Observações recentes de dois objectos colocados em órbita pela Rússia a 3 de Dezembro de 2020, mostram que estes estão a levar a cabo manobras activas. Este caso não seria nada de particular, não fosse um dos objectos registado como um pedaço de lixo espacial.
Segundo informações cedidas pelo analista Bart Hendrickx, e segundo observações levadas a cabo pelo entusiasta holandês Nico Janssen, os satélites Cosmos-2548 (2020-091D) e o objecto 2020-091E, têm estado de forma regular a executar pequenas correcções orbitais nos últimos meses para garantir que a altitude média das suas órbitas permanece constante.
Segundo a análise dos seus elementos orbitais, não existe qualquer dúvidxa que ambos os objectos t~em levado a cabo estas pequenas manobras, o que significa que o Objecto-E não é apenas um pedaço de lixo espacial, mas um satélite activo.
Estes objectos foram colocados em órbita juntamente com três satélites Gonets-M pelo foguetão 14A14-1B Soyuz-2-1b/Fregat (N15000-045/112-502) a partir do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk. Na altura, foi anunciado que o Cosmos-2548 (ERA-1) também havia sido colocado em órbita, mas não foi feita qualquer referência a outro satélite.
Presentemente, o Cosmos-2548 encontra-se numa órbita com um perigeu a 1489,7 km de altitude e apogeu a 1512,8 km, enquanto que o Objevcto-E encontra-se numa órbita com um perigeu a 1489,4 km de altitude e apogeu a 1512,6 km de altitude, com o Cosmos-2548 a seguir o Objecto-E separado por 10 minutos.
O Cosmos-2548 foi oficialmente anunciado como um nanosatélite, mas as observações da secção de radar que foram referidas para o Cosmos-2548 e para o Objecto-E indicam tamanho “médio” e “pequeno”, respectivamente. Isto indica que de facto o nanosatélite é o Objecto-E e que o Cosmos-2548 pode ser um satélite de maiores dimensões, talvez do mesmo tamanho que os Cosmos-2491, 2499, 2504 (lançados por foguetões Rokot em 2013-2015), 2521 e 2543 (separados do Cosmos-2519 e 2542 em 2017 e 2019). O último também ejectou pequenos objectos, mas ao contrário do 2020-091E, estes manobraram somente uma vez e foram descritos pelo Pentágono como “projecteis de alta velocidade”.
Existem evidências que o CNIIHM, o presumível construtor destes satélites, tenha encomendado motores a nitrogénio à OKB Fakel há já alguns anos, especificamente para serem utilizados em nanosatelites. Estes estarão possivelmente a ser testados durante esta missão.