Falhou o lançamento do foguetão indiano GSLV-D3 que deveria colocar em órbita o satélite de comunicações GSAT-4. O lançamento teve lugar ás 1027UTC do dia 15 de Abril de 2010 a partir do Centro Espacial Satish Dawan, na Ilha de Sriharikota.
O lançamento ocorreu no final da contagem decrescente que teve uma duração de 29 horas e que decorreu sem problemas. A performance do lançador foi normal até ao final da queima do segundo estágio a T+293 s. A partir desta altura o Estágio Criogénico deveria entrar em ignição e funcionar durante 720 segundos para fornecer a velocidade necessário para injectar o satélite GSAT-4 na órbita de transferência para a órbita geossíncrona. Segundo a ISRO, nesta altura ainda está por determinar se o estágio chegou a entrar em ignição. O veículo entrou num voo descontrolado, perdeu altitude e acabou por cair no mar.
Estão já a decorrer os trabalhos de análise dos dados provenientes do veículo para determinar as razões exactas para este acidente e para assim se tomarem as medidas necessárias para se levar a cabo o próximo voo de teste do estágio criogénico de fabrico indiano no próximo ano.
O lançamento do GSLV-D3, uma missão experimental, representou o culminar de década e meia de desenvolvimento da tecnologia criogénica por parte dos especialistas indianos, pois este é o primeiro foguetão com propolentes criogénicos totalmente desenvolvido pela Índia. Os anteriores GSLV utilizaram um motor criogénico desenvolvido pela Rússia. No princípio dos anos 90 a Índia voltou-se para a Rússia para a compra da tecnologia necessária para o desenvolvimento dos motores criogénicos. No entanto, e por pressão por parte dos Estados Unidos, a Rússia decidiu não compartilhar essa tecnologia optando por vender os motores já prontos a serem utilizados e levando a Índia a decidir-se por um desenvolvimento próprio desta tecnologia.
A missão bem sucedida do GSLV-D3 representaria o primeiro passo da Índia na entrada do lucrativo mercado internacional do lançamento de satélites, apesar de serem necessárias mais missões bem sucedidas para que os potenciais clientes possam ver o lançador indiano como uma opção viável.
O GSLV-D3 (GSLV MkII) tinha uma altura de 50 metros e uma massa de 416.000 kg no lançamento. Em comparação com o anterior voo do GSLV, este lançador apresentava um estágio superior griogénico totalmente desenvolvido na Índia, sistemas de telemetria avançados bem como computadores mais avançados, e uma carenagem de protecção de maiores dimensões.
O satélite GSAT-4 era um satélite de comunicações experimental com uma massa de 2.220 kg (dos quais 1.155 kg corresponde ao combustível) que transportava uma carga de comunicações e de navegação, e que seria colocado numa órbita de transferência para a órbita geossíncrona. O GSAT-4 foi baseado no modelo I-2000 desenvolvido pelo ISRO e as suas dimensões eram de 2,4 metros x 1,6 metros x 1,5 metros. O satélite iutilizaria depois o seu próprio sistema de propulsão para atingir a órbita geossíncrona a 82º longitude Este, onde deveria operar durante 7 anos.
A carga a bordo era composta por um repetidir de banda Ku e o sistema GAGAN (de navegação) que transmitiria nas bandas C, L1 e L5.