Explorer-6 – estudando a ionosfera e a magnetosfera

Desenvolvido pela TRW Space Technology Laboratory (STL) para a NASA, o satélite S-2 – designado Explorer-6 quando em órbita terrestre – foi um pequeno satélite esferoidal projetado para estudar radiação de várias energias aprisionada no campo magnético terrestre, raios cósmicos galácticos, geomagnetismo, propagação de rádio na atmosfera superior e o fluxo de micro meteoritos. O satélite também testou um dispositivo de digitalização projetado para fotografar a cobertura de nuvens da Terra. O Explorer-6 foi o primeiro satélite a transmitir uma fotografia da Terra.

O Explorer-6 foi lançado às 1423UTC do dia 7 de Agosto de 1959 pelo foguetão Thor Able III (134) a partir do Complexo de Lançamento LC17A do Cabo Canaveral. Recebeu a Designação Internacional 1959 Delta 1 (1959-004A) e foi catalogado com o número 00015.

Após o lançamento, o Explorer-6 ficou colocado numa órbita altamente elíptica com um perigeu a 237 km de altitude, apogeu a 41.900 km de altitude, inclinação orbital de 47,9º e período orbital de 754 minutos.

Cada experiência a bordo (os detectores de radiação) estava equipada com duas saídas, digital e analógica. O satélite utilizava um transmissor UHF para o envio da telemetria digital e para o sinal de TV. Dois transmissores VHF foram usados para transmitir o sinal analógico e eram operados de forma contínua. O transmissor UHF funcionou apenas algumas horas por dia.

Para o fornecimento de energia, o satélite estava equipado com quatro pás equatoriais cobertas de células solares para recarregar as baterias de bordo. Porém, apenas três das pás solares ficaram totalmente erguidas. Isto aconteceu durante a fase de estabilização do satélite por rotação e não após esta fase, o que levou a que a operação inicial da fonte de alimentação da carga útil tivesse sido apenas 63% do nominal. De facto, o processo de recarga das baterias foi-se a deteriorar ao longo do tempo. A diminuição da potência causou uma relação sinal-ruído mais baixa, afectando a maioria dos dados, especialmente perto do apogeu.

A 11 de Setembro de 1959 ocorria a falha de transmissor VHF e o último contacto com a carga útil foi feito a 6 de Outubro desse ano. Nesta altura, a corrente de carga das células solares havia caído abaixo do necessário para manter em funcionamento os equipamentos do satélite. Um total de 827 horas de dados analógicos e 23 horas de dados digitais haviam sido obtidos.

No dia 13 de Outubro de 1959 o Explorer-6 serviria de alvo para a realização de um teste anti-satélite utilizando o sistema Bold Orion. Lançado a partir da Atlantic Missile Range Drop Zone, o míssil passou a 6,4 km do satélite, a uma altitude de 252 km.

O Explorer-6 reentrava na atmosfera terrestre a 1 de Julho de 1961.