RocketLab lança missão “A Sky Full Of SARs”

A Rocket Lab USA Inc. colocou em órbita o satélite de observação por radar, Capella-13, no dia 11 de Agosto de 2024 a partir do seu centro de lançamentos orbitais na Nova Zelândia.

O lançamento teve lugar às 1318UTC e foi levado a cabo pelo foguetão Electron/Curie (F52) a partir da Plataforma de Lançamento B do Complexo de Lançamento LC-1 de Onenui (Màhia). Esta foi a missão “A Sky Full Of SARs” e teve como objectivo colocar a sua carga uma órbita a uma altitude de 615 km com uma inclinação de 53º.

Também designado “Capella Acadia 3” o satélite Capella-13 faz parte de uma constelação de 30 satélites equipados com sistema de radar SAR (Synthetic Aperture Radar) desenvolvidos pela empresa californiana Capella Space.

Com uma massa de cerca de 165 kg, os satélites Acadia melhorados tiveram a sua largura de banda aumentada de 500 MHz para 700 MHz, e uma potência aumentada em 40% em relação à segunda geração de satélites Capella. Para os satélites Acadia, a Capella Space aumentou a antena de downlink da carga a bordo para assim reduzir o tempo entre o contacto do solo e a obtenção das imagens. Os satélites Acadia estão também equipados com terminais de comunicações ópticos Mynaric, que dão compatíveis com o ‘standard’ de interoperabilidade estabelecidos pela Agência de Desenvolvimento Espacial do Pentágono – uma manobra projectada para reduzir o tempo entre a obtenção das imagens e a sua transmissão.

Lançamento

Com o encerramento das vias de acesso ao local de lançamento a ocorrer a T-6h, o foguetão Electron era colocado na sua posição vertical a T-4h e iniciava-se o processo de abastecimento de querosene. O pessoal de apoio na plataforma de lançamento deixava a área a T-2h 30m e o abastecimento de oxigénio líquido (LOX) iniciava-se a T-2h.

As autoridades de aviação locais eram informadas sobre o lançamento a T-30m para assim poderem avisar os aviadores naquele espaço aéreo. Os preparativos finais para o lançamento iniciam-se a T-18m. A sequência automática de lançamento inicia-se a T-2m, com o computador de bordo do Electron a tomar conta das operações. A ignição dos motores do lançador inicia-se a T-2s.

O foguetão abandona a plataforma de lançamento a T=0s, com uma ascensão lenta nas fases iniciais e ganhando velocidade à medida que ganha altitude. O lançador atinge a velocidade do som (Mach 1) a T+55s, passando a zona de máxima pressão dinâmica (MaxQ) a T+1m 7s.

O final da queima do primeiro estágio ocorre a T+2m 37s e a sua separação ocorre três segundos mais tarde. A ignição do motor Rutherford do segundo estágio ocorre a T+2m 43s e a separação da carenagem de protecção ocorre a T+4m 2s. A T+6m 32s ocorre a troca de baterias eléctricas que dão o impulso eléctrico necessário a ignição do motor Rutherford Vacuum.

O final da queima do segundo estágio ocorre a T+9m 9s e a separação entre o segundo estágio e o estágio Curie ocorre e T+9m 13s. Estando numa órbita de parqueamento, a ignição do seu motor Curie terá lugar a T+53m 10s, terminando a T+56m 9s. A separação do satélite ocorre a T+56m 49s.

O foguetão Electron

O Electron é um lançador a três estágios com um comprimento de 18 metros e um diâmetro de 1,2 metros. Tem uma massa de 13.000 kg no lançamento e é capaz de colocar em órbita terrestre baixa uma carga de 225 kg, sendo a sua carga nominal de 200 kg (a 500 km de altitude). Devido ao seu desenho e fabrico (fibra de carbono compósito e estrutura monocoque), o Electron é elaborado com altos níveis de automatização.

O lançador tira partido de materiais compósitos na sua fuselagem, tendo uma estrutura forte e super leve. Da mesma forma, os tanques de propelente são fabricados em materiais compósitos.

O primeiro estágio está equipado com nove motores Rutherford com uma capacidade de 162 kN, com um impulso específico de 311 s. O motor Rutherford consome querosene e oxigénio líquido, utilizando componentes impressos em 3D.

O motor Rutherford é um motor topo de gama que se alimenta de querosene e oxigénio líquido, sendo especificamente projectado para o foguetão Electron utilizando um ciclo de propulsão inteiramente novo. Uma característica única deste motor são as turbinas eléctricas de alto desempenho que reduzem a sua massa, substituindo assim ‘hardware’ por ‘software’. O motor Rutherford é o primeiro motor do seu tipo que utiliza impressão 3D nos seus componentes principais. Estas características são únicas no mundo para um motor de propelentes líquidos de alto desempenho alimentados por turbobombas eléctricas. O seu desenho orientado para a produção permitem que o Electron seja construído e os satélites lançados com uma frequência sem precedentes.

O segundo estágio do lançador é propulsionado por um motor derivado do motor Rutherford melhorado para um excelente desempenho em condições de vácuo. Consegue desenvolver 22 kN de força e um impulso específico de 343 s.

A sua carenagem tem um comprimento de 2,5 metros com um sistema de separação pneumático e por molas.

Lançamento Missão Veículo Lançador Data de Lançamento Hora

(UTC)

Carga
2024-022 F43 Four Of A Kind 31 / Jan / 24 06:34 Skylark-1

Skylark-2

Skylark-3

Skylark-4

2024-034 F44 On Closer Inspection 18 / Fev / 24 14:52 ADRAS-J
2024-047 F45 Owl Night Long 12 / Mar / 24 15:03 StriX-3
2024-053 F46 Live and Let Fly 21/ Mar /24 07:25 USA-352

AeroCube-16A

AeroCube-16B

MOLA

2024-077 F47 Beginning Of The Swarm 23 / Abr / 24 22:32 NeonSat-1

ACS3

2024-099 F48 Ready, Aim, PREFIRE 25 / Mai / 24 07:41 PREFIRE-1
2024-108 F49 PREFIRE And Ice 05 / Jun / 24 03:15 PREFIRE-2
2024-114 F50 No Time Toulouse 10 / Jun / 24 18:13 Kinéis-1

Kinéis-2

Kinéis-3

Kinéis-4

Kinéis-5

 2024-137 F51 Owl For One, One For Owl  02 / Ago / 24 16:39 StriX-4 
           

O Complexo de Lançamento LC-1 localizado na Península de Máhia, entre Napier e Gisborne, na costa Este de Ilha do Norte da Nova Zelândia. Este é o primeiro complexo orbital na Nova Zelândia e o primeiro complexo, a nível mundial, operado de forma privada.

Equipado com duas plataformas de lançamento, a localização remota do LC-1, e de forma particular o seu baixo volume de tráfego marítimo e aéreo, é um factor-chave que permite um acesso sem precedentes ao espaço. A posição geográfica deste local permite que seja possível a uma grande gama de azimutes de lançamento – os satélites lançados desde Máhia podem ser colocados em órbitas com uma grande variedade de inclinações para assim proporcionar serviços em muitas áreas em torno do globo.



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