A Europa à noite vista do espaço

A Europa brilha intensamente à noite, como mostra este mosaico criado a partir de mais de 7.000 fotografias tiradas por astronautas na Estação Espacial Internacional. Este é o primeiro mosaico nocturno da Europa a cores alguma vez produzido com imagens espaciais calibradas.

A composição utiliza imagens captadas em 2017 com uma resolução de cerca de 100 metros por pixel. Até 2021, a Estação Espacial Internacional era a única nave espacial capaz de captar imagens coloridas da Terra durante a noite. A resolução é igualmente importante: os astronautas conseguiram captar imagens com cinco metros por pixel, ultrapassando as capacidades que a maioria dos satélites oferece atualmente.

A fotografia tirada pelos astronautas tornou-se a melhor fonte para os cientistas mapearem a luz artificial. Todas as agências espaciais e as suas tripulações contribuem para o projeto, tendo os astronautas da ESA desempenhado um papel fundamental desde que Paolo Nespoli se tornou um dos pioneiros da fotografia noturna a partir do espaço, em 2010.

A maioria das imagens que vemos da Europa à noite são interpretações artísticas de imagens a preto e branco, e não a cores reais”, explica Alejandro Sánchez de Miguel, da Universidade Complutense de Madrid e do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, em Espanha.

Aliando a ciência cidadã à inteligência artificial, o projeto Cidades à Noite criou o mosaico processando milhares de imagens e vídeos em time-lapse e corrigindo distorções. As áreas em falta na parte inferior (norte de África) e superior (Escócia, no Reino Unido) deste mosaico estão preenchidas com dados do satélite meteorológico Suomi NPP da NASA.

As diferentes cores representam diferentes tecnologias de iluminação, sendo que os tons mais quentes e avermelhados indicam, geralmente, fontes de luz de sódio. As emissões mais brancas e azuladas pertencem às lâmpadas de díodo emissor de luz, ou tecnologia LED, presentes nas ruas. O branqueamento da luz artificial pode ser observado nesta comparação entre 2017 e 2022.

Segundo os cientistas, a transição para a radiação luminosa branca e rica em azul está a corroer os ciclos noturnos naturais em todo o continente. O excesso de iluminação perturba o ritmo circadiano de dia e de noite dos organismos vivos, incluindo os humanos, com efeitos negativos na saúde das espécies e de ecossistemas inteiros.

Um estudo científico identificou três impactos negativos principais: a supressão da melatonina, a resposta dos insetos e morcegos à luz (ou à sua ausência) e a visibilidade das estrelas no céu noturno.

A fotografia tirada pelos astronautas permite-nos olhar para o passado e observar a poluição luminosa global em períodos em que não existiam satélites sensíveis à cor”, acrescenta Alejandro.

No âmbito do projeto Plano B para proteger a nossa biodiversidade e ecossistemas, o Cities at Night vai lançar uma aplicação em 2026 que permitirá aos europeus verificar como a poluição luminosa evoluiu ao longo do tempo nas suas regiões.

Texto original: Europe at night from space

Texto e imagem: ESA

Tradução automática via Google

Edição: Rui C. Barbosa



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