O objectivo da ESA de remover satélites abandonados de órbita está a avançar, enquanto se prepara um projecto da missão para ser apresentado aos ministros europeus no próximo ano para aprovação.
A missão e.Deorbit surgiu através da iniciativa da ESA Clean Space, que tem como objetivo reduzir o impacto ambiental da indústria espacial, no domínio terrestre e no espacial.
A quantidade de lixo espacial tem vindo a aumentar implacavelmente, à medida que os objectos vão colidindo, originando por sua vez outras colisões. Para que seja possível manter as valiosas e muito movimentadas órbitas baixas, é imperioso portanto remover os grandes objectos em grande risco de colisão das órbitas baixas.
A missão está planeada da seguinte forma: escolhe-se um objecto abandonado nesta região, o mesmo é capturado e depois nave e satélite entram em combustão através de uma reentrada controlada na atmosfera.
Depois de demonstrada esta abordagem, múltiplas missões por ano serão lançadas – e o e.Deorbit está a ser desenhado com vários voos em mente.
Em linguagem da indústria espacial, o e.Deorbit completou a sua ‘Phase-A’, de análise preliminar que começou em Janeiro 2014. Com vários aspectos já terminados, segue agora para a ‘Phase-B1’.
O objetivo agora é levar o e.Deorbit até um ponto em que esteja pronto a ser construído caso o Conselho de Ministros de dezembro de 2016 aprove o lançamento em 2021.
Vários estudos no Concurrent Design Facility da ESA já definiram aspectos da missão, que irá adaptar o andar superior do foguete Vega como plataforma para o sistema de captura.
A proposta da captura por harpão foi eliminada, por ser demasiado difícil para já, persistindo as alternativas como o braço robótico ou as redes. A proposta inicial de transportar os detritos para órbitas mais altas e menos movimentadas também foi eliminada em favor desta estratégia de transporte para baixo.
“Estou muito satisfeito com o progresso que temos vindo a fazer,” disse Robin Biesbroek, responsável pelo projecto. “Nesta fase vamos entrar nos detalhes no conceito das operações, desenho do subsistema e.Deorbit, e principalmente a captura e fase de retirada dos objetos da órbita.
“Serão feitas várias simulações, não só para os casos padrão, mas também para casos mais raros ”
Na fase que se segue, serão definidas as especificações técnicas da missão, em torno de diversos objetivos, o mais importante dos quais é minimizar o risco para as pessoas em terra para valores inferiores a um em 10 mil.
O próximo passo da e.Deorbit será a revisão do seu sistema de requisitos, prevista para Maio-Junho de 2016.
Notícia e imagem: ESA