Após múltiplos adiamentos a SpaceX lança missão Starlink-F18

Após uma série de adiamentos que parecia interminável, a SpaceX levou a cabo o lançamento de mais 60 satélites Starlink na versão 1.0, em mais uma missão inteiramente dedicada à formação desta constelação de satélites.

O lançamento teve lugar às 0824:54UTC do dia 4 de Março de 2021 a partir do Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy, Merritt Island, na Florida, e ocorre após adiamentos consecutivos devido às más condições meteorológicas e dificuldades técnicas. De facto, estes adiamentos levaram a que o lançamento fosse realizado após a missão seguinte prevista no manifesto de voo.

O lançamento foi levado a cabo pelo foguetão Falcon 9-108 (B1049.8), que foi recuperado com sucesso às 0833:22UTC na plataforma flutuante Of Course I Still Love You situada no Oceano Atlântico.

Para esta missão foi realizado um primeiro teste estático a 31 de Janeiro, com um segundo a ter lugar a 24 de Fevereiro

Texto: Salomé T. Fagundes e Rui C. Barbosa

Historial de adiamentos

A SpaceX debateu-se com o que parecem ter sido sérios problemas para colocar em órbita novos satélites Starlink.

A missão Starlink v1.0 L17 foi sucessivamente adiada e estes adiamentos parecem ter um efeito dominó nas missões seguintes que preferencialmente utilizam primeiros estágios já utilizados em missões anteriores.

O lançamento da missão Starlink v1.0 L17 estava originalmente previsto para ter lugar em finais de Janeiro de 2021, sendo a data de lançamento primeiramente estabelecida para 27 de Janeiro. No entanto, a 22 de Janeiro o lançamento desta missão era adiado para o dia 29 de Janeiro, sendo posteriormente adiado para o dia 30, a 26 de Janeiro. As razões destes adiamentos não foram esclarecidas pela SpaceX. Porém, assume-se que a indisponibilidade das plataformas flutuantes para a recuperação do primeiro estágio, seja a causa raiz destes adiamentos. A 26 de Janeiro surgia a referência que a actividade para preparar a plataforma JRTI era intensa e esta acabaria por levantar âncora para a sua missão a 27 de Janeiro. O mesmo acontecia com a embarcação GO Quest a 28 de Janeiro. No entanto, neste dia o lançamento era adiado para 28 de Janeiro.

A 29 de Janeiro o foguetão Falcon 9-110 (B1049.8) era colocado na posição vertical no Complexo de Lançamento LC-39A do Centro Espacial Kennedy para a realização de um teste estático nesse dia. Porém, após o abastecimento do lançador, o teste estático seria abortado, não tendo sido esclarecidas as razões para tal. Neste dia, a plataforma JRTI iniciava o seu regresso ao Porto Canaveral, bem como as embarcações Ms. Tree e Ms. Chief que iriam tentar a recuperação das duas metades da carenagem de protecção. O lançamento era sucessivamente adiado para 30 e 31 de Janeiro, e 1 de Fevereiro, sendo novamente colocado na posição vertical na plataforma de lançamento a 30 de Janeiro.

A 31 de Janeiro a plataforma flutuante JRTI invertia a sua rota e dirigia-se novamente para a zona de recolha do primeiro estágio. Neste dia, o lançamento era adiado para as 1119UTC do dia 2 de Fevereiro. Entretanto, o teste estático do primeiro estágio B1049 ocorria pelas 1900UTC do dia 31 de Janeiro. Em resultado do teste estático, o lançamento era definitivamente confirmado para o dia 2 de Fevereiro pela SpaceX.

Porém, e devido às más condições do mar na zona de recuperação do primeiro estágio, o lançamento era adiado para as 1057UTC do dia 3 de Fevereiro. Um novo adiamento teria lugar a 2 de Fevereiro com o lançamento a ser agendado para as 1036UTC do dia 4 de Fevereiro, mas sendo adiado para as 1014UTC do dia 5 de Fevereiro. este adiamento seria confirmado pela SpaceX (a 3 de Fevereiro), referindo que havia a necessidade de se proceder a “testes adicionais” antes do lançamento.

A 4 de Fevereiro era anunciado que o lançamento estava agora agendado para as 0931UTC do dia 7 de Fevereiro, sendo este o nono adiamento desde a data de lançamento inicial. A SpaceX referia que o adiamento era necessário para poder haver mais tempo para a realização de verificações antes do lançamento e para permitir o regresso das embarcações de recuperação das carenagens que nessa altura regressavam ao Porto Canaveral.

A 5 de Fevereiro a data do lançamento era indeterminada, com a SpaceX a referir haviar a necessidade de se proceder a inspecções adicionais no estágio B1049. Por esta altura, os rumores apontavam para três diferentes problemas com o estágio que havia levado já a três adiamentos da missão. A 9 de Fevereiro a plataforma flutuante JRTI regressava ao Porto Canaveral.

A 11 de Fevereiro o lançamento era agendado para o dia 16 de Fevereiro (0617UTC) e no dia seguinte a plataforma flutuante JRTI preparava-se para partir de Porto Canaveral. O lançamento seria novamente adiado a 13 de Fevereiro para o dia 17, pelas 0555UTC, e novamente adiado para 19 de Fevereiro (0512UTC) a 16 de Fevereiro, sendo também esta data cancelada no dia 17. No dia 18 de Fevereiro a embarcação de apoio GO Quest regressava ao Porto Canaveral. Sem qualquer juistificação por parte da SpaceX, estes adiamentos estariam relacionados com os problemas registados na missão Starlink F20 [v1.0 L19] que levaram á perda do estágio B1059.

No dia 19 de Fevereiro era revelado que o lançamento estaria agendado para o dia 25 de Fevereiro, com a SpaceX a tentar levar a cabo o lançamento das missões Starlink L-20 e Starlink L-17 num intervalo de 19 horas. Porém, pouco depois era revelado que a missão Starlink F21 [v1.0 L20] seria adiada para o dia 8 de Março.

No dia 22 de Fevereiro era revelado que a missão Starlink F18 [v1.0 L17] estava prevista para ter lugar às 0137UTC do dia 1 de Março, porém novos adiamentos empurrariam a data de lançamento para o dia 4 de Março.

Os satélites Starlink

SpaceX projectou a Starlink para conectar utilizadores de Internet com baixa latência, oferecer serviços de distribuição de elevada largura de banda fornecendo uma cobertura continua em todo o mundo usando uma rede de milhares de satélites em órbitas terrestres baixas, especialmente em lugares onde a conectividade é fraca ou inexistente, como por exemplo em zonas rurais. Os Starlink também darão cobertura em locais onde os serviços existentes são instáveis ou de elevado custo.

Com um desenho de painel plano contendo múltiplas antenas de alto rendimento e um único painel solar, cada satélite Starlink pesa aproximadamente 260 kg, permitindo à SpaceX uma produção em massa e tirar todo o proveito da capacidade de lançamento do Falcon-9. Para ajustar a posição em orbita, manter a altitude pretendida e posterior remoção orbital, os satélites Starlink possuem propulsores do tipo Hall alimentados a krypton. Sendo injectados a uma altitude de 290 km usarão este mesmo sistema para elevar as suas orbitas assim que sejam concluídas as verificações.(Antes de elevar a orbita, os engenheiros da SpaceX irão realizar uma revisão de dados para garantir que todos os satélites Starlink estão a operar como pretendido).

Desenhados e construídos usando a mesma tecnologia que as Dragon, cada satélite está equipado com Startracker que permite apontar os satélites com precisão. Nesta iteração a SpaceX incrementou a capacidade de espectro para o utilizador final através de melhorias permitindo uma maximização na utilização das bandas Ka e Ku. Os satélites são também capazes de detectar lixo espacial em orbita e evitar a colisão de modo autónomo.

Os satélites Starlink estão na linha da frente na mitigação de detritos em orbita, atingindo ou excedendo todas as leis padronizadas da industria aeroespacial. No fim do ciclo de vida, os satélites irão usar a própria propulsão que têm a bordo para procederem à remoção orbital no decurso de uns poucos meses. No improvável evento da propulsão falhar, estes satélites irão queimar na atmosfera terrestre no período compreendido entre 1 a 5 anos, tempo significativamente inferior que as centenas ou milhares de anos necessários para grandes altitudes. De notar que todos os componentes estão projectados para uma total desintegração.

A Starlink irá oferecer um serviço de Internet em zonas do Estados Unidos da América e no Canadá ao fim de seis lançamentos, rapidamente expandindo para uma cobertura global nas zonas populacionais após vinte e quatro lançamentos.

Estando ainda na fase inicial de injecção orbital os painéis solares encontram-se numa posição de baixo atrito e o conjunto dos próprios Starlinks estando ainda muito próximos uns dos outros faz com sejam muito visíveis a olho nu a partir do solo aquando da sua passagem. Uma vez que os satélites atinjam a altitude operacional de 550 km as suas orientações mudam e os satélites começam a ficar significativamente menos visíveis a partir do solo.

Durante todas as operações de voo, a SpaceX irá partilhar dados de monitorização de alta fidelidade com outras operadoras de satélites através do 18.º esquadrão do controlo espacial da Força Aérea Americana. Adicionalmente a SpaceX irá disponibilizar aos grupos de astronomia com informação de previsão do tipo TLE’s (two-line elements) antes de qualquer lançamento de forma a que os astrónomos possam coordenar as observações com a passagem dos satélites

Lançamento Veículo 1.º estágio Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga
2020-057 091 B1049.6 CCAFS SLC-40 18/Ago/20 14:31:16,555 Starlink v1.0-L10 (58)
2020-062 093 B1060.2 KSC LC-39A 3/Set/20 12:46:14,489 Starlink v1.0-L11 (60)
2020-070 094 B1058.3 KSC LC-39A 17/Set/20 11:29:34,541 Starlink v1.0-L12 (60)
2020-073 095 B1051.6 KSC LC-39A 18/Out/20 12:25:57,439 Starlink v1.0-L13 (60)
2020-074 096 B1060.3 CCAFS SLC-40 24/Out/20 15:31:34 Starlink v1.0-L14 (60)
2020-088 100 B1049.7 CCAFS SLC-40 25/Nov/20 02:13:12 Starlink v1.0-L15 (60)
2021-005 105 B1051.8 KSC LC-39A 20/Jan/21 13:02:22 Starlink v1.0-L16 (60)
2021-006 106 B1058.5 CCAFS SLC-40 24/Jan/21 15:00:?? Starlink v0.9 R1-1 a Starlink v0.9 R1-10
2021-009 107 B1060.5 CCAFS SLC-40 04/Fev/21 06:19:?? Starlink v1.0-L18 (60)
2021-017 109 B1049.8 KSC, LC-39A 05/Fev/21 08:24:54 Starlink v1.0-L19 (60)

Texto: Salomé T. Fagundes

Tabela: Rui C. Barbosa

Lançamento

O foguetão Falcon-9 é activado a T-10h 00m. Tanto o lançador como a sua carga são submetidos a uma série de verificações testes antes do início do abastecimento do querosene RP-1. O Director de Voo consulta os controladores a T-38m, determinando assim se tudo está pronto para o lançamento. O processo de abastecimento inicia-se a T-35m no primeiro estágio, seguindo-se o início do abastecimento do oxigénio líquido (LOX) ao mesmo tempo e no segundo estágio a T – 16m.

A fase terminal da contagem decrescente inicia-se com os motores a serem condicionados termicamente para o lançamento a T-7m. A T-1m é enviado um comando para o computador de voo para iniciar as verificações pré-lançamento e o sistema de supressão sónica por água é activado na plataforma de lançamento. Por esta altura os tanques de propolente também são pressurizados A T-45s o Director de Lançamento da SpaceX verifica se todos os parâmetros estão prontos para o lançamento. Na mesma altura, é verificado que o espaço aéreo está pronto para o voo. A sequência de ignição é iniciada a T-3s. A T=0s o foguetão abandona a plataforma.

Abandonando a plataforma de lançamento, o Falcon-9 inicia uma série de manobras para se colocar na trajectória de voo correcta. A fase MaxQ, de máxima pressão dinâmica, é atingida a T+1m 12s. O final da queima do primeiro estágio ocorre a T+2m 31s, dando-se quatro segundos depois a separação entre o primeiro e o segundo estágio. O segundo estágio entra em ignição a T+2m 43s. A separação das duas metades da carenagem de protecção ocorre a T+3m 6s. O primeiro estágio reentra a T+6m 43s e aterra na plataforma OCISLY a T+8m 28s, sendo recuperado com sucesso.

O final da primeira queima do segundo estágio ocorre a T+8m 46s. Segue-se uma fase não propulsionada até T+45m 42s quando ocorre a segunda ignição do segundo estágio. Esta ignição tem a duração de 1 segundo. A separação dos satélites Starlink tem lugar a T+1h 4m 39s.

Texto: Rui C. Barbosa

O foguetão Falcon-9

Baptizado em nome da nave Millenium Falcon da saga cinematográfica “Guerra das Estrelas”, o foguetão Falcon-9 v1.1 é um lançador a dois estágios projectado e fabricado pela SpaceX para o transporte seguro e fiável de satélites e do veículo Dragon para a órbita terrestre. Sendo o primeiro foguetão completamente desenvolvido no Século XXI, este lançador foi projectado desde o início para ter a máxima fiabilidade. A sua simples configuração de dois estágios minimiza o número de eventos de separação (staging) e com nove motores no primeiro estágio, pode completar a sua missão em segurança mesmo na possibilidade de perda de um motor.

O Falcon-9 fez história em 2012 quando colocou a cápsula Dragon na órbita correcta para uma manobra de encontro com a estação espacial internacional, fazendo da SpaceX a primeira companhia comercial a visitar a ISS. Desde então, a SpaceX realizou múltiplas missões para a ISS transportando e recolhendo carga para a NASA. O Falcon-9, bem como a cápsula Dragon, foram desenhados na base do desenvolvimento de um sistema de transporte de astronautas para o espaço e num acordo com a NASA, a SpaceX está activamente a trabalhar para atingir esse objectivo.

O foguetão Falcon-9 Upgrade, ou Falcon-9 FT, (a seguir designado simplesmente como ‘Falcon-9’) representa a mais recente evolução deste lançador. De forma geral o Falcon-9 tem 68,4 metros de comprimento, 3,7 metros de diâmetro e uma massa de 541.300 kg. O veículo é capaz de colocar uma carga de 13.150 kg numa órbita terrestre baixa ou 4.850 kg numa órbita de transferência geossíncrona.

O primeiro estágio do Falcon-9 está equipado com nove motores Merlin (Merlin-1D) e tanque de liga de alumínio e lítio que contêm oxigénio líquido e querosene RP-1. Após a ignição, um sistema de segurança fixa o veículo na plataforma de lançamento e garante que todos os motores são verificados como estando na força máxima antes de libertar o foguetão para o seu voo. Então, com uma força superior a cinco aviões Boeing 747 em potência máxima, os motores Merlin lançam o foguetão para o espaço. Ao contrário dos aviões, a força de um foguetão vai aumentando com a altitude – o Falcon-9 gera 6.806 kN ao nível do mar mas atinge 7.426 kN no vácuo espacial. Os motores do primeiro estágio vão sendo aumentados em potência perto do final da queima do estágio para assim limitar a aceleração do veículo à medida que a massa do lançador vai diminuindo com a queima do combustível. O tempo total de queima do primeiro estágio é de 162 segundos.

Com os seus nove motores agrupados juntos na configuração ‘octaweb’, o Falcon-9 pode aguentar a falha de até dois motores durante o lançamento e mesmo assim conseguir atingir a órbita terrestre com sucesso. O Falcon-9 é o único lançador na sua classe com esta característica chave.

O motor Merlin foi desenvolvido internamente pela SpaceX mas vai encontrar as suas raízes aos motores das missões Apollo, nomeadamente o sistema de injecção baseado no motor do módulo lunar. O propolente é alimentado através de uma única conduta, com uma turbo-bomba de dupla pá que opera num ciclo de gerador a gás. A turbo-bomba também fornece o querosene a alta pressão para os actuadores hidráulicos, que depois recicla para a entrada a baixa pressão. Isto elimina a necessidade de um sistema hidráulico separado e significa que não é possível ocorrer uma falha no controlo de vector de força por falta de fluido hidráulico. Uma terceira utilização da turbo-bomba é o fornecimento de controlo de rotação ao actuar no escape da turbina de exaustão (no segundo estágio). Combinando-se estas características num só dispositivo aumenta-se assim de forma significativa o nível de fiabilidade do sistema.

O motor é capaz de desenvolver uma força de 654 kN ao nível do mar, 716 kN no vácuo, com um impulso específico de 282 segundos (nível do mar) e 311 segundos (vácuo).

A secção interestágio é uma estrutura compósita que liga o primeiro e o segundo estágio e alberga os sistemas de libertação e separação. O Falcon-9 utiliza um sistema de separação totalmente pneumático para uma separação de baixo impacto e altamente fiável que pode ser testado no solo, ao contrário dos sistemas pirotécnicos utilizados na maior parte dos lançadores.

O segundo estágio é propulsionado por um único motor Merlin de vácuo e coloca a carga a transportar na órbita desejada. O motor do segundo estágio entra em ignição poucos segundos após a separação entre o segundo e o primeiro estágio, e pode ser reiniciado várias vezes para colocar múltiplas cargas em diferentes órbitas. Para máxima fiabilidade, o segundo estágio está equipado com sistemas de ignição redundantes. Tal como o primeiro estágio, o segundo estágio é feito a partir de uma liga de alumínio e lítio.

O motor Merlin de vácuo (Merlin-1D de vácuo) desenvolve uma força de 934 kN e o seu tempo de queima é de 397 segundos.

A carenagem compósita é utilizada para proteger a carga durante a passagem do Falcon-9 pelas camadas mais densas da atmosfera. Quando a missão do Falcon-9 é o lançamento do veículo de carga Dragon, a carenagem não é utilizada pois a cápsula possui o seu próprio sistema de protecção.

A carenagem tem 13,1 metros de comprimento e 5,2 metros de diâmetro. Fabricada em fibra de carbono, separa-se em duas metades utilizando um sistema de separação de actuadores pneumáticos semelhantes aos que são utilizados para a separação entre o primeiro e o segundo estágio.

Lançamento Veículo 1.º estágio Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga Recuperação
2020-086 099 B1063.1 VAFB, SLC-4E 21/Nov/20 17:17:08 Sentinel-6A  Vandenberg LZ-4
2020-088 100 B1049.7 CCAFS SLC-40 25/Nov/20 02:13:12 Starlink v1.0 (x60) L15 OCISLY (Oc. Atlântico) 
2020-093 101 B1058.4 KSC LC-39A 06/Dez/20 16:17:08 Dragon SpX-21 OCISLY (Oc. Atlântico)
2020-096 102 B1051.7 CCSFS SLC-40 13/Dez/20 17:30:00 SiriusXM SXM-7 JRTI (Oc. Atlântico)
2020-101 103 B1059.5 KSC LC-39A 19/Dez/20 14:00:00 NROL-108 (USA-312) NROL-108 (USA-313) CCAFS LZ-1
2021-001 104 B1060.4 CCSFS SLC-40 08/Jan/21 02:15:00 Turksat-5A JRTI (Oc. Atlântico)
2021-005 105 B1051.8 KSC LC-39A 20/Jan/21 13:02:22 Starlink v1.0 (x60) L16 JRTI (Oc. Atlântico)
2021-006 106 B1058.5 CCSFS SLC-40 24/Jan/21 15:00 Transporter-1 OCISLY (Oc. Atlântico) 
2021-009 107 B1060.5 CCSFS SLC-40 04/Fev/21 06:19 Starlink v1.0 (x60) L18 OCISLY (Oc. Atlântico
2021-017 109 B1049.8 KSC, LC-39A 05/Fev/21 08:24:54 Starlink v1.0 (x60) L17 OCISLY (Oc. Atlântico)

A sequência de lançamento para o Falcon-9 é um processo de precisão ditada pela janela de lançamento tendo em conta a posição orbital a ser ocupada pela carga a bordo. Se a janela de lançamento é perdida, a missão é então adiada para a próxima janela de lançamento disponível.

Cerca de quatro horas antes do lançamento, inicia-se o processo de abastecimento – primeiro oxigénio líquido seguindo-se o querosene altamente refinado (RP-1). O vapor que se observa a sair do lançador durante a contagem decrescente é na realidade oxigénio a ser libertado dos tanques, sendo esta a razão pela qual o abastecimento de oxigénio líquido se mantém até quase ao final da contagem decrescente.

Para esta missão a SpaceX utilizou o foguetão Falcon 9-107 (B1049.8), isto é, o seu primeiro estágio B1049 na sua 8ª missão. Este primeiro estágio foi utilizado pela primeira vez a 10 de Setembro de 2018 quando às 0328UTC foi lançado a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 do Cabo Canaveral AFS para colocar em órbita o satélite de comunicações Telstar 18 Vantage (APStar-5C). Na sua primeira missão o B1049 foi recuperado na plataforma flutuante Of Course I Still Love You (OCISLY) estacionada no Oceano Atlântico. A sua segunda missão teria lugar às 1531:33,492UTC do dia 11 de Janeiro de 2019 quando foi lançado desde o Complexo de Lançamento SLC-4E da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia, para colocar em órbita dez satélites Iridium-NEXT, sendo recuperado na plataforma Just Read The Instructions (JRTI) no Oceano Pacífico. A sua terceira missão teria lugar a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 às 0230UTC do dia 24 de Maio para colocar em órbita os primeiros sessenta satélites Starlink experimentais, Starlink-1 (v0.9 L1), sendo de novo recuperado na plataforma OCISLY. A sua quarta missão ocorreu às 0219:21UTC do dia 7 de Janeiro de 2020 quando foi lançado novamente a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 para colocar em órbita sessenta satélites Starlink, Starlink-3 (v1.0 – L2). Na sua quarta missão o B1049 foi recuperado na plataforma OCISLY no Atlântico. Lançado às 0125:33UTC do dia 4 de Junho, o B1049 colocaria em órbita mais sessenta satélites Starlink, Starlink-8 (v1.0 – L7), na sua quinta missão, sendo recuperado na plataforma JRTI no Oceano Atlântico. A sua sexta missão teria lugar às 1431:16,555UTC do dia 18 de Agosto a partir do SLC-40 para colocar em órbita 58 satélites Starlink, Starlink-11 (v1.0 – L10), juntamente com os satélites SkySat-19, SkySat-20 e SkySat-21, sendo recuperado na plataforma OCISLY. A sua sétima missão teve lugar a 25 de Novembro. Lançado às 0213:12UTC, o B1049 colocaria em órbita sessenta satélites Starlink, Starlink-16 (v1.0 L15), e seria recuperado na plataforma OCISLY.

Texto: Rui C. Barbosa

Dados estatísticos e próximos lançamentos

– Lançamento orbital: 6039

– Lançamento orbital EUA: 1730 (28,65%)

– Lançamento orbital desde CE Kennedy: 183 (3,03% – 10,58%)

 

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

6040 – 08 Mar (0341:??) – Falcon 9 (B1058.6) – Cabo Canaveral SFS, SLC-40 – Starlink-F21 (x60) [v1.0 L20]

6041 – 12 Mar (1334:??) – Chang Zheng-7A (Y2) – Wenchang, LC201 – Xinjishu Yanzheng-6 (02)

6042 – 20 Mar (2300:??) – Electron/Photon Pathstone (F19 “They Go Up So Fast”) – Onenui (Máhia), LC-1A – BlackSky Global-9, Centauri-3, Myriota-7, RAAF-M2 A, RAAF-M2 B, Gunsmoke-J (Jacob’s Ladder), Veery Hatchling, Pathstone

6043 – 20 Mar (????:??) – 14A14-1A Soyuz-2.1a/Fregat (x/122-05) . Baikonur, LC31 PU-6 – CAS500-1, Vigoride-x, DMSat-1, ELSA-d (Chaser), ELSA-d (Target), ASTRU MicroSat, GRUS-1B, GRUS-1C, GRUS-1D (FSTRA Fukui Prefectural Satellite), GRUS-1E, UniSat-7, BBCSAT-1, DIY-1, FEES, Regulus, SMOG-1, STECCO, WormSail, Steamjet, Lemur-2 (vários), Pixxel Sat, CubeSX-Sirius-HSE (SiriusSat 3U, Sirius-DZZ), CubeSX-HSE (MIEM 3U, NRU HSE-DZZ), Zorky, ATURK, BSTU Sat, BeeSat-5, BeeSat-6, BeeSat-7, BeeSat-8

6043 – 25 Mar (????:??) – 14A14-1B Soyuz-2.1b/Fregat-M (V15000-005/123-0x (ST30)) – Vostochniy, LC-1S – OneWeb (x36)