O mês de Outubro de 2021 termina com um total de 11 lançamentos orbitais, dos quais 1 foi mal sucedido, tendo sido colocados em órbita 56 satélites.
Até 31 de Outubro, terão sido realizados 527 lançamentos orbitais neste mês, o que corresponde a uma média de 8,4 lançamentos e a 9,2% do total de lançamentos bem sucedidos realizados desde 4 de Outubro de 1957 – o mês de Janeiro é o mês com menos lançamentos orbitais com uma média de 5,5 lançamentos por mês de Janeiro, correspondendo a 6,0% do total de lançamentos e o mês de Dezembro é o mês com mais lançamentos orbitais, correspondendo a 10,4% dos lançamentos e a uma média de 9,5 lançamentos por mês de Dezembro desde 1957.
O número de lançamentos orbitais bem sucedidos levados a cabo em 2021 (98) corresponde a 1,71% do total de lançamentos orbitais realizados desde 4 de Outubro de 1957.
Para Novembro de 2021 estão previstos 11 lançamentos orbitais com datas já definidas, podendo chegar aos 15 lançamentos.
Devido ao embargo na divulgação de informação sobre as actividades espaciais chinesas imposta pelo governo da China, existe agora uma grande incerteza sobre os lançamentos orbitais daquele país.
Serão somente apresentados os lançamentos com datas definidas à altura desta publicação.
O primeiro lançamento orbital de Novembro de 2021 deverá ter lugar no dia 3 com o lançamento da segunda missão Yaogan-32 por parte da China. Esta missão foi adiada em Setembro de 2021 devido a problemas técnicos com o seu foguetão lançador. A missão Yaogan-32-02 (composta por dois satélites) deverá ser lançada desde a plataforma de Lançamento 94 do Complexo de Lançamento LC94 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, a 3 de Novembro. O lançamento está previsto pelas 0743UTC e será realizado pelo foguetão Chang Zheng-2C/YZ-1S (Y41/Y4). Os satélites Yaogan-32 deverão ser satélites com aplicação militar na área da detecção de sinais de rádio.
A China deverá levar a cabo um lançamento orbital a 5 de Novembro a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. Nesta altura desconhece-se qual o foguetão lançador a ser utilizado bem como a carga a ser colocada em órbita.
A Astra Space, LLC irá tentar efetuar o lançamento da missão STP-27AD2 a 5 de Novembro, pelas 0400UTC. O lançamento será realizado pelo foguetão Rocket 3.3 (LV0007) a partir da Plataforma de Lançamento LP-3B do Kodiak Pacific Space Center, Alasca.
O Japão vai colocar em órbita nove satélites utilizando o foguetão Epsilon-2CLPS a 7 de Novembro. O lançamento está previsto para as 0051:21UTC e terá lugar a partir do Centro Espacial de Uchinoura, Kagoshima. A bordo do foguetão Epsilon-2CLPS (ε-5) estarão os satélites RAISE-2, DRUMS, Hibari, Z-Sat, TeikyoSat 4 (Ooruri), ASTERISC, ARICA, NANODRAGON e KOSEN-1.
O RAISE-2 (Rapid Innovative Payload Demonstration Satellite 2) é um satélite de demonstração com a missão de testar novas tecnologias em órbita. O satélite, com uma massa de 110 kg foi desenvolvido e será operado pela JAXA. O satélite Hibari é uma missão de avaliação tecnológica japonesa desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Tóquio. O satélite tem como objectivo testar um novo método de controlo de atitude para conseguir uma maior precisão de orientação para o seu pequeno telescópio. Desenvolvido pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI), o satélite Z-Sat irá demonstrar uma tecnologia que irá permitir uma observação mais precisa das fontes de calor ao sobre impor imagens obtidas em diferentes comprimentos de onda, utilizando uma câmara de infravermelhos próximos e afastados, para assim desenvolver uma constelação orbital para a monitorização de infraestruturas terrestres. O Z-Sat tem uma massa de 46 kg.
Com uma massa de 62 kg, o satélite DRUMS (Debris Removal Unprecedented Micro Satellite) é uma missão de demonstração tecnológica projectada pela Kawasaki Heavy Industries para desenvolver instrumentos para a observação, aproximação e captura de detritos orbitais. O TeikyoSat-4 é um satélite com uma massa de 52 kg que irá testar uma nova plataforma capaz de realizar de forma automática experiências na área da Biologia, Engenharia Mecânica ou Física, utilizando os efeitos da microgravidade em órbita. O satélite é também designado ‘Ooruri’ e foi desenvolvido pela Universidade de Teiko.
Baseado no modelo CubeSat-3U e tendo uma massa de 4 kg, o satélite ASTERISC foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Chiba e está equipado com um sensor de poeira semelhante a uma membrana que será utilizado para a observação e estudo da poeira orbital. O NanoDragon é um CubeSat-3U vietnamita desenvolvido pelo Centro Nacional Espacial do Vietname. Tem uma massa de 3,8 kg e será utilizado para demonstrar a efectividade de um novo computador de bordo para CubeSats (OBC).
O KOSEN-1 é um CubeSat-2U construido pelo Centro de Exploração e Investigação Planetária do Kochi National College of Technology com o objectivo de ser utilizado para observações rádio de Júpiter utilizando um CubeSat especialmente projectado e equipado para ser muito preciso na sua orientação. O satélite está equipado com duas rodas de reacção ultrafinas, bem como com um novo sistema de ‘software’. Em órbita irá estender uma antena de 7 metros para o estudo de Júpiter. O KOSEN-1 tem uma massa de 3 kg. Com uma massa de 1 kg e baseado no modelo CubeSat-1U, o pequeno ARICA é um satélite de teste desenvolvido pela Universidade Aoyama Gakuin para comunicações com satélites comerciais tais como os Iridium ou Globalstar, que irão então estabelecer uma ligação entre estes satélites e o solo.
Uma nova tripulação para a estação espacial internacional (Expedição 66/67) deverá ser lançada 0336UTC do dia 7 de Novembro a bordo da missão USVC-3. A missão será lançada pela SpaceX para a NASA, utilizando o veículo Crew Dragon C210 Endurance no seu primeiro voo orbital. Será utilizado o foguetão Falcon 9-127 (B1067.2) lançado a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy, Ilha de Merritt, Florida.
A Crew-3 é composta por Raja Jon Vurputoor Chari (Comandante, EUA), Thomas Henry Marshburn (Piloto, EUA), Matthias Josef Maurer (Especialista de Missão 1, Alemanha) e por Kayla Sax Barron (Especialista de Missão 2, EUA).
A RocketLab irá realizar dois lançamentos orbitais em Novembro, com o primeiro a estar previsto para o dia 11. Esta é a missão ‘Love At First Insight’ que será lançada pelo foguetão Electron/Curie (F22). O lançamento terá lugar a partir do Complexo de Lançamento LC-1A do Centro de Lançamentos de Onenui (Máhia, Nova Zelândia). A bordo estarão os satélites BlackSky-10 (BlackSky Global 12) e BlackSky-11 (BlackSky Global 13).
A constelação de satélites BlackSky é um conjunto de microsatelites da BlackSky para observação terrestre, com uma resolução de 1 metro.
Estes satélites possuem um sistema de imagens SpaceView-24 construído pela Exelis da Harris Corp com uma abertura de 24 cm. Conseguem imagens do solo com uma resolução de 0,9 a 1,1 a uma altitude orbital de 500 km. São munidos de uma propulsão a bordo para 3 anos. Os satélites são construídos pela Spaceflight Services e são baseados no modelo SCOUT.
Os satélites operacionais Block 2 são caracterizados pelas suas melhorias em relação aos pioneiros Block 1. Têm painéis solares maiores e podem produzir imagens em quatro bandas e em modo pancromático. Cada um pode produzir 1000 imagens por dia, quer em modo de fotografia, quer em modo de vídeo.
A segunda missão da RocketLab em Novembro terá lugar no dia 27. A missão ‘A Data With Destiny’ será lançada pelo foguetão Electron/Curie (F23) e irá transportar os satélites BlackSky-12 (BlackSky Global 14) e BlackSky-13 (BlackSky Global 15).
A Arianespace vai levar a cabo o lançamento dos três satélites CERES a 15 de Novembro. Com ignição prevista para as 0927UTC, o lançamento será levado a cabo pelo foguetão Vega (VV20) a partir do Complexo de Lançamento ZLV do CSG Kourou, Guiana Francesa.
Desenvolvidos pela Thales Alenia Space (modelo) e pela Airbus Defence and Space (carga), os satélites CERES (Capacité de Renseignement Electromagnétique Spatiale) fazem parte de um sistema francês de inteligência electrónica que integra três satélites localizados a pouca distância, projectados para detectar e localizar sinais no solo.
O satélite STPSat-6 será colocado em órbita a 22 de Novembro pela United Launch Alliance. Esta será a missão AV-093 e será lançada por um foguetão Atlas-V/551 a partir do Complexo de Lançamento SLC-41 do Cabo Canaveral SFS, Florida. O STPSat-6 é um satélite experimental para o Space Test Program (STP) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. É baseado na plataforma A-500 da Northrop Grumman Innovation Systems e irá transportar várias experiências para a órbita geoestacionária, sendo a experiência principal o SABRS-3 (Space and Atmospheric Burst Reporting System), que irá proporcionar a detecção de detonações nucleares e dados do ambiente espacial, sendo projectado para complementar os detectores de detonações nucleares a bordo dos actuais satélites GPS.
Nesta missão será também lançado o LDPE-1 (Long Duration Propulsive EELV Secondary Payload Adapter (ESPA)) que é um satélite experimental construído para o Air Force Space and Missiles Center (AFSMC) para transportar pequenas cargas e colocar pequenos satélites em órbita.
A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) da NASA será lançada a 24 de Novembro, pelas 0620UTC, pela SpaceX. O lançamento será levado a cabo pelo foguetão Falcon-9 (B1063.3) a partir do Complexo de Lançamento SLC-4E da Base das Forças Espaciais de Vandenberg, Califórnia.
O DART será a primeira missão espacial a demonstrar um impacto num asteróide com um impactor cinético. Em Outubro de 2022, a sonda deverá interceptar o asteróide Dimorphos, o membro secundário do sistema (65803) Didymos, um sistema binário cujas características são de grande interesse para os esforços de defesa planetária desenvolvidos pela agência espacial norte-americana.
A bordo estará também o CubeSat-6U LICIACube, desenvolvido pela Itália, e que será libertado pouco antes do impacto para assim monitorizar os efeitos do evento. O projecto do LICIACube (Light Italian Cube sat for Imaging of Asteroids) foi coordenado pela agência espacial italiana para o desenvolvimento de um pequeno satélite construído nos laboratórios Argotec, Turin.
O pequeno módulo russo Prichal será lançado para a ISS a 24 de Novembro. O lançamento está previsto para as 1306UTC e será levado a cabo pelo foguetão 14A14-1b Soyuz-2.1b (Ya15000-054) a partir da Plataforma de Lançamento PU-6 do Complexo de Lançamento LC31 ‘Vostok’ do Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão.
Designado UM (Uzlovoy Module) está equipado com vários portos de acoplagem e será adicionbado à secção russa da ISS. O Prichal será transportado por um veículo Progress MS modificado (Progress-MS-UM e será acoplado no porto nadir do módulo MLM Nauka. O Prichal irá permitir a adição de novos módulos (4 portos) e a acoplagem de veículos tripulados ou de carga.