Rússia lança novo satélite desde Plesetsk

A Rússia realizou o lançamento do satélite Cosmos 2568, a 29 de Março de 2023 utilizando um foguetão 14A15 Soyuz-2.1v.

O lançamento teve lugar às 1957:02UTC foi realizado a partir da Plataforma de Lançamento PU-4 do Complexo de Lançamento LC43 do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk, Arkhangelsk.

Após a separação, o novo satélite foi catalogado numa órbita com um perigeu a 329 km de altitude, apogeu a 345 km, inclinação orbital de 96,46.º e período orbital de 91,27 minutos.

Qual a função do Cosmos 2568?

O Cosmos 2568 é também designado EO MKA n.º 4 e estará relacionado com três missões anteriores, nomeadamente o Cosmos 2551, o Cosmos 2555 e o Cosmos 2560. O Cosmos 2551 foi lançado às 1959:47,491UTC do dia 9 de Setembro de 2021 por um foguetão 14A15 Soyuz-2.1v a partir do Complexo de Lançamento LC43/4 do Cosmódromo de Plesetsk. Por seu lado, o Cosmos 2555 foi lançado às 1955:22,612UTC do dia 29 de Abril de 2022 pelo foguetão 14A125 Angara-1.2/AM (71602/1L) a partir do Complexo de Lançamento LC35/1 do Cosmódromo de Plesetsk, enquanto o Cosmos 2560 era lançado às 1955:15,411UTC do dia 15 de Outubro de 2023 pelo foguetão 14A125 Angara-1.2/AM (17603/2L). Os satélites foram colocados em órbitas similares e as suas missões nunca foram reveladas, levando assim a crer que o Cosmos 2551 seja o EO MKA n.º 1 e que o Cosmos 2555 seja o EO MKA n.º 2. Todos os satélites anteriores reentraram na atmosfera terrestre sem realizar qualquer manobra orbital.

EO MKA (acrónimo que deverá significar “protótipo de um pequeno satélite”) que deverá ser desenvolvido pela CNIIHM e construído por uma uma empresa sem envolvimento anterior no programa espacial russo. Nada se sabe ao certo sobre o seu propósito, não se encontrando até ao momento uma explicação lógica para as suas funções em órbita, podendo tratar-se de alvos para o sistema de laser anti-satélite Peresvet, podendo este, no entanto, ser apenas um objectivo secundário da missão.

O foguetão 14A15 Soyuz-2.1v

O foguetão 14A15 Soyuz-2.1v é a mais recente derivação do míssil balístico intercontinental R-7 desenvolvido nos anos 50 do Século XX por Sergei Korolev. De forma geral, o novo foguetão pode ser descrito como um foguetão Soyuz, mas sem incluir os característicos quatro propulsores laterais. Por outro lado, o primeiro estágio foi também modificado.

O primeiro estágio do lançador é uma versão modificada do primeiro estágio utilizado no foguetão Soyuz-2, utilizando um único moto NK-33 que assim substitui o motor RD-117 de quatro câmaras de combustão utilizados em foguetões anteriores e com alterações estruturais no estágio e na estrutura dos tanques de propelentes. Como o motor NK-33 está fixo, é utilizado um motor RD-0110R para fornecer controlo vectorial, fornecendo também mais 230,5 kN de força e proporcionando aquecimento aos gases de pressurização. Anteriormente utilizado no foguetão lunar N-1, o NK-33 fornece uma maior desempenho em relação ao RD-117. Porém, existe um número muito limitado destes motores disponíveis e assim no futuro o NK-33 será substituído pelo motor RD-193. Este motor é uma versão mais leve do motor RD-191 utilizado nos foguetões Angara.

O segundo estágio do Soyuz-2.1v é o mesmo utilizado como terceiro estágio do foguetão Soyuz-2-1B, estando equipado com um motor RD-0124.

O terceiro estágio do lançador é constituído por um estágio superior Volga utilizado para manobrar as cargas a partir da órbita inicial para a órbita final. Este estágio é derivado do sistema de propulsão dos satélites de reconhecimento Yantar, sendo mais leve e mais barato do que os estágios Fregat.

O foguetão consegue colocar uma carga de 2.850 kg numa órbita terrestre baixa a 51,8º,  2.800 kg numa órbita terrestre baixa a 62,8º ou 1.400 kg numa órbita terrestre sincronizada com o Sol.

No total o foguetão tem um comprimento de 44,0 metros e um diâmetro de 3,00 metros. A sua massa é de 158.000 kg. O foguetão é desenvolvido pela TsSKB Progress.