Os controladores Russos estão a levar a cabo todos os esforços para tentar recuperar o veículo de carga Progress M-27M que foi colocado em órbita a 28 de Abril de 2015.
As indicações de que algo estava mal com o Progress M-27M surgiram minutos após a sua entrada em órbita quando o Centro de Controlo de Korolev não conseguiu confirmar a abertura das antenas do sistema de aproximação e acoplagem KURS devido ao facto de haver uma intermitente recepção de telemetria por parte do veículo em órbita. Mais tarde, uma análise dos parâmetros orbitais mostrou que o Progress M-27M se encontrava numa órbita anómala possivelmente devido a um sobredesempenho por parte do terceiro estágio do foguetão lançador. O apogeu orbital deveria ser de 238 km, mas o veículo ficou colocado numa órbita com um apogeu de 278 km (a tolerância deveria ser de +/- 5 km).
Imagens posteriores obtidas a partir do Progress M-27M mostraram que este se encontrava com uma falha grave no seu controlo de atitude, tendo uma rotação em relação a um eixo transversal na ordem dos 120º/s. Esta é uma situação muito grave que a piorar poderá causar problemas de integridade física ao veículo.
Os controladores Russos irão agora tentar utilizar o sistema TORU para controlar o Progress M-27M. O sistema TORU ( do Russo Телеоператорный Режим Управления) é um sistema de acoplagem manual que é utilizado nos veículos tripulados Soyuz TMA-M e nos veículos de carga Progress M-M e que serve se sistema suplente do sistema KURS. O sistema pode ser utilizado pelos cosmonautas a partir da ISS ou a partir do centro de controlo no solo. O sistema é composto por duas alavancas que podem ser utilizados para controlar o veículo. O sistema também inclui uma câmara que está montada sobre a sonda de ancoragem e que proporciona uma imagem visual quando o sistema é controlado a partir da estação.
Pode-se dizer que a situação nesta altura não é animadora e o prospecto de se perder o Progress M-27M é bastante claro. No entanto, esta situação não coloca em perigo a tripulação da Expedição 43 a bordo da estação espacial internacional.
Em termos estatísticos este é o segundo problema grave registado com um veículo de carga Progress desde a sua primeira utilização nos anos 70.