O lançamento da missão logística CRS-30 para a estação espacial internacional teve lugar às 2055:09UTC do dia 21 de Março de 2024 a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 do Cabo Canaveral SFS, Florida.
O lançamento do veículo Dragon-2 SpX-30 foi realizado pelo foguetão Falcon-9 (B1080.6), com o seu primeiro estágio a ser recuperado com sucesso na Zona de Aterragem LZ-1, no Cabo Canaveral SFS.
O veículo de carga chegou à estação espacial internacional às 1119UTC do dia 23 de Março, realizando uma acoplagem automática com a estação espacial, nomeadamente no porto IDA-3 do módulo Harmony.
A Dragon utilizada neste voo, o veículo C209, realiza a sua quarta missão. Estes veículos de carga são similares à Crew Dragon, mas estão equipados com sistemas de suporte de vida reduzidos, não possui motores Super Draco de abortagem e apenas duas aletas de estabilização aerodinâmica. A segunda geração destes veículos de carga é capaz de realizar acoplagens automáticas com a ISS.
No total, a missão CRS-29 transportou 2.841 kg de carga para a ISS (2.210 kg de carga pressurizada e 631 kg de carga não pressurizada), contendo mantimentos para a tripulação (545 kg), experiências científicas (1.135 kg), equipamento para actividades extraveículares (90 kg), equipamento para a ISS (415 kg) e recursos informáticos (25 kg).
Mais sobre a ciência a bordo pode ser visto aqui.
Além das experiências e equipamentos transportados, seguiram a bordo os CubeSats: Burstcube, HyTI, SNoOPI, Bir Red Sat 1, Killick-1, QMSat-1 e VIOLET.
Lançamento
O foguetão Falcon-9 é activado a T-10h 00m. Tanto o lançador como a sua carga são submetidos a uma série de verificações testes antes do início do abastecimento do querosene RP-1. O Director de Voo consulta os controladores a T-38m, determinando assim se tudo está pronto para o lançamento. O processo de abastecimento inicia-se a T-35m no primeiro estágio, seguindo-se o início do abastecimento do oxigénio líquido (LOX) ao mesmo tempo e no segundo estagio a T-16m.
A fase terminal da contagem decrescente inicia-se com os motores a serem condicionados termicamente para o lançamento a T-7m. A T-1m é enviado um comando para o computador de voo para iniciar as verificações pré-lançamento e o sistema de supressão sónica por água é activado na plataforma de lançamento. Por esta altura os tanques de propelente também são pressurizados. A T-45s o Director de Lançamento da SpaceX verifica se todos os parâmetros estão prontos para o lançamento. Na mesma altura, é verificado que o espaço aéreo está pronto para o voo. A sequência de ignição é iniciada a T-3s. A T=0s o foguetão abandona a plataforma.
Abandonando a plataforma de lançamento, o Falcon-9 inicia uma série de manobras para se colocar na trajectória de voo correcta. A fase MaxQ, de máxima pressão dinâmica, é atingida a T+58s. É nesta altura que o lançador atinge o ponto mais elevado de ‘stress’ mecânico na sua estrutura.
O final da queima do primeiro estágio (MECO – Main Engine Cut-Off) ocorre a T+2m 19s, dando-se três segundos depois a separação entre o primeiro e o segundo estágio, com este a entrar em ignição a T+2m 29s.
A manobra de regresso à Terra por parte do primeiro estágio decorre entre T+2m 32s e T+3m 24s. A queima de reentrada do primeiro estágio ocorre entre T+6m 20s e T+6m 40s. Por sua vez, a queima de aterragem ocorre entre T+7m 26s e T+7m 50s, sendo recuperado com sucesso.
O final da queima do segundo estágio ocorre a T+8m 35s e a separação do veículo Dragon ocorre a T+11m 48s. A abertura da secção frontal do veículo inicia-se a T+12m 40s.
No seu voo tendo como destino a estação espacial internacional, a cápsula Dragon executa uma série de manobras (ou queimas) que posicionam o veículo progressivamente mais perto da estação antes de executar as manobras de acoplagem finais, seguindo-se a pressurização do vestíbulo, abertura da escotilha de acesso e entrada da tripulação.
Após o seu lançamento (1) e activação orbital (2), a cápsula Dragon executa uma série de queimas de fase (3) até elevar os seus parâmetros orbitais, coincidindo com a estação espacial. Atingindo uma órbita final coelíptica (4), inicia então as operações de proximidade (5) até à acoplagem e posterior pressurização do vestíbulo.