Aurora de aparência sinistra sobre a Islândia

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Esta imagem torcida e rodopiante é uma visão surpreendente e até um pouco intimidante – uma Imagem de Ciência Espacial da Semana perfeita para o Dia das Bruxas. Traços irregulares num emaranhado em tons verde escuro e pálido com manchas brancas brilhantes, criando uma laçada espiral, de alguma forma lembrando uma serpente celestial em contorção através do céu, pairando ameaçadoramente sobre a sonolenta cidade abaixo.

Pode parecer adequadamente  assustadora e de outro mundo, mas esta imagem mostra algo que é bastante comum em latitudes setentrionais e mais meridionais da Terra. Os clarões verdes no céu são uma aurora, avistada quando grandes explosões de partículas atómicas energéticas são transmitidas a partir do Sol e atingem a atmosfera de um planeta. Estas partículas são filtradas para baixo através das camadas de protecção em torno da Terra – tais como a magnetosfera, a região do espaço dominada pelo campo magnético – e interagem com as partículas de ar encontradas abaixo na atmosfera. Posteriormente, fragmentos da atmosfera brilham intensa e estranhamente, enchendo o nosso céu com ondulações surpreendentes e relâmpagos de cor.

As auroras são muitas vezes referidos como “as luzes do norte” (aurora boreal), mas também ocorrem regularmente em latitudes do sul (aurora austral). Podem observar-se melhor a partir de regiões da Austrália, Nova Zelândia, Antártida e partes da América do Sul (sul), e no Canadá, Alasca, Escandinávia e Islândia (norte). O efeito é observado apenas em latitudes polares e quase-polares, porque as partículas carregadas viajam em direção à Terra ao longo das linhas do campo magnético que se reunem nos pólos do nosso planeta.

As auroras são as manifestações mais visíveis do efeito do Sol sobre a Terra. Desde 2000, o quarteto de satélites Cluster da ESA tem vindo a investigar a complexa conexão Sol-Terra e tem vindo a desvendar o enigma de como e a razão pela qual se formam as auroras.

Esta imagem mostra uma cidade no sul da Islândia, chamada Selfoss, no Rio Ölfusá (visível em primeiro plano). Foi tirada pelo fotógrafo Davide Necchi a 27 de Agosto de 2015. Esta aurora em particular esteve relacionada com uma tempestade solar, o que causou uma efusão especialmente grande e súbita de partículas na nossa atmosfera. Como resultado, as luzes estavam intensa e excepcionalmente brilhantes, aparecendo de repente no céu da noite, antes de se tornar totalmente escuro. Na verdade, a aurora era tão brilhante que Davide optou por um tempo de exposição relativamente curto, de 3 segundos, consciente de que um tempo mais alargado poderia fazer com que as partes mais brilhantes da fotografia se ‘queimassem’ ou se tornassem ‘apagadas’, perdendo assim pormenor.

Necchi utilizou uma câmara Canon 5D Mark II com uma lente de 14 mm f2.8. Esta imagem tinha um ISO de 1600, e nenhum filtro foi aplicado. A Lua cheia brilhante também é visível na imagem, em suspensão sob uma camada de nuvens.

Notícia: ESA