O mês de Dezembro de 2018 termina com um total de 15 lançamentos orbitais, tendo sido colocados em órbita 145 satélites.
Até 31 de Dezembro, foram realizados 567 lançamentos orbitais neste mês, o que corresponde a uma média de 9,5 lançamentos e a 10,4% do total de lançamentos bem sucedidos realizados desde 4 de Outubro de 1957 (o mês de Janeiro é o mês com menos lançamentos orbitais – correspondendo a 6,0% dos lançamentos e a uma média de 5,3 lançamentos por mês de Janeiro desde 1957 – e o mês de Dezembro é o mês com mais lançamentos orbitais, correspondendo a 10,4% dos lançamentos e a uma média de 9,5 lançamentos por mês de Dezembro desde 1957).
O número de lançamentos orbitais bem sucedidos levados a cabo em 2018 (112) corresponde a 2,06% do total de lançamentos orbitais realizados desde 4 de Outubro de 1957. O ano de 2018 é o ano com mais lançamentos orbitais dos últimos 16 anos e temos de recuar até 1990 para encontrar um ano mais activo (116 lançamentos) do que o ano anterior!
Nesta altura, e levando em conta a imprevisibilidade de muitos calendários estabelecidos, o ano de 2019 perfila-se nesta altura para bater o recorde anual de lançamentos que está estabelecido em 129 ano ano de 1984. Para 2019 estão previstos nesta altura 193 lançamentos orbitais! Destes, estão previstos 58 lançamentos orbitais dos Estados Unidos (ULA, NGIS, SpaceX e Rocket Lab), 53 lançamentos da Rússia, 44 lançamentos por parte da China, 17 lançamentos por parte da Índia, 15 lançamentos por parte da Arianespace, 4 lançamentos por parte do Japão e 3 lançamentos por parte do Irão.
Tendo em conta os números anteriores, estes lançamentos distribuem-se pelos seguintes polígonos:
Estados Unidos
Máhia – 17
Cabo Canaveral AFS – 16
Centro Espacial Kennedy – 8
Vandenberg AFB – 6
Spaceport America (Mojave) – 5
MARS Wallops Island – 4
Kodiak – 2
Rússia
GIK-1 Plesetsk – 22
Baikonur – 19
Vostochniy – 12
China
Jiuquan – 17
Xichang – 12
Taiyuan – 10
Wenchang – 4
Marítimo – 1
Índia
Satish Dawan SHAR – 17
Arianespace
CSG Kourou – 15
Japão
Tanegashima – 3
Uchinoura – 1
Irão
Semnan (IKSLC) – 3
Lançamentos orbitais em Janeiro de 2019
Para Janeiro de 2019 estão previstos 7 lançamentos orbitais, mas este mês poderá assistir a 13 lançamentos provenientes dos Estados Unidos (SpaceX e ULA), China, Japão, Arianespace e Índia.
O primeiro lançamento orbital de 2019 está previsto para as 1548UTC do dia 8, com o foguetão Falcon-9 (B1049.2) da SpaceX a ser lançado do Complexo de Lançamento SLC-4E da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia, para colocar em órbita dez novos satélites Iridum-NEXT, nomeadamente os satélites Iridium-NEXT (167), Iridium-NEXT (168), Iridium-NEXT (169), Iridium-NEXT (170), Iridium-NEXT (171), Iridium-NEXT (172), Iridium-NEXT (173), Iridium-NEXT (175), Iridium-NEXT (176) e Iridium-NEXT (180).
A China irá realizar o seu primeiro lançamento orbital de 2019 a 9 de Janeiro com um foguetão CZ-3B Chang Zheng-3B/G2 a ser lançado desde o Complexo de Lançamento LC2 do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang transportando a bordo o satélite de comunicações ZX-2D Zhongxing-2D (ChinaSat-2D). Possivelmente o ZX-2D será o terceiro satélite da série ST Shentong de satélites de comunicações militares baseados na plataforma DFH-4.
O Japão vai realizar um novo lançamento orbital desde o Centro Espacial de Uchinoura, Kagoshima, às 0050:20UTC do dia 17 de Janeiro. A bordo do foguetão Epsilon-2CLPS (ε-4) estarão os satélites RAPIS-1, Hodoyoshi-2 (RISESAT), ALE-1, MicroDragon, OrigamiSat-1, Aoba VELOX-IV e NEXUS.
Desenvolvido pela JAXA e pela Axelspace, o satélite RAPIS 1 (Rapid Innovative Payload Demonstration Satellite 1), é um pequeno satélite de demonstração para testar novas tecnologias no espaço.
O Hodoyoshi-2 ou RISESat (Rapid International Scientific Experiment Satellite) foi desenvolvido pela Universidade de Tóquio e pelo consórcio RISESat, e é um pequeno satélite experimental de observação da Terra, cientifico e de demonstração tecnológica.
O ALE-1 (Astro Live Experiences 1) é um pequeno satélite de demonstração desenvolvido pela Astro Live Experiences, que irá produzir uma chuva de estrelas artificial.
O satélite MicroDragon foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Satélites do Vietname e servirá para demonstração tecnológica.
O OrigamiSat-1 (OrganizatIon of research Group on Advanced deployable Membrane structures for Innovative space science Satellite) é um CubeSat-3U projectado no Instituto de Tecnologia de Tóquio para demonstrar estruturas avançadas de membranas em órbita.
O AOBA-VELOX-4 é uma missão conjunta entre a Universidade Tecnológica de Nanyang (Singapura) e o Instituto de Tecnologia de Kyushu (Japão) para desenvolver um CubeSat-2U para demonstração tecnológica e observação do horizonte brilhante lunar a partir da órbita terrestre baixa.
O NEXUS (Next Generation X Unique Satellite) é um CubeSat-1U projectado na Universidade de Nihon em colaboração com a associação AMSAT Japonesa (JAMSAT) com o objectivo de demonstrar um satélite de rádio amador da nova geração.
A SpaceX irá realizar a sua missão de demonstração da cápsula espacial Crew Dragon na missão não tripulada SpX-DM1 que deverá ser lançada às 0100UTC do dia 18 de Janeiro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Falcon-9 (B1051.1) a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy, ILha de Merritt.
A Arianespace vai realizar a sua primeira missão em 2019 no dia 23 Janeiro ao colocar em órbita dois novos satélites de comunicações. O lançamento da missão VA247 será levado a cabo por um foguetão Ariane-5ECA a partir do Complexo de Lançamento ELA3 do CSG Kourou, Guiana Francesa. A bordo estarão os satélites HS4-SGS1 (Hellas-Sat-4, SaudiGeoSat-1) e GSat-31.
O HS4-SGS1 (Hellas-Sat-4, SaudiGeoSat-1) é um satélite de comunicações geostacionário para a Hellas Sat que pertence à Arabsat. É baseado na plataforma LM-2100 e foi construído pela Lockheed Martin. O GSat-31 é um satélite de comunicações geostacionário desenvolvido pela ISRO.
A United Launch Alliance (ULA) irá levar a cabo o lançamento do satélite de comunicações militar WGS-10 a 25 de Janeiro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Delta IV-M+(5,4) (D383) a partir do Complexo de Lançamento SLC-37B do Cabo Canaveral AFS. Os satélites Wideband Global Satcom são desenvolvidos pela Boeing Satellite Systems e são baseados na plataforma BSS-702.
Existem sete lançamentos previstos para Janeiro de 2019 que ainda não têm uma data estabelecida.
Adiado de Novembro devido a razões não especificadas e sucessivamente adiado desde 8 de Dezembro devido a razões técnicas, o satélite espião KH-11 (17) deverá ser lançado pela ULA, na missão NROL-71, em Janeiro de 2019 pelo foguetão Delta IV-Heavy (D381) a partir do Complexo de Lançamento SLC-6 da Base Aérea de Vandenberg. Os satélites KH-11 são desenvolvidos pela Lockheed Martin.
A Índia poderá levar a cabo três lançamentos orbitais em Janeiro. A missão lunar Chandrayaan-2 (composta por um módulo orbitador, por um módulo de descida e por um veículo robótico) será lançada numa janela de lançamento entre 31 de Janeiro e 16 de Fevereiro. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão GSLV MkIII (M1) a partir do Complexo de Lançamento SLP do Centro Espacial Satish Dawan SHAR, ILha de Sriharikota. A missão PSLV-C44 será lançada a partir do Complexo de lançamento FLP e irá colocar em órbita o satélite EMISat e o satélite Microsat-R. A missão PSLV-C45 irá colocar em órbita o satélite RISAT-2B a partir do Complexo de lançamento FLP.
O voo de teste do sistema de lançamento da Virgin Orbit deverá ter lugar em Janeiro com o conjunto Boeing 747 “Cosmic Girl”/LauncherOne a colocar em órbita uma carga simulada ou vários pequenos CubeSat. A missão terá início a partir do Spaceport America, Mojave, Califórnia.
Finalmente, a China deverá colocar em órbita um novo satélite de navegação para a sua rede de geoposicionamento global Compass. O satélite Beidou-2G8 será colocado em órbita em finais de Janeiro por um foguetão CZ-3C Chang Zheng-3C a partir do Complexo de Lançamento LC2 de Xichang. O foguetão CZ-11 Chang Zheng-11 deverá realizar uma nova missão orbital a partir do Centro de lançamento de Satélites de Jiuquan para colocar em órbita vários satélites.
Imagens: Arquivo pessoal do autor e Sítio Gunter’s Space Page.