A Nebulosa do Caranguejo é o remanescente de uma supernova, a cerca de 6500 anos-luz da Terra, na constelação de Touro. No centro da nebulosa está um pulsar – o remanescente de uma estrela que explodiu para formar a nebulosa. O pulsar gira em torno de 30 vezes por segundo, espalhando um feixe de ondas de rádio através da galáxia. Alguns dos materiais que cercam o pulsar foram ejectados antes da estrela explodir, e o resto foi expulso durante a supernova. O vento do pulsar escapa a alta velocidade, criando uma estrutura dinâmica ao interagir com o material ejectado.
A nebulosa está em expansão em cerca de 1500 km/s, como revelado por imagens obtidas com alguns anos de distância. Ao traçar isto para trás, é possível identificar o ano em que a estrela explodiu, e isso coincide com observações de astrónomos chineses em 1054 de uma estrela brilhante o suficiente para ser vista durante a luz do dia.
A imagem aqui apresentada está em luz ultravioleta, obtida pelo telescópio XMM-Newton da ESA, que tem analisado o céu desde 2000. Embora este seja principalmente um telescópio para observar raios-X, o Monitor Óptico permite que as observações ópticas e ultravioletas sejam feitas simultaneamente com observações de raios-X. A imagem é um composto de 75 imagens individuais obtidas entre 2001 e 2015. Muito poucas imagens ultravioletas da Nebulosa do Caranguejo estavam disponíveis antes desta.
Parece que a emissão ultravioleta vem da “radiação sincrotrónica”, criada quando as partículas atómicas se movem em espiral em torno das linhas do campo magnético. A imagem do XMM-Newton revela “baías” que recuam nos lados leste e oeste da nebulosa. Pensa-se que um toro magnetizado de material cercou a estrela antes de explodir, o que bloqueou as partículas de alta velocidade e, portanto, a radiação sincrotrónica. As baías também são evidentes em imagens de rádio, embora a baía oriental esteja melhor definida devido a características intrincadas em torno das bordas da imagem de rádio.
Esta imagem foi obtida como parte do estudo detalhado de multi-comprimentos de onda da Nebulosa do Caranguejo, com imagens também obtidas em raios-X, ondas de rádio, infravermelhos e comprimentos de onda ópticos.
Um novo compósito da Nebulosa do Caranguejo, que inclui dados do Chandra e Spitzer da NASA e dados do Hubble da ESA/NASA, também foi publicado na semana passada.
Notícia e imagem: ESA
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