O Módulo de Transferência de Mercúrio BepiColombo completou o seu grande teste final dentro do Grande Simulador Espacial da ESA, provando que poderá suportar os extremos de temperatura que irá experimentar na sua jornada para Mercúrio.
Por um lado, a missão será exposta ao vácuo frio do espaço. Por outro lado, viajará perto do Sol, recebendo 10 vezes a energia solar que recebemos aqui na Terra. Isto traduz-se em cerca de 11 kW por metro quadrado em Mercúrio, onde se espera que a aeronave aguente o calor de cerca de 350ºC, semelhante a um forno de pizza.
Dentro do simulador, o maior do seu género na Europa, com 15m de altura e 10m de largura, as bombas criam um vácuo mil milhões de vezes menor do que a atmosfera-padrão ao nível do mar, enquanto as paredes da câmara são alinhadas com tubos bombeados com azoto líquido para criar baixas temperaturas de cerca de -180ºC. Ao mesmo tempo, um conjunto de lâmpadas de classe de projector IMAX de 25kW é usado com espelhos para focar a luz na embarcação, de modo a gerar temperaturas mais elevadas.
Durante os últimos testes, realizados entre 24 de Novembro e 4 de Dezembro de 2017, o módulo foi girado 13º de cada lado para monitorizar o aquecimento e a distribuição. Os motores de iões também foram activados – sem criar impulsão, a partir de um feixe de iões, segundo os limites da câmara de teste – para confirmar que o sistema de propulsão eléctrica do módulo pode operar neste ambiente difícil.
O módulo é visto aqui empilhado numa interface de réplica, para imitar os orbitadores científicos a que será anexado durante o lançamento e a viagem de 7,2 anos para Mercúrio. Os quatro propulsores de iões são vistos na parte superior do módulo, nesta orientação. Não presente neste teste, o módulo também estará equipado com duas asas solares que se estenderão cerca de 30 m.
A função do módulo de transferência é transportar a Sonda Planetária de Mercúrio da ESA e a Sonda Magnetosférica de Mercúrio do Japão para o planeta, onde se separarão e entrarão nas suas respectivas órbitas. A aeronave usará uma combinação de voos aproximados de assistência à gravidade na Terra, Vénus e Mercúrio, juntamente com os propulsores de iões do módulo de transferência para chegar ao seu destino.
O módulo será agora verificado antes que todo o conjunto seja enviado para o Porto Espacial da Europa, em Kourou, na Guiana Francesa, no próximo ano. Com este último grande teste completo, a missão está no caminho certo para ser lançada, na janela de oportunidade de dois meses, a 5 de Outubro de 2018.
Detalhes técnicos sobre o Grande Simulador Espacial
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Notícia e imagem: ESA
Texto corrigido para Língua Portuguesa pré-AO90