China lança Yaogan Weixing-20

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Após uma paragem de cerca de quatro meses desde o seu último lançamento orbital, a China colocou em órbita três satélites na missão YG-20 Yaogan Weixing-20. O lançamento teve lugar às 0545:03,343UTC do dia 9 de Agosto de 2014 e foi levado a cabo pelo foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C (Y14) a partir da Plataforma de Lançamento 603 do Complexo de Lançamento LC43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan.

A missão YG-20 é composta por três satélites (tripletos) que executam missões semelhantes aos satélites norte-americanos NOSS (Naval Ocean Surveillance Satellites), isto é são satélites de vigilância oceânica detectando os sinais electrónicos enviados a partir de embarcações que percorrem os oceanos.

Todas as fases do lançamento decorreram como previsto e os satélites foram colocados nas órbitas predeterminadas.

Com lançamentos regulares desde 2006, os satélites Yaogan Weixing são referidos pelas autoridades chinesas como sendo utilizados para a realização de experiências científicas, detecção remota de recursos terrestres, monitorização de colheitas e auxilio na redução e prevenção de desastres naturais. Porém, a designação destes satélites esconde o seu verdadeiro objectivo.

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A série Yaogan Weixing

No passado a então União Soviética utilizou a designação ‘Cosmos’ para esconder a verdadeira natureza de centenas e centenas de satélites que colocava em órbita, atribuindo-lhes uma natureza científica. Porém, cedo os especialistas Ocidentais estranharam tamanho investimento na Ciência por parte de uma nação e concluíram que a maior parte desses satélites teria uma aplicação militar.

Nos nossos dias algo de semelhante poderá estar a ocorrer com os satélites chineses da série Yaogan. Segundo as autoridades chinesas estes satélites são utilizados para a realização de experiências científicas, para levarem a cabo a detecção remota de recursos terrestre e estimar colheitas e para auxiliar nas tarefas de prevenção e redução de desastres naturais. Tirando estes objectivos, nada mais é referido sobre estes veículos.

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Dos satélites até agora colocados em órbita foram identificados três tipos, sendo alguns satélites destinados para a observação electro-óptica digital, outros para a observação utilizando radares SAR (Synthetic Aperture Radar) e outros para a escuta das transmissões electrónicas oceanográficas. Os satélites de observação electro-óptica digital foram desenvolvidos pela 5ª Academia do CASC, enquanto que os satélites SAR foram desenvolvidos pela 8ª Academia do CASC.

A série de lançamento foi iniciada a 27 de Abril de 2006 com o lançamento do YG-1 Yaogan Weixing-1 por um foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C a partir do Centro de Lançamento de satélites de Taiyuan. O satélite foi colocado numa órbita com um apogeu a 621 km de altitude, perigeu a 602 km de altitude, inclinação orbital de 97,81º e período orbital de 96,93 minutos. Esta órbita foi posteriormente elevada para uma órbita circular operacional com um apogeu a 629 km de altitude, perigeu a 628 km de altitude, inclinação orbital de 97,87º e período orbital de 97,28 minutos. Ao se observar a carenagem de protecção de carga depressa se salienta o seu comprimento de 10 metros e o diâmetro de 3,8 metros. O YG-1 Yaogan Weixing-1 terá sido o primeiro satélite JB-5 Jianbing-5 destinado à observação através de um radar SAR.

O segundo satélite desta série seria lançado a 25 de Maio de 2007 por um foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan. O YG-2 Yaogan Weixing-2 era colocado numa órbita com um apogeu a 655 km de altitude, perigeu a 630 km de altitude, inclinação orbital de 97,85º e período orbital de 97,57 minutos. As autoridades chinesas anunciavam os mesmos objectivos para a missão, mas este lançamento diferia do anterior devido ao facto de o Yaogan Weixing-2 não ser a única carga presente a bordo do vector lançador sendo lançado também o satélite ZP-1 Zheda PiXing-1 ‘MEMS-Pico’ (31491 2007-019B). Este satélite teve como objectivo proporcionar uma plataforma orbital para o ensaio de novas tecnologias, tais como acelerómetros, micro-giroscópios e sensores de infravermelhos. Entretanto, os dados orbitais apontam para que o Yaogan Weixing-2 se encontre numa órbita com um apogeu a 658 km de altitude, perigeu a 631 km de altitude, inclinação orbital de 97,93º e período orbital de 97,61 minutos. Crê-se que na realidade que este tenha sido o primeiro de uma nova geração de satélites de reconhecimento digital electro-óptico JB-6 Jianbing-6. Estes satélites terão substituído os veículos FSW-4 que faziam regressar uma cápsula com filme contendo imagens obtidas durante a sua missão. Os novos satélites terão uma resolução de 0,6 metros a 1,9 metros.

Ainda em 2007, no dia 11 de Novembro, era lançado um foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C desde Taiyuan transportando o satélite YG-3 Yaogan Weixing-3. O satélite seria colocado numa órbita com um apogeu a 613 km de altitude, perigeu a 457 km de altitude, inclinação orbital de 97,85º e período orbital de 95,34 minutos. O perigeu orbital seria elevado a 14 de Novembro para os 613 km de altitude com o apogeu a ser colocado nos 624 km. O satélite atingiria posteriormente uma órbita circular operacional com um apogeu a 630 km de altitude, perigeu a 627 km de altitude, inclinação orbital de 97,84º e período orbital de 97,28 minutos. O YG-3 terá sido o segundo satélite Jianbing-5

O satélite YG-4 Yaogan Weixing-4 seria lançado no 1 de Dezembro de 2008 por um foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D desde Jiuquan. Mais uma vez os detalhes técnicos acerca do novo satélite foram inexistentes, mas tendo por base a análise levada a cabo aos três satélites predecessores da série os analistas ocidentais concluíram que este novo satélite poder-se-á tratar do segundo veículo da série militar JB-6 Jianbing-6 de reconhecimento digital. As observações ópticas dos satélites Jianbing-6 deverão complementar as observações SAR levadas a cabo pelos satélites da série militar Jianbing-5 (YG-1 Yaogan-1 e YG-3 Yaogan-3).

No dia 15 de Dezembro de 2008 era lançado desde Taiyuan um foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B transportando o satélite YG-5 Yaogan Weixing-5. Apesar de já há vários meses se aguardar pelo lançamento deste satélite, a sua natureza permanece, tal como acontece com os anteriores satélites Yaogan, envolta em mistério.

As referências iniciais a este lançamento indicavam a missão o primeiro satélite da série militar Jianbing-7. Não havendo muitos dados relativos a esta série de satélites crê-se que seja um novo tipo de satélite de observação. Observações posteriores verificaram que o satélite Zi Yuan-2 (3), também designado Jianbing-3 (3), havia sido removido da sua órbita antes do lançamento do Yangan-5. Esta manobra pode indicar que o Yangan-5 seja um novo tipo de satélite electro-óptico de 2ª geração que venha substituir os Jianbing-3.

Segundo o analista Phillip Clark, o satélite Yaogan-5 atingiu a sua órbita operacional a 20 de Dezembro ficando colocando numa órbita com um apogeu a 495 km de altitude, perigeu a 488 km de altitude e inclinação orbital de 94,44 minutos. De notar que o mesmo período orbital era utilizado pela série Jianbing-3, apesar de existiram ligeiras diferenças nas suas excentricidades orbitais o que resultava em apogeus e perigeus em altitudes diferentes.

A 21 de Abril de 2009 a secção de ciência e tecnologia da versão on-line do jornal People’s Daily, anunciava o lançamento do Yaogan Weixing-6 a 22 de Abril de 2009, referindo o lançamento de um satélite de detecção remota desde o Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan. O lançamento seria confirmado no mesmo dia pela agência de notícias Xinhua. O lançamento acabou por ter lugar às 0255:04,562UTC do dia 22 de Abril e foi levado a cabo por um foguetão CZ-2C Chang Zheng-2C/III. Mais uma vez, e segundo a agência Xinhua o satélite YG-6 Yaogan Weixing-6 seria utilizado para “estudos dos recursos terrestres, protecção e vigilância ambiental, planeamento urbano, estimativa de colheitas, redução e prevenção de desastres naturais, e para a realização de experiencias espaciais”. O Yaogan Weixing-6 foi desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai da Corporação Aeroespacial de Ciência e Tecnologia da China e segundo alguns analistas ocidentais, este satélite poderá ser o primeiro veículo da série militar JB-7 Jianbing-7, um novo tipo de veículo SAR de 2ª geração. Esta foi a primeira vez que um satélite Yaogan foi colocado em órbita por um foguetão CZ-2C Chang Zheng-2C com o satélite a ser colocado num novo tipo de órbita tendo em conta esta série de satélites apontando-se assim para um satélite com uma massa inferior a 2.700 kg (JB-5 Jianbing-5). Os parâmetros orbitais iniciais do satélite eram: apogeu a 517 km de altitude, perigeu a 485 km de altitude, inclinação orbital de 97,65º e período orbital de 94,63 minutos. A órbita foi posteriormente ajustada para um apogeu a 512 km de altitude, perigeu a 508 km de altitude, inclinação orbital de 97,59º e período orbital de 94,82 minutos.

A natureza do YG-6 acabou por ser revelada numa carta de felicitações enviada pela Academia de Ciências da China ao congratular o lançamento do satélite radar JB-7 Jianbing-7 (1).

Ainda antes do final de 2009 seriam lançados dois novos satélites desta série. A 9 de Dezembro era colocado em órbita o YG-7 Yaogan Weixing-7 por um foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D a partir de Jiuquan. O satélite, supostamente um veículo de observação electro-óptica, seria colocado numa órbita com um apogeu a 658 km de altitude, perigeu a 619 km de altitude, inclinação orbital de 97,84º e período orbital de 97,49 minutos. Os dados mais recentes mostram o satélite numa órbita com um apogeu a 661 km de altitude, perigeu a 622 km de altitude, inclinação orbital de 97,88º e período orbital de 97,56 minutos. A 15 de Dezembro era lançado um foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C que colocaria em órbita o satélite YG-8 Yaogan Weixing-8. A sua órbita inicial tinha um apogeu a 1.193 km de altitude, perigeu a 1.184 km de altitude, inclinação orbital de 100,50º e período orbital de 109,17 minutos. A órbita do Yaogan Weixing-8, supostamente um veículo de observação electro-óptica (de 3ª geração?), desvia-se completamente dos parâmetros orbitais dos seus antecessores (apogeu a 1.205 km de altitude, perigeu a 1.192 km de altitude, inclinação orbital de 100,46º e período orbital de 109,39 minutos). Juntamente com o satélite YG-8 Yaogan Wexing-8 foi colocado em órbita o pequeno satélite XW-1 Xi Wang-1 (36122 2009-072B).

A missão do tripleto de satélites YG-9 Yaogan Weixing-9 diferiu mais uma vez dos parâmetros verificados em quase todos os lançamentos anteriores. De facto a 5 de Março de 2010 eram colocados em órbita três satélites por um foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C desde. As imagens do lançamento que foram divulgadas mostraram uma carenagem de protecção de carga muito maior do que habitualmente seria de esperar para uma missão deste tipo, o que levantou suspeitas sobre a natureza da carga a bordo do CZ-4C Chang Zheng-4C. De facto, observações posteriores vieram a confirmar a presença de três objectos activos em órbita resultantes deste lançamento.

Ao se verificar os parâmetros orbitais dos objectos em órbita, notou-se uma semelhança com o tipo de parâmetros orbitais usualmente associados aos satélites NOSS norte-americanos. Estes satélites, usualmente lançados em tripletos, são utilizados para vigilância naval electrónica. O satélite Yaogan Weixing-9 é na realidade um conjunto de três satélites (um veículo principal e dois subsatélites). Certamente que as autoridades chinesas não irão revelar a natureza destes veículos, mas informações anteriormente publicadas por fontes chinesas e agora associadas a este lançamento, levam de facto a confirmar que a China terá assim dado início a um novo programa de vigilância marítima electrónica. Aparentemente os satélites terão sido fabricados na Academia de Tecnologia Espacial da China em Pequim

O satélite YG-10 Yaogan Weixing-10 foi lançado no dia 9 de Agosto de 2010. O lançamento teve lugar desde Taiyuan e foi levado a cabo por um foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C. O satélite foi colocado numa órbita inicial com um apogeu a 621 km de altitude, um perigeu a 607 km de altitude, inclinação orbital de 97,82º e período orbital de 96,98 minutos. Mais uma vez as autoridades chinesas referiram este satélite como um veículo destinado a tarefas de detecção remota, mas o YG-10 Yaogan Weixing-10 pode ser na realidade um veículo de observação SAR. Os dados mais recentes indicam que o satélite se encontra numa órbita circular com um apogeu a 629 km de altitude, um perigeu a 628 km de altitude, inclinação orbital de 97,83º e período orbital de 97,28 minutos.

O satélite YG-11 Yaogan Weixing-11 lançado a 22 de Setembro de 2010 terá sido um novo veículo de observação electro-óptica.

O programa SAR

Os radares SAR são um instrumento de microondas que produz imagens de alta resolução da superfície da Terra em quaisquer condições atmosféricas e em qualquer hora do dia. Um instrumento SAR pode medir tanto a intensidade como a fase da radiação microondas emitida, originando não só uma alta sensibilidade à textura mas também em algumas capacidades tridimensionais. Enquanto os sistemas ópticos convencionais para obtenção de imagens são menos efectivos durante a noite e em más condições atmosféricas, o sistema SAR gera a sua própria radiação microondas que pode penetrar nas nuvens, neblina, águas baixas e mesmo no solo para obter imagens de alta resolução da superfície da Terra bem como debaixo de água e a baixa profundidade no solo.

O desenvolvimento por parte da China da tecnologia SAR foi iniciado em finais dos anos 70 do Século XX. Em 1981 foi operado pela primeira vez o primeiro sistema SAR mono-polarizado transportado por um avião. O sistema foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Electrónica da Academia de Ciências da China. O primeiro sistema SAR multi-polarizado foi introduzido nos anos 90 para a monitorização de inundações. O primeiro sistema operacional em tempo real que poderia analisar as imagens a bordo de um avião e transmiti-las para estações no solo foi introduzido em 1994.

Há muito que a China planeava colocar em órbita um satélite SAR para obter imagens em alta resolução tendo em vista a sua aplicação em quaisquer condições atmosféricas, nomeadamente na localização de forças navais do Estreito de Taiwan. A China também desenvolveu um interesse particular na potencial aplicação civil destes sistemas após os danos provocados pelas inundações e deslizamento de terras originados pelos tufões de 1994. Enquanto que a China utilizava sistemas de detecção remota por observação óptica, surgiu um interesse particular na obtenção de imagens através de microondas que poderia penetrar na região Sul da China quase permanentemente coberta de nuvens. Crê-se que o sistema espacial SAR da China tenha beneficiado da sua cooperação com a Rússia e com a Europa.

Por seu lado, o Exército de Libertação do Povo vê a obtenção de imagens pelos sistemas SAR como vital para a sua capacidade do domínio da informação em futuros conflitos. Ao contrário dos sistemas ópticos passivos convencionais, os sistemas SAR espaciais podem levar a cabo através das nuvens, chuva, nevoeiro e poeiras para detectar alvos no solo ou subsolo, e pode ser útil para a criação de mapas militares detalhados. Os engenheiros chineses têm examinado os satélites SAR como um meio de detectar submarinos inimigos em águas pouco profundas.

A pesquisa e o desenvolvimento iniciais da primeira geração de sistemas SAR espaciais teve lugar em finais dos anos 80 e o desenvolvimento dos primeiros modelos deu-se em 1991. Em Maio de 1995 o Comité Estatal de Ciência e Tecnologia e o COSTIND aprovaram o desenho e os trabalhos associados aos sistemas de transmissão de dados em alta velocidade. Um sistema de simulação no solo para a primeira geração de satélites SAR foi desenvolvido pelo CAS e pelo BUAA em finais dos anos 90. Mesmo antes do lançamento da primeira geração de satélites SAR, já se havia iniciado a pesquisa da segunda geração destes sistemas. Segundo alguns relatórios, a segunda geração de satélites SAR estaria prevista para o 11º Plano de Desenvolvimento Quinquenal da China (entre 2006 e 2010).

As principais empresas estatais envolvidas no desenvolvimento do sistema SAR incluem o Instituto Académico da China para as Ciências Electrónicas (instrumentos SAR), Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai (desenho do satélite e veículo lançador CZ-4B), Instituto 501 e Instituto 504 da Academia de Tecnologia Espacial da China, Instituto de Pesquisa de Tecnologia Electrónica de Nanjing, Instituto de Equipamento Electrónico do Sudoeste e a Universidade de Aeronáutica e astronáutica de Pequim (BUAA).

O Instituto de Pesquisa Electrónica do CAS foi designado, ao abrigo do Projecto 863, para desenvolver um sistema SAR nacional desde os finais dos anos 80. São escassos os detalhes disponíveis acerca do sistema SAR transportado a bordo dos satélites JB-5 Jianbing-5, mas alguma informação do CAS revelou que o protótipo do SAR desenvolvido, utiliza a banda L e é capaz de duas opções de resolução. Em modo de alta resolução o sistema possui uma resolução de 5 metros e um campo de visão de 40 km. Por outro lado, no modo de baixa resolução o sistema tem uma resolução de 20 metros e um campo de visão de 100 km. O protótipo foi testado a bordo de um avião e os resultados foram satisfatórios.

Das 18 missões lançadas, três diferem de forma substancial das restantes por executarem um tipo de missão completamente diferente e pela sua estrutura ser distinta. Em Maio de 2012 surgiu nos fóruns de discussão na Internet chinesa uma interessante referência a um projecto denominado XX-8. Este projecto era descrito como estando composto por um satélite principal e dois satélites secundários. Vários analistas apontaram para o facto de o projecto XX-8 poder corresponder aos satélites militares JB-8 Jianbing-8. As missões YG-9, YG-16 e YG-17 são compostas por tripletos de satélites que executam missões semelhantes aos satélites norte-americanos NOSS (Naval Ocean Surveillance Satellites), isto é são satélite de vigilância oceânica detectando os sinais electrónicos enviados a partir de embarcações que percorrem os oceanos.

O foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C

CZ-4CO desenvolvimento do foguetão CZ-4C Chang Zheng-4C (Longa Marcha-4C) de três estágios tem como base o foguetão CZ-4B Chang Zheng-4B e surge pela necessidade de se desenvolver um lançador cujo estágio superior tivesse a capacidade de múltiplas ignições em órbita com o motor YF-40A. Para além desta capacidade, o CZ-4C possui anéis estruturais na base do primeiro e do segundo estágio, uma cobertura climatérica na secção inter-estágio (que é ejectada no lançamento) e uma carenagem de maiores dimensões (que foi pela primeira vez introduzida com o CZ-4B). Outras características incluem um sistema de de gestão de propolente no terceiro estágio, um sistema de controlo de lançamento automatizado e controlado de forma remota, novos procedimentos no teste dos sistemas do lançador, transmissão de dados e de telemetria melhorada, e um novo sistema de fornecimento de energia, para além de um novo computador de voo com uma melhor performance de calculo e um sistema de fornecimento de energia mais pequeno, porém mais eficaz, e um novo sistema de orientação com obtenção de dados de GPS. Assim, todas estas características permitem que o CZ-4C Chang Zheng-4C seja capaz de colocar em órbita cargas de maiores dimensões e com uma maior precisão em relação ao CZ-4B Chang Zheng-4B.

O lançador adopta também um novo procedimento de verificação e em vez de ser testado numa posição horizontal antes de ser erigido na plataforma de lançamento, o veículo pode ser montado e testado na plataforma ao mesmo tempo, reduzindo num terço assim o tempo de preparação para o lançamento.

O CZ-4C é capaz de colocar uma carga de 4.200 kg numa órbita terrestre baixa, 2.800 kg numa órbita sincronizada com o Sol a 900 km de altitude ou 1.900 kg numa órbita de transferência para a órbita geossíncrona.

No lançamento desenvolve uma força de 2.960.000 kN e a sua massa total é de cerca de 250.000 kg. Tem um comprimento total de 48,50 metros e um diâmetro de 3,35 metros.

Dados estatísticos

– Lançamento orbital: 5382

– Lançamento orbital com sucesso: 5034

– Lançamento orbital China: 202

– Lançamento orbital China com sucesso: 190

– Lançamento orbital desde Jiuquan: 71

– Lançamento orbital desde Jiuquan com sucesso: 65

A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono à data deste lançamento: 1ª coluna – lançamentos efectuados (lançamentos fracassados); 2ª coluna – lançamentos previstos à data; 3ª coluna – satélites lançados:

Baikonur – 12 (1) / 25 / 20

Plesetsk – 5 / 11 / 9

Dombarovskiy – 1 / 4 / 37

Cabo Canaveral AFS – 11 / 21 / 23

Wallops Island MARS – 2 / 3 / 64

Vandenberg AFB – 2 / 5 / 2

Kauai TF – 0 / 1 / 0

Jiuquan – 2 / 3* / 4

Xichang – 0 / 6* / 0

Taiyuan – 0 / 3* / 0

Tanegashima – 2 / 4 / 13

Kourou – 6 / 14 / 11

Satish Dawan, SHAR – 2 / 5 / 2

Odyssey – 1 / 1 / 1

Palmachim – 1 / 1 / 1

* Valores não precisos

Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo: 36,2% foram realizados pela Rússia; 31,9% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 4,3% pela China; 12,8% pela Arianespace; 4,3% pelo Japão, 6,4 % pela Índia, 2,1% por Israel e 2,1% pela Sea Launch.

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

13 Ago (1829:00) – Atlas-V/401 – Vandenberg AFB, SLC-3E – WorldView-3

19 Ago (????:??) – CZ-4B Chang Zheng-4B – Taiyuan, LC9 – GF-2 Gaofen-2; BRITE-PL-2 “Heweliusz” (CanX-3D)

21 Ago (1231:04) – Soyuz-STB/Fregat-MT (006/1039/VS09) – Galileo-FOC FM01 (Doresa); Galileo-FOC FM02 (Milena)

25 Ago (????:??) – Falcon-9 v1.1 (F-7) – Cabo Canaveral AFS, SLC-40 – AsiaSat-6 (Thaicom-7)

11 Set (????:??) – Ariane-5ECA (VA218) – CSG Kourou, ELA3 – Measat-3b/Jabiru-2; Optus-10