O «cérebro» do Orion EFT-1 é activado!

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A cápsula Orion para a missão Exploration Flight Test-1 (EFT-1) finalizou o conjunto de testes dos seus sistemas aviónicos no interior das instalações do edifício Operations & Checkout (O&C) no Centro Espacial Kennedy. Os testes foram realizados após a activação do seu computador de voo, com o sistema de aviónicos a servir como os olhos, os ouvidos e o cérebro do veículo espacial. A missão EFT-1 deverá ser lançada no final do ano.

EFT-1 Orion

A35A missão a ser levada a cabo em Dezembro irá proporcionar à cápsula Orion o seu baptismo espacial, sendo lançada por um foguetão Delta-IV Heavy da United Launch Alliance (ULA).

Durante a missão, a Orion será elevada a uma altitude de mais de 6.600 km, antes de um regresso à Terra numa reentrada a alta velocidade a mais de 32.000 km/h, com os resultados a serem utilizados na Critical Design Review (CDR), previsto para meados de 2015.

Um recente adiamento na missão do Verão para Dezembro – causada pela prioridade dada a um lançamento de um satélite militar para o sistema Geossynchronous Space Awareness (GEO SSA) – não deverá ter influencia do processo do CDR.

Z82Enquanto que os elementos chave do veículo lançador começaram a chegar ao famoso porto espacial no mês passado, os engenheiros e técnicos da EFT-1 Orion continuavam os seus longos trabalhos de preparação  no interior do edifício O&C.

O veículo percorreu um longo caminho desde os primeiros sinais físicos da nova vida da Orion observados nas instalações de montagem MAF (Michoud Assemblt Facility) em Nova Orleães, quando o veículo EFT-1 teve os seus primeiros painéis a serem soldados juntos. O processo de montagem procedeu sem problemas nas antigas instalações de produção do Tanque Exterior de combustível líquido do vaivém espacial, antes de ser enviada para o Centro Espacial Kennedy para um período de operações de preparação para a missão de cerca de 18 meses.

Z61Com a aparência de uma concha sem vida, a enorme tarefa de se proceder à instalação dos elementos estruturais adicionais, quilómetros de cabos e eventualmente o sistema de protecção térmica TPS (Thermal Protection System) – que irá permitir que o veículo espacial sobreviva ao seu regresso do espaço – tudo começou a seguir o roteiro do processamento estabelecido pelo principal fabricante da Orion, a Lockheed Martin.

Em Outubro de 2013 a Orion foi electricamente activada pela primeira vez, permitindo assim uma verificação inicial do conjunto do software de aviónicos do veículo espacial. Durante este teste inicial, os controladores no Test Launch and Control Center (TLCC) introduziram pacotes de software aos computadores principais do módulo da tripulação através de milhares de cabos e de equipamento eléctrico de suporte no solo durante a activação.

Z75Este teste abriu o caminho para uma verificação completa dos sistemas aviónicos que foi concluída após a activação eléctrica e o envio de comandos para mais de 20 sistemas críticos instalados no módulo da tripulação.

Após a activação inicial do Vehicle Main Computer em Outubro, os engenheiros procederam à instalação de forma metódica de aparelhagem adicional, cablagem e sistemas electrónicos no módulo da tripulação – finalizando o sistema de aviónicos que serve como os olhos, ou ouvidos e o cérebro do veículo espacial,” referiu a Lockheed Martin a 7 de Abril de 2014. Durante estes testes, os engenheiros activaram de forma individual e enviaram comandos para os sistemas pirotécnicos, baterias, controlo térmico, câmaras, sistema de orientação e navegação, propulsão, e sistema de controlo ambiental e de suporte de vida, tudo enquanto avaliavam a qualidade dos sinais, respostas dos sistemas a bordo, e produção de dados.

Todos e cada um destes sistemas, são críticos para o sucesso da missão e devem desempenhar o seu papel sem falhas para garantir a segurança das futuras tripulações,” sublinhou Cleon Lacefield, gestor do programa Orion na Lockheed Martin. “Agora que terminamos os testes funcionais, a equipa irá levar a cabo um teste de performance e activar todos os sistemas de uma só vez, simulando as operações do veículo durante a EFT-1.”

Após a EFT-1, a Orion deverá ser preparada para uma viagem no Space Launch System (SLS). Designada como Exploration Mission-1 (EM-1), o veículo espacial irá fazer a sua primeira viagem no espaço profundo. Esta missão tem como objectivo lançar a cápsula numa missão que a irá enviar a uma distância de 70.000 km da superfície lunar num voo de 25 dias.

Artigo original EFT-1 Orion brain becomesactive ahead of flight por Chris Bergin. Traduzido e publicado com autorização.