Brasil propõe sistema universal de satélites para a observação da Terra

Terra

A partilha por todos os países interessados de dados de sensoriamento remoto do planeta colectados por um sistema integrado de satélites foi a proposta da Agência Espacial Brasileira (AEB) apresentada pelo seu presidente, José Raimundo Braga Coelho, no 64º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC, na sigla em inglês), realizado à semana passada em Beijing, na China.

Esta “constelação de satélites” de utilização universal “teria seus custos e gestão também compartilhados entre os diversos países”, segundo o presidente. Em sua opinião, essa ação integrada se tornaria um dos casos mais fantásticos de cooperação entre as nações com benefícios inestimáveis para toda a humanidade.

A proposta, destaca Braga Coelho, teve uma óptima recepção por parte da Federação Astronáutica Internacional (IAF, na sigla em inglês) e foi um dos assuntos em debate na sessão plenária, que discutiu O Desenvolvimento e Perspectivas de Actividades Espaciais da China.

De acordo com o presidente da AEB, esta acção promoveria uma “globalização eficaz de actividades no espaço exterior, reduzindo custos e riscos, proporcionando maior difusão do conhecimento sobre o espaço”. Além disso, Braga Coelho acredita que um sistema de sensoriamento remoto global traria ganhos consideráveis no desenvolvimento tecnológico, o que se traduz em qualificação de recursos humanos em escala universal.

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Além de participar do congresso o presidente também se reuniu com membros da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês), para tratar do lançamento do quarto satélite da série CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Desenvolvido em parceria com a China, o Cbers-3 tem lançamento programado para a segunda semana de Dezembro próximo. “Conversamos com os dirigentes chineses e conseguimos alterar a agenda de lançamentos que tinha o CBERS-3 listado para o dia 27”, diz Braga Coelho.

No encontro com a CAST debateu-se ainda a agenda espacial entre Brasil e China para os próximos dez anos. O presidente informa que “foram consolidados alguns temas já anteriormente discutidos e apresentados outros que pretendemos sejam debatidos e analisados entre os dois países ainda antes do lançamento do CBERS-3”.

Fez parte também da agenda de Braga Coelho visita às instalações da Academia de Tecnologia Espacial de Shangai (SAST, na sigla em inglês), às fábricas de equipamentos aeroespaciais e de satélites e ao Instituto de Engenharia de Sistema Aeroespaciais também em Shangai.

O presidente ainda teve um encontro com o presidente da agência espacial ucraniana para tratar de assuntos relacionados à Alcântara Ciclone Space (ACS), entidade mantida entre Brasil e Ucrânia para actividades no segmento aeroespacial.

Notícia: Coordenadora de Comunicação Social/AEB