O mês de Setembro de 2018 termina com um total de 8 lançamentos orbitais, tendo sido colocados em órbita 18 satélites.
Até 30 de Setembro, foram realizados 484 lançamentos orbitais neste mês, o que corresponde a uma média de 8,1 lançamentos e a 9,1% do total de lançamentos bem sucedidos realizados desde 4 de Outubro de 1957 (o mês de Janeiro é o mês com menos lançamentos orbitais – correspondendo a 6,1% dos lançamentos e a uma média de 5,3 lançamentos por mês de Janeiro desde 1957 – e o mês de Dezembro é o mês com mais lançamentos orbitais, correspondendo a 10,4% dos lançamentos e a uma média de 9,2 lançamentos por mês de Dezembro desde 1957).
O número de lançamentos orbitais bem sucedidos levados a cabo em 2018 (75) corresponde a 1,61% do total de lançamentos orbitais realizados desde 4 de Outubro de 1957.
O ano de 2018 perfila-se nesta altura para bater o recorde anual de lançamentos que está estabelecido em 129 ano ano de 1984. Para 2018 estão previstos nesta altura 141 lançamentos orbitais!
Para Outubro de 2018 estão previstos 12 lançamentos orbitais, originando da China, Índia, SpaceX, Rússia, Estados Unidos (ULA), Arianespace e Japão. Este número poderá atingir os 16 lançamentos.
Em Outubro a China deverá levar a cabo seis lançamentos orbitais, entre os quais o primeiro lançamento de uma empresa privada Chinesa. Entre estes lançamentos incluem-se duas missões para colocar em órbita quatro novos satélites de navegação. Não havendo certeza sobre as datas destes lançamentos, os rumores apontam para que os dois primeiros satélites (Beidou-3M15 ‘Beidou-39’ e Beidou-3M16 ‘Beidou-40’) sejam lançados entre 7 e 12 de Outubro, e que os restantes dois (Beidou-3M17 ‘Beidou-41’ e Beidou-3M18 ‘Beidou-42’) sejam lançados a 25 de Outubro. Os lançamentos serão levados a cabo a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, província de Sichuan, por foguetões CZ-3B Chang Zheng-3B/YZ-1. O primeiro lançamento deverá ter lugar a partir do Complexo de Lançamento LC3, enquanto que o segundo deverá ter lugar a partir do Complexo de Lançamento LC2.
A 7 de Outubro a Índia deverá levar a cabo o lançamento do satélite de comunicações GSat-29 a partir do Centro Espacial de Satish Dawan, SHAR, Ilha de Sriharikota. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão GSLV Mk-III (D2) a partir da Plataforma de Lançamento SLP (Second Launch Pad). Desenvolvido pelo ISRO, o GSat-29 é baseado na plataforma I-3K e estará operacional durante 15 anos na órbita geossíncrona. A bordo segue uma carga de comunicações Ka, Ku, Q/V, um sistema de comunicações óptico e uma sistema de observação GHRC (GEO High Resolution Camera) de alta resolução com um telescópio. O satélite irá ser vir os denominados Village Resource Centres (VRC) em áreas rurais.
No dia 9 de Outubro deverá ter lugar um lançamento orbital desde o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan. Nesta altura não se sabe que tipo de carga será colocada em órbita, nem mesmo qual o vector lançador que será utilizado. O lançamento terá lugar desde a Plataforma de Lançamento 94 do Complexo de Lançamento LC43.
O satélite Argentino SAOCOM-1A será lançado a 7 de Outubro, pelas 0222UTC. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Falcon-9 (B1048) a partir do Complexo de Lançamento SLC-4E da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia. A constelação SAOCOM (SAR Observation & Communications Satellite) é composta por dois satélites desenvolvidos pela INVAP para a CONAE e transportam uma carga SAR-L, um radar SAR de alta resolução (entre 7 metros e 100 metros, com uma largura de varrimento de 50 km a 400 km). No lançamento a massa dos satélites é de cerca de 1.600 kg. O SAOCOM-1B será lançado em 2019.
A Rússia vai lançar uma nova missão espacial tripulada para a estação espacial internacional a 11 de Outubro, pelas 0840:15UTC. A Soyuz MS-10 será lançada pelo foguetão 11A511U-FG Soyuz-FG (N15000-086) a partir da Plataforma de Lançamento PU-5 do Complexo de Lançamento LC1 (17P32-5) ‘Gagarinskiy Start’ do Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão. A Soyuz MS-10 será tripulada por dois elementos, sendo o Comandante o Russo Alexei Nikolayevich Ovchinin (na sua segunda missão espacial), e o Norte-americano Tyler Nicholas Hague será o Engenheiro de Voo n.º 1, na sua primeira missão espacial. Os dois homens irão fazer parte da Expedição 57/58.
A 14 de Outubro a empresa privada Chinesa, LandSpace, irá levar a cabo o lançamento inaugural do seu foguetão ZQ-1 Zhuque-1 a partir do Centro de Lançamentos Espaciais de Wenchang. A bordo estará o pequeno satélite Weilai-1 destinado a levar a cabo experiências científicas em órbita terrestre além de operações de detecção remota. O satélite pertence à CCTV (China Central TV) e as suas dimensões são de 0,320 x 0,295 x 0,248 metros, tendo uma massa de cerca de 40 kg. O satélite deverá operar durante dois anos numa órbita sincronizada com o Sol. Possivelmente baseado no míssil, Dongfang-26, o foguetão Zhuque-1 é um lançador a três estágios de combustível sólido com uma capacidade de carga de 300 kg.
A ULA (United Launch Alliance) vai levar a cabo o lançamento do satélite militar de comunicações AEHF-4, a 17 de Outubro pelas 0415UTC. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Atlas-V/551 (AV-073) a partir do Complexo de Lançamento SLC-41 do Cabo Canaveral AFS. Os satélites AEHF (Advanced Extreme High Frequency Satellite) são satélites de alta capacidade e altamente seguros capazes de fornecer comunicações seguras e sem interferências às tropas Norte-americanas espalhadas pelos vários teatros de guerra no globo. Os satélites têm uma massa de 6.168 kg e operam na órbita geossíncrona por períodos de 14 anos. São construídos pela Lockheed Martin (modelo A2100M) e pela Northrop Grumman (carga de comunicações).
A 19 de Outubro a Arianespace vai levar a cabo o lançamento da missão BepiColombo para o planeta Mercúrio. O lançamento da sonda modular será levado a cabo por um foguetão Ariane-5ECA na missão VA245, a partir do Complexo de Lançamento ELA3 do CSG Kourou, Guiana Francesa. A missão BepiColombo é uma missão da ESA em colaboração com o Japão que tem por objectivo a exploração do planeta Mercúrio. A partir da órbita do planeta, a sonda irá explorar a sua superfície e a sua composição interna, além de estudar a magnetosfera. A missão é composta por dois módulos: o Mercury Planetary Orbiter (MPO), desenvolvido pela ESA, e o Mercury Magnetospheric Orbiter (MMO), desenvolvido pelo Japão.
A missão ICON (Ionospheric Connection Explorer) será lançada a 26 de Outubro, pelas 0800UTC, a partir do Cabo Canaveral AFS utilizando um foguetão Pegasus-XL transportado por um avião L-1011 ‘Stargazer’ que irá levantar voo a partir da Pista 13/31. A missão irá explorar a fronteira entre a Terra e o espaço (ionosfera) para compreender a conexão física entre o nosso planeta e o espaço imediatamente em torno de nós. A sonda foi desenvolvida pela Orbital Sciences Corporation (OSC) e é baseada na plataforma LEOStar-2, tendo uma massa de 272 kg.
O satélite CFOSAT (China-France Oceanography SATellite) deverá ser lançado a 29 de Outubro por um foguetão CZ-2C Chang Zheng-2C a partir da Plataforma de Lançamento 94 do Complexo de Lançamento LC43 de Jiuquan. O CFOSAT resulta de uma colaboração entre a agência espacial Francesa, CNES, e a agência espacial Chinesa. Desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, o satélite tem uma massa de cerca de 600 kg e é baseado na plataforma CAST2000. A bordo transporta dois instrumentos: o SWIM (Surface Waves Investigation and Monitoring), um dispersómetro de onda fornecido pelo CNES que irá permitir medir as propriedades das ondas (direcção, comprimento de onda, etc.) e o SCAT (wind SCAT terometer), um dispersómetro de campo de vento fornecido pela agência espacial Chinesa que irá medir a intensidade e direcção do vento.
O Japão irá levar um novo lançamento orbital a 29 de Outubro a partir do Centro Espacial de Tanegashima. O foguetão H-2A/202 (F40) será lançado desde a Plataforma de Lançamento LP1 do Complexo de Lançamento Yoshinubo, transportando o satélite GOSAT-2 (Ibuki-2) e vários outros pequenos satélites. O GOSAT-2 (Greenhouse Gases Observing Satellite 2) tem como missão monitorizar os gases do efeito de estufa na atmosfera terrestre. O satélite foi desenvolvido pela Mitsubishi Electric (MELCO).
Além do GOSAT-2, esta missão transporta os satélites KhalifaSat, Diwata-2b, PROITERES-2, Ten-Koh, AO-Stars e AUTcube-2. O KhalifaSat é o terceiro satélite de observação da Terra do Instituto para a Ciência Avançada e Tecnologia dos Emirados Árabes Unidos, tendo sido desenvolvido em conjunto com a Satrec Initiative (SATRECI). É baseado na plataforma SI-300 e tem uma massa de cerca de 350 kg. O Diwata-2 é o segundo micro-satélite das Filipinas e será utilizado para a prevenção de desastres naturais e originados pelo Homem. A sua massa é de 50 kg. O satélite PROITERES (PRoject of OIT Electric-Rocket-Engine Onboard Small Space Ship) foi desenvolvido pela Instituto de Tecnologia de Osaka e tem uma massa de 15 kg. A sua missão tem como objectivo a demonstração de um sistema de propulsão para um pequeno satélite e a monitorização do distrito de Kansai com uma câmara de alta resolução.
Uma nova missão logística será lançada para a estação espacial internacional a 31 de Outubro. O lançamento do veículo de carga Progress MS-10 está previsto para ter lugar às 0053UTC e será levado a cabo por um foguetão 11A511U-FG Soyuz-FG a partir da Plataforma de Lançamento PU-6 do Complexo de Lançamento LC31 (17P32-6) do Cosmódromo de Baikonur.
O mês de Outubro poderá ainda assistir a três outros lançamentos orbitais. Um foguetão 15A05 Rokot/Briz-KM poderá ser lançado desde o Complexo de Lançamento LC133/3 do Cosmódromo GIK-1 Plesetsk, Arkhangelsk, para colocar em órbita três satélites Gonets-M (n.º 24, 25 e 26) além dos satélites Blits-M (1), Blits-M (2) e Radio-2017.
O foguetão Vector-R (Wolverine), da empresa Vector Launch, Inc., poderá ter o seu lançamento inaugural em Outubro. Lançado a partir de Kodiak, Alasca, o Vector-R deverá colocar em órbita o pequeno satélite Landmapper-HD.
A China poderá colocar em órbita no mês de Outubro o satélite oceanográfico HY-2B Haiyang-2B a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan utilizando um foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B. O lançamento será feito a partir do Complexo de Lançamento LC9.