A missão CBERS-3 atinge de novo um drama só imaginável nas melhores telenovelas e o mais incrível é que este drama ocorre mesmo no solo muito antes do seu lançamento.
Já embaraçosamente adiado devido a problemas técnicos registados com os conversores DC/DC de fabrico norte-americano, a missão atinge um novo impasse quando novos testes vêm provar que o problema com os conversores não está perto de ser resolvido, colocando assim em risco toda a missão.
Segundo o blogue Panorama Espacial, de André Mileski, que cita uma nota divulgada recentemente pelo Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia (SindCT) sobre o atraso no lançamento do satélite CBERS 3, "os novos testes de equipamentos e componentes sobressalentes do satélite CBERS-3 realizados até Março de 2013 no INPE, envolvendo os conversores DC/DC fabricados pela empresa americana MDI, trouxeram um resultado péssimo e condenatório. Enquanto as normas técnicas aplicáveis (conforme apontado por um consultor estrangeiro independente contratado pela AEB) exigem que nenhum componente de um determinado lote deixe de funcionar quando submetido a testes ambientais, vários componentes (incluindo um equipamento) não resistiram e pifaram!"
O lançamento do CBERS-3 estava agendado para ter lugar em Novembro ou Dezembro de 2012. Porém, e devido a problemas técnicos, o lançamento seria adiado para princípios de 2013 e actualmente era referido que o lançamento teria lugar em Junho deste ano. Porém, estes novos dados vêm colocar em questão a realização do projecto nos termos actuais e o mais sensato seria o seu adiamento por um ou dois anos. No entanto, parece existir uma forte pressão para se proceder ao lançamento do CBERS-3 em 2013.
Ainda segundo o Panorama Espacial, "tecnicamente falando, a engenharia do INPE já firmou posição de que não pode garantir a confiabilidade adequada para se obter o sucesso da missão, caso o satélite CBERS-3 seja lançado nestas condições. De fato, lançar o satélite sem que todas estas falhas de equipamentos e componentes sejam detalhadamente analisadas e corrigidas, seria bastante temerário. Apesar do corpo técnico firmar este entendimento, sectores do governo (incluindo a AEB e o próprio MCTI) continuam se articulando nos bastidores para que o satélite seja lançado a qualquer custo. Neste sentido, é fundamental que a direcção do INPE venha a público manifestar sua opinião oficial sobre o assunto."