No início dos anos 70, o estudo da relação entre a Terra e o Sol e a correlação entre fenómenos físicos isolados que ocorriam no espaço próximo do nosso planeta, tornou-se um aspecto importante para a Ciência Espacial Soviética.
O estudo de tais fenómenos requereram o desenvolvimento de um novo tipo de satélite, tendo sido seleccionadas duas versões de uma denominada “estação orbital universal automática”: a AUOS-Z, orientada para a Terra, e a AUOS-OM, orientada para o Sol.
Equipados com a respectiva instrumentação de bordo, estas plataformas tornaram-se na base de diferentes satélites dedicados a missões específicas.
A plataforma AUOS-Z-R-O e o Cosmos-900
Com uma massa de 1.056 kg e um tempo de vida útil em órbita de seis meses, a plataforma AUOS-Z-R-O estava equipada com instrumentos para levar a cabo o estudo de partículas, para estudar os diferentes níveis de energia e analisar o plasma ionosférico na região abaixo da formação das auroras, a formação das mesmas e a região polar em tempos de calma geomagnética, tempestades magnéticas e explosões solares.
Financiado pela Academia de Ciências da União Soviética, o primeiro satélite deste tipo a ser colocado em órbita foi o Cosmos 900 (AUOZ-Z-R-O Oval) cujo lançamento teve lugar às 2302UTC do dia 29 de Março de 1977. O lançamento foi levado a cabo pelo foguetão 11K65M Kosmos-3M (53749168) a partir do Complexo de Lançamento LC132/2 do Cosmódromo NIIP-53 Plesetsk, Arkhangelsk. Após atingir a órbita terrestre o satélite recebeu a Designação Internacional 1977-023A e o número de catálogo orbital 09898. O Cosmos-900 ficou colocado numa órbita com um perigeu a 460 km, apogeu a 523 km, inclinação orbital de 83.º e período orbital de 94,40 minutos.
O Cosmos-900 transportava equipamentos fornecidos pela Checoslováquia, República Democrática Alemã e União Soviética, entre os quais um analisador plano de potencial, uma sonda de medição de temperatura de electrões de alta-energia, um colector de iões esférico, uma sonda electrostática cilíndrica, um espectrómetro de energia, um espectrómetro electrostáctico panorâmico, um medidor de protões e electrões, e um fotómetro de auroras.
O Cosmos-900 reentraria na atmosfera terrestre a 11 de Outubro de 1979.