Charles Gordon Fullerton

O Piloto de Teste Charles Gordon Fullerton não só realizou duas missões espaciais a bordo do vaivém espacial, mas também, e após abandonar a NASA, foi piloto de um avião que colocou um satélite em órbita.

A 5 de Abril de 1990, Gordon Fullerton foi o Comandante de um avião B-52 da NASA especialmente modificado que lançou um foguetão Pegasus a uma altitude de 13 km, que transportou um pequeno satélite de comunicações para a marinha dos Estados Unidos e uma carga científica da NASA. O foguetão desceu 366 metros e o seu motor entrou em funcionamento; nove minutos mais tarde e três estágios depois, os satélites estavam em órbita terrestre a uma altitude de 583 km. Após esta missão, Fullerton participou em cinco outros voos com o foguetão Pegasus.

Como astronauta Fullerton serviu como Piloto da missão STS-3 em Março de 1982, uma missão orbital de 8 dias para testar o vaivém espacial Columbia, durante a qual ele e o Comandante Jack Lousma operaram o sistema de manipulação remota e o conjunto científico OSS-1. A missão STS-3 foi prolongada por um dia devido a problemas relacionados com as condições meteorológicas na Base Aérea de Edwards, Califórnia, o principal local de aterragem. A missão tornar-se-ia na única missão do vaivém espacial a aterrar em White Sands, Novo México.

Em Julho de 1985, Gordon Fullerton foi Comandante da missão STS-51F, o voo do Spacelab-2. A tripulação de sete membros ultrapassou uma abortagem no lançamento, uma segunda abortagem (desta vez para órbita) quando um dos motores principais do Challenger se desactivou durante o lançamento, e numerosos problemas de equipamento durante a missão.

Charles Gordon Fullerton nasceu a 11 de Outubro de 1936, em Rochester, Nova Iorque, e cresceu no Orégão, formando-se no Liceu U.S. Grant em Portland. De seguida frequentou o Instituto de Tecnologia da Califórnia, recebendo um bacharelato (1957) e um mestrado (1958) em Engenharia Mecânica.

Enquanto trabalhava no seu mestrado no CalTech, Fulerton esteve empregado pela Hughes Aircraft em Culiver City, Califórnia, como engenheiro desenhador mecânico. Após finalizar a sua formação em Julho de 1958, ingressou na Força Aérea, frequentando o treino de piloto em Geórgia, Texas, e Kansas. Entre 1961 e 1964 foi piloto de B-47 com a 303ª Bomb Wing do Comando Aérea Estratégico estacionado na Base Aérea de Davis-Monthan, Arizona.

Fullerton frequentou a Escola de Pilotos de Investigação Aeroespacial na Base Aérea de Edwards, Califórnia, em 1965, e de seguida deslocou-se para a Base Aérea de Wright-Paterson, Ohio, como piloto de teste de bombardeiros. Foi aqui, em Junho de 1966, que foi seleccionado para o programa MOL (Manned Orbiting Laboratory) da Força Aérea dos Estados Unidos. Três anos mais tarde, após o cancelamento do MOL, foi transferido para a NASA como astronauta.

Como piloto, Fullerton acumulou mais de 14.000 horas de voo em 115 tipos distintos de aviões, incluindo planadores.

Com a NASA Fullerton serviu na equipa de apoio da Apollo-14 e da Apollo-17, e como capcom para as missões Apollo-14 até Apollo-17. Foi um dos primeiros astronautas designados para o programa do vaivém espacial e em 1978 foi designado para uma das duas tripulações para o programa ALT (Approach and Landing Test). No ano seguindo, Fullerton e o Comandante Fred Haise voaram duas missões a bordo do vaivém espacial Enterprise acopladas ao dorso do avião de transporte SAC (Shuttle Aircraft Carrier) e três voos planados do vaivém, incluindo a primeira missão. Em Março de 1978 juntou-se ao grupo de astronautas seleccionados para os primeiros testes orbitais do vaivém espacial.

Após a sua segunda missão espacial, Fullerton escreveu um relatório para a NASA que criticou alguns dos planos da agência para a estação espacial Freedom. Fullerton deixou o grupo de astronautas em Outubro de 1986 para se tornar um piloto de teste aeroespacial no Centro de Investigação Ames-Dryden da NASA na Base Aérea de Edwards. Foi piloto de projecto para o avião de transporte B-52, para o veículo Landing Systems Research Aircraft (um Convair 990 da NASA especialmente modificado) e do F-18 SRA (Systems Research Aircraft). Posteriormente serviu ainda como piloto para o programa PCA (Propulsion Controlled Aircraft).

Reformou-se da Força Aérea dos Estados Unidos com a patente de coronel após 30 anos de serviço em Julho de 1988.

Em Dezembro de 2000 Fullerton sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou incapacitado. Faleceu a 21 de Agosto de 2013.