Está em Santa Maria, nos Açores, e é a nova aquisição na infraestrutura terrestre mundial do sistema Galileo.
Esta nova estação, a Galileo Sensor Station, junta-se a uma vasta rede de estações de monitorização do sinal, intervalos do relógio e posição dos satélites Galileo em órbita da Terra.
A cerimónia formal de inauguração aconteceu a 26 de marco e foi presidida pelo Secretário Regional do Turismo e dos Transportes, dos Açores, Vítor Fraga, e pelo gestor de compras para o sector de terra, da ESA, para o Galileo, Syvain Loddo.
A antena omnidirecional da estação tem apenas meio metro de extensão, mas também exige uma fonte de alimentação e uma casa de guarda bem como um par de pequenas antenas de satélite VSAT para ligar a estação ao Segmento de Terra mundial do Galileo.
Na ilha de Santa Maria já estava instalada uma estação de seguimento, a Estrack, usada para seguir lançamentos europeus em Kourou, na Guiana Francesa.
A nova estação ficou mesmo ao lado da primeira, no local conhecido como Monte das Flores, em terreno que é propriedade do Governo Regional dos Açores.
Este local cumpre todos os requisitos para o Galileo: está longe de áreas construídas, é um terrenos plano, com boa visibilidade do céu em todas as direcções.
As duas estações foram construídas pela empresa portuguesa Edisoft, que faz parte do Grupo Thales. Responsável também pela gestão e manutenção das duas estruturas.
No final deste ano, a estação açoriana irá passar a ter também um farol, usado no sistema de Busca e Salvamento do Galileo. Fazendo parte do sistema internacional Cospas-Sarsat, a constelação de órbita média do Galileo está preparada para apanhar sinais de UHF de faróis de emergência, a bordo de navios, aviões ou indivíduos para transmissão aos serviços de emergência mais próximos.
É curioso notar que Santa Maria teve um papel importante na história dos Descobrimentos, já que Cristóvão Colombo terá lá ancorado, na sua caravela, em Fevereiro de 1493, tendo acabado de descobrir as Américas.
O clima em Santa Maria é temperado, mas é de notar que estações semelhantes foram instaladas por todo o mundo, das ilhas tempestuosas do Árctico à gelada Antárctida.
Os vários locais com Estações do Galileo irão trabalhar em conjunto de forma a fazerem medições, apontando para o mesmo satélite, tentando identificar qualquer desvio na órbita que possa reduzir a precisão do satnav. Isto é na verdade o inverso do que costuma acontecer, com vários satélites a apontar para o receptor do utilizador.
A estação de terra do Galileo também inclui uma série de Estações Uplink, maiores, que servem para transmitir mensagens de navegação, incluindo correcções para retransmissão aos utilizadores, bem como Estações de Telemetry, Tracking and Command, para inspeccionar a plataforma do satélite. Um par de centos de controle, em Fucino, Itália, e Oberpfaffenhofen, na Alemanha, inspeccionam os satélites e os seus serviços de navegação.
Os primeiros quatro satélites Galileo já estão em órbita e operacionais. Ao longo deste ano outros satélites irão juntar-se-lhes, com os primeiros serviços do Galileo marcados para começar no final deste ano.
Notícia e imagem: ESA