Já passaram dois incríveis anos desde que o perseguidor de cometas Rosetta da ESA chegou ao Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko a 6 de Agosto de 2014.
Durante esse tempo, a Rosetta mapeou a forma curiosa do cometa e deu-nos vistas inspiradoras de perto e de longe, detectando alterações nas suas características da superfície e observando como jatos de gás e poeira fluem para o espaço – às vezes inesperadamente em explosões súbitas.
A sonda realizou voos rasantes arrojados e excursões distantes para recolher amostras de gases, poeiras e plasma a uma gama de distâncias, dando uma visão sem precedentes sobre os processos que ocorrem no cometa e como interage com o seu ambiente ao lançar-se através do espaço.
Em dois anos, o cometa viajou cerca de 1.5 mil milhões de km ao longo da sua órbita à volta do Sol, passando através de periélio em Agosto passado – a sua maior aproximação ao Sol – exibindo um fogo-de-artifício espetacular à medida que a sua atividade atingiu o máximo.
Ao contrário do sucedido no ano passado, quando o cometa se encontrava tão activo que a Rosetta só podia observá-lo a partir de uma distância segura de 200-300 km, desde então, a actividade diminuiu e a sonda espacial está agora a funcionar a distâncias muito mais perto, como se observa nesta imagem, capturada a 6 de Agosto de 2016 a uma distância de 8.5 km. A escala é de 0.7 m/pixel e a imagem mede cerca transversalmente de 700 m.
A imagem mostra um plano de uma parte do lobo pequeno do cometa, encapsulando uma grande depressão conhecida como Hatmehit e as suas paredes de penhascos íngremes (esquerda) e o contraste do terreno fortemente fracturado de Wosret (em baixo) e Bastet (em cima). Uma porção do horizonte também se vê ao longe, na parte superior direita.
Variações locais de topografia e grandes rochedos individuais lançam sombras impressionantes em todo o cenário. Por exemplo, os detalhes da borda do penhasco na parte superior esquerda estão registados nas sombras que lançam sobre o andar de baixo.
A área perto da parte inferior da fotografia tem sido o foco das campanhas de imagem que tentam encontrar o módulo Philae da Rosetta, onde se pensa ter ressaltado em Novembro de 2014, mas ainda não foi confirmado.
Com a Rosetta ainda a voar ao seu lado, o cometa está agora de regresso à parte exterior do Sistema Solar. Como tal, a potência está a diminuir, e a emocionante missão da Rosetta irá concluir em breve num grande final: irá realizar um impacto controlado na superfície do cometa a 30 de Setembro.
Notícia e imagem: ESA