A agência espacial Russa, Roscosmos, levou a cabo o lançamento da cápsula espacial tripulada Soyuz TMA-19M (Союз ТМА-19М) às 1103:09,328UTC do dia 15 de Dezembro de 2015, transportando a bordo três novos membros para a Expedição 46 a bordo da estação espacial internacional.
O lançamento da Soyuz TMA-19M (11F732 № 719) foi levado a cabo pelo foguetão 11A511U-FG Soyuz-FG (G15000-055) a partir da Plataforma de Lançamento PU-5 do Complexo de Lançamento LC1, Gagarinskiy Start, (17P32-5) do Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão.
A tripulação da Soyuz TMA-19M composta por Yuri Ivanovich Malenchenko (Юрий Иванович Маленченко), Comandante da Soyuz TMA-19M e Engenheiro de Voo da Expedição 46/47 – Rússia (Roscosmos); Timothy Lennart Kopra, Engenheiro de Voo nº 1 da Soyuz TMA-19M e Engenheiro de Voo da Expedição 46/47 – EUA; e Timothy Nigel Peake, Engenheiro de Voo nº 2 da Soyuz TMA-19M e Engenheiro de Voo da Expedição 46/47 – Grã-Bretanha.
Esta é a sexta missão espacial para Yuri Malenchenko que se torna no 9º ser humano e no 2º cosmonauta Russo a realizar seis missões espaciais. Por seu lado, esta é a segunda missão espacial para Timothy Kopra, tornando-se no 340º ser humano e no 236º astronauta dos Estados Unidos a realizar duas missões espaciais. Esta é a primeira missão espacial para Timothy Peake que se torna no 543º ser humano e no 2º cidadão britânico a realizar uma missão espacial orbital.
A tripulação suplente é composta pelo cosmonauta Anatoli Alexeievich Ivanishin (Анатолий Алексеевич Иванишин) – Comandante, Rússia; pelo astronauta Takuya Onishi (大西 卓哉) – Engenheiro de Voo n.º 1, Japão; e pela astronauta Kathleen Hallisey Rubins – Engenheira de Voo n.º 2, EUA.
Um resumo do que será realizado durante a Expedição 46 pode ser acedido aqui e a página oficial da NASA na Internet sobre a Expedição 46 pode ser visitada aqui. Malenchenko, Peake e Kopra, farão parte da Expedição 46 (juntamente com Scott Joseph Kelly – EUA, Mikhail Borisovich Korniyenko – Rússia, e Sergei Alexandrovich Volkov – Rússia) e da Expedição 47 (juntamente com Alexei Nikolayevich Ovchinin – Rússia, Oleg Ivanovich Skripochka – Rússia, e Jeffrey Nels Williams, EUA).
Durante a Expedição 46, a tripulação irá instalar novos equipamentos e realizar experiências que irão auxiliar os investigadores a testar a utilização de habitats espaciais insufláveis em microgravidade (Bigelow Expandable Activity Module), analisar micróbios que habitam a estação espacial (Microbial Tracking Payload Series/Microbial Observatory-1) e estudar o crescimento de cristais de proteínas SBDD (CASIS Protein Crystal Growth-4), um componente integral na descoberta de novas drogas e fármacos, e seu processo de desenvolvimento. Investigações como esta demonstram a forma como as tripulações a bordo da estação espacial internacional beneficiam o futuro da Humanidade.
Malenchenko, Kopra e Peake deverão regressar à Terra a 5 de Junho de 2016.
Lançamento
O lançamento da Soyuz TMA-19M decorreu sem problemas e a cápsula espacial foi colocada na órbita prevista, iniciando assim a sua «perseguição» de dois dias à ISS. A tabela seguinte mostra os tempos dos diferentes acontecimentos durante o lançamento.
O impacto no solo do sistema de emergência tive lugar na Área n.º 16 localizada no Distrito de Karaganda, Cazaquistão. O sistema de emergência tem uma massa de 1.935 kg. O impacto no solo terá ocorrido a 47º 18’ N – 67º 14’ E. O impacto no solo dos propulsores que constituíram o primeiro estágio teve lugar na Área n.º 49 localizada no Distrito de Karaganda, Cazaquistão, a uma distância de cerca de 348 km. A carenagem de protecção acabou por cair na Área n.º 69 localizada no Distrito de Karaganda a uma distância de cerca de 527 km, enquanto que o segundo estágio impactou nas Áreas n.º 306 e 307 localizada no Distrito de Altai, República de Altai (Rússia) – Distrito de Cazaquistão Este (Cazaquistão), a uma distância de cerca de 1.570km. A secção de ligação entre o 2º e o 3º estágio acabou por impactar na Área n.º 309 localizada no Distrito de Altai, República de Altai (Rússia) – Distrito de Cazaquistão Este (Cazaquistão).
Após se separar do terceiro estágio do foguetão lançador às 1111:59UTCUTC, a Soyuz TMA-19M fica colocada numa órbita com um perigeu a 200,75 km, apogeu a 253,08 km, inclinação orbital de 51,64º e período orbital de 88,74 minutos (a ISS encontrava-se numa órbita com um perigeu a 402,41 km, apogeu a 415,29 km, inclinação orbital de 51,66º e período orbital de 92,56 minutos).
Para chegar à estação espacial internacional a Soyuz TMA-19M realiza várias manobras em órbita. As duas primeiras manobras são realizadas pouco após a separação do terceiro estágio do foguetão lançador, com os dados balísticos a serem introduzidos pelos cosmonautas no computador de bordo TsVM-101 de forma manual antes do lançamento. Novos dados seriam transmitidos a partir do solo sendo automaticamente introduzidos no computador de controlo e utilizados nas manobras orbitais subsequentes e que seriam realizadas antes da aproximação final à ISS.
Após entrar em órbita terrestre os tripulantes executam várias tarefas para preparar o veículo para o voo orbital. Estas tarefas iniciam-se com a abertura automática dos painéis solares e das antenas de comunicações. De seguida procede-se com a pressurização dos tanques de propolente, com o enchimento dos distribuidores e a sonda de acoplagem é colocada em posição. Os cosmonautas podem agora ter acesso ao módulo orbital da Soyuz TMA-19M mas primeiro verificam que não existe qualquer fuga de ar entre esse módulo e o módulo de regresso onde se encontram. Entretanto, são também levados a cabo outros testes automáticos tal como acontece com o auto-teste do sistema de encontro e acoplagem KURS. Os sensores angulares BDUS são também testados e a cápsula é colocada na atitude apropriada em órbita ao mesmo tempo que é colocada numa lenta rotação sobre o seu eixo longitudinal para evitar o aquecimento excessivo de um doa seus lados (após ser testado o sistema de controlo rotacional manual).
Após se verificar que não existem fugas entre o módulo orbital e o módulo de descida, a tripulação pode então entrar no módulo orbital e despir os seus fatos pressurizados. Em antecipação das duas primeiras manobras orbitais, a cápsula espacial recebe então os dados relativos às queimas que o seu motor terá de efectuar. Entretanto, a tripulação activa o sistema de purificação de ar SOA no interior do módulo orbital ao mesmo tempo que desactiva esse sistema no módulo de descida.
A Soyuz TMA-19M executa várias manobras orbitais aproximando a sua órbita da órbita da ISS com a qual iria acoplar no módulo Rassvet. A primeira manobra tem lugar às 1148:15UTC (1ª órbita) com o motor da Soyuz TMA-19M a ser activado durante 71,1 segundos e alterando a velocidade do veículo em 28,54 m/s. Após esta manobra a cápsula fica numa órbita com perigeu a 229,63 km, apogeu a 297,29 km, inclinação orbital de 51,64º e período orbital de 89,62 minutos. A segunda manobra tem lugar às 1232:29UTC (2ª órbita) com o motor da cápsula a ser activado durante 58,4 segundos e alterando a velocidade do veículo em 23,57 m/s. No final desta manobra a Soyuz TMA-19M encontra-se numa órbita com um perigeu a 296,53 km, apogeu a 323,45 km, inclinação orbital de 51,64º e período orbital de 90,44 minutos. A terceira manobra é realizada às 1306:44UTC (2ª órbita), com o motor da Soyuz TMA-19M a ser activado durante 18,2 segundos e alterando a velocidade do veículo em 7,00 m/s, ficando numa órbita com perigeu a 298,06 km, apogeu a 336,85 km, inclinação orbital de 51,67º e período orbital de 90,69 minutos. A quarta manobra é realizada às 1336:58UTC (2ª órbita), com o motor da Soyuz TMA-19M a ser activado durante 18,2 segundos e alterando a velocidade do veículo em 7,00 m/s, ficando numa órbita com perigeu a 318,87 km, apogeu a 337,84 km, inclinação orbital de 51,64º e período orbital de 90,94 minutos.
Às 1515:55UTC é iniciada a fase de aproximação automática à ISS e pelas 1524:22UTC tem lugar uma manobra na qual o motor da Soyuz TMA-19M altera a velocidade do veículo em 8,81 m/s. Pelas 1525:00UTC o controlo de atitude da ISS é transferido para o Controlo de Missão de Korolev. Uma nova manobra ocorre às 1544:39UTC com a velocidade da Soyuz TMA-19M a ser alterada em 0,07 m/s. A cápsula espacial está a 200 km da ISS às 1546:55UTC na mesma altura em que é adquirida a ligação por voz em VHF-2.
A activação do sistema de aproximação Kurs-A na Soyuz TMA-19M ocorre às 1547:55UTC e a activação do sistema Kurs-P na ISS ocorre às 1549:55UTC. Uma nova manobra ocorre às 1608:27UTC com a velocidade da Soyuz TMA-19M a ser alterada em 20,80 m/s.
Às 1613:35UTC, a Soyuz TMA-19M está a 80 km da ISS. Nesta altura o sistema deve registar dados válidos de distância fornecidos pelo sistema Kurs-P. Os dois veículos estão a 15 km às 1634:35UTC e nesta altura tem lugar um teste do sistema Kurs-A e Kurs-P. Pelas 1642:15UTC a Soyuz TMA-19M está a 8 km da ISS. Nesta fase dá-se a activação do sistema de TV da cápsula espacial, fornecendo as primeiras imagens da estação espacial.
Uma nova manobra ocorre às 1650:24UTC com a velocidade da Soyuz TMA-19M a ser alterada em 9,99 m/s. O ponto alvo balístico é atingido às 1651:55UTC. Duas novas manobras de correcção de velocidade têm lugar às 1655:14UTC e às 1658:04UTC, com a velocidade a ser alterada em 6,01 m/s e 2,00 m/s, respectivamente.
Às 1701:07UTC inicia-se o modo de voo em torno da ISS a uma distância de 400 metros, ficando a Soyuz TMA-19M estacionária em relação à estação espacial às 1707:26UTC a uma distância de 200 metros. Nesta altura, a tripulação verifica o alinhamento da cápsula espacial com o porto de acoplagem que irá utilizar. A aproximação final inicia-se às 1713:00UTC com o Comandante, Yuri Malenchenko, a utilizar os pequenos propulsores da Soyuz TMA-19M para manter o alinhamento entre os dois veículos. Com uma velocidade de aproximação de 0,1 m/s, a acoplagem com o módulo MIM1 Rassvet deveria ter lugar às 1724:09UTC. Porém devido a uma falha no sistema Kurs com o propulsor DPU-B n.º 20 registada a 16 metros da ISS, a aproximação foi suspensa às 1716UTC. Segundo Yuri Malenchenko, o propulsor não desenvolvia a força necessária, o que levou à suspensão da aproximação.
O veículo retrocedeu até uma distância de 100 metros da ISS e iniciou uma nova aproximação ao módulo Rassvet pelas 1725UTC utilizando o sistema de controlo manual da Soyuz TMA-19M. A uma distância de 40 metros os dois veículos encontravam-se devidamente alinhados (1727UTC). A acoplagem teve finalmente lugar às 1733UTC com a tripulação a ingressar na ISS às 1958UTC.
Preparativos finais para o lançamento
Os exames finais das tripulações da Soyuz TMA-19M tiveram lugar nos dias 19 e 20 de Novembro de 2015. Estes exames realizaram-se no Centro de Treino de Cosmonautas ‘Yuri Gagarin’, Cidade das Estrelas, nos arredores de Moscovo. No dia 19 de Novembro, a tripulação suplente foi examinada no simulador da Soyuz TMA-M, enquanto que a tripulação principal foi examinada no simulador da secção Russa da estação espacial internacional. As tripulações trocaram de simuladores no dia 20 de Novembro.
Ambas as tripulações foram aprovadas para a missão. Após várias cerimónias protocolares que terão lugar em Moscovo, as tripulações irão partir brevemente para o Cosmódromo de Baikonur, onde terão lugar os preparativos finais para o lançamento.
Após a realização de várias cerimónias protocolares em Moscovo, as tripulações da Soyuz TMA-19M chegavam ao Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão, no dia 30 de Novembro, para dar início aos preparativos finais para o lançamento. Viajando em aviões separados, as duas tripulações foram recebidas pelos membros da Comissão Estatal e de Gestão Técnica que supervisiona os preparativos para o lançamento.
No dia após à sua chegada a Baikonur, as duas tripulações iniciaram então os treinos finais para a missão. O cosmonauta Yuri Makenchenko e os astronautas Timothy Kopra e Timothy Peake, testaram os seus fatos espaciais pressurizados Sokol-KV e após se verificar a não existência de fugas, ingressaram no interior da cápsula espacial Soyuz TMA-19M. A tripulação testou os sistemas de rádio, verificou os sistemas de medição de distância a laser, tornou-se familiar com a documentação de bordo, com o programa de voo e com a lista da carga que será transportada para a ISS. Outras actividades incluíram a acoplagem manual com a ISS, a monitorização de equipamentos espaciais, lições sobre balística, etc.
Neste mesmo dia a Comissão de Gestão Técnica analisou os preparativos para o lançamento e autorizou o abastecimento da Soyuz TMA-19M com os propelentes e gases de pressurização necessários para as sua manobras orbitais.
A fase seguinte da preparação da Soyuz TMA-19M consistiu na integração da cápsula espacial com o denominado ‘Compartimento de Transferência’. Este é um compartimento cilíndrico que serve como estrutura de ligação entre o último estágio do foguetão lançador Blok-I e a carga a ser lançada, neste caso a Soyuz TMA-19M. Esta estrutura serve também como ponto de apoio às duas metades da carenagem de protecção.
A inspecção por parte dos especialistas da Corporação RKK Energia ‘Sergei Korolev’ teve lugar a 8 de Dezembro, seguindo-se a colocação da cápsula espacial no interior da carenagem de protecção. A tripulação iria inspeccionar a Soyuz TMA-19M na sua configuração de voo a 10 de Dezembro e no dia seguinte, o Módulo Orbital (composto pela Soyuz TMA-19M, pela carenagem de protecção e pelo compartimento de transferência) era transportado para as instalações de integração e montagem do foguetão lançador, MIK 112
Depois de ter sido transportado para as instalações do edifício de integração e montagem MIK da Área 112, o Módulo Orbital foi acoplado com os estágios inferiores do lançador e equipado com o sistema de emergência nos dias 11 e 12 de Dezembro. Neste dia, tinha lugar a reunião da Comissão de Gestão Técnica na qual foi tomada a decisão de se proceder com o transporte do lançador para a plataforma de lançamento. O foguetão lançador 11A511U-FG Soyuz-FG (G15000-055) com a cápsula espacial Soyuz TMA-19M foi transportado para a plataforma de lançamento às primeiras horas do dia 13 de Dezembro.
O transporte para a plataforma de lançamento decorreu sem problemas e como é usual, o foguetão lançador foi transportado na posição horizontal, sendo depois colocado na posição vertical na plataforma de lançamento. Seguiram-se dois dias de preparativos finais para a missão.
A 14 de Dezembro teve lugar uma reunião da Comissão Governamental que analisou os preparativos das tripulações para a missão Soyuz TMA-19M. No final da reunião foi tomada a decisão de confirmar a tripulação principal composta por Yuri Malenchenko (Comandante da Soyuz TMA-19M), Timothy Kopra (Engenheiro de Voo n.º 1 da Soyuz TMA-19M) e por Timothy Peake (Engenheiro de Voo n.º 2 da Soyuz TMA-19M).
Lançamento da Soyuz TMA-19M
A seis horas do lançamento a tripulação da Soyuz TMA-19M deixa as instalações do Hotel Cosmonauta onde esteve albergada, juntamente com a tripulação suplente, desde que chegara ao cosmódromo. Aplaudidos pelos familiares e amigos, a tripulação entrava no autocarro que os levaria às instalações do edifício MIK-254 onde envergariam os fatos espacial Sokol-KV. Após envergarem os seus fatos pressurizados, a tripulação dirige-se para o exterior das instalações do MIK-254 onde se normalmente se apresentam à Comissão Estatal e de seguida entram para o autocarro que os levaria até à plataforma de lançamento. Após deixar o edifício, a tripulação entrou de novo no autocarro que os levaria para a plataforma de lançamento. Entretanto, a Comissão Estatal que supervisiona os preparativos para o lançamento da Soyuz TMA-19M, deu luz verde para o abastecimento do foguetão lançador Soyuz-FG após ter recebido os relatórios dos responsáveis pelos preparativos para o lançamento.
Entretanto, a contagem decrescente final para o lançamento teve início a T-8h, iniciando-se as verificações dos sistemas do lançador. As baterias internas para o fornecimento de energia foram instaladas no foguetão lançador e a Comissão Estatal dava a luz verde para o prosseguimento das operações de lançamento. A verificação dos sistemas do lançador e do veículo tripulado tem lugar a T-5h, enquanto que decorria a revisão dos procedimentos de abastecimento do foguetão lançador (T-4h 20m). O abastecimento do foguetão inicia-se a T-4h e a T-3h era finalizado o abastecimento de oxigénio líquido ao primeiro e segundo estágio do foguetão Soyuz-FG.
Deixando as instalações do MIK 254, a tripulação chega à plataforma de lançamento a T-2h 40m, apresentando-se então às delegações presentes e de seguida entrava no elevador que lhes daria acesso à câmara de entrada na cápsula espacial, ingressando depois na Soyuz TMA-19M a T-2h 30m. A escotilha de acesso ao interior da nave espacial é encerrada a T-2h e a verificação final dos sistemas do módulo de descida tem início a T-1h 45m ao mesmo tempo que se procede à activação dos giroscópios, iniciando-se o fluxo de ar para os fatos espaciais pressurizados, procedendo-se à pressurização da Soyuz TMA-19M e dando-se início à verificação final dos sistemas do lançador. A T-1h 30m é verificada a pressão na escotilha que separa o módulo de descida do módulo orbital. Nesta altura a tripulação activa o sistema de comunicações.
O sistema de orientação inercial do foguetão Soyuz-FG foi activado a T-1h e nesta altura inicia-se a evacuação da área da plataforma de lançamento PU-5. O programa de voo é carregado nos computadores de bordo a T-45m ao mesmo tempo que é baixada a estrutura de serviço que contém o compartimento de acesso à cápsula espacial. A T-40m estavam finalizados os testes dos sistemas do módulo de descida da Soyuz TMA-19M ao mesmo tempo que se iniciam os testes de pressurização dos fatos Sokol. O sistema de comando de lançamento é activado a T-30m, bem como o sistema de emergência.
As duas metades da torre de serviço são então colocadas na posição de lançamento a T-25m e os testes de pressurização dos fatos da tripulação são finalizados a T-15m, na mesma altura em que se completa a evacuação da plataforma de lançamento. Nesta fase o sistema de emergência é colocado em modo automático.
A T-10m os sistemas de orientação inerciais são colocados em modo de voo e os gravadores de bordo são activados pela tripulação. Estes gravadores irão registar todos os dados telemétricos do veículo bem como as conversações entre os cosmonautas e com o Centro de Controlo de Voo em Moscovo (TsUP). A sequência automática de lançamento é activada a T-6m 15s com o complexo de lançamento e todos os sistemas da Soyuz TMA-19M bem como do foguetão lançador a serem declarados prontos para o lançamento a T-6m. Nesta altura a ‘Chave de Lançamento’ é entregue ao Director de Lançamento. Os sistemas de telemetria de bordo e do solo são activados a T-5m com os sistemas de bordo a serem transferidos para o controlo de bordo. Os sistemas de controlo do Comandante da Soyuz TMA-18M são activados ao mesmo tempo que é introduzida no bunker de controlo a chave de lançamento. Por esta altura a tripulação começa a consumir o ar proveniente dos fatos pressurizados ao encerrar as viseiras dos seus capacetes.
A T-3m 15s deu-se a purga com nitrogénio das câmaras de combustão dos motores do primeiro e do segundo estágio. A energia do mastro umbilical para o 3º estágio é desligada a T-2m 40s e cinco segundos depois dá-se início à pressurização dos tanques de propolente do foguetão lançador. A T-2m 30s, são activados os sistemas de medição de bordo e é iniciada a pressurização de todos os tanques do lançador com nitrogénio. As válvulas de fornecimento, drenagem e de segurança dos tanques do lançador são encerradas a T-2m 15s ao mesmo tempo que se termina com o abastecimento de oxigénio e nitrogénio.
A T-60s o foguetão Soyuz-FG começa a receber energia das suas próprias baterias, dando-se início à sequência automática de lançamento. Nesta altura é separada a primeira torre umbilical conectada ao lançador. O segundo braço umbilical para fornecimento de energia ao terceiro estágio separa-se do lançador a T-40s. A ‘Chave de Lançamento’ é colocada na posição de lançamento a T-20s, iniciando assim o sequenciador automático, entrando em ignição os motores do primeiro (propulsores laterais) e segundo estágio, atingindo um nível de força intermédio. O segundo mastro umbilical separa-se do lançador a T-15s e as turbo-bombas dos motores a funcionam à velocidade de voo a T-10s. Os motores do primeiro estágio atingem a força máxima a T-5s com o veículo a abandonar a plataforma de lançamento e os quatro mastros de suporte do veículo a deslocarem-se para a posição de segurança.
O Veículo Soyuz TMA-M (11F732A47)
A Soyuz TMA-M surge como uma versão melhorada da Soyuz TMA. As modificações introduzidas na nova versão têm como função substituir os dispositivos de orientação, navegação e sistemas de controlo de bordo, além do sistema de medição, por dispositivos desenvolvidos tendo como base novas tecnologias electrónicas e digitais, e um novo software; prolongar as capacidades funcionais do veículo tendo em conta o controlo dos sistemas de bordo a partir dos computadores de bordo e proporcionar uma integração mais profunda com os computadores da ISS quando na utilização de um canal de transmissão multiplex; e aumentar as capacidades de carga através de uma redução de massa dos sistemas de bordo.
Cinco novos dispositivos com uma massa total de cerca de 42 kg (em vez de seis dispositivos com uma massa total de cerca de 101 kg) foram instalados no sistema de controlo, orientação e navegação. Neste caso, o consumo de energia é reduzido até 105 W (em vez de 402W).
É utilizado um computador central (TsVM-101 – com uma massa de 8,3 kg em vez do velho Árgon-16 com uma massa de 70 kg) com novo dispositivo de interface com uma massa total de cerca de 26 kg e um consumo energético de 80 W como parte das modificações ao sistema de controlo, orientação e navegação. A capacidade do computador central é de 8 M operações por segundo, a capacidade da memória RAM é de 2.000 kB. A capacidade operacional é consideravelmente aumentada. O sistema de telemetria analógico utilizado anteriormente foi também substituído por um novo sistema de telemetria designado MBITS.
No sistema de medição de bordo (SOTR) são instalados 14 novos dispositivos com uma massa de cerca de 28 kg (em vez de 30 dispositivos com uma massa de cerca de 70 kg), tendo o mesmo fluxo de dados. É reduzido o consumo de energia do sistema de medição de bordo: no modo de transmissão directa de telemetria até cerca de 85 W (em vez de 115W); no modo de gravação até cerca de 29W (em vez de 84W) e nos modos e reprodução até cerca de 85 W (em vez de 140W).
As modificações no sistema de controlo térmico (SOTR) incidiram no controlo termoestático líquido dos dispositivos do sistema de controlo, orientação e navegação, é proporcionado ao se instalar três placas de arrefecimento no módulo de instrumentação do veículo; no circuito de arrefecimento do sistema de controlo térmico foi modificado para ligar as placas de arrefecimento para proporcionar o controlo térmico de novos dispositivos do sistema de controlo, orientação e navegação, localizados no módulo de instrumentação; na instalação uma nova unidade eléctrica de com capacidade aumentada no circuito de arrefecimento do sistema de controlo térmico; e no sistema de troca de calor de líquido para líquido é substituído para melhorar o controlo termoestático líquido do veículo no local de lançamento com a incorporação de novos dispositivos que requerem este tipo de controlo.
As modificações no sistema de controlo, orientação e navegação (SUDN) são alteraram a unidade de processamento de comandos e a matriz de comando são melhoradas de forma a proporcionar a lógica de controlo do sistema de controlo, orientação e navegação; e os sistemas de controlo de circuitos nas unidades de controlo de energia são substituídos por fornecimento de energia do sistema de controlo, orientação e navegação.
As modificações no painel de controlo deram-se na introdução de um novo software que considera a troca de comandos e de dados durante a modernização dos sistemas de bordo, enquanto que as modificações na estrutura do veículo e interfaces com a ISS foram realizadas na estrutura do módulo de instrumentação em liga de magnésio é substituída por liga de alumínio para melhorar a eficácia tecnológica e na introdução de canais multiplex para troca de dados entre o veículo e o segmento russo da ISS.
A Soyuz TMA-M pode transportar até três tripulantes tendo uma vida útil em órbita de 200 dias, podendo no entanto permanecer 14 dias em voo autónomo. Tendo um peso de total de 7.220 kg (podendo transportar 900 kg de combustível), o seu comprimento total é de 6,98 metros, o seu diâmetro máximo é de 2,72 metros e o seu volume habitável total é de 9,0 m3. Pode transportar um máximo de 170 kg de carga no lançamento e 50 kg no regresso à Terra. A velocidade máxima que pode atingir no regresso à Terra com a utilização do pára-quedas principal é de 2,6 m/s, sendo a sua velocidade normal de 1,4 m/s, porém com o pára-quedas de reserva a sua velocidade máxima é de 4,0 m/s e a velocidade normal será de 2,4 m/s . Tal como o seu antecessor, o veículo Soyuz TMA é composto por três módulos: o Módulo Orbital, o Módulo de Reentrada e o Módulo de Propulsão e Serviço.
O Módulo Orbital (Botivoi Otsek) – Tem um peso de 1.278 kg, um comprimento de 3,29 metros, diâmetro de 2,2 metros e um volume habitável de 6,6 m3. Está equipado com um sistema de acoplagem dotado de uma sonda retráctil com um comprimento de 0,5 metros, e um túnel de transferência. O comprimento do colar de acoplagem é de 0,22 metros e o seu diâmetro é de 1,35 metros. O sistema de acoplagem Kurs está equipado com duas antenas, estando uma colocada numa antena perpendicular ao eixo longitudinal do veículo. Este módulo separa-se do módulo de descida antes do accionamento dos retro-foguetões que iniciam o regresso à Terra.
O Módulo de Reentrada (Spuskaemiy Apparat) – Podendo transportar até 3 tripulantes, tem um peso de 2.835 kg, um comprimento de 2,14 metros, um diâmetro de 2,20 metros e um volume habitável de 3,85 m3. Possui 6 motores de controlo com uma força de 10 kgf que utilizam N2O4 e UDMH como propolentes. O Módulo de Descida permite aos seus tripulantes o uso dos seus fatos espaciais pressurizados durante as fases de lançamento e reentrada atmosférica, estando também equipado com o sistema de controlo do veículo, pára-quedas, janelas, sistema de comunicações e com os assentos Kazbek-UM. A aterragem é suavidade utilizando um conjunto de foguetões que diminui a velocidade de descida alguns segundos antes do impacto no solo. Durante o lançamento, acoplagem, separação, reentrada atmosférica e aterragem, o Comandante está sentado no assento central do módulo com os restantes dois tripulantes sentados a cada lado.
O Módulo de Propulsão e Serviço (Priborno-agregatniy Otsek) – Tem um peso de 3.057 kg, um diâmetro base de 2,2 metros e um diâmetro máximo de 2,7 metros. Está equipado com 16 motores de manobra orbital com uma força de 10 kgf cada, e 8 motores de ajustamento orbital também com uma força de 10 kgf. Todos os motores utilizam N2O4 e UDMH como propolentes. O sistema de manobra orbital possui um impulso específico de 305 s. O seu sistema eléctrico gera 0,60 kW através de dois painéis solares com uma área de 10,70 m2.
O foguetão 11A511U-FG Soyuz-FG
O lançador 11A511U-FG Soyuz-FG é uma versão melhorada do foguetão 11A511U Soyuz-U. Esta versão possui motores melhorados e sistemas aviónicos modernizados, além de possuir um número de componentes fabricados fora da Rússia muito reduzido. O 11A511U-FG Soyuz-FG pertence à família do R-7 tendo também tem as designações Sapwood (NATO), SL-4 (departamento de Defesa dos Estados Unidos) e A-2 (Designação Sheldom).
É um veículo de três estágios no qual o primeiro consiste em quatro propulsores laterais a combustível líquido que auxiliam o veículo nos minutos iniciais do voo.
O 11A511U-FG Soyuz-FG é capaz de colocar uma carga de 7.420 kg numa órbita média a 193 km de altitude e com uma inclinação de 51,8º em relação ao equador terrestre.
O primeiro lançamento de um veículo 11A511 Soyuz deu-se a 28 de Novembro de 1966 a partir do Cosmódromo NIIP-5 Baikonur. Neste dia o lançador 11A511 Soyuz (n.º 1) colocou em órbita o satélite Cosmos 133 Soyuz 7K-OK n.º 2 (02601 1966-107A). Por seu lado o primeiro 11A511U Soyuz-U foi lançado a 18 de Maio de 1973, a partir do Cosmódromo NIIP-53 Plesetsk e colocou em órbita o satélite Cosmos 559 Zenit-4MK (06647 1973-030A). O primeiro desaire com o 11A511U Soyuz-U ocorreu a 23 de Maio de 1974, quando falhou o lançamento de um satélite do tipo Yantar-2K a partir do Cosmódromo NIIP-53 Plesetsk. O primeiro lançamento de um 11A511U-FG Soyuz-FG deu-se a 20 de Maio de 2001, tendo colocado em órbita o cargueiro Progress M1-6 (26773 2001-021A) em direcção à ISS.
Dados Estatísticos e próximos lançamentos
– Lançamento orbital: 5506
– Lançamento orbital com sucesso: 5154
– Lançamento orbital Rússia: 3179
– Lançamento orbital Rússia com sucesso: 3024
– Lançamento orbital desde Baikonur: 1452
– Lançamento orbital desde Baikonur com sucesso: 1367
– Lançamento orbital desde Baikonur em 2015: 16 (1)
Ao se referir a ‘lançamentos com sucesso’ significa um lançamento no qual algo atingiu a órbita terrestre, o que por si só pode não implicar o sucesso do lançamento ou da missão em causa (como foi o caso do lançamento do Progress M-27M).
A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono à data deste lançamento.
Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo: 29,9% foram realizados pela Rússia; 22,1% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 22,1% pela China; 14,3% pela Arianespace; 5,2% pelo Japão; 5,2% pela Índia e 1,3% pelo Irão.
Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):
16 Dez (1230:30) – PSLV-C29 (PSLV-CA) – Satish Dawa SHAR, FLP – TeLEOS-1; Kent Ridge-1;VELOX-C1; Galassia; VELOX-2
16 Dez (2230:00) – CZ-2D Chang Zheng-2D (Y31) – Jiuquan, LC43/603 – DAMPE
17 Dez (1151:56) – Soyuz-STB/Fregat-MT (VS13) – CSG Kourou (Sinnamary), ZLS – Galileo-FOC FM08 (Andriana); Galileo-FOC FM09 (Liene)
20 Dez (0125:00) – Falcon-9 v1.2 – Cabo Canaveral AFS, SLC-40 – Orbcomm-G2 FM102; Orbcomm-G2 FM108; Orbcomm-G2 FM110; Orbcomm-G2 FM112 a Orbcomm-G2 FM118
21 Dez (0844:41) – 14A14-1A Soyuz-2-1A – Baikonur, LC31 PU-6 – Progress MS (ISS-61P)