Northrop Grumman lança ‘Alan Bean’ para a ISS

A Northrop Grumman Innovation Systems levou a cabo com sucesso o lançamento de uma nova missão logística para a estação espacial internacional.

O lançamento do veículo Cygnus NG-12 “S.S. Alan Bean” teve lugar às 1359:47UTC do dia 2 de Novembro de 2019 e foi levado a cabo por um foguetão Antares-230+ a partir do Complexo de Lançamento LP-0A do MARS Wallops Island.

O veículo de carga foi capturado pelo Canadarm2 às 0910UTC do dia 4 de Novembro e foi posteriormente acoplado no porto nadir do módulo Unity às 1121UTC.

O Cygnus NG-12 transporta uma variada carga logística para a tripulação permanente a bordo da ISS. Para além desta carga, transporta pequenos satélites da missão ELaNa-25 que serão posteriormente colocados em órbita quer a partir da ISS quer a partir do segundo estágio do lançador ou do próprio veículo de carga Cygnus NG-12 no final da sua missão.

No total, o Cygnus NG-11 transporta 3.537 kg de carga na sua secção pressurizada e 116 kg na sua secção não pressurizada. Dos 3.586 kg transportados na secção pressurizada, 1.924 kg referem-se a experiências científicas, 799 kg a mantimentos para a tripulação, 14 kg a recursos informáticos, 92 kg de equipamentos para actividades extraveículares, 11 kg de equipamento para a secção Russa da ISS, 35 kg de equipamento da Northrop Grumman e 708 kg de equipamentos para a ISS.

A bordo do veículo Cygnus NG-12 segue uma nova passadeira de exercício físico para a tripulação permanente que será utilizada para substituir a passadeira actual e que falhou no princípio de 2019; a unidade Urine Transfer System (UTS) que irá que permitir a instalação do Sistema Universal de Gestão de Resíduos (Universal Waste Management System UWMS) que é a segunda casa de banho a ser instalada na ISS em 2020 e que permitirá o funcionamento simultâneo das duas casas de banho a bordo da ISS; o Airlock Thermal Cover Stiffener, que será instalado numa futura actividade extraveícular para proteger e aumentar a escotilha que ao longo do tempo tem estado susceptível a danos; dois sistemas Nitrogen/Oxygen Recharge System (NORS) Recharge Tank Assemblies (RTAs) para aumentar o fornecimento de oxigénio e compensar a perda de nitrogénio durante as fugas que ocorrem nas actividades extraveículares; uma unidade suplente de crioarrefecimento; e a unidade Animal Enclosure Module (AEM) para a realização de experiências com roedores.

O Cygnus NG-12 irá também transportar ferramentas especialmente projectadas para reparar do Alpha Magnetic Spectrometer-02 (AMS-02), um grande instrumento cientifico colocado no exterior da ISS que tem estado a procurar por sinais da matérias escura e da anti-matéria para nos ajudar a compreender a maneira como o Universo se formou. As ferramentas serão utilizadas pelos astronautas numa série de actividades extraveículares complexas para seccionar e reconectar um conjunto de cabos de fluídos. Estes trabalhos de reparação, únicos na história da conquista espacial, podem vir a ser úteis em futuras missões do programa lunar Gateway ou para futuras missões tripuladas a Marte.

A bordo do veículo de carga segue também um conjunto de casacos, o AstroRad Vest, que serão testados para proteger órgãos, tecidos e células estaminais que são mais sensíveis às radiações. Os astronautas irão fornecer dados sobre estes casacos enquanto os usam nas suas tarefas diárias, incluindo a facilidade de os vestirem, como se adaptam e a forma como se sentem no dia-à-dia. Os fabricantes destes peças de vestuário irão utilizar as informações fornecidas pelos astronautas para melhorarem o seu desenho.

O veículo de carga transporta também o Zero-G Oven que irá examinar as propriedades das transferências de calor e o processo de preparação de alimentos em microgravidade. A experiência utiliza um forno especialmente projectado e parecido com um forno para ser utilizado a bordo da ISS com uma temperatura máxima de 363,3ºC. Em futuras missões de longa duração, as refeições preparadas na hora podem ter benefícios psicológicos e fisiológicos para os membros das tripulações ao se proporcionar uma maneira de aumentar a variedade de sabores e nutrição dos alimentos.

O dispositivo Made in Space Recycler(MIS Recycler) irá testar sistemas para o reprocessamento de plástico em filamentos reimpressos em 3D para a criação de novos itens em microgravidade. Irá reciclar polímeros em filamentos para serem utilizados na Additive Manufacturing Facility, uma impressora 3D que está a operar na ISS desde 2016. Esta investigação procura os materiais que se transformem em filamentos 3D de forma mais efectiva e quais podem ser reprocessados várias vezes sem se degradarem. Os investigadores planeiam analisar amostras impressas no espaço após serem transportadas de volta para a Terra e compará-las com amostras impressas de forma similar no solo.

Esta é a primeira missão do contrato CRS2 (Commercial Resupply Services 2) para o foguetão Antares e para o veículo de carga Cygnus, estreando uma série de novas capacidades. Alguns desses melhoramentos incluem a primeira vez que o lançador Antares irá colocar em órbita satélites a partir do seu segundo estágio, a primeira vez que o Cygnus e o Antares suportaram a colocação de carga tardia na plataforma de lançamento, e a primeira vez que a Cygnus voará com um sistema Control Moment Gyros. Esta será a primeira vez que duas naves espaciais Cygnus estão em órbita ao mesmo tempo.

Lançamento do Cygnus NG-12

Com a contagem decrescente a atingir T=0s, dava-se a ignição dos dois motores RD-181 do primeiro estágio do foguetão Antares-230+. O veículo deixa a plataforma de lançamento a T+3,6s. O primeiro estágio irá desempenhar a sua função durante 3 minutos e 29 segundos, com o final da queima a ter lugar a uma altitude de 104 km. Seis segundos após o final da queima do primeiro estágio ocorre a separação entre este e o segundo estágio.

cygnusoa5-1

As duas metades da carenagem de protecção separam-se 35 segundos após a separação dos dois estágios. Cinco segundos mais tarde dá-se a separação da secção interestágio que fazia a ligação entre o primeiro e o segundo estágio. A ignição do segundo estágio ocorre sete segundos mais tarde.

O tempo de duração da queima do segundo estágio será de 2 minutos e 43 segundos (T+7m 5s). A separação do Cygnus NG-11 “S.S. Alan Bean” terá lugar a T+8m 49s.

O veículo de carga Cygnus

A Orbital SC (agora Orbital ATK) desenvolveu o veículo espacial de manobra avançada Cygnus ao abrigo do contrato COTS com a NASA. Adicionalmente ao programa de desenvolvimento e de demonstração COTS, a Orbital ATK irá utilizar o Cygnus para realizar missões logísticas de cygnusoa5-3abastecimento da ISS ao abrigo do contrato CRS. O contrato com a NASA previa que a partir de 2013 a Orbital ATK realize oito missões para transportar cerca de 20.000 kg de carga para a ISS.

O sistema Cygnus é um sistema de baixo risco que incorpora elementos de tecnologias já existentes provenientes da Orbital e dos seus companheiros no programa. A Cygnus consiste num módulo de serviço comum e um módulo de carga pressurizado. A Cygnus irá transportar mantimentos para a tripulação, peças sobressalentes e experiências científicas para a ISS. O módulo de serviço incorpora sistemas aviónicos da linha de produção dos satélites LEOStar e GEOStar da OSC juntamente com sistemas de propulsão e sistemas de fornecimento de energia dos satélites de comunicações GEOStar. O módulo de carga pressurizado tem por base o Multi-Purpose Logistics Module (MPLM) desenvolvido pela Thales Alenia Space para a NASA.

cygnusoa5-9

Um mecanismo Common Berthing Mechanism (CBM) localizado na extremidade do módulo de carga pressurizado permite que o veículo Cygnus seja acoplado com a estação espacial internacional.

O Cygnus utiliza um motor Delta-V da IHI Aerospace para as suas manobras orbitais. O motor é derivado do sistema de propulsão BT-4 frequentemente utilizado em satélites de comunicações. O Delta-V queima hidrazina como propelente e pode operar tanto como um motor de monopropelente como um motor de bipropelente utilizando MON-3 como oxidante. Pequenos propulsores de controlo facilitam as manobras e o controlo de atitude do veículo

No lançamento, o veículo Cygnus tem uma massa de 4.163 kg e transporta 800 kg de propelente. A energia é fornecida ao módulo de serviço a partir de duas asas solares fixas capazes de gerar 3,5kW. O seu sistema de propulsão consome N2H4 / MON-3 ou somente N2H4. A secção pressurizada pode transportar 2.400 kg de carga, tendo um volume pressurizado de 27 m3.

Os pequenos satélites a bordo

O Cygnus NG-11 transporta a bordo os satélites STPSat-4, HARP, Phoenix, RadSat-u, SOCRATES, MVP-Argus (Argus 02, MVP A, SLU 05), HuskySat-1, SwampSat-2, AeroCube-14A, AeroCube-14B, AeroCube-15A, AeroCube-15B e Orbital Factory-2.

O satélite STPSat-4 é um veículo experimental para o Programa de Testes do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O satélite transporta vários pacotes experimentais e será colocado em órbita a partir do sistema SSIKLOPS (Space Station Integrated Kinetic Launcher for Orbital Payload Systems). A bordo transporta as experiências: iMESA-R (Integrated Miniaturized Electrostatic Analyzer Reflight) que é uma missão da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos projectada para medir as densidades e energias do plasma para criar uma base de dados de longo termo com múltiplos pontos de dados sobre o ambiente e tempo espacial; MSR (Modular Solar Array) é uma experiência que requer a exposição ao ambiente espacial sinergético a um nível de integração elevado – células solares, interconexões, ligações – e recolhe estes dados para a correlação e validação de modelos de painéis solares; RF Modular Tiles, é uma experiência que requer a experimentação para provar a performance da tecnologia de painéis faseados e analisar os efeitos combinados do ambiente na órbita terrestre baixa; NISTEx (Navy Interferometric Star Tracker Experiment) uma experiência da Marinha dos Estados Unidos para observar a forma como o seu sensor estelar detecta e segue as estrelas e avaliar a forma como um sensor estelar interferométrico determina a orientação de um veículo espacial; NTE (Nanosatellite Tracking Experiment) – um retro-reflector passivo.

O HARP (HyperAngular Rainbow Polarimeter) é um CubeSat-3U desenvolvido pelo Departamento de Física da Universidade do Maryland para medir as propriedades microfísicas das nuvens de água e das partículas de gelo. O satélite é estabilizado nos seus três eixos espaciais para manter o sistema de observação direccionado para o nadir durante o período de aquisição de dados. A capacidade hiper-angular é conseguida ao obter imagens sobrepostas a velocidades muito elevadas. Os objectivos da missão são: a validação espacial de novas tecnologias exigidas pela missão Aerossol-Cloud-Ecosystem (ACE) da NASA, o teste das capacidades de voo de um polarímetro de imagem altamente preciso de campo de visão de hiper-ângulo para caracterizar propriedades de aerossóis e nuvens, e o teste de que a tecnologia CubeSat pode fornecer dados sobre as Ciências da Terra com qualidade científica. O satélite será colocado em órbita a partir da ISS.

O CubeSat-3U Phoenix é uma missão de demonstração tecnológica para determinar a efectividade da utilização de plataformas de nanossatélites para levar a cabo investigações científicas de ambientes urbanos e em especial de ilhas de calor urbanas. Com uma missão de um ano, o Phoenix transporta um sistema de observação de infravermelho para estudar as alterações espaciais e temporais nas propriedades de calor de Phoenix, Arizona, bem como outras cidades Norte-americanas. O satélite é estabilizado nos seus três eixos espaciais para permitir uma boa orientação enquanto sobrevoa os alvos a observar. Fora dos períodos de observação, o satélite estará orientado de forma a que os seus painéis solares estejam voltados para o Sol. O sistema de observação tem por base o instrumento THESIS que utiliza um micro-bolometro. Este sistema irá fornecer dados secundários para o estudo de imagens térmicas das correntes oceânicas, colunas vulcânicas e outros processos na superfície terrestre. O satélite faz parte da missão ELaNa-25 da NASA e será colocado em órbita a partir da ISS.

Desenvolvido pela Universidade Estatal do Montana, o RadSat-u (Radiation Satellite) é um CubeSat-3U com uma massa de 4 kg desenvolvido como um demonstrador tecnológico de um novo sistema de computador tolerante à radiação para demonstrar a tecnologia TRL-9.

Este projecto tem dois objectivos principais. O é o desenvolvimento de um satélite cúbico, o RadSat, para demonstrar a Radiation Tolerant Computer Stack (RTCS), desenvolvida por estudantes de pós-graduação da MSU. O segundo objectivo é projectar e integrar uma experiência de células solares com o RTCS no RadSat. A experiência de células solares é um sensor de detecção de radiação ionizante que fornecerá uma camada adicional de mitigação de falhas para o RTCS quando incidentes de radiação de alta intensidade ocorrerem no RTCS. A experiência de células solares também fornecerá à equipa de terra da MSU um feedback útil sobre a frequência de ataques de radiação ionizante experimentados pelo CubeSat.

O satélite faz parte da missão ELaNa-25 da NASA e será colocado em órbita a partir da ISS.

Também fazendo parte do programa ELaNa-25 da NASA, o satélite SOCRATES (Signal of Opportunity Cubesat Ranging and Timing Experiments) é um CubeSat-3U com uma massa de 4 kg desenvolvido pela Universidade do Minnesota para uma missão de demonstração tecnológica para avançar o Technology Readiness Level (TRL) de um novo sensor de TRL 5 para 7 para CubeSats.

O sensor Gamma Ray Incidence Detector (GRID) que foi desenvolvido é um detector de raios gama (e raio-x) optimizado para realizar medições precisas de posicionamento, navegação e tempo. Em operação, o sensor usará sinais de oportunidade (por exemplo, emissões de raios gama que ocorrem naturalmente para fontes como raios gama ou GRBs) como sinais de navegação e de tempo semelhantes aos satélites GPS.

O satélite (em baixo) será colocado em órbita a partir da ISS.

 

A missão MVP-A teve como objectivo projectar, desenvolver e testar um modelo fiável de CubeSat para missões de detecção e imagem para o Space Systems Research Laboratory (SSRL) para criar uma base melhor para futuras missões CubeSat para essa organização e para outros potenciais parceiros. O MVP-A serve o propósito de ter como base as lições aprendidas a partir das falhas críticas que ocorreram no desenvolvimento dos satélites COPPER-2 e Rascal e das falhas descobertas muitos anos depois nos satélites COPPER e Argus originais.

É um CubeSat-1U com uma massa de 1 kg baseado no design do EnduroSat One, que depende muito dos componentes de COTs, num esforço para minimizar a necessidade dos alunos projectarem hardware para permitir que a equipa do SSRL se concentre nas interfaces entre os subsistemas. A série de satélites MVP continuará com o objectivo de ser desenvolvida com base nas “lições aprendidas” até que a capacidade tecnológica suficiente seja aumentada no SSRL, pois a cada ano passa por uma rotatividade de alunos graduados. As missões e satélites do programa MVP desenvolverão a capacidade de realizar sofisticadas operações de encontro e proximidade a um baixo custo ao longo de 10 anos.

O satélite foi desenvolvido e será operado pela Universidade de St. Louis.

Fazendo parte da missão ELaNa-25 da NASA, o CubeSat-3U HuskySat-1 (em baixo, ao lado)foi desenvolvido pela Universidade de Washington como percursor de um Lunar Magnetic Field Mapper CubeSat. É uma missão de demonstração tecnológica de um sistema de propulsão de plasma e de um sistema de telemetria de alto ganho que seria um precursor para uma tentativa de um CubeSat-6U projectado para inserção orbital lunar. O objectivo final é o desenvolvimento de um sistema CubeSat que permita um mapeamento mais extenso dos objectos do sistema solar, incluindo as anomalias magnéticas lunares. O sistema de propulsão a plasma proposto usa um propulsor de plasma usando enxofre como propulsor. Este sistema oferece maior impulso específico do que os equivalentes de Teflon e, como tal, fornece um recurso importante para os CubeSats para manobras orbitais. O satélite irá também testar um sistema de transmissão de 24 GHz e de 26 GHz.

Desenvolvido pela Universidade da Florida, o SwampSat-2 é um CubeSat-3U para a Design-Build-Fly CubeSat for Characterization of VLF Wave na órbita terrestre. Fazendo parte da missão ELaNa-25 da NASA, esta é uma missão de demonstração tecnológica para testar um mecanismo de abertura e um mastro para suportar um par de receptores de antena de frequência muito baixa (VLF, 3-30 kHz). A missão quantificará experimentalmente a propagação de ondas electromagnéticas VLF através da ionosfera inferior, a fim de elucidar o papel das ondas VLF no controle das populações de partículas energéticas dos cinturões de radiação da Terra.

O satélite Orbital Factory-2 foi desenvolvido pela Universidade do Texas. Este é um CubeSat-1U com uma massa de 1 kg desenvolvido para testar tarefas de fabrico no espaço exterior sujeito ao vácuo, gravidade reduzida e temperaturas extremas.

O satélite realizará uma demonstração tecnológica da impressão 3D de material condutor. O pequeno satélite possui uma impressora tridimensional 2-DOF que depositará tinta condutora e simulará o reparo de uma célula solar. O material para impressão 3D foi seleccionado com base na resistividade a granel, viscosidade e quantidade de partículas condutoras, além de tempo de reparação e baixa emissão de gases. O teste de vácuo determinou que a tinta secará no espaço após 90 segundos e, como tal, será condutora após esse período de tempo. Uma câmara VGA e medições de sensor determinarão o sucesso da missão.

Algumas das peças do satélite foram impressas em 3D no ProtoThermTM 12120, que é um polímero para produzir peças tolerantes a altas temperaturas e resistência a líquidos pelo processo SLA. O satélite também inclui uma antena de banda S como carga útil secundária. A antena foi totalmente projectada e construída pela Lockheed Martin Co. Como o padrão de ganho da antena da banda S é estreito, um controlador de atitude baseado em magnetorquers será implementado para garantir um direccionamento adequado para a Terra.

Os satélites AeroCube-14A e AeroCube-14B da Aerospace Corporation são dois CubeSats 3U idênticos para demonstrar a nova tecnologia de rastreio de estrelas e testar novos materiais de nanotecnologia e células solares avançadas. A investigação também testa uma interface padronizada para experiências modulares que podem reduzir os desafios de integrar experiências num satélite e lançá-los no espaço.

Essas tecnologias a serem avaliadas incluem: uma nova tecnologia de deflector de estrela-rastreador para testar a capacidade do deflector de rejeitar a luz dispersa ao entrar no detector batendo nas paredes do deflector enquanto mantém um pequeno factor de forma no satélite; cargas úteis de nanotecnologia para testar materiais novos e emergentes num ambiente espacial, incluindo materiais estruturais, faixas térmicas e aquecedores (ao realizar essas experiências no espaço, os materiais são expostos ao ambiente espacial simultaneamente, fornecendo os dados necessários para determinar a capacidade espacial desses materiais); uma experiência avançada de células solares para avaliar o desempenho em órbita das células solares e monitorizar qualquer degradação com a exposição ao ambiente espacial (o teste de células solares no solo é limitado na capacidade de simular todo o ambiente espacial e esta investigação ajuda a fornecer informações adicionais ao desenvolvimento de células solares avançadas para futuras missões espaciais); uma interface padronizada para experiências modulares para testar a capacidade de um grupo de experiências e de uma equipa de projecto de naves espaciais para desenvolver missões independentemente umas das outras.

Os dois satélites, com uma massa de 3,5 kg, serão lançados a partir do NanoRacks CubeSat Deployer instalado na fuselagem exterior do veículo de carga Cygnus NG-12.

Também provenientes da Aerospace Corporation os satélites AeroCube-15A e AeroCube-15B são dois CubeSats 3U que irão demonstrar o rápido desenvolvimento de um sensor óptico de baixo custo, tamanho e potência (small size, weight and power – SWAP) em órbita terrestre baixa. A carga útil consiste num telescópio personalizado combinado com um núcleo constituído por uma câmara disponível comercialmente. Cada satélite AeroCube-15 pesa aproximadamente 3,7 kg e têm 34 × 11 × 11 centímetros de dimensão. Os dois satélites são colocados numa órbita circular entre os 450 km e 500 km de altitude, com uma inclinação de 51,6 °. Cada um dos dois satélites possui sistemas de rastreio de estrelas e outros sistemas de observação para a verificação do controle de atitude. O objectivo principal das câmaras é a determinação e verificação do controle de atitude.

Os dois satélites serão lançados a partir do NanoRacks CubeSat Deployer instalado na fuselagem exterior do veículo de carga Cygnus NG-12.

O foguetão Antares-230+

cygnusoa5-002459O foguetão Antares-230+ representa uma evolução em relação à sua versão anterior, sendo a principal diferença a introdução dos motores Energomash RD-181 no primeiro estágio e a sua capacidade de funcionamento em máxima potência na fase Max-Q.

O Antares-230+ tem um comprimento de 42,5 metros, diâmetro de 3,9 metros e uma massa no lançamento entre os 290.000 kg e os 310.000 kg.

O primeiro estágio consome oxigénio líquido e querosene com os seus dois motores RD-181 cada um com um sistema vectorial de propulsão independente. Os tanques do primeiro estágio foram produzidos pela Yushmash, sendo projectados e verificados pela KB Yuzhnoye (sendo desenvolvidos a partir de produtos semelhantes fabricados para os foguetões 11K77 Zenit). A NGIS é responsável pelo desenvolvimento do sistema e sua integração.

O segundo estágio está equipado com um motor Castor 30XL de propulsão sólida desenvolvido pela Orbital ATK (actual NGIS).

O motor RD-181 é baseado no motor RD-191 e foi adaptado para ser integrado no foguetão Antares. Enquanto que o motor RD-193 foi desenhado como um substituto para o motor NK-33, em 17 de Dezembro de 2014, a então Orbital Sciences anunciava que iria utilizar o RD-181 na segunda versão do Antares, tendo assinado um contrato directo com a Energomash para o fornecimento de 60 motores RD-181.

A 19 de Fevereiro de 2015, a Orbital ATK anunciava que o novo Antares-230 iria ter o seu voo inaugural em Março de 2016. A 29 de Maio de 2015, a Orbital referia que os novos motores haviam sido submetidos a sete ignições de certificação e que todos os testes haviam decorrido como previsto, afirmando também que os dois primeiros modelos de voo estavam a ser submetidos aos testes finais e que seriam entregues em princípios de Julho.

cygnusoa5-6

Como explicar a designação do Antares-230? O número ‘230’ na designação desta versão do Antares mostra-nos os diferentes componentes de propulsão deste lançador. O algarismo ‘2’ representa o motor RD-181 (o algarismo ‘1’, como por exemplo no Antares-130, representa o motor AJ-26-62 derivado do motor NK-33). Por outro lado, o algarismo ‘3’ representa o motor Castro-30XL de propulsão sólida (nesta posição, o algarismo ‘1’ representa o motor Castor-30A, enquanto que o algarismo ‘2’ representa o motor Castor-30B). Finalmente, o algarismo ‘0’ representa a ausência de um terceiro estágio (nesta posição, o algarismo ‘1’ representa um terceiro estágio de bipropelente, enquanto que o algarismo ‘2’ representa um terceiro estágio derivado do motor Star-48).

Dados estatísticos e próximos lançamentos

– Lançamento orbital: 5881

– Lançamento orbital EUA: 1673 (28,45%)

– Lançamento orbital desde MARS Wallops Island: 45 (0,76% – 2,69%)

Os quadro seguinte mostra os lançamentos previstos e realizados em 2019 por polígono de lançamento.

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

5882 – 04 Nov (0915:00) – KZ-1A Kuaizhou-1A (Y7) – Jiuquan, LC43/95 – KL-α 1, KL-α 2

5883 – 07 Nov (????:??) – CZ-3B Chang Zheng-3B/G2 (Y61) – Xichang, LC2 – Beidou-3 IGSO-3

5884 – 16 Nov (0330:00) – PSLV-C47 – Satish Dawan SHAR, FLP – CartoSat-3, Meshbad, NEMO-AM, Flock-4p 1, Flock-4p 2, Flock-4p 3, Flock-4p 4, Flock-4p 5, Flock-4p 6, Flock-4p 7, Flock-4p 8, Flock-4p 9, Flock-4p 10, Flock-4p 11, Flock-4p 12

5885 – 19 Nov (????:??) – 14A14-1B Soyuz-2.1b/Fregat-M – Baikonur, LC31 PU-6 – OneWeb (x32)

5886 – 22 Nov (2108:07) – Ariane-5ECA (VA250) – CSG Kourou, ELA3 – TIBA-1, Inmarsat-5 F5 (GX-5)