O National Transportation Safety Board (NTSB) iniciou a longa investigação ao acidente registado a 31 de Outubro de 2014 com a SpaceShipTwo (SS2) que vitimou o seu co-piloto, Michael Alsbury.
Numa conferência de imprensa realizada recentemente, Christopher Hart, responsável pelo painel de investigadores do NTSB designados para investigar o acidente da SS2, referiu que os dados disponíveis ao nível da telemetria e de vídeo indicavam uma activação prematura do sistema de travagem do veículo. Hart enfatizou no entanto que estava a constatar um facto e não a constatar a causa do acidente, sublinhando ainda haver meses e meses de investigações pela frente, havendo ainda muitos dados desconhecidos para analisar.
O sistema de travagem do avião-foguetão deve ser colocado em posição antes do veículo iniciar a sua descida e reentrada atmosférica, abrandando a sua velocidade e colocando-a na atitude correcta para a reentrada.
Porém, os dados disponíveis permitem constatar que 9 segundos após a ignição os parâmetros dos sistema de travagem mudaram de bloqueado para desbloqueado. Isto requer duas acções: a alteração do interruptor de bloqueado para desbloqueado e a manete do sistema de travagem ter sido deslocada para a posição de travagem. Dois segundos mais tarde, o sistema de travagem deslocou-se para a posição de travagem, apesar da manete do sistema não ter sido deslocada para essa posição. Nesta altura, a velocidade era ligeiramente superior à velocidade do som. Pouco depois, finalizou a transmissão de dados de telemetria e de vídeo.
O interruptor do sistema de travagem terá sido colocado na posição de desbloqueado pelo co-piloto aparentemente a uma velocidade muito abaixo da qual deveria ter sido deslocado para essa posição, isto é a Mach 1 em vez de Mach 1,4. Aparentemente, o sistema de travagem ter-se-á colocado em posição nesta altura, apesar de não haver comandos para tal ocorrer.
Christopher Hart referiu também que o desempenho do motor foi nominal até à ocorrência destas acções.
Imagem: Virgin Galactic