A China levou a cabo o lançamento da sua quinta missão espacial tripulada às 0938:03UTC do dia 11 de Junho de 2013. Esta missão tem como objectivo a realização de uma ocupação do módulo orbital TG-1 Tiangong-1 com o qual a SZ-10 Deverá acoplar pelas 0510UTC do dia 13 de Junho.
O lançamento da Shenzhou-10 foi levado a cabo pelo foguetão CZ-2F/G Chang Zheng-2F/G (Y10) a partir da Plataforma de Lançamento 921 do Complexo de Lançamento LC43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, situado na região de Ejin Banner – Mongólia Interior.
Este novo capítulo espacial representa assim a ocupação final do módulo Tiangong-1, bem como o lançamento da segunda ‘yuhangyuan’, o termo chinês para astronauta (em oposição ao termo ‘taikonauta’ que por vezes é mais utilizado).
A tripulação a bordo da Shenzhou-10 é composta pelo veterano Nie Haisheng (Comandante), pelo estreante Zhang Xiaoguang (Operador) e pela também estreante Wang Yaping (Assistente de Laboratório). Não houve qualquer referência quanto à tripulação suplente, mas segundo fontes não oficiais esta deveria ser composta por Liu Boming (Comandante), Panzhan Chun (Operador) e Deng Qingming (Assistente de Laboratório).
A principal missão para a Shenzhou-10 será a acoplagem com o módulo Tiangong-1 lançado a 29 de Setembro de 2011. Este módulo é um veículo experimental que serve como plataforma de teste para a futura estação espacial modular da China e serviu também como laboratório espacial experimental com o objectivo de levar a cabo manobras de encontro e acoplagem com a SZ-8 Shenzhou-8 em Novembro de 2011, bem como com os veículos tripulados SZ-9 Shenzhou-9 e Shenzhou-10.
Se tudo correr como previsto e após todos os sistemas terem sido verificados em ambos os veículos, a primeira acoplagem terá lugar a 13 de Junho. O TG-1 e a SZ-10 ficarão acoplados durante 12 dias, mas durante este período está prevista a realização de uma segunda acoplagem, desta vez em modo manual. Após outro período de operações conjuntas, a Shenzhou-10 regressará à Terra a 26 de Junho.
Após o lançamento, a Shenzhou-10 e os seus três tripulantes foram inicialmente colocados numa órbita de parqueamento com um perigeu a 200 km e apogeu a 329,8 km, a partir da qual o veículo espacial irá utilizar o seu próprio sistema de propulsão para elevar os seus parâmetros orbitais para uma órbita quase circular a uma altitude de 330 km.
Uma das principais tarefas que a tripulação irá realizar será uma manobra em torno do Tiangong-1. Na missão Shenzhou-8 e na missão Shenzhou-9, a aproximação foi realizada ao longo do vector velocidade (V-bar). Para a Shenzhou-10, os especialistas espaciais chineses referiram que um dos principais objectivos será tentar uma aproximação ao longo do vector radial (R-bar). Este é um vector imaginário que liga o centro da Terra com o módulo espacial.
Esta manobra é muito importante para a construção da futura estação espacial modular que a China espera estar a operar em 2020. Aparentemente, a aproximação inicial será semelhante à que foi realizada nas missões anteriores e mais tarde a tripulação irá realizar a operação de forma manual ao longo da R-bar.
Durante a permanência em órbita serão realizadas experiências cientificas e testados vários aspectos relevantes para o futuro do programa espacial tripulado da China. O horário de trabalho será ajustado com o horário no solo e toda a tripulação terá um período de sono comum ao contrário do que aconteceu com a SZ-9 na qual os períodos de trabalho e de descanso estavam intercalados entre a tripulação.
Durante a presença em órbita serão realizados dois eventos educacionais por parte de Wang Yaping. Estes eventos serão transmitidos para alunos do primeiro e do segundo ano de escolaridade e serão compostos pela realização de experiências de Física muito simples, tais como o deslocamento de objectos no campo gravitacional, as leis do movimento de Newton e experiências relacionadas com a tensão superficial de líquidos.
Foram tidos em conta os preparativos especiais para a alimentação da tripulação com uma maior variedade de alimentos e a utilização de alimentos frescos. Da mesma forma a tripulação transporta um maior número de recipientes para o lixo e placas à base de favos de papel que serão utilizadas para cobrir parte do interior do módulo espacial proporcionando assim uma melhor estabilidade aos tripulantes.
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Este foi o 4939º lançamento orbital bem sucedido, sendo o 177º lançamento orbital bem sucedido da China e o 58º lançamento orbital bem sucedido a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, sendo o 3º lançamento da China e o 2º lançamento desde Jiuquan em 2013.
Para 2013 estão agora previstos 106 lançamentos orbitais. A seguinte tabela mostra os totais de lançamentos executados este ano em relação aos previstos para cada polígono (entre parêntesis estão os lançamentos fracassados se for o caso):
Baikonur – 10 / 30
Plesetsk – 3 / 14
Dombarovskiy – 0 / 2
Cabo Canaveral AFS – 5 / 14
Wallops Island MARS – 1 / 3
Vandenberg AFB – 1 / 6
Kauai – 0 / 1
Jiuquan – 2 / 4*
Xichang – 1 / 3
Taiyuan – 0 / 4*
Tanegashima – 1 / 4
Kourou – 3 / 10
Satish Dawan, SHAR – 1 / 5
Sohae – 0 / 1*
Semnan – 1 (1?)* / 4*
Naro – 1 / 1
Odyssey – 1 (1) / 1*
* Valores incertos
Dos lançamentos bem sucedidos levados a cabo 44,8% foram realizados pela Rússia; 24,1% pelos Estados Unidos (incluindo ULA, SpaceX e Orbital SC); 10,3% pela Arianespace; 10,3% pela China; 3,4% pelo Japão; 3,4% pela Índia e 3,4% pela Coreia do Sul.
Os próximos cinco lançamentos orbitais previstos são:
24 Jun (1853:51) – 372РН21Б Soyuz-STB/Fregat-MT (Е15000-003/1041/VS05) – CSG Kourou (Sinnamary), ZLS – O3b / Missão n.º 1 (4 satélites)
25 Jun (1728:48) – 14A14-1B Soyuz-2-1B (И15000-013) – Baikonur, LC31 PU-6 – Resurs-P n.º 1
27 Jun (0227:37) – L-1101 Stargazer Pegasus-XL – Vandenberg AFB – IRIS (SMEX-12)
02 Jul (0238:22) – 8K82KM Proton-M/DM-03 (53543/2L) – Baikonur, LC81 PU-24 – GLONASS-M ‘blok-51′ (3 satélites)
19 Jul (1251:00) – Atlas-V/551 (AV-040) – Cabo Canaveral AFS, SLC-41 – MUOS-2