O caminho para a realização da missão Aeolus da ESA pode ter sido longo e acidentado, mas o desenvolvimento de uma nova tecnologia espacial é, pela sua própria natureza, um desafio. Com o satélite agora equipado com o seu instrumento revolucionário, o caminho à frente é muito mais suave, pois dirige-se para a França para iniciar a última rodada de testes antes de ser enviado para o local de lançamento, no final do ano.
Aeolus leva consigo um dos instrumentos mais sofisticados de sempre a ser colocado em órbita: Aladin, com dois lasers poderosos, um grande telescópio e receptores muito sensíveis.
Dispara pulsos de luz ultravioleta para a atmosfera para traçar o perfil dos ventos do mundo.
Esta é uma abordagem completamente nova para medir o vento a partir do espaço, o que geralmente envolve a monitorização do movimento da nuvem, a medição da rugosidade da superfície do mar ou inferir o vento através de leituras de temperatura.
Aeolus foi construído principalmente para promover a nossa compreensão da Terra. Estas fatias verticais através da atmosfera, juntamente com informações sobre aerossóis e nuvens, irão promover o nosso conhecimento da dinâmica atmosférica e contribuir para a investigação climática.
No entanto, Aeolus também tem um papel muito importante a desempenhar, uma vez que as suas medições serão entregues rapidamente, melhorando as previsões meteorológicas.
Após o seu longo desenvolvimento, Aladin estava finalmente pronto para se juntar ao satélite na ‘Airbus Defence and Space’ em Stevenage, no Reino Unido, em agosto do ano passado.
Anders Elfving, director do projecto Aeolus da ESA, disse: “Nos últimos meses, a equipa do Reino Unido, com o apoio dos seus colegas de Toulouse, na França, trabalhou incansavelmente para integrar Aladin no satélite, verificar se tudo está alinhado e que o satélite completo está a trabalhar na perfeição.”
Com o satélite agora completo, é hora de movê-lo para Toulouse, onde será testado para se certificar de que pode suportar a vibração e o ruído de decolagem.
“Esta próxima rodada de testes é muito importante e eu sei que a equipa está ansiosa para ter a oportunidade de mostrar que o seu satélite, orgulhosamente construído, pode suportar o passeio duro no lançamento”, acrescentou Anders.
Depois disso, Aeolus vai para Liege, na Bélgica, para ser verificado numa câmara de vácuo térmico.
Anders disse: “Ainda temos alguns passos críticos pela frente. Precisamos da prova final de que o laser e o complexo sistema ótico funcionam bem com os radiadores térmicos de satélite e em condições de vácuo, mas estou confiante de que as equipes de satélite, operação e lançamento irão apresentar os resultados esperados.”
Uma vez tudo isto terminado, no final do ano será enviado através do Atlântico para o Porto Espacial da Europa, na Guiana Francesa, para lançamento num foguetão Vega.
Notícia e imagens: ESA
Texto corrigido para Língua Portuguesa pré-AO90