A Comissão de Inquérito Independente estabelecida após os problemas registados durante a missão VA241 de um foguetão Ariane-5ECA a 25 de Janeiro de 2018, publicou as suas conclusões no dia 22 de Fevereiro.
A causa da anomalia registada durante a missão foi perfeitamente compreendida e as recomendações foram claramente identificadas. A Arianespace e o ArianeGroup estão agora a implementar estas recomendações e as actuais campanhas de lançamento com os foguetões Soyuz e Ariane-5ECA estão a decorrer no Centro Espacial de Guiana, Guiana Francesa, como previsto. Estas missões terão lugar em Março de 2018.
Durante a missão VA241, a telemetria proveniente do foguetão Ariane-5ECA foi perdida aos 9 minutos e 26 segundos de voo devido a um desvio na trajectória. Os sinais provenientes dos dois satélites foram detectados após a duração nominal da missão e ambos os veículos foram confirmados encontrarem-se em bom estado, mas numa órbita com uma inclinação de 20º, em vez dos 3º previstos. As altitudes do apogeu e perigeu, porém, encontravam-se muitos próximos dos valores previstos (249 x 45.234 km). A análise dos dados recebidos durante os primeiros minutos de voo, e a reconstituição da sua trajectória, confirmaram que o lançador e o programa de voo operaram de forma perfeita. Os satélites encontram-se agora no processo de atingir as suas órbitas finais, utilizando os seus sistemas de propulsão.
Após a anomalia, a Arianespace solicitou à European Space Agency (ESA) a 26 de Janeiro para criar uma Comissão de Inquérito Independente que seria dirigida por Toni Tolker-Nielsen, Inspector Geral da ESA.
As investigações levadas a cabo mostraram que a anomalia na trajectória resultou de um valor incorrecto nas especificações para a implementação dos dois sistemas de referência inercial do lançador. Dados os requisitos especiais para esta missão, o azimute requerido para o alinhamento das unidades inerciais era de 70º em vez de 90º, como acontece na maior parte das missões para a órbita de transferência geostacionária. Esta diferença levou a um desvio de 20º para Sul na trajectória nos segundos iniciais de voo. Assim, a causa do desvio da trajectória foi devido a uma má especificação de um dos parâmetros da missão que não foi detectado durante as verificações de qualidade levadas a cabo na cadeia de preparação do lançador.
O trabalho da Comissão de Inquérito Independente sublinhou a necessidade de aumentar a robustez do controlo de certos dados utilizados na preparação da missão. As suas recomendações têm como intenção de fortalecer o processo de desenvolvimento e verificação de documentos necessários para a preparação do lançador e de introduzir consistentes verificações adicionais.