastreio de aplicações como poluição luminosa, urbanização, emissões de gases de efeito estufa e utilização de energia.

ROM-3

O pequeno satélite ROM-3 (Romanian Orbital Mission 3) é um PocketQube cujas dimensões são 5 x 5 x 5 cm e tem uma massa de 0,25 kg. Também designado ‘Space Sparrow’, este pequeno satélite não é maior do que um cubo de Rubik e é o primeiro satélite deste tipo fabricado na Roménia. Devido ao seu baixo custo, os PocketQubes estão a abrir caminho para a democratização do acesso ao espaço, abrindo as portas para pequenas organizações para comercializar a sua própria investigação.

Formada por nove estudantes entre os 15 e os 18 anos, a equipa da RomSpace integrou o seu pequeno satélite nas instalações da Alba Orbital antes de ser enviado para o lançamento.

Tal como os satélites ROM anteriores, o ROM-3 servirá como satélite de rádioamador e transporta uma carga de observação da Terra com uma câmara de 2 megapixel a bordo para obtenção de imagens da superfície terrestre.

Space ANT-D

O Space ANT-D é um satélite de demonstração de tecnologia 1p PocketQube (5 x 5 x 5 cm) que tem como objetivo ensinar estudantes universitários e comunidades de radioamadores sobre o desenvolvimento de satélites pequenos e de baixo custo. O SpaceANT-D promoverá o uso de satélites para a comunidade de rádio amador e é o primeiro satélite PocketQube da Malásia. O satélite foi desenvolvido pela Universiti Sains Malaysia em colaboração com a Malaysia Amateur Radio Transmitter Society (MARTS) e com o apoio de engenharia da SpaceIn.

Tartan-Artibeus 2

O Tartan-Artibeus 2 é um satélite PocketQube 1P desenvolvido pela Universidade Carnegie Mellon. O cubo de 5 cm está equipado com sensor (1/8 do tamanho de um CubeSat) que pode detectar o seu ambiente e realizar computação de bordo orbital para processar dados do sensor de uma forma que seja robusta para operação intermitente. Este projeto é o mais recente edifício de picossatélites da universidade do projeto Tartan-Artibeus 1 de código aberto da CMU, que foi o primeiro satélite pocketqube computacional sem bateria do mundo.

A empresa alemã Exolaunch oferece uma série de serviços, desde integração de carga útil até implantação e gestão de missão. Para fornecê-los, a Exolaunch desenvolveu produtos como hardware de separação, sistemas de transporte de CubeSat, adaptadores de porta de carga útil, sequenciadores de separação e está a projetar um sistema de transferência orbital denominado “Reliant”. A Exolaunch participou em todas as missões Transporter da SpaceX.

Os satélites manifestados pela Exolaunch na missão Transporter-9 são: Connecta T3.1 e Connecta T3.2, Outpost Mission 2, Barry-1 “Hello World”, Djibouti-1A, GHGSat-C9 a GHGSat-C11, NinjaSat, Platero, ProtoMéthée-1, SNC, BRO-10 e BRO-11, Veronika e SPIP.

Connecta T3.1 e Connecta T3.2

Os satélites Connecta T3.1 e Connecta T3.2 são baseados no factos de forma CubeSat-6U e são fabricados pela Plan-S.

A missão dos dois satélites será a demonstração de tecnologia de ligação ISL (Inter-Satellite Link) inter-satélite.

Outpost Mission 2

O satélite Outpost Mission 2 é um CubeSat-3U desenvolvido pela Outpost Technologies Corporation, sendo similar ao satélite transportado na missão Transporter-8, mas estando equipado com um gerador a gás experimental para ser aplicado na abertura de escudos térmicos infláveis.

Barry-1 “Hello World”

O satélite Barry-1 é um veículo de demonstração tecnológica da Rogue Space Systems Corporation, que na missão Transporter-9 realiza a sua missão “Hello World”.

Também denominado “Orbot” – Orbital Robot – o satélite Barry-1 irá testar a Scalable Compute Platform (SCP) da Rogue e sua capacidade de agregar dados de vários sensores e processar esses dados em tempo real. Além disso, a Rogue testará em órbita algoritmos internos e desenvolvidos pelo cliente.

Os serviços de hospedagem de carga útil da Rogue Space Systems permitem que o hardware ou software do cliente seja instalado num satélite “Barry”. A hospedagem de carga útil é uma solução ideal para demonstrações no espaço para operações históricas e completas. O Barry-3U, capaz e económico, apresenta a própria Scalable Compute Platform (SCP) de computação de bordo redundante da Rogue. Os satélites Barry também terão sensores ópticos, controle espacial de 3 eixos e propulsão para complementar as necessidades de hospedagem.

Djibouti-1A

O Djibouti-1A – também designado “HydroSat” – é um CubeSat-1U de observação da Terra, visa fornecer ao Centro de Estudos e Pesquisa do Djibouti as ferramentas necessárias para acompanhar as mudanças nos recursos hídricos, fornecendo dados em tempo real de todo o país de climatologia e sísmica estações. O satélite também fornecerá aos tomadores de decisão em todo o país informações espectrais relevantes de alta definição para melhorar a agricultura e outras atividades relacionadas.

O satélite tem como objectivo recolher dados de estações climatológicas, pluviométricas e limnimétricas espalhadas pelo território do Djibuti. O Djibouti-1A ajudará o CERD (Centre d’Etudes et de Recherche de Djibouti) a acompanhar as mudanças ambientais em todo o país.

O satélite transmitirá os dados gerados pelas estações meteorológicas do Centro de Estudos e Pesquisa do Djibuti (CERD) para o Centro de Controle de Missões localizado em Djibuti, e fornecerá as ferramentas necessárias para acompanhar as mudanças nos recursos hídricos, fornecendo dados em tempo real de estações climatológicas e sísmicas a todo o país.

GHGSat-C9 a ​GHGSat-C11

Os satélites GHGSat-C9 (Juba), GHGSat-C10 (Vanguard) e GHGSat-C11 (Elliot) – Greenhouse Gas Satellite – são veículos construídos, pertencentes e operados pela Spire (SFL) para a GHGSat Inc. segundo um acordo de serviço de dados como satélites de monitorização dos gases de efeito de estufa.

Os satélites são baseados no factor de forma CubeSat-16U da Spire e albergam instrumentação de monitorização da GHGSat.

O satélite GHGSat-C10 (Vanguard) é o primeiro satélite GHGSat a transportar um sensor de monitorização de CO2.

NinjaSat

O CubeSat-6U NinjaSat é um pequeno observatório astronómico projectado para a monitorização a longo prazo de fontes brilhantes de raios-X, como sistemas binários entre estrelas normais e buracos negros ou estrelas de neutrões.

O NinjaSat é o primeiro CubeSat japonês dedicado à observação astronómica, e também tem como missão demonstrar que mesmo um pequeno satélite, que pode ser desenvolvido de forma rápida e barata, podendo realizar excelentes observações científicas.

O NinjaSat obtém a maior sensibilidade de raios-X do mundo em missões CubeSat usando detectores de raios-X de gás preenchendo todo o espaço alocado para cargas científicas. O fabrico das cargas úteis do modelo de voo começou em 2021, e os testes no nível do componente de carga útil foram concluídos em Agosto de 2022. Em Abril de 2023, as cargas úteis foram integradas na plataforma 6U da Nano Avionics (M6P) na Lituânia. Após quatro meses de testes, a carga útil foi armazenada no sistema de transporte da Exolaunch em Agosto.

Mais informações sobre o NinjaSat pode ser obtida aqui. O satélite tem uma massa de 8,14 kg.

Platero

O CubeSat-6U Platero é o primeiro nanossatélite andaluz e está uma câmara de alta precisão que proporcionará uma resolução terrestre de quase cinco metros. Desenvolvido pela Open Cosmos, o satélite orbitará a uma altitude de 560 km.

Este é um dos nanossatélites mais inovadores projectados até hoje e irá obter imagens com uma câmara multiespectral de última geração. O Platero poderá capturar dados que serão transmitidos em tempo real na mesma plataforma juntamente com aqueles obtidos por sensores terrestres e flutuantes através da tecnologia de observação IoT para tornar os dados mais processáveis.

A ligação desta importante ferramenta tecnológica à província de Huelva e especificamente à zona de Doñana ao papel que esta província espanhola desempenhou no projecto e ao seu nome, que está em reconhecimento do grande poeta de Moguer, Juan Ramón Jiménez.

ProtoMéthée-1

O ProtoMéthée-1 (ProtoMethee-1) é um CubeSat-16U desenvolvido pela NanoAvionics que o irá operar para a empresa francesa Prométhée Earth Intelligence que irá desenvolver uma constelação de satélites para a observação da Terra e plataforma de análise de imagens, além de serviços ILS para IoT.

BRO-10 e BRO-11

Os satélites BRO (Breizh Reconnaissance Orbiter) foram desenvolvidos pela UnseenLabs (carga) e pela GOMSpace (modelo) e são baseados no modelo CubeSat-6U. Os satélites t~em uma massa de 6 kg.

Os satélites serão utilizados para a monitorização espectral e serviços de inteligência electromagnética para vigilância marítima e tráfego aéreo.

O primeiro satélite da série, BRO-1, foi colocado em órbita a 19 de Agosto de 2019 por um foguetão Electron, seguindo-se os satélites BRO-2 e BRO-3 lançados a 20 de Novembro de 2020, também por um foguetão Electron, o BRO-4, a 17 de Agosto de 2021, lançado por um foguetão Vega, e o BRO-5 lançado a 13 de Janeiro de 2022 por um foguetão Falcon-9 na missão Transporter-3.

Veronika

O pequeno Veronika, é um CubeSat-1U encomendado à Spacemaniac por Boris Procik, um financiador da Eslováquia, que pediu à empresa que construísse e lançasse um pequeno satélite para uma missão única e pessoal. O satélite foi desenvolvido pela Universidade Técnica de Kosice. Este é o primeiro “satélite familiar” com o nome da filha de Boris Procik, Veronika. O Veronika está equipado com duas câmaras e operará na banda de rádio amador, permitindo ao cliente da Spacemaniac ter uma conexão pessoal com a exploração espacial. Outro facto curioso sobre esta missão será a sua cor – o primeiro satélite rosa.

O satélite está equipado com um novo subsistema ADCS, incluindo actuadores eletromagnéticos e um receptor GNSS. Isto também ajudará a identificar o satélite durante os primeiros dias e semanas. O satélite comunicará usando os conhecidos transceptores Murgas da Spacemanic (BDSat-1, BDSat-2, Planetum-1).

O satélite será operado por um clube de rádio amador OM3KSI, que participará activamente na sua missão. A principal missão do satélite é servir como um farol de conhecimento, transmitindo dados valiosos de volta à Terra. Instituições educacionais e entusiastas da ciência em todo o mundo beneficiarão dos valiosos conhecimentos recolhidos pelo Veronika durante a sua exploração espacial.

Os satélites ICEYE X

Os satélites ICEYE X fazem parte de uma constelação de microssatélites equipados com radar SAR (Synthetic Aperture Radar), desenvolvidos pela empresa finlandesa de startups ICEYE. Os satélites foram projetados para fornecer imagens de SAR em tempo quase real. Os satélites são veículos operacionais baseados no desenho do ICEYE X2.

A empresa está a trabalhar para lançar e operar uma constelação de micro satélites que possuem a sua própria tecnologia de sensor de SAR compacta e eficiente. O instrumento de radar de imagem ICEYE pode fazer imagens através das nuvens, mau tempo e escuridão.

Nesta missão foram lançados os satélites ICEYE-X31, ICEYE-X32, ICEYE-X34 e ICEYE-X35.

Umbra-SAR 7 e Umbra-SAR 8

O Umbra Lab, Califórnia, está a desenvolver uma constelação de satélites de Radares de Abertura Sintética SAR (Synthetic Aperture Radar) que serão utilizados para a observação da superfície terrestre. O primeiro satélite, Umbra-SAR 2001 – colocado em órbita a 30 de Junho de 2021 na missão Transporter-2 por um foguetão Falcon-9, foi um satélite de 65 kg equipado com radar de abertura sintética na banda X para captar imagens instantâneas com resolução de 25 centímetros numa área de 16 km2. A sua missão foi a de testar tecnologias e desenhos, validar o desempenho e progredir a arquitectura para totalmente operacional.

Para recolher imagens de radar, a Umbra Lab desenvolveu uma antena de alto ganho em rede que permite ser operada com energia relativamente baixa para obter imagens de radar de abertura sintética de alta qualidade.

A constelação de satélites Umbra será eventualmente composta por 24 veículos a operar em órbitas com uma inclinação de 97,5.º e altitude média de 530 km.

Pelican-1

Os satélites Pelican farão parte de uma constelação comercial de satélites de observação da Terra planeada pela Planet Labs para suceder à constelação SkySat.

Quando operacional, a Pelican será a constelação de satélites de próxima geração da Planet Labs para reabastecer e atualizar os cerca de 20 SkySats em órbita hoje.

Projetado com o futuro em mente, a nova constelação foi planeada para oferecer melhorias de ordem de grandeza em capacidade, velocidade e precisão.

Com períodos de revisitação mais curtos, à resolução mais alta (30 cm) e à aquisição ultrarrápida, os satélites Pelican são projetados para fornecer um avanço em recursos, fornecendo as informações necessárias para agir com confiança diante das mudanças.

Os satélites Pelican fornecerão um produto Fusion incluindo dados SAR para apoiar uma variedade de aplicações de mapeamento para agricultura, humanitária, monitorização ambiental para desmatamento, desenvolvimento urbano e auxílio de desastres naturais.​

FalconSat-X

O FalconSat-X é um microssatélite experimental desenvolvido pela Academia da Força Aérea dos Estados Unidos e patrocinado pelo Laboratório de Investigação da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF Research Laboratory – AFRL).

SPIP

O SPIP é o quarto satélite da Aerospacelab, e foi baptizado com o nome de uma personagem dos quadrinhos de Dupuis. O emblema da missão também se inspira na mesma personagem, acrescentando um toque extravagante ao empreendimento científico. O satélite, baseado na Versatile Satellite Platform (VSP) da Aerospacelab, apoiará missões de observação da Terra, demonstrando o desempenho de protótipos de carga útil de observação do nosso planeta e servindo como um trampolim para futuras missões multiespectrais.

ÆTHER-1 e ÆTHER-2

A Kepler Communications tem dois satélites a bordo desta missão, o ÆTHER-1 e o ÆTHER-2. Não se sabe muitos pormenores acerca destes dois satélites, mas pensas-se que ambos são a versão de produção dos satélites de comunicações Aether-Ku que são capazes de fornecer mais de 300 Mbps desde a órbita terrestre baixa, sendo os primeiro de uma constelação que eventualmente será constituída por 50 satélites.

Impulse-1 (Mira LEO Express 1)

O Mira é o primeiro de uma série de veículos que a Impulse Space está a desenvolver, com futuros veículos capazes de colocar cargas úteis em órbitas de transferência geoestacionárias ou inserções diretas em órbitas geoestacionárias.

O desempenho do veículo Mira depende da quantidade de carga que transporta, estimando-se que o veículo pode fornecer cerca de 1.000 metros por segundo de delta-v, ou mudança de velocidade, com uma carga útil de 300 kg. O seu sistema de propulsão, que utiliza propelentes armazenáveis, foi exaustivamente testado, com mais de 1.000 segundos de autonomia, enquanto outros elementos do veículo estão em vários estágios de projeto e fabrico.

Na missão LEO Express-1, o Mira transporte o pequeno satélite Time Will Tell.

Time Will Tell

O satélite Time Will Tell é a segunda missão da TrustPoint e apresenta uma carga útil compacta avançada de posicionamento, navegação e tempo (Position, Navigation, and Time – PNT) que irá amadurecer ainda mais e demonstrar as principais tecnologias da TrustPoint à medida que avança no fornecimento de tempo global de banda C independente de GPS e serviços de posicionamento a partir de órbita.

O satélite serve como um pioneiro para a implementação da constelação LEO, aproveitando veículos de transferência orbital, além de sua missão principal como um microssatélite de vôo livre para a validação de tecnologia e demonstração de sinais PNT espaço-solo.

Em apenas alguns anos, a constelação da TrustPoint fornecerá serviços de tempo e posicionamento seguros e de alta precisão por uma fração do custo de ofertas comparáveis. Esta capacidade ajudará a fortalecer as aplicações críticas existentes e permitirá a proliferação de casos de utilização emergentes na navegação autónoma, na segurança nacional e na infraestrutura inteligente.

SpaceVan-1

O SpaceVan é um serviço de mobilidade espacial ou veículo de transferência orbital desenvolvido pela empresa fancesa Exotrail.

O SpaceVan permite que os operadores de satélite implantem as suas constelações de forma rápida e eficiente em vários planos, altitudes e inclinações diferentes.

A Exotrail criou o seu serviço de mobilidade espacial aproveitando as suas capacidades únicas em dinâmica de voo, design de sistemas e propulsão elétrica. O SpaceVan usa o sistema de propulsão elétrica flexível e de alto empuxo ExoMG desenvolvido pela Exotrail, adequado para satélites de 5 kg a 1.000 kg, sendo capaz de realizar uma manobra típica de mudança de plano de constelação em menos de 3 meses e uma mudança de 100 km em apenas duas semanas.

As suas interfaces de conexão padrão permitem a implantação de nanossatélites e microssatélites. A Exotrail afirma ser a única empresa que oferece serviços internos de transporte espacial com propulsão elétrica e dinâmica de voo complexa.

MANTIS

O CubeSat-12U Mission and Agile Nanosatellite for Terrestrial Imagery Services (MANTIS) é uma missão conjunta de constelação de nanossatélites de imagem liderada por três empresas: Open Cosmos projetou e fabricou o satélite, Satlantis construiu a câmara de alta resolução espacial e a Terrabotics analisará os dados de acordo com as necessidades do cliente. Os satélites fornecerão relatórios estatísticos para o sector energético e mineiro para enfrentar os desafios do projecto.

O satélite um sistema de obtenção de Imagem Padrão para Microssatélites (iSIM) integrado, que é um gerador de imagens multiespectral de alta resolução, cuja natureza padronizada permite cargas úteis mais baratas e tempos de construção mais curtos. O sistema depende da integração de quatro recursos: um design óptico de difração limitada de um telescópio binocular, cada um consistindo de apenas três elementos ópticos com todas as superfícies esféricas; uma estrutura de liga leve, quase atérmica, robusta e de alta precisão, complementada com hastes de fibra de carbono; um conjunto de unidades detectoras COTS 2D CMOS, robustas para suportar efeitos de vibração, térmicos e de radiação; e um processador de imagem integrado reconfigurável de alto desempenho.

O iSIM tem uma resolução espacial de aproximadamente 2 metros para bandas espectrais visíveis e aproximadamente 2,5 metros para a banda espectral do infravermelho próximo. Existem quatro bandas espectrais, azul (459-525 nm), verde (541-577 nm), vermelho (650-680 nm) e infravermelho próximo (780-886 nm). O MANTIS terá uma precisão de 60 segundos de arco e uma largura de faixa de 13 km.

O satélite tem capacidade de massa de 10 kg e capacidade de volume de 8U. A potência média será de aproximadamente 15 W. As imagens serão transmitidas em downlink RF de banda X a uma taxa de 150 Mbit/s para estações terrestres, enquanto o satélite será monitorizado em banda S com uma taxa de dados de 1 Mbit/s. As baterias a bordo terão capacidade de 90 Wh.

Observer-1A

O satélite Observer-1A é um CubeSat-16U e é o primeiro satélite de observação da Terra da Nara Space, Coreia do Sul, utilizando a sua plataforma (Observer). O satélite irá realizar observações da superfície terrestre através de sete bandas ópticas, tendo uma resolução espacial máxima de 0,5 metros.

Com uma massa de 24 kg, as suas dimensões são 20 cm x 20 cm x 40 cm.

GENMAT-1

O objetivo geral da missão GENMAT-1 é usar os dados mineralógicos geodésicos correlacionados de seu Hyper Spectral Imager (HSI) para localizar minerais e potencialmente outros recursos sensíveis de interesse (incluindo no solo, persistentes na superfície e absorvidos pela matéria viva). Os dados serão correlacionados com observações de campo verdadeiras para validar o software de processamento de imagem. O HSI irá capturar dados hiperespectrais numa faixa de comprimento de onda de 470 nm a 870 nm.

O satélite será operado pela Quantum Generative Materials (GenMat) e é uma unidade singular composta por seis módulos de Cubesat, CubeSat-6U, tendo as dimensões 36,5 cm x 23,94 cm x 12,85 cm e uma massa total de 8,8 Kg.

PEARL-1C e PEARL-1H

Os CubeSat-6U PEARL-1C e PEARL-1H têm uma massa de 8,8 kg e serão utilizados para comunicações experimentais de banda larga por parte do Hon Hai Technology Group (Foxconn). Os satélites transportam uma carga de comunicações de banda Ka e Ku.

Platform-5

Anteriormente designados Spartan (Shared Platform for Applied Research and Technology Affirmation), são CubeSat-6U que permitem aos parceiros da EnduroSat a maneira mais fácil de realizar demonstrações tecnológicas, bem como programas científicos e comerciais, sem a necessidade de operar seu próprio satélite ou infraestrutura terrestre.

A arquitetura do satélite permite que múltiplas cargas operem juntas de forma confiável num único veículo. Cada uma das cargas úteis tem acesso ao processamento integrado, potência e capacidade de orientar o satélite, tornando possível a multitarefa no espaço. O Serviço Partilhado de Satélite inclui integração, validação e testes, lançamento e operações do satélite e de todas as cargas úteis, abrindo assim um paradigma de melhoria na acessibilidade espacial e simplificando as operações espaciais. O acesso direto aos dados de carga útil está instantaneamente disponível na nuvem através da própria Estação Terrestre Digital do satélite.

Tiger-5 e Tiger-6

Os satélites Tiger-5 e Tiger-6 são CubeSat-6U numa missão 5G com uma carga NB-IoT para a Internet das Coisas. Foram construídos, integrados e são operados pela NanoAvionics sob contrato com a OQ Technology, uma empresa multinacional de IoT.

Esta é mais uma missão para o fabricante de plataformas de pequeno porte e integrador de missão da Lituânia com a Tecnologia OQ, sendo as mais recentes adições à crescente constelação de nanosatélites de órbita terrestre baixa da Tecnologia OQ. A constelação pretende fornecer serviços comerciais básicos de IoT e M2M, usando conectividade 5G, para clientes com enfase na África, Médio Oriente, Ásia e América Latina.

Os satélites Flock

A constelação de satélites de observação da Terra, Flock, foi construída e operada pela Planet Labs (anteriormente designada Cosmogia Inc.), é composta por numerosos CubeSat-3U com uma massa de 5 kg. As constelações Flock-1 e Flock-1b são compostas por 28 satélites em órbitas inclinadas em altitudes médias. A constelação Flock-1c é composta por 11 satélites em órbitas polares.

Grande parte dos satélites contém um sistema de observação RGB standard, mas cinco satélites foram equipados com sistemas experimentais operando em diferentes bandas espectrais ópticas.

Cada satélite transporta um telescópio e uma câmara CCD equipada com um filtro Bayer. O sensor CCD converte os fotões filtrados em electrões, que são então ampliados de forma a produzir um número digital correspondente a cada pixel em cada banda. A Planet Labs lançou três gerações de instrumentos ópticos: Planet Scope 0 (PS0), Planet Scope 1 (PS1) e Planet Scope 2 (PS2). As imagens têm diferentes atributos dependendo da altitude do satélite e do tipo de instrumento.

O PS0 é composto por um Maksutov Cassegrain de dois elementos ópticos com um detector CCD de 11MP. Os elementos ópticos estão montados em relação à estrutura do satélite. O PS1 contém o mesmo sistema óptico do PS0 mas alinhado e montado num telescópio de fibra de carbono e titânio que se encontra isolado. Este telescópio é equipado com um detector CCD de 11MP. O PS2 é composto por um sistema óptico de cinco elementos que fornece imagens com um campo de vida largo e qualidade de imagem superior, sendo equipado com um sensor CCD de 29MP.

Nesta missão foram lançados os Flock-4q (1) a Flock-4q (36).

Os Lemur-2

Os satélites Lemur-2 são baseados no modelo CubeSat-3U e têm uma massa de 4 kg.

Os satélites constituem a constelação inicial em órbita terrestre baixa construídos pela Spire, transportando duas cargas para meteorologia e seguimento do tráfego marítimo (a carga STRATOS – ocultação do sinal rádio de GPS – e a carga AIS SENSE, respectivamente). A STRATOS permite a detecção do sinal GPS que é afectado quando passa através da atmosfera terrestre. Posteriormente, e utilizando um processo designado ‘ocultação do sinal GPS’, o satélite mede a alteração do sinal GPS para calcular os perfis precisos para a temperatura, pressão e humidade na Terra.

A partir do 78.º Lemur-2, estes satélites transportam também a carga AirSafe ASD-B para seguimento de aviões.

Na missão Transporter-9 foram lançados os satélites Lemur-2 171 (Lemur-2 MangoTwo 1) e Lemur-2 172 (Lemur-2 MangoTwo 2).

HERON Mk. II

O HERON Mk. II é a primeira missão de satélite da Equipa Aeroespacial da Universidade de Toronto e a primeira missão de satélite totalmente financiada por estudantes no Canadá. É um CubeSat3U que servirá como plataforma de comunicações de rádio amador em órbita baixa da Terra.

As suas dimensões são 10 cm x 10 cm x 34 cm, e tem uma massa de 3,3 kg. O satélite irá utilizar ímanes permanentes para se estabilizar e material de histerese para se alinhar ao longo da direção local do campo magnético da Terra. 

O objetivo principal da missão é demonstrar as capacidades de comunicações de rádio da UTAT, enquanto os objetivos secundários incluem a validação dos projetos estruturais, térmicos, de energia e de sistemas de computação.

IRIS-C2

O satélitre IRIS C (Intelligent Remote-Sensing and Internet Satellite) foi um CubeSat-3U com uma massa de 4 kg que serviu como demonstração tecnológica para a Universidade Nacional Cheng Kung (NCKU) de Tainan, Taiwan, e teve como missão validar o desempenho de um sensor estelar. O IRIS-C2 é a segunda versão deste satélite.

KAFASAT

A missão principal da KAFASAT (Satélite da Academia da Força Aérea da Coreia) é observar a península coreana e proporcionar experiência no desenvolvimento de sistemas de satélite para os cadetes da KAFA (Academia da Força Aérea da Coreia).

OMNI-LER1

O objetivo geral da missão OMNI-LER1 é conduzir experimencies de pesquisa de tecnologia blockchain integrada para medir desempenho, comportamento, latência e confiabilidade de transações blockchain na órbita terrestre baixa. As experimencies incluem transações de dados adquiridos de sensores a bordo e uso de contratos inteligentes para transações automatizadas.

Os dados serão obtidos através da recolha de imagens da Terra, radiação e dados de sensores a bordo para transações como parte de transações blockchain. Os dados do blockchain e do sistema também serão registados. Os dados serão analisados por pesquisadores de Internet Think Tank para medir o comportamento do blockchain e identificar qualquer comportamento anômalo no blockchain.

O OMNI-LER1 é um CubeSat-3U com as dimensões de 10 cm x 10 cm x 34 cm, tendo uma massa de 5,25 kg.

Lançamento

A embarcação de apoio Go Beyond (anteriormente designada “Go Crusader”) deixou o Porti de Long Beach às 0008UTC do dia 10 de Novembro.

O foguetão Falcon-9 é activado a T-10h 00m. Tanto o lançador como a sua carga são submetidos a uma série de verificações testes antes do início do abastecimento do querosene RP-1. O Director de Voo consulta os controladores a T-38m, determinando assim se tudo está pronto para o lançamento. O processo de abastecimento inicia-se a T-35m no primeiro estágio, seguindo-se o início do abastecimento do oxigénio líquido (LOX) ao mesmo tempo e no segundo estagio a T-16m.

A fase terminal da contagem decrescente inicia-se com os motores a serem condicionados termicamente para o lançamento a T-7m. A T-1m é enviado um comando para o computador de voo para iniciar as verificações pré-lançamento e o sistema de supressão sónica por água é activado na plataforma de lançamento. Por esta altura os tanques de propelente também são pressurizados. A T-45s o Director de Lançamento da SpaceX verifica se todos os parâmetros estão prontos para o lançamento. Na mesma altura, é verificado que o espaço aéreo está pronto para o voo. A sequência de ignição é iniciada a T-3s. A T=0s o foguetão abandona a plataforma.

Abandonando a plataforma de lançamento, o Falcon-9 inicia uma série de manobras para se colocar na trajectória de voo correcta. A fase MaxQ, de máxima pressão dinâmica, é atingida a T+1m 5s. É nesta altura que o lançador atinge o ponto mais elevado de ‘stress’ mecânico na sua estrutura.

O final da queima do primeiro estágio (MECO – Main Engine Cut-Off) ocorre a T+2m 19s, dando-se três segundos depois a separação entre o primeiro e o segundo estágio, com este a entrar em ignição a T+2m 30s.

A manobra de regresso à Terra por parte do primeiro estágio decorre entre T+2m 35s e T+3m 29s. A separação das duas metades da carenagem de protecção ocorre a T+3m 1s. A queima de reentrada do primeiro estágio ocorre entre T+6m 13s e T+6m 29s. Por sua vez, a queima de aterragem ocorre entre T+7m 2s e T+7m 24s, sendo recuperado com sucesso.

O final da queima do segundo estágio ocorre a T+8m 31s. Após uma fase de voo não propulsionada, o segundo estágio raliza a sua segunda queima entre T+50m 52s e T+56m 55s, com o primeiro satélite (GHGSat-C9 ‘Juba’) a separar-se a T+54m 1s. A separação do último satélite (Falconsat-X) ocorre a T+1h 25m 31s.

A seguir estão os tempos de separação de todos os satélites referidos pela SpaceX:

00:54:01 JUBA
00:54:04 NinjaSat
00:54:23 DJIBOUTI-1A 
00:54:33 VERONIKA
00:54:41 ELLIOT
00:54:44 Platero
00:54:59 MANTIS 
00:55:04 OrbAstro-TR1
00:55:08 VANGUARD 
00:55:21 OrbAstro-PC1 
00:55:27 Barry-1 
00:55:28 IRIS-C2 
00:55:53 Platform 5
00:56:29 BRO-10
00:56:40 LEMUR 2 DILIGHTFUL
00:56:58 Foxconn PEARL-1C
00:57:14 LEMUR 2 GOOD-VIBES 
00:57:15 Outpost Mission 2 
00:57:25 LEMUR 2 SANITA-VERTRA 
00:58:30 LEMUR 2 THE-CLEANER 
00:58:40 BRO-11 
00:59:00 Plan – S / Connecta T3.2 
00:59:01 Observer-1A 
00:59:02 Hello Test 1 & 2 
00:59:04 First Flock 4Q 
00:59:10 Plan – S / Connecta T3.1 
00:59:13 Picacho 
00:59:22 Foxconn PEARL-1H 
00:59:39 Second Flock 4Q 
00:59:40 JinjuSat-1 
01:00:20 OMNI-LER1 
01:00:26 Protométhée-1 
01:00:37 LEMUR 2 MARAPAMASM 
01:00:43 GENMAT-1 
01:00:58 Third Flock 4Q 
01:01:40 Fourth Flock 4Q 
01:01:47 Fifth Flock 4Q
01:01:54 Sixth Flock 4Q 
01:01:57 LEMUR 2 MANGO2A 
01:02:06 Seventh Flock 4Q 
01:02:15 Eighth Flock 4Q 
01:02:17 Ninth Flock 4Q 
01:02:23 LEMUR 2 MANGO2B 
01:03:08 10th Flock 4Q 
01:03:21 11th Flock 4Q 
01:03:31 12th Flock 4Q 
01:03:58 13th Flock 4Q 
01:04:09 14th Flock 4Q 
01:04:29 Aman-1(R)
01:04:48 15th Flock 4Q
01:05:10 16th Flock 4Q
01:05:23 17th Flock 4Q 
01:05:34 18th Flock 4Q 
01:05:41 19th Flock 4Q 
01:05:56 20th Flock 4Q 
01:06:09 21st Flock 4Q 
01:06:19 22nd Flock 4Q
01:07:00 23rd Flock 4Q 
01:08:01 24th Flock 4Q 
01:08:12 25th Flock 4Q 
01:08:49 26th Flock 4Q 
01:09:01 27th Flock 4Q 
01:10:01 28th Flock 4Q 
01:10:12 29th Flock 4Q 
01:12:09 30th Flock 4Q 
01:12:21 31st Flock 4Q 
01:13:29 32nd Flock 4Q
01:14:11 33rd Flock 4Q 
01:14:23 34th Flock 4Q 
01:15:05 Tiger-6 
01:15:10 ÆTHER-2
01:15:17 Tiger-5
01:15:31 35th Flock 4Q
01:15:36 ÆTHER-1
01:15:38 Heron Mark II 
01:15:42 Impulse-1
01:16:10 36th Flock 4Q 
01:16:30 Umbra-08 
01:16:32 1st ICEYE
01:17:16 Umbra-07 
01:17:22 2nd ICEYE 
01:17:54 SPIP
01:18:16 3rd ICEYE
01:20:20 KAFASat
01:23:59 4th ICEYE
01:24:04 Pelican-1
01:24:29 ION SCV-013 Ultimate Hugo 
01:25:16 spacevan – 001 
01:25:31 FalconSAT-X

O foguetão Falcon-9

Baptizado em nome da nave Millenium Falcon da saga cinematográfica “Guerra das Estrelas”, o foguetão Falcon-9 v1.1 foi um lançador a dois estágios projectado e fabricado pela SpaceX para o transporte seguro e fiável de satélites e do veículo Dragon para a órbita terrestre. Sendo o primeiro foguetão completamente desenvolvido no Século XXI, este lançador foi projectado desde o início para ter a máxima fiabilidade. A sua simples configuração de dois estágios minimiza o número de eventos de separação (staging) e com nove motores no primeiro estágio, pode completar a sua missão em segurança mesmo na possibilidade de perda de um motor.

O Falcon-9 fez história em 2012 quando colocou a cápsula Dragon na órbita correcta para uma manobra de encontro com a estação espacial internacional, fazendo da SpaceX a primeira companhia comercial a visitar a ISS. Desde então, a SpaceX realizou múltiplas missões para a ISS transportando e recolhendo carga para a NASA. O Falcon-9, bem como a cápsula Dragon, foram desenhados na base do desenvolvimento de um sistema de transporte de astronautas para o espaço e num acordo com a NASA, a SpaceX está activamente a trabalhar para atingir esse objectivo.

O foguetão Falcon-9 Upgrade, ou Falcon-9 FT, (a seguir designado simplesmente como ‘Falcon-9’) representa a mais recente evolução deste lançador. De forma geral o Falcon-9 tem 68,4 metros de comprimento, 3,7 metros de diâmetro e uma massa de 541.300 kg. O veículo é capaz de colocar uma carga de 13.150 kg numa órbita terrestre baixa ou 4.850 kg numa órbita de transferência geossíncrona.

O primeiro estágio do Falcon-9 está equipado com nove motores Merlin (Merlin-1D) e tanque de liga de alumínio e lítio que contêm oxigénio líquido e querosene RP-1. Após a ignição, um sistema de segurança fixa o veículo na plataforma de lançamento e garante que todos os motores são verificados como estando na força máxima antes de libertar o foguetão para o seu voo. Então, com uma força superior a cinco aviões Boeing 747 em potência máxima, os motores Merlin lançam o foguetão para o espaço. Ao contrário dos aviões, a força de um foguetão vai aumentando com a altitude – o Falcon-9 gera 6.806 kN ao nível do mar mas atinge 7.426 kN no vácuo espacial. Os motores do primeiro estágio vão sendo aumentados em potência perto do final da queima do estágio para assim limitar a aceleração do veículo à medida que a massa do lançador vai diminuindo com a queima do combustível. O tempo total de queima do primeiro estágio é de 162 segundos.

Com os seus nove motores agrupados juntos na configuração ‘octaweb’, o Falcon-9 pode aguentar a falha de até dois motores durante o lançamento e mesmo assim conseguir atingir a órbita terrestre com sucesso. O Falcon-9 é o único lançador na sua classe com esta característica chave.

O motor Merlin foi desenvolvido internamente pela SpaceX, mas vai encontrar as suas raízes aos motores das missões Apollo, nomeadamente o sistema de injecção baseado no motor do módulo lunar. O propelente é alimentado por uma única conduta, com uma turbo-bomba de dupla pá que opera num ciclo de gerador a gás. A turbo-bomba também fornece o querosene a alta pressão para os actuadores hidráulicos, que depois recicla para a entrada a baixa pressão. Isto elimina a necessidade de um sistema hidráulico separado e significa que não é possível ocorrer uma falha no controlo de vector de força por falta de fluido hidráulico. Uma terceira utilização da turbo-bomba é o fornecimento de controlo de rotação ao actuar no escape da turbina de exaustão (no segundo estágio). Combinando-se estas características num só dispositivo aumenta-se assim de forma significativa o nível de fiabilidade do sistema.

O motor é capaz de desenvolver uma força de 654 kN ao nível do mar, 716 kN no vácuo, com um impulso específico de 282 segundos (nível do mar) e 311 segundos (vácuo).

A secção interestágio é uma estrutura compósita que liga o primeiro e o segundo estágio e alberga os sistemas de libertação e separação. O Falcon-9 utiliza um sistema de separação totalmente pneumático para uma separação de baixo impacto e altamente fiável que pode ser testado no solo, ao contrário dos sistemas pirotécnicos utilizados na maior parte dos lançadores.

O segundo estágio é propulsionado por um único motor Merlin de vácuo e coloca a carga a transportar na órbita desejada. O motor do segundo estágio entra em ignição poucos segundos após a separação entre o segundo e o primeiro estágio, e pode ser reiniciado várias vezes para colocar múltiplas cargas em diferentes órbitas. Para máxima fiabilidade, o segundo estágio está equipado com sistemas de ignição redundantes. Tal como o primeiro estágio, o segundo estágio é feito a partir de uma liga de alumínio e lítio.

O motor Merlin de vácuo (Merlin-1D de vácuo) desenvolve uma força de 934 kN e o seu tempo de queima é de 397 segundos.

A carenagem compósita é utilizada para proteger a carga durante a passagem do Falcon-9 pelas camadas mais densas da atmosfera. Quando a missão do Falcon-9 é o lançamento do veículo de carga Dragon, a carenagem não é utilizada, pois a cápsula possui o seu próprio sistema de protecção.

A carenagem tem 13,1 metros de comprimento e 5,2 metros de diâmetro. Fabricada em fibra de carbono, separa-se em duas metades utilizando um sistema de separação de actuadores pneumáticos semelhantes aos que são utilizados para a separação entre o primeiro e o segundo estágio.

A sequência de lançamento para o Falcon-9 é um processo de precisão ditada pela janela de lançamento tendo em conta a posição orbital a ser ocupada pela carga a bordo. Se a janela de lançamento é perdida, a missão é então adiada para a próxima janela de lançamento disponível.

Cerca de quatro horas antes do lançamento, inicia-se o processo de abastecimento – primeiro oxigénio líquido seguindo-se o querosene altamente refinado (RP-1). O vapor que se observa a sair do lançador durante a contagem decrescente é na realidade oxigénio a ser liberto dos tanques, sendo esta a razão pela qual o abastecimento de oxigénio líquido se mantém até quase ao final da contagem decrescente.

Lançamento Veículo 1.º estágio Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga Recuperação
2023-158 263 B1067.14 CCSFS, SLC-40 13/Out/23 23:01:10 Starlink G6-22 ASOG
2023-160 264 B1062.16 CCSFS-SLC-40 18/Out/23 00:39:00 Starlink G6-23 JRTI
2023-161 265 B1061.16 VSFB, SLC-4E 21/Out/23 08:23:00 Starlink G7-5 OCISLY
2023-162 266 B1080.4 CCSFS, SLC-40 22/Out/23 02:17:00 Starlink G6-24 ASOG
2023-166 267 B1076.7 VSFB, SLC-40 29/Out/23 09:00:00 Starlink G7-6 OCISLY
2023-167 268 B1077.8 CCSFS, SLC-40 30/Out/23 23:20:30 Starlink G6-25 JRTI
2023-169 269 B1058.18 CCSFS, SLC-40 04/Nov/23 00:37:20 Starlink G6-26 ASOG
2023-170 270 B1073.11 CCSFS, SLC-40 08/Nov/23 05:05:30 Starlink G6-27 JRTI
2023-173 271 B1081.2 KSC, LC-39A 10/Nov/23 01:28:14 Dragon SpX-29 LZ-1
2023-174 272 B1071.12 VSFB, SLC-4E 11/Nov/23 18:49:00 Transporter-9 LZ-4

Dados estatísticos e próximos lançamentos

– Lançamento orbital: 6534

– Lançamento orbital EUA: 1956 (29,94%)

– Lançamento orbital Vandenberg SFB: 749 (11,46% – 38,29%)

Tabela dos próximos lançamentos orbitais

 

Data

Hora (UTC)

Lançador

Local Lançamento

Plt. Lançamento

(Recuperação)

Carga / Missão
6535

12 Novembro

21:08

Falcon-9

273

B1076.9

Cabo Canaveral SFS

SLC-40

(ASOG)

O3b mPower 5

O3b mPower 6

6536

16 Novembro

04:00

Falcon-9

264

Cabo Canaveral SFS

SLC-40

(JRTI)

Starlink G6-28
6537

16 Novembro

04:??

Chang Zheng-2C

Jiuquan

LC43/91

??
6538

23 Novembro

11:40

??

Xichang

??

??
6539

28 Novembro

04:00

Electron/Curie

F42

“The Moon God Awakens”

Onenui (Máhia)

LC-1

QPS-SAR-5 “TSUKUYOMI-I”